Inquérito SP_D2_322

SPEAKER 0: : Na verdade eu havia feito um ano de faculdade em Rio Preto. Vim para eu cresci o primeiro vestibular aqui e fui excedente. Depois eu fui para Rio Preto com a promessa do pessoal daqui de fazer eh em fazendo um ano lá em Rio Preto conseguir a transferên Quando eu vim cuidar da transferência para o segundo ano, eles me disseram que, como lá era municipal e aqui estadual, não podia. Aí eu arrumei um emprego na () Ia ganhar bem, que valeria hoje um salário, acho que de um chefe de sessão, aqui no Para quem nunca fez nada, né, Sônia? (riso) Fiquei doze anos para ganhar o que eu estou ganhando agora, sem nunca ter feito nada. Iniciar ganhando assim, era dinheiro para ninguém botar defeito na época, né? Aí, então, eu desisti de estudar. Até que um belo dia eu encontrei o João Salvador furtado numa farmácia. E ele já era mais ou menos conhecido da família, né? E insistiu, ele sabia que eu havia desistido. Ele me trouxe para cá. Ah, eu vim para cá ganhando metade do que eu ganhava no bolso. () Ou é já () ### ###

SPEAKER 1: : Entrei junto com o Fidalgo. Descobri isso ontem. Ah é? Conver sando com ele, né eu falei, não é que ()

SPEAKER 0: : Quando eu entrei, você já trabalhava aqui. Já.

SPEAKER 1: : E com certeza. Então, você entrou... Eu entrei logo que o José Bonifácio entrou para a ### pois. As primeiras nomeações que ele fez foi o pessoal do Instituto Botânico dessa desse  grupo. O Fidalgo, eu, a ()... E o doutor Renato veio junto... E o Renato acho que veio depois. Depois. Do Fidalgo, é.

SPEAKER 0: : Mas deve ser. Mas

SPEAKER 1: : Mas é dessa mesma época. Uhum. E você entrou depois ()

SPEAKER 0: : Entrei em sessenta e e um, junho de sessenta e um. ###

SPEAKER 1: : bia que você era estagiário, que você ainda era estudante.

SPEAKER 0: : Depois aí eu fui fazer outro vestibular. Aí  entrei, né? Entrei e fiz o curso todinho tra ### Na U Na U Terminei o curso em sessenta e

SPEAKER 1: :  sete, eu acho. () que você já () embora?

SPEAKER 0: : Sessenta e três, não é isso? Que foi embo ra? Eu acho que sim, no fim de sessenta e três, sessenta e

SPEAKER 1: : quatro. Só isso que ele ficou aqui?

SPEAKER 0: : Não, não, espera um pouquinho, faz mais. Eu fui estagiário de Laboriaux em sessenta e cin Ele saiu no final de sessenta e quatro, o doutor Renato. Eu pensei que ele tivesse ficado mais tempo.

SPEAKER 1: : Mas eu não estava aqui, né?

SPEAKER 0: : Não, nessa época não. É, quando ele foi

SPEAKER 1: : Embora eu já estava... Deixa eu ver onde é que eu estava. Onde é que eu estava em sessenta e quatro? Estados Unidos, Cana

SPEAKER 0: : dá. Estados

SPEAKER 1: : Não, eu estava () estava

SPEAKER 0: : Viu?

SPEAKER 1: : É, tinha vindo de Buenos Aires, tinha vindo da Argentina, fiquei metade do tempo aqui. Depois, fim de sessenta e quatro, fui para o Rio de Janeiro. Fiquei trabalhando aqui. Instituto de Óleos do Rio de Ja neiro. Você já ouviu falar? Já.

SPEAKER 0: : Óleos? Não óleos. Óleo.

