SPEAKER 3: ### Ou fugir da cidade de São Paulo. Certo é melhor SPEAKER 0: ### pôr o microfone em algum lugar ou ficar segurando assim? Bom, eu entende eu me interesso muito pela cidade de São Paulo. Foi justamente por isso que eu procurei vocês pelo jornal. E eu acho que o maior problema da cidade de São Paulo em si é o povo que não participa muito do que a cidade faz. Certo, agora então éh a gente vê muitas coisas, muitas campanhas que têm uma certa participação, mas não é muito coletiva em si, normalmente tem que ser empurrado ou Muitas campanhas aí que não surtem nenhum efeito. Agora por outro lado, eu acho também que São Paulo é uma cidade que está muito sendo, em termos de comportamento do povo, éh eu acho que está faltando ainda, algum estudo a respeito disso entende, algum mais um a respeito sobre o comportamento mais do paulistano em geral eu Parece que eu já encontrei alguma coisa, mas eu não vi o livro ainda, sobre o paulista, mas o paulista de todo o interior da da Baixada, como é que se fala? Essa parte do interior, eu esqueci o nome agora. Mas do paulista em si, do comportamento humano que a gente tem visto muito em jornais, são opiniões que generalizam muito uma coisa que particularmente eu não acho que seja ver  verdade. Agora eu não sei se algum dia eu vou conseguir, mas se der certo eu pretendo, sei lá, se eu conseguir algum material, alguma coisa, algum dia escrever alguma coisa sobre o comportamento do paulista em si, mas em termos não para apagar essa imagem, mas para dar um efeito real de como que é a coisa. A gente vê opiniões, por exemplo, que Paulista é um povo frio e que é um povo neurótico. Bom Quanto a isso, a gente não não pode se discutir, mas acho que isso é o problema de todas as cidades grandes. Mas, em termos de se de se dizer que Paulista é um povo frio, que Paulista é um povo que só enxerga um lado, eu já não concordo. Essa frieza, s eu acho que seria mais uma objetividade do povo em si. SPEAKER 1: Bom, eu, a minha opinião, eu gos gostava muito de São Paulo do meu tempo, São Paulo do lampião de gás, São Paulo do amor, São Paulo da amizade, que hoje não existe mais nada disso, hoje vizinho não conhece vizinho  Agora, quanto à situação atual de São Paulo, para mim é calamitosa, calamitosa mesmo, que tem tudo e não tem nada. desde quando são. A> Aqui o povo vive irritado.  A gente s sai aqui, encontra com o vizinho na porta, não diz nem bom dia, nem boa tarde, nem sabe se ele é vizinho. Agora, no meu tempo, de lampião de gás, que eu conheci o lampião de gás, era diferente. Existia mais amor, ou mais compreensão. É> É issa a minha opinião que eu tenho sobre São Paulo. A> No meu tempo de de gri lampião de gás a gente tinha, o célebre São Paulo da garoa, que a gente saía na garoa e não se molhava. Até a garoa sumiu, por causa dessa poluição que existe atualmente, não existe mais garoa. S> São Paulo da garoa é apelido, é saudades. Como é que eu posso me conformar? Quem conheceu São Paulo antigo e quem conheceu São Paulo de hoje? O que ele tem na cabeça é sumir mesmo, é acertar na esportiva, comprar um sítio e e e viver em paz, porque aqui não dá mais para se viver. Não dá mesmo. Bom, eu, dou a razão para essa mudança o, o acúmulo de população, porque após guerra, acho que a todo todo o povo, principalmente do interior, acha que São Paulo é é o paraíso, vem todo mundo para cá. Todo mun> Fazer o quê? Não sei. Então, é esse acúmulo de superpopulação que provoca tudo isso. E essas coisinha toda vai irritando a gente e vai dando saudade daquilo que a gente conheceu, daquilo que a gente passou e sentiu. Principalmente nessas grandes festas, que chamamos Natal, Páscoa, Passagem de Ano, era um tal de um vizinho cumprimentar o outro.  Hoje em dia, Acabou tudo. () Hoje em dia dá a impressão que a gente vai falar com uma pessoa, parece que a gente vai assaltá-la. E> E tem outra coisa. No meu tempo, São Paulo antigo não existia o que existe hoje. A> Assalto daqui, assalto de lá. Quando acontecia um crime em São Paulo era um absurdo, saía em tudo quanto é j era jornais durante uma semana. Hoje, Acontece cinquenta crime por dia e o jornal não publica nenhum? Como é que a gente pode se que se sentir bem numa cidade dessa? Quem pode se sentir bem numa cidade dessa é po essa geração moderna que está surgindo agora. Ago> E ginásio, e olhe lá, existia o só só pagos. E hoje, atualmente, não estuda quem não quer. Porque escola em qual em qualquer esquina tem escola. Tanto é que eu formei todos os meus filhos gastando muito pouco dinheiro. Praticamente gastando nada. Só estou gastando dinheiro em universidade, porque até a universidade foi tudo pa tudo pago. No meu tempo não tinha nada disso. S> Só estudava quem podia estudar. Tanto é que eu não tive oportunidade de estudar. Eu estudei depois de moço. Mas () só fiz um curso técnico e e mais nada. Agora, meus conhecimentos sobre ginásio se é equivalente a esse curso técnico que eu fiz, que aliás me valeu alguma coisa, né? (Tosse) Mas eu continuo afirmando, São Paulo já foi São Paulo (riso). SPEAKER 0: Bom, nessa parte eu não posso discordar do meu pai. É evidente que eu acredito que naquela época, fosse bem melhor viver em São Paulo, não resta a menor dúvida. Inclusive porque talvez aqui tivesse se concentrado mais os paulistas em si, mais os paulistano. Principalmente o problema de transporte, que que eu já vi gente tem que por e que trabalha na Praça da República, tem que ir a pé até o Parque Dom Pedro para esperar umas filas de umas filas quilométricas, fica às vezes uma hora tanto na fila para depois pegar um ônibus apinhado de gente super lotado para chegar