Inquérito SP_D2_324

SPEAKER 0: : Bom, eu sei que vocês duas já viajaram muito, né? Fora ou dentro do próprio Brasil. Então, eu gostaria que vocês con conversassem a respeito das suas viagens, tá? Quem vai começar?

SPEAKER 1: : ###  poderia ter ido mais longe um pouco, mas E quando que você teve as viagens? ### ### ### Ele era um antiturista por por excelência então ### No nosso tempo já viajavam as moças so ### ### ### ### Não era um hábito tão difundido como hoje né. Então, em solteira fiz muito poucas viagens. Ia à Santos, todo mundo ia à Santos, lembra? Não, eu ia a Santos muito tarde, eu ia só para a fazen ### Depois de casada, tive a oportunidade de fazer mais alguma coisa e mas  agora, de um tempo para cá, estou inteiramente (risos) ### Sossegada (risos) mas eu fiz o maior número de viagens justamente solteira e assim, íamos para Jundiaí, para Poços de Caldas, para... Cidades assim, né, fazenda. ### Todas as férias eram nas fazendas e eram deliciosas. É ### ( )  mais fácil e mais utilizado nessa época da sua infância, e quando na fazenda, em brincadeiras, ou quais os tipos de transporte que eles usam dentro da fazenda?

SPEAKER 2: : Para chegar na fazenda, ia-se de carro até a estação, tomava-se o trem e chegava-se na fazenda, onde o troller esperava a gente. Então, íamos de troller até a fazenda, que achávamos delicioso. ### Essa fazenda que nós fomos mais,

SPEAKER 1: : Foi aqui perto, perto de Campinas, chamava-se Bela Vista. Hoje tem um outro nome a a cidade. Essa foi a fazenda que mais nós frequenta

SPEAKER 2: : Também tinha fazenda de tio lá em Barra Bonita. E também com muitas vezes. Barra Bonita foi fundada pelo meu avô. Ele que fez a primeira doação das terras para a igreja, para o pátio da cidade, para parque. ###

SPEAKER 1: : Quer dizer, gente que subiu. se instruiu e e agora está completamente mudada a cidade, né? Mas o começo foi... foi dele As estradas de ferro chegavam até Barra Bonita?

SPEAKER 2: : Chegavam.

SPEAKER 1: : Chegavam até... Chegavam até Barra Bonita. Qual era a estrada de ferro? ### Porque eu acho que era (  ).

SPEAKER 2: : Porque a paulista ia por um trecho.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : Não para para as fazendas aqui mais perto, mas lá para Jaú a gente fazia baldeação em Bauru. ### Jaú, Jaú para Barra Bonita, depois já parava em Barra Bonita. Agora, fomos muitas vezes de automóvel também, isso mais tarde um pouco já, eu um pouco mais velha, assim, digamos, já na faixa do tempo ginasial. Aí nós, até de carro, nós íamos daqui até lá.

SPEAKER 1: : ### ### ### ###

SPEAKER 2: : ### que a gente levava mesmo ### ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : depois começaram essas viagens outras que eu fiz, assim, para Valinhos, para lá Poços de Calda, mais de ônibus Aí já se usava mais ônibus. Tanto que hoje é difícil a gente fazer uma viagem de trem, né? Como que é viajar de trem?

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 2: : Viajar de trem é muito gostoso, porque vai-se muito mais confortável, tem os carros puma, né? A gente anda à vontade. Viajar com criança, então, em em trem é uma delícia, só que as viagens são mais demoradas. Os trens param em mais cidades, né?

SPEAKER 1: : Mas é muito gostoso, mesmo para ir dormindo, né? Eu acho ótimo. Eu durmo muito bem em qualquer lugar.

SPEAKER 2: : o embalo do trem também, eu acho gostoso.

SPEAKER 1: : Muitas viagens minhas que eu fiz de trem assim para o interior.

SPEAKER 2: : Agora para fora que eu tenha saído, eu fui para Recife ### ### Mas nós adorávamos. Aí já era moça. Eu, minha irmã, minha prima. ### ###

SPEAKER 1: : Olha, nós passávamos ótimamente bem. Para dizer, no primeiro dia que nós estávamos a bordo, quando foi hora do jantar, tocou a sineta, e eu e minha irmã descemos.

SPEAKER 2: : Até o os garçons olhavam para gente e diziam, mas onde que a senhora vão?

SPEAKER 1: : Nós vamos jantar.

SPEAKER 2: : Na hora do jantar, o navio estava jogando de tal forma que ninguém aguentava, nem os marinheiros e nós duas estávamos rindo. Quer dizer que passávamos tão bem, né, que a viagem foi maravilhosa. Já a minha prima não passou tão bem, porque naturalmente joga mais, né, um navio menor. Mas achamos muito bonita a viagem, gostamos, Recife, achamos lindo, né? Passamos lá um mês, que nós tínhamos parente lá, né? Achamos o mar de lá também lindíssimo, que é mais claro do que o nosso aqui, é mais ou menos como o de Guarujá, né? Só que as praias têm aquele sargaço, né? Não é como aqui, que não tem vegetação. Lá tem mais

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : E quando você chegou a Recife, a gente costuma mandar notícias para os amigos de lá do ponto onde a gente está. Qual o meio de comunicação que você usou para mandar notícia? carta aérea e postais né.

SPEAKER 2: : Agora, aquelas viagens também daqui para o Rio de Janeiro, quando começou a ponte aérea, eu também fiz uma das primeiras viagens.