SPEAKER 1: : Óleo. (riso) Todo mundo pensa que é o lhos. (riso) Instituto de Rio. Foi pelo Instituto? Pelo Instituto. A Aí fiquei lá até o fim do ano. No fim do ano fui para o Estados

SPEAKER 0: : É, na época que eu vim para tua sessão, que era tua sessão na época, Laboriaux você não estava. Fiquei dois anos com

SPEAKER 1: : O tempo todo que você ficou aqui, eu não estava.

SPEAKER 0: : Você voltou quando?

SPEAKER 1: : Eu voltei em fim de sessen ta e seis. Voltei dos Estados Unidos. Passei um mês aqui em férias, se não me engano. E E já saí ãh... Licença para acompanhar o marido. (riso) Foi isso. Não não tinha outro jeito, né? Porque o Peter ia para o Canadá e eu já tinha tirado licen ãh eu tinha saído com uma estágio nos Estados Unidos. Então, para sair novamente, ãh o Laboriaux disse que não me dava outro estágio. Eu tinha (). Eu lembro disso. Né? Mas que se eu conseguisse alguma outra maneira de sair, ele então daria, ele autorizaria. E o que o doutor Alcides sugeriu, é como o Peter ia nesse em trabalho oficial de () de () , que eu fosse, com licença, para acompanhar o marido. ###

SPEAKER 0: : Ele trabalhava no Rio?

SPEAKER 1: : Ele trabalhava no Rio. Manguinho não trabalhava com doutor Renato? Pois é, mas  no tempo que uh o Jacu trabalhava lá, o Peter ainda não estava. Quando o Jacu veio para cá, foi que o Peter entrou em () Ele entrou em () já com em sessenta e um, sessenta e (). Então, quando você fez  (), fez os seu estágio no Estados não como acompanhante de marido, mas quando depois você fez o que lá? Eu trabalhei num laboratório, eu trabalhei como pós-graduada, quer dizer como co como se fosse uma pós-graduação, mas como eu não me inscrevi na pós-graduação, precisava ficar no mínimo dois anos para se inscrever para a pós-graduação. E Eu naquela época pretendia ficar um ano só. Você já estava casada? Já, eu ca sei em mil novecentos e sessenta e dois. Quando eu fui para a Argentina eu já estava casada. Mas, então eu Eu fiquei fa trabalhando um ano lá no laboratório. Eu escrevi para o laboratório de lá, que me interessava né, que trabalhava em bioquímica vegetal. Aí disse que eu podia ir, mas ãh não não não davam remuneração, que tinha um lugar e que ele me estaria disposto a me orientar, tudo eu fui. Aí chegou lá e eles me deram uma bolsa de lá. De lá mesmo eu também me candidatei a uma bolsa da FAU, da não OEA. Aí eu consegui a bolsa da OEA e fiquei lá. Mas eu eu foi Assim, eu eu que vi o laboratório, que me interessei, escrevi para o laboratório se me aceita

SPEAKER 0: : Você foi por conta do instituto?

SPEAKER 1: : Aí eu fui por conta do instituto, com o estágio, quer dizer, recebendo meu salário por aqui e fui para para estudar, para aprender. Né? Agora lá no Canadá também eu não fiquei de braço cruzado, eu tirei o doutoramento lá. (riso) Enquanto eu acompanhava o marido nas horas vagas, eu tirei o doutoramento lá eu fiz o curso todinho de pós-graduação lá. Doutoramento em acompanhar mari Foi difícil mesmo. Eu esta va eu estava a ponto de sair do Instituto de Botânica para poder ir, né?

SPEAKER 0: : Eu lembro mais ou menos isso viu. Eu se eu não me lembro, o Laboriaux te colocou à disposição () colocar. Isso depois.