na casa dele mais ou menos oito e meia às nove horas quer dizer é sem con condições então o metrô nessa parte vai solucionar um grande problema mesmo mas infelizmente chegou um pouco atrasado porque tem cidades aí que já tem sistema de transporte muito mais sofisticados me lembro bem se foi na Alemanha ali numa revista tem um um tipo de metrô, mas são trens individuais que correm, correm por fios no alto. É mas, de qualquer forma, é uma coisa que totalmente válida, totalmente útil, mas é que, eu repito, deveria ter chegado há muito mais tempo ainda. pelo que eu tenho lido nos jornais, eles não atingiram ainda aquilo que eles queriam em termos de transporte, em termos de número de pessoas que se utilizam do metrô, mas aos poucos o pessoal já vai aprendendo a como usar e pelo menos durante a semana eu já tenho visto aqui o metrô andar bem cheio e parece que cada dia tá melhorando mais. Quer dizer, por enquanto é o começo, o pessoal não se acostumou ainda, tem muita gente que se atrapalha um pouco nas escadas rolantes, tem que pôr ficha, Mas aos poucos, até o pessoal se acostumar bem, aí soluciona por completo essa parte. Eles se acostumam e eu acredito que que nós estamos transportando agora, se não me engano, acho que quinhentas mil pessoas. Na, projeto mesmo, a intenção é transportar um milhão de pessoas por dia. Mas eu acho que o povo em si vai aceitar e, pelo menos, se manterem essa rigorosa fiscalização que eles estão fazendo, porque infelizmente o brasileiro em si, o paulista, é um povo que não tem muita educação nessa parte, então eles começam a destruir tudo. Mas se continuarem com essa fiscalização intensa, esse sistema de limpeza que a gente vê lá, então não vai ter muita chance do pessoal destruir nada. Então eu acredito que A população vai se conscientizar e vai passar a usar aquilo bem, que vai ser, me parece, que totalmente automático depois. Não vai precisar ninguém para ficar pegando fichinhas. Você já compra uma ficha, já entra, enfia, pega num lado. E eu acredito que um pouquinho mais o povo aprende a usar o metrô. SPEAKER 3: É uma questão de educação, né? É. De base. SPEAKER 0: Educação, porque... O brasileiro, em geral, não tem essa educação. Isso eu não sei porquê. A gente vê no Brasil inteiro. Principalmente destrói-se os telefones públicos. O pessoal não tem... não respeita a trânsito, principalmente os pedestres. Não respeita sinal, não respeita nada. Esses essas escadas subterrâneas que fazem, é tudo suja. O pessoal procura jogar o lixo no chão. Ninguém nunca, pelo menos... é dificílimo no centro a gente vê um monte de lata de de lixo então é muito difícil algum pessoal andar cinquenta metros com um pedaço de papel na mão para jogar dentro de um cesto normalmente é jogado ao leo por aí afora mas eu não sei vamos ver se daqui a algum tempo a gente consegue ficar um pouco mais bem educado porque nós somos muito longe ainda disso principalmente em termos de telefone público O que tá acontecendo são barbaridades. Você pegar um telefone, tá com o fio cortado, ou eles estragaram a caixinha. SPEAKER 1: Bom, aqui eles levaram o telefone. () Roubaram o telefone, só deixaram só, só o orelhão porque o telefone e levaram embora. Para quê? Para roubar as fichas. É, inclusive a gente vê que... Uma coisa que a pessoa precisa, o próprio, é a própria pessoa que fez isso, ele também telefona. Não há uma pessoa que um dia não precise de um telefone. Entretanto, aqui, se a gente vai telefonar, olha, se o telefone funciona uma semana por mês, funciona muito, viu? E nesse bairro aqui, nesse quadrado que nós moramos, que aqui praticamente é o centro da cidade, para se achar um telefone, precisa fazer SPEAKER 2: Promessa. Nós estamos esperando o nosso daqui a pouco. SPEAKER 0: É, esse problema de telefone aqui, onde a gente mora, é não é mole, não. SPEAKER 1: Telefone e condução, porque eu trabalho em turno de rodízio. Então tem uma semana que eu entro às seis da manhã. Eu tenho da daqui, aonde eu trabalho, dez minutos de percurso. Eu saio de casa uma hora e dez minutos adiantado para fazer um percurso de dez minutos. Agora, domingos e feriados eu não tenho condução aí. Eu tenho que andar vinte minutos até o Largo de Pinheiros para tomar uma condução. Ora, só isso já enerva a pessoa. Só isso já enerva. Onde é que você vê uma pessoa que tem dez minutos de percurso, mas é dez minutos exatamente, sair de casa uma hora e dez minutos adiantado para não chegar atrasado, e sábado e do, ãh domingos e feriados o ônibus aqui também não funciona. Só começa a funcionar depois das oito da ãh das oito horas da manhã. SPEAKER 0: Esse problema de percurso de dez minutos que a gente faria de ônibus, e que normalmente leva uma hora no centro, voltando ao negócio do metrô, pelo menos solucionou em parte. Quem estiver no Lago São Bento e quiser ir até a Liberdade, por exemplo, não vai precisar ir a pé agora. É só usar o metrô que em três ou quatro minutos chega no lugar. Então é é o que acontece atualmente que o pessoal desce da Praça da República tem que ir a pé até o Parque Dom Pedro. Mas condução no nosso bairro realmente é difícil, inclusive se tratando de ser um bairro assim estritamente residencial, pelo menos essa parte aqui de baixo. Agora que fizeram um conjunto residencial que veio Pessoal, como nós que é, vamos supor, uma classe média mais baixa do que tendendo para a alta, então é fogo. Principalmente na época que eu não tinha carro, eu trabalhava na Lapa, eu era obrigado a pegar duas conduções. Um percurso mais ou menos normal, seriam vinte minutos, eu levava mais ou menos uma hora, uma ho> hora e dez SPEAKER 2: ### SPEAKER 