SPEAKER 1: : Na ponte aérea, você lembra, Maria? São Paulo. E foi um pouco depois da nossa formatura, que começou  ### Eram as viagens comerciais, né? É ### ### Ponte Aérea é uma coisa mais recente. ### ### Eu fiz viagem também de avião aqui dentro de São Paulo, daqui a Marília, mas depois suspenderam os voos, que eram justamente as viagens mais tormentosas, viu? ### ### ### ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : Eu fui daqui a Bertioga quando o SESC inaugurou a colônia de de Bertioga agora o ano precisamente num eu não lembro mas isso já não é tão... ###

SPEAKER 2: : Você está no aviãozinho e você enxerga tudo. Quer dizer, quando ele desce, tem a impressão que o avião vai bater na montanha, né? ### ###

SPEAKER 1: : Né o céu e tudo, mas não não tem essa sensação de você estar solta no espaço né. ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ### Um sabor de aventura. ### ### ###

SPEAKER 2: : ### ### Agora, em passeios, eu já tive a sensação de ser afogada. Nós fomos fazer um passeio no na represa de Santo Ama E fomos passar de um barquinho para um iate. E ao passar, eu caí na água, não sabia nadar.

SPEAKER 1: : Esse foi o susto grande.

SPEAKER 2: : Mas o instinto ajuda, viu? A gente fica debatendo a perna e não chega a afundar. Agora, a sensação que eu tive na hora, eu achei que eu caí, que eu achei que eu ia morrer. E o meu pensamento foi na minha mão. Como é que minha mãe poderia receber aquela notícia que horror que ia ser nossa graças a Deus

SPEAKER 1: : ### ### Eu também uma vez caí, mas não foi de de um de um barco, foi uma loja. Foi muito modestamente, no subúrbio da Central. ### ### Mas, olha, eu só imaginava e e eu perdi os óculos na nessa queda e e eu tinha aquela ideia de procurar os óculos, mas nisso eu me lembrei que eu tinha que sair de lá rapidamente com óculos ou sem óculos. É uma sensação horrível, porque aquela parede é lisa, não tem apoio de ( ) nenhuma. Então, eee por sorte minha que também não era ainda a minha hora, ### ### ### ### ### ### ### ### Eu peguei o braço de uma pessoa que eu pensei que era uma das das meninas, quando eu olhei era uma mulher já meio de idade e e eu achei graça na história e com isso eu eu distraí eu caí fora mas ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### Eu, quando era criança, sofri um acidente sem consequência. E sempre quando eu conto isso para as pessoas mais moças, elas não entendem direito. Porque eu conto sempre que eu fui visitar os parentes com minha mãe. E na saída, o o dono da casa ofereceu o automóvel dele. para nos levar em casa, e ele não podia ir, porque tinha que ir ao teatro com a mulher, então mandou um primo nos levar. E o primo estava interessadíssimo em saber o resultado de um jogo de futebol. E ele recomendou ao rapaz, olha, cuidado, o prédio não está muito bom. ### ### ### Então, ele foi passar ali pela ladeira São João, onde tinha logo na Rua ( ), tinha a redação da gazeta e ele queria ver a o resultado do jogo. E o carro despencou pela ladeira abaixo, perdeu o breque. Eu era muito criança e não percebi, só percebi isso Mas minha mãe teve a a... Ela tinha ouvido a recomendação do dono do carro. Ela percebeu a o perigo da coisa né, de modo que que ela só imaginava que se tivesse passando um bonde lá embaixo na mesma hora, que ia ser um um perigo. ### ### ### De modo que foi esse também foi um acidente meio meio cômico ### ### Isso é que foi duro. Isso foi mais ou menos por volta de mil nove centos e vinte e três por aí de modo que não havia rádio para para estar transmitindo futebol. Tive que ir à cidade para ver o o resultado na na na redação dos jornais. E quando apareceu o rádio era de... De an ### Como se chama aquilo? ###

SPEAKER 0: : ### Está falando do rádio, hein? É

SPEAKER 1: : o rádio que cada um escutava com o seu fone, né? ### ### O alto-falante que... E os primeiros alto-falantes eram horríveis Me lembro que era uma gritaria, uma coisa muito desagradável. E eram grandes, né? É os aparelhos eram grandes. E... Era assim, uma forma meio retangular ### ### Era aquele aquele tipo, né? Que punha na vitrola também.

SPEAKER 2: : Pelo menos meu pai levou para casa um dos primeiros rádios que apareceram.

SPEAKER 1: : Meu pai gostava de novidades, né? Eee E nós ficamos lá entusiasmados com o tal da do rádio. ### ### Tinha que ter tantos fones, quantas pessoas quisessem ouvir o rádio (risos). ### Só tinha um no comum. ### ### ### ### ### ( ) Como é que é o rádio de hoje em dia, o meio de comunicação hoje em dia está mais fácil? Ah muito ### ### ### ela chegou e perguntou Dona Maria a senhora sabe que o dólar subiu, e eu achei uma coisa de outro mundo ela saber que o dólar subiu, se interessar por isso, porque não é coisa que no outro tempo ela nem nem teria o menor conhecimento né? É ### ### ### como atinge qualquer coisa que que que faz no rádio, como atinge o o a população que que ouve-se realmente o rádio né e agora a televisão, mais ainda né, que além do som ainda tem a a imagem. Você acha que o o rádio foi superado  ### ### ### E a televisão já não tem essa possibilidade, né? Agora, como o meio de comunicação, se uma pessoa tiver que ouvir um rádio ou uma televisão, eu acredito que a maior parte das pessoas prefira a televisão, né? No seu caso, você escolheria rádio ou televisão?

SPEAKER 2: : pelo tempo que a gente tem para ouvir ou assistir Não há mais tempo para você ouvir o rádio você já... Na hora que você vai descansar um pouco, é a televisão né que distrai mais, porque você já vê tudo colorido né, bonito né, parece distrai muito mais do que você ficar só ouvindo o rádio.