SPEAKER 1: : Quando você estava lá. Quando eu estava lá, faltavam seis meses para eu terminar a minha tese. Porque o prazo mínimo para se fazer tese de doutoramento é dois anos. Agora, quando eu fiz dois anos lá, faltava escrever a tese. Eu tinha terminado todo o trabalho de pesquisa, mas faltava escrever a tese. Eu pedi para o Laboriaux ficar mais seis meses para eu terminar de escrever a tese. Foi aí que eu me lembro gou. E aí ele negou e disse Que eu não ia não ia voltar mesmo, porque pior que eu já estava lá há muito tempo e não ia querer voltar e tal, e que ele me colocava em disponibilidade. E foi aí que eu passei para a outra sessão () ### Fungos. Não, é que eu nunca tinha trabalha

SPEAKER 0: : Atualmente, como é que está a sua situação aqui? Eu nunca sei. (riso) Você é do Jardim Botânico, é da Fitotaxonomia? Nem eu... São divisões aqui do Instituto? Nem eu sei

SPEAKER 1: : Bom, eu Estou realmente voltada na micologia.

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : Mas, quando o Ivani foi embora daqui, a sessão de fisiologia, de fitoecologia, ficou sem chefe. Uhum. Então, como eu trabalhava aqui muito, uh usava muito o laboratório dessa sessão, o doutor Alcides me colocou assim encarregada da sessão. Quer dizer, acumulando ãh as duas funções, mas recebendo só por uma né, que era a micologia. Nós a qui só acumulamos sem ganhar. Eu fiquei tomando conta da sessão até chegar ali. Quer dizer, eu fiquei  respondendo pelas duas.

SPEAKER 0: : ### E agora

SPEAKER 1: :  que elas saíram, você tornou a? Não. Agora não. Agora eu estou aqui  e porque eu moro aqui, né? E quem responde pela sessão de fitoecologia? O (), ele que é o dire tor da  divisão. Quando a di A sessão está sem chefe, quem responde é o Quem orienta o pessoal aqui, por exemplo, o trabalho até da Ingrid,  uhum quem () quem realmente orientou a escrever, discutir, et cetera fui eu. E o trabalho atual dela, o que se deve comprar, o que não se deve comprar para a seção, tudo isso eu que ajudo Porque eu uso também, né? () () Eu também u

SPEAKER 0: : so (). Ah, o Max me falou qualquer coisa que ela parece que queria a chefia da seção e que podia indicar, mas era mais por desencargo de consciência, porque não pode, ainda tem qualquer problema com o CREA, né?

SPEAKER 1: : Não sei. Bom, pode ser que tenha algo, extraoficialmente, porque a gente saber realmente não tem nada, quer dizer, ela tem Ela é pesquisadora né, ela já tem doutoramento, ela já tem já passou no regime de tempo integral, quer dizer ela já cumpriu ãh o programa do regime de tempo integral e muito bem cumprido. Quer dizer, ela já não tem, ela tem Todas as condições, tem capacidade, tem trabalho já feito, tudo para poder ser chefe.

SPEAKER 0: : Existe um acordo, mas deve ter sido um acordo verbal, ainda com o coordenador antigo, o () que enquanto não fosse definitivamente resolvido o problema do da da briga de agrônomos e biologistas aqui no Instituto, que não deveria haver nenhuma indicação de biologista para nenhum cargo de chefia. Bom, Eu sei disso porque comigo aconteceu, entende? O doutor Alcides chegou a mandar meu nome para substituir o João, e voltou. Mas isso realmente não é um Uma coisa legal, quer dizer, não é uma coisa... Não é, mas segundo, por exemplo, o Adalto, é um acordo de caval

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Eu não sei, a coisa andou preta, né? Porque os agrônomos autuavam os biologistas que exerciam chefia, Então, para evitar qualquer polêmica maior, eles resolveram parar, até que fosse resolvido. Hum

SPEAKER 1: : Depois disso, os biologistas foram () novamente, teve que acordo aí. Um acordo unilateral, quer dizer, só  Tem um cavaleiro nesse nesse acordo né. Claro, você tem dúvida ainda? (riso)

SPEAKER 0: : (riso) Não, então eu a cho que. Mas, de qualquer forma, o problema da Ingrid é é exatamente o mesmo. Enquanto não... não fica definitivamente resolvido a questão de do CREA, eles não vão nomear.