0: tão perto da cidade... É, mas é que Alto de Espinheiros é esse problema, era um bairro residencial. Então, linha de ônibus mesmo só tem uma, só uma, e a maior parte pega toda Teodoro Sampaio, linha de ônibus. E nessa parte você vê, são ruas que se você descer aqui atrás, são é uma classe bem mais alta, quase todo mundo tem automóvel, dois, três automóveis, quase todas essas ruas paralelas são assim, então eu a> Por causa disso, não estenderam mais linhas SPEAKER 2: de ônibus para cá. Aqui, pelo menos na para () esperando essa dita condução que aparece porque não tem Mas é péssima mesmo é horrível. Não tem mesmo. Tem aqui uma uma uma condução que vai daqui, que vai até a Paulista, voce desce né que tem que descer em frente o araçá e tomar outra condução que vai para a paulista () coisa mais. Mas dá trabalho, né essa história de condução () e é um lugarzinho bom aqui viu, pelo menos é silencioso  aqui é muito bom. Tem essa zona SPEAKER 1: ### ### essas quadrada aqui, quanta questão disso. É um dos melhores que eu conheci, porque aqui nem poluição não existe, aqui não tem fábrica de nada, aqui só tem residências. SPEAKER 0: É, pelo menos nessa parte nós vamos ter sorte, porque lugar para pôr uma indústria aqui não vai ter mesmo viu, porque não tem mais áreas livres. SPEAKER 1: Nem pernilongo não existe aqui. SPEAKER 0: Pelo menos, nem pernilongo não existe. Em termos de área verde também aqui não é dos piores também. SPEAKER 2: não se ouve falar também tanto de ter assim muita criança, como diz assim, uma criança teve isso teve aquilo. Aqui, eu não se se aqui nesse bairro aqui, não não se ouve dizer aconteceu isso com com crianças assim Aqui eu acho que já é bem () Ah e falando SPEAKER 1: E falando em criança, criança é a coisa mais importante que um país possui. Criança não tem mais onde brincar aqui. Eu tenho um casal de netos que eu não sei. Eles vêm eles vêm da Vila Pompeia para brincar nessa pracinha que tem aqui, porque eles não têm lugar lá. Tem que buscar eles lá para eles virem aqui. Porque senão vão fechar ficar fechados vinte e quatro horas por dia dentro de um apartamento. E não há cristão que aguente isso. Porque lá onde eles moram é o alto da Vila Pompeia lá <á não existe nada eles  Existe é comércio. Mas lá não tem uma praça. As ruas não são arborizadas. O trânsito é i éh é tremendo. A criança ah eh a a criança em São Paulo atualmente não tem onde brincar. Tanto é que agora estão fazendo essas ruas de de lazer, mas é um um dia por semana ou um dia por mês. Isso não não resolve nada. O que resolve é ter grandes praças para a garotada se expandir. Porque no meu tempo de garoto, a gente saía de casa oito horas da manhã, eu vinha e almoçava, saía na rua, pé no chão, Os pais não se preocup não se preocupavam com a gente. Hoje em dia, Deus me livre, já atrasou cinco minutos e a gente já tá saindo na rua procurar cadê fulano. SPEAKER 0: E essa parte é engraçada, porque meu pai fala no meu tempo, mas acontece que eu peguei um tempo desse não faz faz o que, uns dez anos atrás, mas para gente ver como as cidades atualmente crescem. E eu não Eu cheguei a pegar a Pompéia quase que um pouquinho do tempo dele ainda, Lá onde é a Avenida Sumaré atualmente, a meninada se reunia tudo lá e eu chegava a épocas, né que Chegava da escola, almoçava, ia para rua e voltava. Oito horas, nove horas e tudo bem. Achei que consegui ainda pegar um finalzinho de época que se podia correr atrás de balão, que se podia jogar bola na rua, que se podia ficar lá até brincando o dia inteiro. E não fazem tanto tempo assim. Realmente eu não eu não mais incrimino meu pai quando ele fala que no meu tempo era bom, porque realmente isso é uma das coisas mais gostosas que a gente pode fazer na infância, é realmente é brincar pela rua, ficar o dia inteiro fora sem se preocupar. Graças a Deus que eu consegui pegar um tempinho desse ainda. Atualmente é meio difícil, né? Ou praticamente impossível fazer um troço desse. SPEAKER 1: Esses conjunto> ### ### aqui vai ser um formigueiro de de crianças. Porque quase todas as pessoas que moram aqui é quase tudo jovens. E> Essa praça não vai comportar tudo esse número de de criança que estão surgindo aí agora. Aonde eles vão depois? E> Eu estou aqui há, morando aqui há um ano e meio. S> Só neste prédio. Já nasceu três? SPEAKER 2: Eu acredito que num... Não vá acontecer  Isso. Ah, não vai comportar, não? Num, não comporta não. A> Ah, porque a maior parte aqui o pessoal é jovem, entende? Tem muita gente que vai casar, vai acabar se mudando daqui, porque aqui... Inclusive, já tem muitas pessoas que já venderam apartamento. E> E tem muito casal jovem que vai acontecer de casar e de ir embora. E> E, e os outros que têm filhos, normalmente, pessoal. Agora, aqui está tendo dois, três filhos só. E> E quase todos que vieram para cá ou já têm filho, bom, ou já tiveram aqui, Mas eu num, não sei, não pensei ainda se vai acontecer esse problema da praça não comportar tanta criança assim. Ah, não vai comportar, não. N> SPEAKER 1: ### ### Teve uma época aí que vinha uma umas bandeirantes, promoviam aí festinha de criança. Era um formigueiro de gente, porque não é só os moradores do conjunto. A> Abrange uma uma boa parte do bairro também. Porque a única praça que existe aqui para eles de lazer é essa. Se é que se pode chamar uma praça de lazer, porque aí não tem nada. Tem uns banco, um campo de futebol que eles fizeram lá cimentado e mais nada. Porque brinquedo não adianta por aí que eles quebram tudo. E> SPEAKER 0: É, normalmente criança não liga muito para brinquedo. Você pode reparar que a meninada só fica na