SPEAKER 1: : Quais os tipos de programas que vocês costumam ver em televisão ou escutar pelo bairro? Bom Eu gosto muito assim dos concertos quando a Rádio Cultura prepara esses programas e eu tenho prazer. em geral são até no domingo de manhã né. ### ###

SPEAKER 2: : Pelo menos eu que trabalho, chego cansada, é uma coisa assim que... você não precise...enfim, distrai, prende, você quer saber o que aconteceu, fica tentando descobrir o criminoso, como é a história ### Vejo um pouco de novela 

SPEAKER 1: : No começo não via, no geral, não pego as novelas no começo, mas depois você começa a assistir e há curiosidade para o para o final né.

SPEAKER 2: : E os programas de exceção que eles fazem, às vezes fazem programas artísticos que valem a pena mesmo, só por esses programas vale a pena a gente ter a televisão em casa, porque na maioria mesmo é muito muito comercial, muita coisa que cansa. Agora, eu acho que quando a gente está com visita com... é mais interessante uma conversa do que ficar com o televisor ligado, que hoje em dia já não acontece muito. A gente vai fazer visita e as pessoas não desligam o televisor porque estão na novela, quer dizer que também vale a pena, quer dizer, diminuiu muito esse sistema né de fazer visita e tudo, porque a gente vai atrapalhar. ###

SPEAKER 1: : ### ### Mas minha mãe contava quando ela era mais ( ), ela tinha casado há pouco tempo, ela estava morando em São Carlos e lá, naquele tempo, começou o sistema de passar as fitas em série. ### ### ### ### O fenômeno da da novela, da televisão, é é o mesmo né. ### Eu tenho muito cuidado de não telefonar com as pessoas no horário dessas novelas principais, porque quando a gente telefona e chama alguém, né? ### ### É, essa relação, o rádio substituído pela televisão em massa, né? Depois eh ( ) ### ### ### ### ### Você acha que as pessoas vão menos ao cinema por causa da televisão? ### Eu não vou ao cinema, por exemplo, porque já desacostumei de ir Mas, no geral, as pessoas vão ao cinema sim. Eee ### ###  curiosidade ver o filme logo no lançamento.

SPEAKER 2: : As pessoas que estão acostumadas a Que tudo é uma questão de costume. Cinema, teatro, tudo é um costume. Se a gente vai sempre, então acompanha, tudo tem interesse.

SPEAKER 1: : Para ir de vez em quando é muito difícil. A pessoa já desligou daquilo eee não interessa. ### ### ### ### E e eu estava vendo, oh meu Deus, que diferença que faz o tempo que eu gostava de carnaval e e queria ir, procura va né agora, tanto faz ( ) Então, é preciso ir nas coisas enquanto a gente gosta e tem prazer naquilo que Chega um tempo que que isso acaba completamente. Bom, a vida acaba com muita coisa Que a gente gosta, né? Não mas mas mesmo com as coisas que a gente se interessa, o cinema também, né? ### ### ### Tinha... eles levavam duas fitas, né? Tinha a primeira, depois tinha o intervalo, depois tinha a segu

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : ### ### ###

SPEAKER 1: : ### ### E à noite, só iam os adultos? Não, os programas não eram censurados como hoje, há criança no cinema de noite eee. ### ### ### Mas eu acho que, no nosso tempo, não não iam mesmo  ### ### ### É, mas é porque era o hábito, né, mais da casa, mas saiam na no cinema. Havia uma coisa engraçadíssima, parece incrível hoje aqui em São Paulo. Você lembra que no cinema República havia um sistema de, das daquelas ( ), você lembra disso? ### ### ### ### ### ### ### tinha que mudar de fita, porque senão não havia sustento. ### ### Agora, na parte da noite, só mais tarde. ### ### ### ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### O transporte comum era bonde, né? ### E era uma coisa assim, só para faixas econômicas mais mais altas eee. ### Agora, o transporte para a escola de bonde era delicioso (risos).

SPEAKER 2: : Para começar, o bonde esperava até a gente chegar no ponto. Ãh aquela os motorneiros já conheciam a gente, o horário, então vinha-se correndo, eles esperavam, tomava seu bonde, ia até a escola.

SPEAKER 1: : Era muito gostoso, aqueles bondes abertos vocês nem conheceram, né? ###

SPEAKER 2: : ### Mas eram os bondes abertos, aqueles que o motorneiro vinha pelo ( ), recebendo dinheiro, né? E todo mundo se conhecia, todo mundo no bairro, e uma criançada louca no bonde.

SPEAKER 1: : Era um era divertidíssimo. ###

SPEAKER 2: : ### Não, tinha os pontos.

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 2: : É, você tinha tinha que estender o braço e para descer puxava

SPEAKER 1: : Como de ônibus hoje, né? É ( ) ### para a gente descer. ### Era freguesa ali daqui de Higienópolis. Ah que tinha aquele aquele cobrador preto e gordo, lembra? Tinha um cobrador preto, gordo ficou anos naquele no ponto de Higienópolis. O Avenida Grande era um bonde que fazia um percurso grande, subia a Rua da Consolação, foi fazer a Avenida Paulista e acho que descia a Liberdade. ### Então era, o Avenida Grande era era famoso por carregar a meninada da escola.

SPEAKER 2: : Agora, eu morei um tempo em Santo Amaro, que tinha um bonde que apitava que nem um trenzinho né.

SPEAKER 1: : O bonde de Santo Amaro ah tinha um percurso assim, não não ( ) né Não. Era quase como um me era quase que por cima da (risos) da terra, mas era como um metrô não tinha cruzamento, tanto que ele era muito rápido, eu não entendi. Mas era

SPEAKER 2: : era um bonde maior, mais pesado que os outros, fechado. A cabo. E apitava como trenzinho.