SPEAKER 1: : Isso é a é decisão deles né, como eles que nomeiam (). Podem não querer nomear, mas que não existe motivo, não existe. Ela tem todas as condições.

SPEAKER 0: : Era hora. () Eu só consegui, te digo mais, quando eu vim aqui na sessão, doutor Alcides fez uma representação para o CREA explicando o porquê que ele ia me colo E, entre outras coisas, ele dizia que o cargo exigia a formação de professor, com cursos de didática, de ministração escolar, et cetera, et cetera, né? Que lida com alunos e tudo mais. E só aí é que eles per eles permitiram. Quer dizer, permitiram, mas eles não criariam cargo. Tanto é que eu nunca recebi multa, (), nem na Apesar das ameaças, né? Ah, bem, apesar... De gente () que, olha, você vai  receber tal. Até hoje eu não re Eu também não. Ah,  não? Não.

SPEAKER 1: : (riso) O que é o CREA hein? É o Conselho Re Então é o conselho que, digamos, divide as pessoas relacionadas com as profissões de engenharia, arquitetura e como agrônomo também, engenheiro, agrônomo, ele está ligado ao mesmo conse Mas esse conselho deve deve decidir as pendências entre essas três profissões né e e digamos vigiar para que outros indivíduos não exerçam indevidamente essas profissões ou que os indivíduos dessas profissões não não façam coisas atentando contra a ética do conselho né. Mas eles não podem, por exemplo, multar indivíduos de outras profissões estejam exercendo essas profissões e não estejam filiados ao ao conselho, ao CREA. É a mesma coisa, um médico não pode chegar e multar um um como é que diz um um leigo qualquer que esteja exercendo ilegalmente a medicina. O que ele pode fazer é denunciar. E aí, então, a Secretaria da Saúde, o Ministério da Saúde, o Ministério do Trabalho vai e a própria Polícia toma as providências por exercício ilegal. Mas o médico não. O médico só pode ãh se mul multar um outro médico que esteja fazendo alguma coisa ilegal, para um médico que não esteja registrado no no conselho. Mas aqui eles interpretaram a lei um pouco diferente e fizeram isso com os biologistas. O final dessa briga entre biologista e agrônomo, ela existe, faz tempo, não?

SPEAKER 0: : Acho que não faz muito tempo n é? Eu acredito que... e isso é aqui, não é geral não, não são todos os biologistas contra todos os agrônomos. É um grupo pequeno de agrônomos aqui no Instituto que se acharam prejudicados por algumas medidas aí da direção do Instituto, que diga-se, de passagem, é exercida por agrônomo. E, para ganharem alguns postos, resolveram se apegar ao fato de que o biólogo não tem a profissão regulamentada. E eles têm. Então, eles se acham os os donos de direitos de todas as chefias e de todos os cargos existentes no Instituto de Botânica, de nível universitário. É. A última que um deles aí me falou, o Matos, foi que Não, vocês vão ter que aí todos () Não pode ficar nenhum biologista aqui porque vocês não têm direito. É a opinião dele, né. Aliá s, quando eu entrei aqui, porque eu havia saído do Instituto de Botânica. Eu saí, fiquei só lecionan do. Depois, quando abriu o concurso, eu vim. tei concurso, entrei e fui para a sessão dele, sessão de março. Eu não sabia dessa. E logo que eu cheguei, daí um, dois dias, primeiro eu ouvi um comentário da mulher dele dizendo o seguinte, pô, cara idiota, né, nem vem. Para que que vai tomar posse aqui se vai ter que sair daí uma semana, um mês?

SPEAKER 1: : Ah é?