terra, principalmente criança pequena. Mas eh s tem umas duas praças, tem aquela praça aqui em cima que foi inaugurada há pouco tempo. Tem muito lugar para a meninada brincar, inclusive uma rua enorme para bicicleta. skate, e agora tem mais uma outra aqui embaixo. Tem o Parque do Morumbi, que não é muito longe, quase todo mundo tem carro atualmente. Vai, o Parque do Morumbi eh hum, vai muita gente, e lá é um lugar super gostoso, porque, totalmente arborizado, é um bosque. A> Além da criançada que vai, tem uma pista de teste de cooper, eles dizem. SPEAKER 1: Então, tem um... Está cheio de de de () SPEAKER 2: É, tem um bocado de gente fazendo exercício, né? () E> SPEAKER 0: A gente pode notar mesmo que os mais velhos estão com um certo pessimismo. S> Sei lá, a gente que ainda é jovem ainda tem um pouquinho de otimismo, né? SPEAKER 1: Agora vamos ver se, porque... Eu não tenho pessimismo nenhum, porque, meu futuro eu já sei qual é. preocupação com essa geração moder> O que que eles vão  Fazer sem espaço  SPEAKER 0: É, o problema é criar esse espa> <ço, né? Está se tentando  Pode ser que se consi> SPEAKER 3: sobre iluminação pública, vocês lembram como era São Paulo? () Ah, iluminação... SPEAKER 1: pública, era lampião a gás, só o centro da cidade que já era com eletricidade, mas eh, os bairros periféricos ao centro era tudo lampião a gás. E era divertido aquilo, porque quem acendia era um homem lá que vinha com uma tocha. E> Era ele acender, ele virava a esquina, a molecada com  estilingue quebrando o vidro. Quebrava um vidro de lampião, o lampião apagava. E> Eu fiz muito isso no meu tempo de garoto. E> Era o nosso passatempo. A> Agora, o lampião a gás era gostoso, viu? () E> Era gostoso. Aliás, no meu tempo, o bombeiro era puxado a cavalo, a gente, vinha o co carro de bombeiro tocando um sino, a gente saía correndo, chegava primeiro no incêndio do que os bombeiro. Tudo isso para nós, era divertido. Carro funerário também era () Naquele tempo, carro funerário era, na lei, a pé. A maioria dos dos enterros era tudo a pé. Tinha essas coisas. tinha é tinha mais prazer em viver. Eu não sei porque eu tive aquela vivência. Hoje eu sou um homem irritado. Eu sou um homem que eu chego saio saio sai do serviço, chego chego em casa e não quero sair mais. Eu pago para não sair de casa. Por quê? Eu não eu não acho para onde ir. Vai no cinema? Fazer o quê no cinema? Já vi tanto cinema na minha vida. Vou numa praça? Eu vou sentar no banco aí. Fico dez minutos, enjoo, venho para casa. SPEAKER 2: ### lenço amarrado na cabeça, chegava na hora do almoço a gente  tomava-se o lanche, que a gente levava lanche Via até a igreja de São Bento, entrava lá dentro, ficava um bocadinho lá dentro, depois saia, ficava um pouquinho na sala, saia e voltava novamente. () que era um frio danado, a gente não via sol durante uma santa passava a semana todinha sem ver o sol mas era aquele frio mais gost> Quando eu penso eu, eu vejo que na época do primário, na época de ginásio, na época de colegial, nós nunca tivemo nada, nenhum professor, ou alguma coisa que nos incentivasse a ler. Então, a gente vai crescendo. E a televisão, que é muito mais cômodo que é imagem, é só sentar e ver. Então, a gente num s não se preocupava mesmo em pegar um jornal e ler, e ler sobre um pouco de política, um pouco de cultura ou qualquer outra coisa. E> Infelizmente, porque quando a gente descobre o que uma leitura pode trazer, então a gente começa a se apaixonar. Normalmente, tem pessoas que não passam. café da manhã e um jornal todo dia. E tem professor na fa na faculdade que nós podemos sentar numa sexta-feira no bar que tem lá embaixo e a gente conversa que tem assunto para tudo. Eles sabem discutir de quase tudo porque são pessoas bem informadas, são pessoas que têm já são pessoas mais mais velhas e> Então, eles vêm lendo, vêm se aperfeiçoando, vão indo no cinema. Então, são pessoas velhas, mas totalmente atualizadas. E esse é um dos pontos que eu acho que muita gente reclama, que não tem onde ir. Bom, também, às vezes, vamos levar em consideração o fator renda e o fator como assim espaço geográfico, que é, realmente eh, as coisas boas em termos de cinema e teatro estão tudo no centro. Então, pessoal que mora longe realmente não vai ter coragem, depois de ter feito isso a semana inteira, de sair da sua casa tranquilo para ir até a cidade assistir um filme ou alguma peça de teatro. Pode ser que, com isso, o  metrô (rindo) solucione essa questão. Vamos ver, né  SPEAKER 1: Em questão de teatro, eu falo com conhecimento de causa, que eu dirigi grupo de teatro amadores. Eu passei noites inteiras trabalhando, montando cenários, porque eu sentia prazer nisso. M> Mas chegou uma época que cansou Cansou porque o público não se interessava. Entretanto, o profissional surg surge como? S> Surge... de um grupo de amadores de brincadeira. E> Eu tomei parte, nisso tudo e eu sentia muito prazer. Eu dirigia um grupo de teatro. S> Só que existia muita divergência. E, e> Era amador, ninguém ganhava nada, então ninguém cumpria horários, principalmente com relação a ensaio. Então (risos), nesse ponto, teatro amador nunca irá para frente, porque a pessoa quer aparecer, não quer trabalhar, ora Trabalhar em teatro é sentir dentro d de si alguma coisa, é ler uma peça e viver o personagem. A> A maioria desse desse povo, eles querem aparecer. Então, não se dão ao luxo de ensaiar dois, três, quatro, cinco meses, como eu fazia, Marca um ensaio. U> Um ensaio, às vezes, de uma cena só, que trabalha seis personagens. V> Vêm dois, não é possível de ensaiar, né? U> () porque você, ah, não vim. Tchá Não veio porque não quis. Então por que que você faz parte do grupo? Ah! Ah, faço por... vocês me convidaram. O> Outro problema, o público. A> A gente tinha que pagar para eles assistirem (riso). É> fato mesmo, tinha que pagar. Nós comprávamos os in i, os ingressos e distribuíam de graça, porque senão não tinha público. O> Ora, se nem de graça um teatro não tinha público, que dirá pago E o teatro é é cultura. O> O teatro é é im é praticamente a imitação da vida. O que se faz num teatro é o cotidiano de todo dia. SPEAKER 0: própria vida, né? É> SPEAKER 1: A própria vida já é já é um palco. Então, as pessoas que se dedicam de corpo e alma, chega num ponto que ele para. Para porque não tem condições. Vai pedir apoio para quem? E> Eu, por exemplo, fiz parte do teatro do do zu do Sesi.  