SPEAKER 1: : ### ### ### Como no trilho. Aham. Eee ### ### ### ### ### ### ### ### ### ###

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : ### ### ### ### ### ### ### Inaugurado ### ### ### Antes tinha um outro, tinha um trenzinho. Eu sei dessas coisas porque a família da minha mãe era de de Santo Amaro. Eles tinham lá uma uma propriedade. Então, minha avó saiu daqui com a família e e bagagem para passar a temporada em Santo Amaro. Isso era mais perto do que onde você morava (risos). Ele saiu daqui e veio passar a temporada ali na Essa chácara ainda existe a casa velha da chácara, não sei do que. Uma uma casa muito boa, muito bonita, ( ) eh É ali na chácara Santo Antônio. Então, saíam daqui para ir passar férias. Hoje parece uma coisa incrível, isso Uma das das coisas que minha mãe muito se gloriava foi quando ela estava noiva, ela foi para lá com o pai, né, para passar depois lá conforme eles determinaram, e meu pai ia lá aos domingos, mas depois houve um feriado assim inesperado. e morreu alguém importante, deu no feriado, então ele foi lá visitar a mamãe, mas ele tinha perdido já o primeiro o primeiro trenzinho, então ele foi  Então, minha mãe considerava (risos) um ato de grande  ### ( ) Perdendo o trem, tinha que ir a pé não tinha outro jeito (risos). ### em mil novecentos e dez, ( ) uma coisa muito rara ### ### ou se quiser andar de bicicleta, acho que era o único modo mais (risos)...  ### ### ### ### ### ### ### ### Viagem internacional? ### ( ) o avião é uma coisa muito mais recente. Eu fui em uma viagem... Aqui, viagens de trem, essas coisas eram tão mais difíceis que eram raras né. Hoje, a circulação é é enorme de um lugar para outro eee. Pena que naquele tempo, não não havia essa possibilidade ( ).

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### Ah, viagem de avião? Entrou-se lá naquele (risos) na naquele aparelho, a coisa mais difícil é esperar o horário e embarque aquelas coisas todas, que a viagem propriamente dita é é mais fácil ### ### Por que que ( ). Ah. Porque a viagem é muito fácil. ah porque em geral determinam que deve chegar no aeroporto muito anteceden A gente chega, em geral tem que esperar no aeroporto cinco  Muitas e muitas vezes o avião está atrasado. Então, nós espera pelo por conta do atraso não é? De modo que essa parte que é muito ( ) Agora, a viagem propriamente dita, porque a gente está dentro do avião, que é uma beleza, porque num instantinho, né? Percorre as distâncias grandes e... A sua primeira viagem, você lembra quando foi? ### Qual era o tipo de avião que usava, você lembra? Era o ( ) ### Acho que era isso, já já estava... Você não me pergunte muita coisa desse tipo porque eu não sou a (risos) apropriada para dar as respostas, mas nós fomos em um avião... eu queria assim se era avião pequeno... Não, já era um quadri  menor do que esses de hoje né, e ele é muito menos rápido e tudo mais na viagem de avião que tem em geral é ###  parava em Recife ou na Bahia né. ### ### ### ### passaporte e e e para descer em Portugal, eles pediam um atestado de vacina contra a febre amarela. Acho que morreu tantos portugueses aqui de febre amarela, nos tempos que até hoje eles têm medo da febre amarela, porque ah, não sei se ainda exigem, mas eles exigiam, indo de avião, precisava, eu tendo saído do Brasil há pouco tempo né, precisava levar o atestado do ### ### ### ### ### ### ### ### ### ### ###

SPEAKER 2: : ### Hoje todo mundo sofre da espinha por causa das molas que põe nos ônibus e em todo 

SPEAKER 1: : ### Precisamos voltar ao banco de madeira.

SPEAKER 0: : Existe algum tipo de pessoal especializado que traba

SPEAKER 1: : ### ### ### ### ###  Bom, jornais, revistas, chicletinhos (risos), e balinhas, né? ### ( ) Nesse que eu que eu viajei, não. Agora é possível que tenha até o melhor. ( ) já até anuncia a fita que vão passar no dia, né? O filme ### ### ### ### ### ### ### Não tenho, eu eu não posso eu não... não tenho problema assim de enjoo, mas também não posso ficar assim, muito à vontade, andando e comendo e olhando coisas. Eu devo sentada quieta. Aí eu vou muito bem. Já o Pascoal eh, passa otimamente e vai olhar daqui, quer olhar do outro lado e se mexe cá de lá, isso isso eu não não posso fazer não, vou lá quietinha, aí dá tudo certo. Não tenho assim esse medo medo, não tenho tem medo de de avião? Não. Não? Não. Medo? Nunca tive.

SPEAKER 2: : Tanto que eu viajei sozinha ( ). Não (risos), quando foi a viagem daqui para o Rio, era uma das primeiras viagens de avião. Fui muito bem.

SPEAKER 1: : ### Isso era uma questão de nervoso Né de temperamento nervoso. A Maria falou que fazia-se baldeação, né, Maria? ( ) Não

SPEAKER 2: : É, nas viagens para o interior, para Jaú, o trem fazia baldeação em em Bauru.

SPEAKER 1: : Aí é que mudava, viu? ### ### Você sabe como é que chama essa mudança  O trem sai num... Existe um determinado ponto em que o trem ele sai de uma determinada linha e passa para outra, não é? Tem o  algum nome ou algum formato especial a essa mudança? É  ###

SPEAKER 2: : Chamava de baldeação era a mudança de um trem para o outro. Mas era os passageiros Os passageiros desciam de um trem

SPEAKER 1: : ### ###  Rodovias, existe um ponto em que a estrada, cada uma vai para um lado e há um cruzamento com o outro, eles chamam isso do quê? ( ) ### Mas isso é agora que falam ( ).