SPEAKER 0: : É. Aí eu fui falar com ele, eu não iria falar com ela né, por princípio eu não converso com ela. Aí eu fui conversar com ele, ele trancou a sala, fechou, sabe fez uma onda danada e disse que iria estourar uma bomba. E olha, honestamente, não é piada não, quando ele começou que vai estourar uma bomba, você deve sair daqui porque vai estourar uma bomba. Como aquele prédio, (riso) era um prédio recém construído e havia muita crítica a respeito da construção do prédio, Eu pensei que fosse realmente colocar uma bomba no prédio, que ia explodir, né? É, a gente muda de... (riso) Mas o que ele queria dizer com a bomba eram eram essas autuações, essas multas do do CREA. Então, eu ti ve uma recepção altamente festiva, viu? Na sessão dele... Mas da acho que isso foi em setenta e

SPEAKER 1: : E o auge em setenta e quatro. Bom, a bomba já deveria estar sendo preparada desde mil novecentos e setenta, porque eu não fui atingida pela bomba chamada né, porque eu estava fora em, eu cheguei em mil novecentos e setenta. Então quando eu cheguei os processos todos já estavam armados no CREA, então por isso eu fiquei de fora. Então, quer dizer que desde a gente pode traçar a origem por isso, porque senão eu teria estado nessa mesma leva. Eu só não estive só não fui incluída por causa disso, porque eu tinha chega acabado de chegar quando o negócio já estava instalado. Agora Só explodiu a chamada, a chamada bomba, né, em

SPEAKER 0: : Setenta e três A chefe da seção de ilustração botânica é desenhista, ela foi autuada também, eles queriam o cargo da da ilustração para agrô

SPEAKER 1: : É, mas agora já foi corrigido, né? Deve ter sido. Na segunda vez ele não voltaram () deixar ()

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : (riso) E no caso assim, o biologista teria uma função específica aonde então? Bom, específica ou regulamen A carreira de biologista não está regulamentada. São agora estudantes, o próprio presidente está estudando especialmente o problema da carreira de biomédico e de biologista, que são quase uma coisa só. Porque os dois trabalham como biologista e os dois são biólogos né. E o diploma é de biólogo. Mas ãh o o biologista com a formação que tem pode ter ãh especialização ou em magistérios ensinando ciências biológicas, ou então em pesquisa de ciência pura né, que é a formação que ele tem. E E realmente, Quem trabalha com ciência pura não trabalha com ciência marciana ou abstrata. É um negócio que pode, eventualmente, ter aproveitamento prático, como toda ciência tem. Aliás Tem um artigo lindo sobre isso, escrito por um um bioquímica, sobre a importância da ciência pura né. Ela pode agora não ter, mas no futuro ela seguramente terá se for ciência bem fei ta, né? Então, as as duas os dois campos de atuação do bio o magistério secundário superior e a pesquisa. Prin

SPEAKER 0: : Na verdade, na faculdade a gente é levado mais para o lado do magistério, né? Não. Hum. Não. Acho que sim, viu, Sônia Olha () Ãh, se você tirar a USP, a nossa faculdade aí, você pegar, por exemplo, Mogi, Guarulhos, ãh Rio Claro, Rio Preto, todas elas formam, na verdade, professor. Quer dizer, a USP é a exceção. E representa hoje o quê? Acho que dez por cento dos biologistas né que se formam.

SPEAKER 1: : Não sei, Reinaldo, mas eu tenho tido ãh estagiários aqui de inúmeras faculdades. E, olha, muito poucos da USP, para dizer a verdade. A maioria vem das... Eu não sei se é porque eles estão tentando sanar uma falha da faculdade, ou se é porque a faculdade já os motivou. para pesquisa mesmo, porque eu tenho tido muitos estagiários de outras faculdades, Rio Claro, ãh Araraquara, se eu não me engano, Campinas, o pessoal da Unicamp tem vindo bastante, de outras faculdades mesmo, ãh Mogi. Mas a formação que eles têm... Agora, a formação pode ser que seja mais dirigida para o Magistério.