Eu ensaiei um ano uma peça que nunca foi levada a público. Eu fiquei lá um ano ensaiando o quê? E> Eu ia ensaiar três vezes por semana. B> SPEAKER 0: Bom, de fato, Eu fiz teatro amador também durante quatro anos. E> Eu desisti exatamente, não por falta de público, porque nós, pelo menos nessa parte, nós demos um pouquinho de sorte, público nós tivemos, mas eu desisti exatamente por causa disso, porque se montava-se um grupo. Agora, fazer uma peça de teatro, quando ela está montada num palco com luzes, é muito bonitinho, mas, para chegar até isso, é um trabalho violent> E foi comum em peças de uma semana antes da estreia um ou outro desistir. O> Ou então depois da gente ensaiar uma peça seis, sete meses, apresentar duas, três vezes e e metade do grupo se dissolver e quando tinha que ensaiar tinha que na que ir na casa de um acordar, na casa de outro acordar. E> Esse essa parte fez com que eu desistisse mesmo porque eu nunca quis fazer de teatro para mim um meio de vida. Mas agora de outra parte meu pai também que foi de teatro sabe disso e é uma coisa chata realmente a gente ensaia uma peça oito, nove meses e apresentar para um público do de um teatro vazio quer dizer não dá para sentir o teatro é a vida então o público faz parte dessa vida. Ag> E não tá tão difícil ir em teatro hoje em dia, porque normalmente toda peça, quando vai chegando nos últimos dias, tem uma temporada popular que a gente consegue comprar ingresso a dez cruzeiros, quinze cruzeiros no máximo. E> nessa época, o teatro lota. Pelo menos eu tenho visto peças muito boas, ficaram em cartaz um bom tempo, E lotou. Todas as vezes. SPEAKER 1: Bom, eu trabalhei na Fundação Getúlio Vargas. Lá tem um teatro muito bonito. E> Então, o teatro é alugado, é cedido para esses grupos profissionais quando querem passar uma peça. Todos esses grupos co profissionais, no tempo que eu trabalhei lá, eu nunca vi um terço do público dentro daquele teatro. S> Só que se era um cantor famoso, aí lotav> Do contrário, peça, teatro, e a, per, fracasso total. E> E lá não eram amadores, eram profissionais. E> E o teatro lá é muito bom. I> Inclusive o ar-condicionado de lá é perfeito. Mas não tinha público. Então, se não gostam do teatro, por que forçar? SPEAKER 3: Uma questão de educação, né <é talvez () pois é  () mais leitura, você falou que é só () SPEAKER 0: É, exatamente. O pessoal não lê livro nenhum. É muito difícil. Bom, isso tudo eu aprendi na faculdade mesmo, a ler. E> Inclusive, teatro também. Eu acho que nós fizemo uma peça infantil na época do do ginásio e eu comprovei que fazer peça infantil é uma das coisas mais gostosas em termos de teatro, porque a criança participa da peça. Então aquela meninada, a gente corria durante a peça, corria no meio deles, eles participavam, gritavam, berravam, acusavam, corria atrás. E> E se eu acho que se se intensificasse bastante isso, se tivesse todo grupo escolar tivesse um roteiro cultural para o ano, realmente seria uma grande coisa. Porque na minha época de primário em, cinco anos, porque eu repeti um, fiz cinc> Em cinco anos eu vi uma vez uma peça de teatro e uma vez só que eles fizeram uma excursão pelo zoológico, só, mais nada. Então é difícil mesmo, como é que a criança pode, como é que depois que tem, que fica grudado na televisão, teatro, normalmente não tem um cenário muito bonito, porque no fundo, para a gente que entende um pouquinho, sabe que cenário não vai dizer nada. M> Mas para esse pessoal que Acaba se bitolando em televisão mesmo, não vai mais. Porque não entende. Inclusive, meu pai ele criticou muito essa parte de as peças novas não terem um cenário. Ele gosta muito daqueles tempos que tinha um monte de cenário. SPEAKER 1: É lógico que tem que ter cenário. Cenário é um complemento da peça. S> Se eu não tiver um se eu estiver numa sala vazia representando, eu não estou representando nada. E> Eu estou estou conversando. O cenário ajuda muito você a entender uma peça. E ajuda bastante. Você não precisa estar fa fazendo mil e umas para entender a peça, quando o próprio cenário te ajuda a entender a peça. Você já viu um cenário que tem um uma cena de guerra, por exemplo? Que, que Que guerra que vai ter se se não tem nem arma? E> Então, você tem que mentalizar tudo aquilo, para menta ti qu Para mentalizar tudo aqui tudo aquilo, já existia as novela de rádio, que você ouvia e mentalizava. SPEAKER 0: É, mas a própria peça, uma peça que eu assisti, por exemplo, do Gianfrancesco Guarnieri, Castro Alves, a peça teve uma cena lá que tinha um cara que morria na peça, inclusive agora, principalmente no teatro, é que meu pai não se acostumou ainda a isso, então ele critica um pouco, mas na peça o é comum atualmente um ator fazer vários papéis, então isso inclusive dispensa aqueles grandes elencos e de uma certa forma o cenário em si tem cenário é claro mas não é tão