SPEAKER 2: : Agora que começaram a modernizar as estradas, a fazer os trevos para poder passar de um lado para outro, mas ( ) tinha estrada mais moderna, né? As mais antigas não tinham, era desvio só (risos). Agora em qualquer cidade que a gente entre, né, tem os trevos, né?

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Tem restaurante, o trem tem carro restaurante, tem o carro dormitório.

SPEAKER 1: : O trem é muito confortável (risos). ### O carro restaurante da Companhia Paulista, por exemplo, era muito bom. A Companhia Paulista era muito boa. Os trens bons, tudo muito bem servido. ### Hoje em dia deve estar melhor ainda, né?

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : Eu acho que não, porque parece que abandonaram muito.

SPEAKER 2: : Eu já peguei agora umas cabines que você entra primeiro durante o dia, mas sabia. De repente é para hora de dormir, você muda aquilo, é cama, você levanta, é toalete, e é tudo numa cabininha, né?

SPEAKER 1: : Mas viaja-se ### ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### ### ( ) É gostoso mesmo. Muito mais interessante do que viajar de ônibus. Que de ônibus você vai sentada, mal acomodada  Principalmente há uma tendência de se modernizar o ônibus também, né? Já existem os ônibus com leito, por exemplo, vai até Mato Grosso, Minha irmã já viajou, disse que... Que dá mais conforto, dá mais descanso, né? ### ### ### ### ### Falta de tempo. A gente que trabalha, quando que tem a oportunidade? Só numas férias, né? ### Nas férias nem nem sei o que dava, porque vão muitas crianças para a fazenda, tudo, a gente não pode ir, né? ### E as crianças que você leva para a fazenda hoje em dia, elas conhecem?

SPEAKER 2: : Não, hoje em dia não se leva mais para a fazenda, porque hoje em dia não temos mais fazenda para levar as crianças. Ah, não? A não ser essa que meu cunhado tem em Cuiabá, mas as crianças das famílias não conhecem, são poucas.

SPEAKER 1: : Alguns sobrinhos já foram lá com os filhos, mas foram de automóvel e voltaram de automóvel né ( ) Hoje em dia não... Elas elas conhecem o meio de transporte Qual é o meio de transporte rural? Agora, hoje em dia, é tudo igual. ### ###

SPEAKER 2: : Ah, só carro.

SPEAKER 1: : Agora quando... Onde nós fomos agora?

SPEAKER 2: : No litoral em Barra Velha, ali em Santa Catarina. Então, a gente encontrava ainda aqueles carros de... de boi, aliás, são até de formatos diferentes dos nossos aqui, são mais chatinhos, quadrados, sabe mais baixinhos, num...são de um tipo diferente aqui dos paulistas. Isso encontra-se ainda, mas já não é... as crianças já não podem usar, é uma outra pessoa trabalhando que que passa, mas não é uma distração. Não tem mais disso. ###

SPEAKER 1: : A gente andava bastante de trole, que era uma coisa bem gostosa, né? (risos)

SPEAKER 3: : (risos) Você conhece trole? Não

SPEAKER 2: : É um carrinho aberto, que tem atrás, assim, dois lugares, e na frente o lugar do do cocheiro. E ali chama boleia, né?

SPEAKER 1: : E ele que vai dirigindo, a gente vai sentadinha para... ### É, charrete também ( ). Como lá em São Pedro não é São Pedro, é em Serra Negra né, que tem aqueles carrinhos puxados por bote ( ) né carrinho pequenininho, como se fosse uma charretezinha né, para as crianças passearem. Mas tudo isso era gostoso no tempo da

SPEAKER 2: : Eram novidades, né? Guarujá no mais para a diante, né? Aí já era o carro que ia esperar a gente na estação.

SPEAKER 1: : As fazendas tinham o meio de comunicação o... Telefone? ###

SPEAKER 2: : Telefone de manivela, né?

SPEAKER 1: : ### As fazendas depois já... Já tinha.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : Cavalo, e os os colonos, iam buscar correspondência.

SPEAKER 2: : Na na cidade, né? Em geral a gente chamava as cidades de vila, né? E era a cidade onde você vai à vila.

SPEAKER 1: : E tinha um ponto especial? Bom, tinha o correio. Isso... Essas coisas eram como hoje, né? Só que em menor escala, né?

SPEAKER 2: : Todo movimento mais lento, né? Não era o atropelo de hoje.

SPEAKER 1: : E também a vida, em geral, era mais sossegada porque também não se tinha conhecimento de todas as coisas no mesmo momento em que elas estão acontecendo, né? Como é o que acontece hoje. Há um terremoto,

SPEAKER 2: : Uma outra calamidade, desastres.

SPEAKER 1: : Na mesma hora a gente está a par de tudo que está se passando no mundo todo de maneira ### Então a gente tem aquela sensação de... de desastre, né? Toda hora. Antigamente não tinha isso. Isso aí

SPEAKER 2: : Tudo se sabia com mais lentidão. ###

SPEAKER 1: : Por isso que todo mundo é mais nervoso, mais... É, isso aí é um ( ) As notícias boas, sempre pouquinho, são divulgadas. ### Então, dá uma uma espécie de... de de peso na na parte nervosa, né? Essa... esse excesso de de de informação, de coisas... coisas desagradáveis Existem jornais que exploram demais essa parte não é? É  Mas mesmo os que não exploram Você abre um jornal, o que é que vem as notícias? ### os acidentes graves. ### Quando vocês leem jornal, vocês procuram alguma sessão  logo de cara tem gente que que começa a ler jornal da maneira mais ( ) possível, né? Vocês começam de uma determinada parte, tanto faz, pegam jornal?  Bom, eu...  quase que não leio jornal hoje em dia, que faz muita falta mas não gosto de ler. crimes. Essas coisas eu não leio. A gente vê pelo cabeçalho que aconteceu alguma coisa, mas não gosto de saber, nem detalhes, nem nada. Acho que só faz mal para a gente, né? As notícias políticas leio os títulos.