SPEAKER 0: : Você sabe o que acontece? O pessoal, eu eu não sei, eles têm uma certa ojeriza em lecionar. O magistério hoje em dia não é o que era, por exemplo, há cinco anos atrás. Mudou e mudou bastante. Hoje em dia o professor está pedindo emprego aí de chapéu na mão, né? Pode ser formado pela USP, ele perde, o que é um absurdo, mas o indivíduo formado aí na USP, na hora de concorrer com o formado em Mogi, ele perde em número de pontos. Porque os de Mogi têm muitos curs de, sei lá, curso de especialização em ecologia, curso de que tem títulos, nomes muito bonitos e que não funciona. Basta aqui dizer que a gente recebe alunos assim que dizem o seguinte, Ah, eu queria, eu preciso fazer uma monografia de gramínea. Isso aconteceu comigo. Mas a única coisa que eu sei de gramínea é que é uma pteridófita. É (riso) Quer dizer, então, a gente pega o livrinho do Ailton né, aquele de sistemática, que é livro de colégio, dá para o cidadão e fala, oh, tira daí. Então, ele copia aquilo e leva para um cidadão, que eu não vou dizer o nome, foi colega meu de faculdade, é desagradável () E o cara () nota oito, nove, né, então ele está especialização em ecologia. com nota nove, e isso conta ponto. Certo? E fazem todo quanto é cursinho aí de (), e de Fundec, sei lá mais o quê, aqui no Instituto, em exceção a meu curso, que valeu ponto.

SPEAKER 1: : Mas eu espero que você tenha dado um curso que seja para valer mesmo, não só para valer ponto né.

SPEAKER 0: : Valer ponto para quem receber o curso. O nosso curso foi tão bom, (riso) vou puxar a brasa para minha saidinha, foi tão bom que nesse... curso que deram agora de guias curriculares para todos os professores de ciências do estado de São Paulo foram dadas experiências nossas aqui () () Coi sa nossa. Que, aliás, eles haviam se comprometido a não divulgar sem autorização do diretor, né, de divul Quer dizer, o curso é bom. Agora, o nível dos alunos é qualquer coisa de... Alunos, professores, né? Foi curso para professores. Professores ### Eu acho que eram cinco ou seis. No meio de trinta, as as seis primeiras notas foram do pessoal da USP. Não, realmente, é indiscutível a formação do pessoal da USP, ainda é a  melhor. Por isso que eu digo, não dá para para gente () Veja você, no curso de trinta professores, eu acho que cinco eram da USP e vinte e cinco eram de outras faculdades. Então, realmente, esses de outras faculdades, eles sentem deficiência, e procuram sanar com estágio, com cursos complementares. C om né? Eles não têm culpa de receberem um curso de formação baixa. Entende? Eles não são culpados.

SPEAKER 1: : Mas o nível é... É, mas eu acho que o nível é baixo. É baixo. Não é nível baixo só para pesquisa, é nível baixo para o magistério tam

SPEAKER 0: : Claro. Mas o que eu quero dizer é que eles, apesar do nível baixo, quando eles procuram sanar essas dificuldades... É para o magistério. É para o magistério e eles, numa disputa entre um elemento da USP e um de outra faculdade, geralmente ganha o da outra faculdade.

SPEAKER 1: : Ah da natureza, né? Isso eu já reclamei.