completo como antes então tinha uma cena que tinha um cara que morria então eles puseram dois castiçais e o cara ficou de braço cruzado de pé mas deu para entender perfeitamente que o cara estava morto, quer dizer, não precisava botar um caixão ali dentro e o cara dentro cheio de flores, encher de vela, nada disso Então, meu pai, sei lá, eu acho que talvez ele não se adaptou ainda ao tipo de teatro moderno, que eu achei que foi uma inovação muito boa. Inclusive, as peças do sesi, as poucas que eu assisti, ainda são feitas com aqueles grandes cenários. Uma peça que passou, eu não me lembro o nome, eu só sei que tinha era um cenário de uma rua bem antiga, mas aquele próprio cenário cansou, porque a peça inteira foi só aquilo. Então, eu preferiria mesmo, eu prefiro mais o teatro atual. umas peças sem um cenário completo, porque cenário tem, evidente. Se tiver uma sala, eles montam uma sala. Mas tem determinados trechos que eles não não utilizam do cenário em si. Mas eu acho que dá pra entender perfeitamente o que que eles querem dizer, qual a proposição que eles estão querendo mos mostrar com isso. Eu acredito que meu pai não se acostumou ainda a esse tipo de teatro novo. SPEAKER 1: Não, teatro, para mim, se não tiver cenário, não é teatro. Eu assisti a um Minha última peça que eu assisti foi no foi do sesi Não tinha cenário, e a peça era muito boa. Chamava Velha Senhora. Então você tinha que mentalizar, porque tudo se passava num salão com quatro bancos. Tinha a fazenda, tinha a casa residenc residencial da fazenda, tinha a casa da cidade, tinha não sei o que mais. Lá era quatro bancos. Entrava ator, saía ator, era sempre aquilo. Então é preferível você se ligar um rádio e ouvir a novela e mentalizar. Você está vendo o quê? Você vai lá para ver. Agora, para ver o que o povo fala, você não precisa sair de casa, você liga o rádio. SPEAKER 0: Ok. É que eu não sei. Eu É que você ouviu muita muito pouca a peça atual. SPEAKER 1: Agora, vai fazer um um teatro de revista sem cenário? Vai fazer o quê? Tem que ter, né? SPEAKER 0: Inclusive, às poucas vezes, o senhor praticamente quase não viu nenhuma peça em teatro, nos outros teatros quase sem ser do sesi. SPEAKER 1: Membro. Eu, no meu tempo de solteiro, frequentava muito teatro. SPEAKER 0: No seu tempo de solteiro, eu digo agora, atualmente. O senhor senhor está criticando muito, mas o senhor viu muito pouca peça sem Talvez, eu não sei qual peça que o senhor viu sem cenário. Não sei se chegou a ver alguma.  SPEAKER 1: Vi vi duas ou três no sesi SPEAKER 0: Qual peça? SPEAKER 1: Vi A Senhora, vi...  chamava a outra? SPEAKER 0: Milagre da Insúliva? SPEAKER 1: Não. Peças famosas SPEAKER 2: Aí que passou, não não lembro o nome. O próprio teatro grego era bem tinha cenário né, mas bem simples. É SPEAKER 0: É, o próprio teatro grego, aquelas peças as troianas, por ex por exemplo, SPEAKER 3: Não tem quase cenário nenhum. Porque você precisa mentalizar, mas também não chega ao exagero. SPEAKER 0: Lógico. É que meu pai ele não se acostumou ainda, ele não frequenta muito. SPEAKER 1: Não, agora eu não frequento mais nada, eu não vou mais em teatro, não vou mais em cinema, não vou mais a lu> SPEAKER 3: SPEAKER 3: <ábrica de sono. Não tem nenhum programa que o senhor assiste? SPEAKER 1: Olha, eu gosto muito de filme de cowboy, mas não consigo assistir um até o fim, porque ele chegou na metade e eu já estou dormindo. SPEAKER 3: E noticiários? Notí> SPEAKER 1: Então isso aí esse é uma falha da administração. N> Nessa parte é. SPEAKER 1: Não tem dúvida nenhuma. Toda cidade praia que tem mar, que tem docas, é suja mesmo. Tem que ser suja. SPEAKER 2: Não tem condições de permanecer limpa. Aquele dia () uma calamidade () SPEAKER 1: Agora, aqui, nós estamos perto do largo de Pinheiros. V> Vai no largo de Pinheiros, é um imundície que não tem tamanho. Por que isso? SPEAKER 0: É, o movimento ali é muito grande, né, no largo de Pinheiros. E> Inclusive também nem tem tanto cesto de lixo que comporte tudo ali. SPEAKER 3: () Vocês acham que a mudança de recipiente do lixo melhorou o serviço? Melhorou. A mudança de reci recipici SPEAKER 1: ### de recipiente mudou muito, mudou mesmo. Mas aqui oitenta porcento ainda  Apesar de ser portaria, não sei se é portaria ou se já é lei, isso que é obrigado a ter o lixo em sacos plástico, mas a maioria não põe. É> É lata, e lata, e lata, e acabou. E> E ainda reclamam quando desaparece a lata da porta do casa. É> SPEAKER 0: É, realmente esse fator educação é difícil, porque aqui no próprio prédio, na lixeira lá embaixo, o pessoal não fecha a porta, eles deixam a porta da lixeira aberta, o> Tem muitos que tem o trabalho de sair do an do último andar aqui, descer quatro andares, O saquinho de lixo deles, em vez de pôr dentro da lixeira, eles deixam fora. Então, à noite, vem uns cachorros aí e derrubam tudo, quer dizer, não dá para a gente entender por quê. O povo, assim, ainda é muito mal educado mesmo nessa parte. A> Aqui mesmo, nas lixeiras internas, o pessoal deixava cair tudo fora, ou jogava de propósito, sei lá, ou força do hábito. Mas eu acredito que se isso seja mais parte de falta de Não vamos dizer educação, mas uma falta de consciência de cada um ainda. Não tem ainda esse espírito de consciência. SPEAKER 1: Bom, aqui o povo que mudou para cá é uma classe nem média, nem remediada, e ### É para quem não tinha dinheiro. É> Então não se acostumaram. Tem aqui pessoas que já tinham um nível de vida, apesar de não ser rico, mas... Mas tem muitos que vieram lá da vila não sei o quê e continuam no mesmo nível da vida deles. E> Eles não se limitam a seguir as regras. Eh> As