SPEAKER 2: : E dos artigos, o que interessa a gente, que a gente tem conhecimento,

SPEAKER 1: : o que é uma notícia que pode ser útil, né? Antigamente lia-se muito mais, viu? Tudo ### Mesmo no tempo de estudante, livros, a vida era mais sossegada e a gente tinha mais tempo para ler. Hoje, com tanto rádio, tanta televisão, a pessoa se prende àquilo porque é mais fácil, né? E não não lê muito. É por isso que eu acho que a cultura assim geral, as vezes é de conhecimentos gerais, às vezes é menor hoje em dia, apesar dos conhecimentos que devem serem mais aprofundados em setores especializados. Né aprendem mais aquilo. Mas no conhecimento geral, eu acho que... Você não acha, Maria? ( ) ### e todos aqui curtiram muito, quer dizer que você tem um meio bom em que todos se interessam por coisas boas, mas no geral... Não, mas é é assim mesmo, não há muito tempo ###

SPEAKER 2: : E a luta pela vida acaba com muitos sonhos da gente, porque quando a gente tem que lutar para viver, então você tem que por de lado tudo que te causa prazer e que você poderia ter mais conhecimentos e leituras mais agradáveis e tem que por tudo de lado, porque outras coisas mais urgentes te solicitam, né?

SPEAKER 1: : ### Não há mais possibilidade de a gente estar indo daqui dali, em qualquer hora, a hora que que que não dá. ### Iam levar lá um documentário sobre a Semana de  Vinte e dois. Me deu vontade de ver. Era pertinho, umas nove horas da noite, não era nada impossível isso. ### ### naquela hora está cansado Tem o problema de... Regina tem esse namorado assim, que ( ) até agora há pouco. Chega aí, fica aí. ### ### ### ### ### ### ### ### ### De jeito nenhum mas não dá mesmo sabe então a gente vai desinteressando dessas coisas, não por falta de interesse, mas porque não não não há capacidade ( ) capacidade as vezes de tempo ou de de resistência física para a  Os seus filhos, Maria, leem revistas? ### ( ) Bom, os meus filhos que não moram mais em casa, eu não estou muito a par. ### Não sei se eles leem em casa outros tipos de revistas, não não sei. As meninas que estão aqui em casa, a Regina se interessa mais por leituras do que ( ) Ela lê bastante livros, literatura em modo geral, e ela ( ) ### Não tenho visto. De ler eu gosto também de leitura, mas menos do que do que Regina. ### ###  a leitora mais... De maior capacidade aqui é é Maria Clara, que ela lê tudo que cai na mão, né? Então ela lê livros, revistas de de tudo quanto é tipo, ela sabe mil coisas. Maria Clara é a mais velha? Não, o mais velho é o Pascoal Como você vê eu, por exemplo, ultimamente eu não não não passei a ser analfabeta porque ainda leio jornal, porque (risos) quando o menino ( ), eu não consigo ler um capítulo inteiro de nada. Ou chega gente, ou toca o telefone, ou me chama e então (risos) e então vai ficando, de modo que que eu levo Tempo para poder ler um livro, uma coisa assim inteira. A noite eu não tenho capacidade de ficar lendo uma coi ### para (risos) para aproveitar para leitura Você lê de noite? Um pouco. ### Para ler, tudo deve ser deve ser bom, mas... Eu aproveito as coisas mais de manhã. Eu levanto às seis horas. Então, é de manhã eu... Pois é, eu também, mas de manhã... Eu leio, eu ouço música... De manhã? De manhã. Agora eu estou sem música, que eu estou sem o meu... O meu efe eme, que é muito grande  Eu por exemplo na minha casa, se fosse música... Tem lá vitrola para fazer ( ), mas aí já é difícil ### o disco. ### Então, ele levanta de manhã, eu acho uma droga que ele desce antes de tomar café ele liga a vitrola e bota um Beethoven (risos) ( )

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ( ) É minha hora de sossego. ### ### Na hora, assim, mais agradável  Que tipo de música você costuma escutar? Música clássica. Clássica É, ou então também valsas, sabe, tangos, ah aquelas músicas mais melodiosas, não muito, as modernas.

SPEAKER 2: : Se bem que tem umas modernas muito bonitas

SPEAKER 1: :  Barulhentas, quer dizer, aí dependia de de gente mais jovem escolher as músicas Quer dizer, tem interesse em encontrar. ### Ela deve estar entrando na fase de ficar ouvindo  ### ### ### Tem uns muito bonitos mesmo. É ( ) ### E essa música muito barulhenta

SPEAKER 2: : Pode ser agradável, alegre, eh enfim, festivo, mas um pouquinho.

SPEAKER 1: : ### ### Por enquanto, tem prazer naquilo Então, tem essa parte que todos eles gostam de de ouvir música. ### Não não dá para ficar ouvindo por muito tempo seguido, né? Eee Mas na hora que mudou para uma coisa mais melodiosa ( ) perfeitamente. Eee ### ### Hoje ele não está aí porque ( ) outro avião. A família e a namorada. Amanhã à noite ele apare ### família que mora no interior e eu devo muita obrigação para essa família que eles hospedaram meus dois filhos que casaram lá nesse lugar, certo? Então, durante o tempo de noivado, o namoro dos meus filhos, eles hospedaram sempre nessa casa. Então, quando eu soube que esse menino estava procurando uma pensão aqui em São Paulo, ( ) que que ele não procurasse pensão que viesse para cá e ele veio, contente Ele é muito muito acomodável. ### ### E Regina já passou essa fase agora (risos). ### (risos) E fica ouvindo ### ### ### não não ### E ele vai toda semana, né? De modo que não... acho que não sente muita necessidade, né? (risos) Eee aqui na sua casa é cheio de gente, né? ### Ai, santa mãe de Deus. O telefone é uma é uma coisa terrível. Aqui em casa toca muito telefone e usam muito telefone também. Outro dia eu queria dar um recado para Elisa que ( ) Eu sei que tinha que ser à noite, porque ela trabalha durante o dia, e eu precisei botar a ( ) As pessoas parem de usar o telefone porque eu quero falar no telefone (risos). ### ### ### ### E fora as meninas que também usam bastante aqui em casa, o movimento do telefone não é brincadeira. ### ### Ah nós temos um um um sobrinho que mora em Florianópolis, ele toma conta lá da filial do escritório. ### ### Até pouco tempo não era, podia ouvir no jornal. ### ### ### ( )  para Campos do Jordão, que era um lugar difícil de falar no telefone. Para a Bahia, eles caem direto ### Um zero um esperar (risos) Esperar. ### Eu sempre conto aqui em casa que o primeiro telefone que eu me lembro, lá dentro da minha casa, o número era Cidade quatro sete dois dois. ### E quando ligava, a gente tinha que pedir Cidade quatro sete dois dois quando ligava para a casa da minha tia Sebastiana, era Avenida  Depois tinha Centro, as estações eram Centro, Cidade, Avenida e Praça ( ).

SPEAKER 2: : Maria, você é mais velha do que eu (risos). Porque eu não me lembro disso. ###

SPEAKER 1: : ### ### ### ### Já não era mais no sistema de... Aliás, eu não sou muito boa para lembrar as coisas que que se passa Na minha casa, nós éramos seis irmãos Às vezes, reuníamos todos e começávamos a recordar Lugares, pessoa... Eu era a única que ficava quieta, porque a Maria de Lourdes se lembrava das coisas muito mais do que eu ( ). ### ### ### Então, às vezes é... No meu caso, acho que é de não prestar muita atenção. ### Às vezes a pessoa presta atenção numa coisa de um determinado interesse, né? Por exemplo, a Noemília, minha filha, é professora do primário. Onde ela vai, ela presta atenção onde está o grupo e ela sabe... A pessoa presta atenção nas coisas do seu interesse direto, né? Eu viajei lá na Itália, fui ( ) lá pelo interior,  uma tia do Pascoal e ela era agente postal lá. Todo lugar que ela passava, ele me mostrava onde era a a agência do correio. É, qualquer pessoa tende mesmo a lembrar de uma coisa de maior interesse. ### ### ### ### ### ### ### ### ### ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : O tê bê xis é para fora ###

SPEAKER 2: : São os telefones externos, né?

SPEAKER 1: : Agora, do interfone... Outro mundo, não precisa ninguém ficar dirigindo. O telefone é instalado, basta a pessoa tirar do gancho, já pode discar. ### É, como nos apartamentos. Lá no meu escritório tem, nós nos comunicamos de uma sessão para outra pelo interfone. Cada um tem o seu número, né? Cada departamento tem o seu ### E é, quando está ocupado, está ocupado também. ### A firma que você trabalha, tem muita gente? ### Uma firma que cresceu muito de repente. Agora está sofrendo algumas transformações com a mudança da diretoria mas ### ### ### ### cresceu assustadoramente. Uma firma de engenharia. ###  mudou de diretoria, né? Mas quer dizer, mudou de diretoria ou mudou de de dono? Não, não. Na verdade era o diretor da filial aqui de São Paulo. Eu assisti o crescimento da firma, porque eu entrei lá faz cinco anos, né? Éramos pouquíssimos funcionários, num andar de um prédio ah. Logo em seguida, já foram ocupando mais dois ou três andares do mesmo prédio. Depois, já fizeram dois escritórios fora de lá. E agora, estávamos em um em um prédio, o prédio inteirinho era escritório, cada andar tinha um departamento. E, assim mesmo, já estão precisando de mais alguns escritórios fora. Agora, saiu O diretor, né? O que foi a alma de tudo isso. Agora estão amplos os diretores também lá de dentro. dito que. Continua. Que vão conseguir continuar, né? Para mim, o diretor que saiu era o maior, né? ### ### Eles têm uma capacidade. ### ### ### ### ###  que eles fazem grandes projetos, né? Como projeto de metrô, de hidrelétricas, é mais eh... a maioria dos funcionários são técnicos, né? Parte administrativa mesmo não tem muita

SPEAKER 2: : Agora cresceu um pouco, ( ) funcionários aumenta, né? Serviço, assim, burocrático, portanto, o arquivo aumentou muito. Mas, no mais, tem quase que só téc Quando eu comecei, éramos três que trabalhávamos com os papéis, porque a contabilidade era feita no Rio de Janeiro.

SPEAKER 1: : Então, que era quase que só organizar aqui para mandar para lá. E o resto tudo eram técnicos. Ãh? ### Todo dia tem malote do Rio de Janeiro, que leva correspondência, toda a documentação aqui. ###

SPEAKER 0: : E quando é urgente?

SPEAKER 1: : Telefone. O telefone trabalha o dia inteiro. ### Bom, sem ser telefone, acho que não tem.

SPEAKER 2: : Só as viagens que eles fazem, né? ###

SPEAKER 1: : Estão sempre engenheiros de lá, aqui, engenheiros daqui, lá. Lá no Rio tem filial? Não, lá no Rio é  ### ###

SPEAKER 2: : Mas aqui ah, esse tempo todo, foi a principal. Foi a o centro onde havia mais trabalho. Eu acho que aqui sustentava quase que o resto da máquina. E agora aqui está mais fraco né.