regras eles fazem de acordo com com a ideia deles. E> E vai chamar atenção. SPEAKER 0: Para quê? Éh Essa classe aqui, desse conjunto, tá meio indefinida ainda. É> É uma classe média para baixo com alguns média para cima, e> Então, tem, às vezes acontece um certo conflito aqui nesse nesse conjunto. E tem aquele pessoal que... tem uns aí que queriam cercar todo o prédio aqui em volta, quer dizer, tem gente que tem umas ideias meio esquisitas mesmo. Em termos de jardim, inclusive, o pessoal... nós estávamos propondo aqui contratar um jardineiro para fazer uma coisa bem feita, mas que... quem disse isso? Então, teve gente que já plantou pé de laranja aí, plantaram pé de banana, quer dizer, é um treco meio absurdo, né? SPEAKER 1: Um jardim com (riso)... Inclusive, aqui teve um morador, Teve morador que veio me consultar, que ele ia fazer uma relação para nós cercarmos essa praça. Ce> Eh, eu perguntei, cercar para quê? Eh> Porque vem gente de fora na praça e e> Eu falei, e gente de fora não é gente? É> É, mas isso é para as nossas crianças. E> Eu falei, e as outras crianças, são de quem? Eu falei, para mim não precisa cercar, não tenho criança nenhuma. Se o senhor tem, cerca a sua criança na sua casa. A praça é é pública, como é que o senhor quer cercar aí, se por um guarda aí? Precisa ter car (riso) carteira de identidade para poder sentar (riso) brincar nessa praça. Surge esse eh esse povo com essas ideias absurdas que revolta qualquer pessoa. O> Ora, se e se u se um garoto que mora a quatro, cinco quarteirões daqui, ele não tem onde brincar, ele vem brincar aqui. SPEAKER 3: É um direito que ele tem. Você tem reuniões com o pessoal? A> SPEAKER 1: Aqui tem, como é que se diz, centro comunitário, mas não funciona. SPEAKER 0: Não, esse negócio também eu não sei se... Eu não posso dizer que funciona ou não funciona, porque eu não frequento muito o centro comunitário, mas pelo menos eu vejo que o pessoal está fazendo campeonato de futebol aí agora. Então eh, pelo menos de sábado e domingo tem uma meninada jogando. Agora, se foi o ce centro comunitário ou não foi, eu não sei. SPEAKER 1: Isso não tem nada que ver com centro comunitário () Junta meia dúzia de garoto eles fundam um time de futebol. Cada um dá um, dois cruzeiro,  eles compram uma bola. Está feito o time de fut> Aliás, campo nem tem aqui. Isso aí é um cimentário que tem aí. É> É futebol de salão, né? Preço do progresso. aqui um centro comunitário, fun fundado, com os estatutos, com isso, com mais aquilo, mas ninguém frequenta porque não funciona. SPEAKER 3: Em que consistiria esse centro? Esse centro é  SPEAKER 1: é... Praticamente é para resolver os problemas dos dos moradores do do conjunto. Mas não resolve nada. Pelo menos até até agora não resolveu nada. E problemas aqui não tem, eles criam problemas. Se este é um é um conjunto novo, não tem nada para se fazer aqui, é conservar o que foi feito. Então eles querem criar problemas. É se Eu fui em três reunião desse com de desse centro comunitário, não vou em mais nenhuma. Só bate-papo, ora eu gosto muito de ba de bate-papo, é na porta do bar. SPEAKER 0: Esse centro comunicar s comunitário realmente entrou um pessoal que monopolizou a coisa. Porque o centro comunitário tá ali para... Porque nós temos pouco espaço aqui. Então esse centro comunitário funciona como um tipo de salão de festa, seria. E... Se você fez um aniversário, alguma coisa, você iria lá, alugava o salão e... Daria uma festa, o que você quisesse. Mas aconteceu o negócio de um pessoal aí que ia receber... eles é são do interior, então ia receber a família quase inteira dele, queria dar um almoço para trinta pessoas, foi lá requisitar o salão, tudo bem, para dar almoço, no fim não quiseram alugar o salão para ele, não deixaram, então ficou lá. SPEAKER 2: Tem por ter, né? SPEAKER 0: Agora, por outro lado, também tem o seguinte, todo mundo critica, mas ninguém quer ir lá e se candidatar a ser o presidente do centro. Então, desde que eu moro aqui, o presidente é um só, né? SPEAKER 1: Não, o presidente já foi muda> O que estava não servia. O que está atualmente eu não conheço, que também não serve. Centro O um centro comunitário é mais um centro cultural, então devia ter tudo aí, devia ter promoções. Sabe Agora eles fazem campanha, votem em mim, votem em mim. Você vai lá, vota. Eles se acomodam. Bom, para ganhar dinheiro eles não querem esse cargo, porque a mensalidade daí não dá acho que nem para pagar a luz, é dez cruzeiro por mês. Quer dizer, agora no momento que eu precisar desse salão, porque talvez eu vá precisar, né, eu tenho dois filhos para casar, se eu vou for dar uma recepção, eu não posso dar aqui num apartamento, porque o vizinho debaixo não dorme (riso). Então nós temos um salão lá para isso. Aí eu vou lá e vou requisitar. SPEAKER 0: Ah, mas parece que agora já estão alugando através do centro, não sei. () SPEAKER 1: Nós temos um... um morador aqui, que foi o primeiro morador do conjunto. Como ele foi o primeiro morador do conjunto, ele se acha dono do prédio. Então, ele s ele só... só só dá ideias malucas Foi, inclusive, ele que queria murar isso. Quer m> Murar pra quê? E> SPEAKER 2: Hum eu não tô numa penitenciária para viver dentro de muro (riso). A começar do jardim, a gente não pode mexer nos jardins SPEAKER 1: Então, ele como mo foi o primeiro morador, ele se julga dono do prédio. A> Agora ele tá mais conformado do que... SPEAKER 0: É, são certos conceitos que é difícil a gente entender, né? Tem coisas absurdas aqui. SPEAKER 1: E ainda batia no peito. Não, porque eu fui o primeiro morador desse co desse prédio. Eu falei, o que é que eu tenho com isso? E> () foi o primeiro, eu fui um dos últimos, e> Eu não tinha ne não tinha pressa de mudar. Eu mudei quando achei conveniente. Quando eu vi que estava tudo asfaltado, tudo prontinho, eu mudei. Agora, você mudou quando tinha barro aí o> O problema é seu, não é meu. Agora, você quer ser o dono do prédio, é? É impossível. Você é dono do seu apartamento. Inclusive, plantaram uma árvore no jardim aí, que deu uma polêmica com o vizinho do primeiro andar, que, no fim, eles acabaram perdendo a causa, né? Foram a obrigados a tirar a árvore. que a árvore ia cres crescer tanto que o o pouco sol que entrava na janela não ia ter condições. SPEAKER 0: É, mas essa pessoa que meu pai tá falando, eh, ele é do interior, ele não se adapta a morar em prédio, não tem jeito mesmo, ele é daquele cara que ainda fala o porquê, esse negócio todo, então ele... Sei lá, o ele tem um conceito diferente, então ele acha que... Ele é o dono do jardim, inclusive quem resolveu plantar pé de laranja aí (rindo) e outras coisas foi ele, quer dizer, meio absurdo, né? M> SPEAKER 1: (riso) A gente diz, ninguém coopera. Cooperar em quê? Eu não vejo nada para fazer nesse prédio. A> A única coisa que eu vejo para fazer nesse prédio, agora que ele já tá totalmente eh habitado, é mandar consertar as escadaria e pintar. É () SPEAKER 0: <ão, inclusive teve uma coisa... Inclusive teve uma coisa engraçada com esse cara mesmo, porque ele sempre cismou que na garagem tinha que ser dividida. N> Não, tem que dividir, cada um tem que ter seu lugar, porque antigamente cada um chegava e pegava o primeiro lugar que tinha vago. E> Insistiu, mas acontece que aqui não cabe dezesseis carros quando tem dezesseis apartamentos. Caber, cabe, mas tem carro que vão pegar determinado lugar que fica meio carro dentro e meio carro fora. E> E tanto insistiu que no fim ele concordou e infelizmente ele pegou um dos piores (rindo) lugares. E agora é (rindo) o cara que mais reclama aqui, que quer modificar, que achava que não de desfazer, e> Então, esse prédio aqui até que não é tão ruim em termos de moradia. Então o próprio pessoal acabou deixando o cara de lado, ficou completamente no gelo. E> Eles melhoraram bastante agora, porque antigamente era só problemas com ele, com problema lá embaixo. Então o pessoal não sei quem teve a brilhante ideia de deixar o cara no gelo, ninguém mais deu bola. O cara ficou totalmente isolado. A> Agora ele tá parece que melhorou bastante. Pelo menos ele tá procurando vim conversar com a gente. Quer dizer, aquele negócio. SPEAKER 1: Agora ele quer voltar para trás o que ele o que ele mesmo criou. Porque Todo mundo concordou em fazer sorteio de divisão de garagem porque ele insistia. O pior lugar que ele pegou mesmo fomos nós que pegamos o lugar da lixeira. Nós não reclamamos nada. Fui sorteado aqui, aqui é meu lugar, acabou. N> SPEAKER 0: Até que não é tão ruim, porque afinal de contas, SPEAKER 1: Não é tão ruim, você chega aí de madrugada um cachorro te pula em cima (risos) e você pega um susto. Tá bom. SPEAKER 0: Realmente, isso é porque deixaram a porta aberta, né  Mas eu cheguei, eram meia-noite e tanto, eu fui fechar a porta da lixeira e saiu um cachorro lá de dentro (risos) Quase que (rindo) eu desmaio lá no chão, mas tudo bem, né? Então quem mais sofre com esse problema de lixeira aberta somos nós mesmo. Agora, por outro lado aqui também, que essas coisa me deixam louco, principalmente essa falta de bom senso. Tem gente que chega, esses prédios aqui, Os prédios novos atualmente, não esse, mas todos, as paredes são finíssimas, é quase que umas divisórias só. Então qualquer barulhinho que se faz no andar térreo ou na rua se ouve. Então é muito comum chegar às vezes no prédio ao lado, aqui nesse prédio, o pessoal chega meia noite e meia, duas horas da manhã, deixa o carro ligado um tempão com rádio alto, ficam conversando em voz alta, quer dizer, eu sinceramente, sem demagogia nenhuma, eu não faço uma coisa dessa, porque eu sei que incomoda, mas todo mundo faz. Todo mundo, quer dizer, tem um monte de exce exceções, é lógico, mas uma grande parte faz isso. E> Isso é muito comum a gente ver em São Paulo, pessoal você tá parado num trânsito que não dá para andar, tem sempre aquele que mete a mão na buzina, tem sempre aquele que te fecha, tem sempre aquele que te xinga. Isso aí não é problema de São Paulo, mas é problema do mundo, né Ahn, enquanto a turma não tiver um pouco mais de bom senso, a gente vai ficar passando por esse probleminhas pequeniníssimos. SPEAKER 3: Só para finalizar, gostaríamos que vocês dessem opinião a respeito de uma cidade ideal, ou pelo menos bastante satisfatória para os habitantes. Hum, acho que essa cidade ideal só existe na nos> SPEAKER 1: A cidade i ideal é aquela que tudo nós falamos, tirando todos os os defeitos que ela tem, essa seria a cidade ideal. Então a cidade ideal precisa ser construída. SPEAKER 0: É, para mim uma cidade ideal, quer dizer, em termos, porque jamais a gente vai conseguir satisfazer todo mundo, mas seria uma cidade, vamos dizer, planejada. () Planejada em termos de crescimento ordenado, para não acontecer o que aconteceu aqui em São Paulo. E> E nós acho que já temos assim um um modelo, tipo de cidade talvez bem planejada, como foi Brasília. Realmente lá eh hum foi muito bem feito. E> Isso em termos urbanísticos, né? Agora, nos outros termos, eu acho que uma cidade precisa se contien se conscientizar mais dos problemas de cada um. Cada um se conscientizar daquilo que deve ser feito. Mesmo com todos os problemas que ela possa ter, nós podemos viver um pouquinho me melhor dentro del>