SPEAKER 1: : Mas pouca coisa, né? Acho que vão continuar e Eu estou nas portas da aposentadoria, então já estou mais pensando em termos de ficar para fora (risos). Você vai se aposentar no  ### Talvez. Talvez vamos ver se vier a possibilidade. Eu aposento. Eu não podia contar esse tempo, né? Em primeiro lugar, precisa saber.

SPEAKER 2: : se vem em ordem né, se está completo, se eles vão... porque às vezes não aceitam em determinado tempo ter uma coisa ou outra. Então, em primeiro lugar, eu preciso saber isso.

SPEAKER 1: : Depois que souber, então, eu preciso estudar as possibilidades de fazer o meu dinheiro crescer para poder me aposentar, né? Se não, o dinheiro diminui. ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Bom, ali no arquivo, eu dirijo o arquivo, mas não é nada de... Dirige carro? Dirijo.

SPEAKER 0: : Você veio até aqui de carro?

SPEAKER 1: : Sim, graças ao carro que eu pude também trabalhar até hoje. Porque eu tive problema na espinha eee Tenho um problema de um desvio. E teve uma temporada que eu pouco andava, né? Se não fosse o carro, eu não não teria tido possibilidade de tomar condução, esperar o ô Agora eu estou boa, graças a Deus. Achei um massagista, que me deu uns puxões no pé... É no pé? No pé. Pegou no seu pé.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ( ) é...Eu não sei como que eles puxam o nervo, porque o meu irmão lá em Campos do Jordão, por ocasião teve um problema de espinha, e indicaram uma freira que fazia umas massagens, e ele foi fazer lá. E a freira fazia as massagens no pé. Só que ele fez uma série. E esse eu fui uma vez só. ###

SPEAKER 2: : ### Porque a questão da espinha, no meu caso,

SPEAKER 1: : Como na maioria dos casos, é uma questão de postura Você precisa tomar muito cuidado para não sentar sobre móvel.

SPEAKER 2: : Por isso é que eu condeno as molas dos ônibus eee e sentar-se em posição, né? Não carregar peso.

SPEAKER 0: : ### ### ###

SPEAKER 1: : Como que eu faço? Eu guio.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 2: : Quer dizer, eu guio bem na medida que não sou assim tão afoita como as pessoas mais jovens, que tem mais precisão né de, sei lá, de controle. E então a gente guia sempre com mais cautela, né? Mas guio normalmente, não chega a atrapalhar o tem ### ### Eu atrapalhei durante algum tempo o trânsito ali da Avenida Santo Amaro, mas eu não ligava (risos). Quando vinham atrás e buzinavam, eu via aquilo e eu dizia comigo mesma, também sou filha de Deus, também preciso aprender, tenho que ter a minha oportunidade e ir em frente. Depois deixei de atrapalhar, porque aí já punha o carro na velocidade, que é exigida para quem vai na fila da esquerda né, na primeira, porque para ir atrás dos ônibus eu achava mais perigoso, quer dizer, que é onde a gente pode andar mais devagar, mas eu achava mais perigoso do que ir pela pela mais rápida, né, porque os ônibus são tremendos, né.

SPEAKER 1: : Eu imaginei muito automóvel, mas de repente Eu cansei um pouco, meus filhos cresceram, começaram a guiar e era muita gente num carro só então eu  eu fui deixando. Principalmente, eu não não dirijo mais, mas eu até vou renovar minha ### Eu gosto, só que eu não gosto de andar de noite. (risos) É, e agora acho que já estamos... Ah, porque a gente não enxerga bem mesmo Já o farol, as luzes atrapalham  Principalmente quem usa óculos, né?

SPEAKER 0: : ( ) Ah trombadinha? Trombadinha já (risos). Diversas.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : Porque aqui quase todos os carros são batidos, né? Porque há os imprudentes, há os maldosos até. ###

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : ### ###

SPEAKER 2: : Com o carro de parar na rua porque furou o pneu, essas coisas.

SPEAKER 1: : E quem resolve? Bom, eu Bom, eu já me associei ao Automóvel Clube, para todo e qualquer problema, eu já chamo até para encher pneu, se bem que eles não costumam fazer isso, eu vou explicando o caso e eles vão. E sempre encontrei boa vontade viu das pessoas. Agora, há pouco tempo, eu fui buscar a minha filha. Era de noite.

SPEAKER 2: : Eu fui buscar a minha filha, que tinha chegado de viagem com a minha irmã, e eles estavam muito cansados e perguntaram se eu queria buscar ou se eu esperava um dos rapazes que ia voltar

SPEAKER 1: : Não, eu vou. E nesse dia, justamente,

SPEAKER 2: : pneus novos e tudo no carro, a gente tem muito cuidado, a gente está com tudo em ordem, já para não acontecer nada. Mas isso é inevitável, um prego. Furou o pneu ali no túnel, na Nove de Julho. Eu comecei a sentir o carro balançar e rezei para que desse tempo de eu sair do túnel. E deu tempo. Mal saí do túnel, a uns cinquenta metros eu parei e vi que o pneu estava no chão. Fiquei esperando um táxi passar, porque aí não não tinha um telefone perto, né?

SPEAKER 1: : E com tanta sorte que passou um motorista, parou e eu expliquei o meu problema, que se o senhor vai me levar onde eu tenho que ir, porque eu preciso chamar alguém que furou o pneu. Ele se prontificou, trocou o pneu para mim e eu acabei o meu percurso no meu carro mesmo. Já duas vezes me aconteceu isso e tive e encontrei pessoas com muita boa vontade que resolveram o problema