SPEAKER 0: : Na época que o Carlos Bicudo era da () () Ele ficou () o problema para a () Não sei o que aconteceu, porque é uma injustiça tremenda, viu, o que se faz com o pessoal da

SPEAKER 1: : Bom, já esse problema foi levado, inclusive eu acho que a USP andou reestudando o... que tem um outro problema ainda, tem certas faculdades que dão os cursos de ciências, o curso, dá dão uh o título de licenciado de pequena licenciatura. Mackenzie, por exemplo. Só ciências Então, eles podem lecionar ciências. E os nossos, os que se formam na Universidade de São Paulo, podem lecionar ciências e biologia. Mas quando é para um concurso de de facul de escola onde tenha ciências, os nossos perdem um ano, porque o curso dos outros é de três anos e o dos nossos é de quatro anos. Então eles levam um ano mais para se formar, eles estão perdendo um ano da vida profissional deles por causa disso. E eu acho que, eu não sei, eu acho que ah a Universidade está fazendo agora também dar um currículo mínimo para para deixar o indivíduo apto a lecionar ciências, que é a pequena licenciatura, e depois continu a para para a grande. Eu não sei se isso já funcionou, porque eu não estou ligada a esse problema da (). A  APAB é a Associação Paulista de Biologistas. Mas eu acho que já houve um um movimento nesse sentido, porque a Universidade de São Paulo também está

SPEAKER 0: : É o que deveria valer realmente, sei lá, o negó um critério desse ponto, o diploma, dado pelo curso de é licenciatura plena, né, o da USP, deveria valer trinta e cinco pontos, por exemplo, e o de ciências do Mackenzie, vinte ou quinze, que seria? Na proporção daquilo que eles têm, né? Não é isso não, viu? Quer dizer O de licenciacu uh licenciatura curta vale menos. Mas outras faculdades dão licenciatura plena, né? Que é uma moleza. Cursos assim que você () Eu sei porque eu lecionei muito. Então, o indivíduo, a aula era das oito ao meio-dia né. O indivíduo chegava às nove porque ele veio de uma tal escola que ele já estava lecionando por ali mesmo e tinha que dar a primeira aula, não podia perder porque perdia dinheiro. Então ele chega às nove. Isso já começa a te atrapalhar. Quando chega onze horas, um levanta e diz, olha, eu preciso ir embora porque tem o trem que sai agora às onze e quinze, se eu não tomar, só tem e... né? Então, a aula realmente era de nove às onze. Porque na verdade não era tão ruim assim, porque eu ganhava por quatro aulas e dava duas. Tira meia hora para café. Mas o interesse deles, o nível deles é baixíssimo entendeu? E é fora tudo isso, o problema maior é que no magistério, esse ano por exemplo, é quem se formou no final de setenta e cinco não tiveram chance de se inscrever para selecionar no estado e nem colégio particular, viu? Porque colégio particular é o amigo do diretor, é o amigo de um professor que leva e acabou. Então o magistério está numa... numa draga, né? Danada. E o pessoal, por isso é que eles procuram um estágio, eles querem um um início na pesquisa. É muito mais por isso do que por vocação ou outra coisa. E se você fala num curso de bacharelado como esse que eu dei, Olha, isso aqui é um curso que forma professores, eles se revoltam, eles não aceitam isso. Eles acham que é que é curso para pesquisadores, por porque eles veem o campo de trabalho futuro muito maior na pesquisa do que no magistério. E o que está havendo, e não é só em biologia, é a predominância, assim, na base de noventa por cento do e lemento feminino. É claro. Dificilmente, você vê mais um homem na faculdade. O que eles estão fazendo, não sei. Eu não sei se estão procurando curso técnico, curso profissionalizante. comércio, quitanda, sei lá. É,

SPEAKER 1: : Não, o que vai acontecer é que, daqui a algum tempo, ãh o diploma universitário não vai mais ter o valor que tinha antes. Quer dizer No fim, você vai querer um diploma de especialização do indivíduo. Ah Aí, depois da especialização, com a massificação que está começando a ter também, na pós-graduação, já não vai servir mais também. Aí vai chegar o momento em que vai servir, sim, sim, a quali qualidade do indivíduo, que é, realmente, o mais importan te né? Vamos esperar que a gente  che E a pós-graduação também está está numa situação horrível né, porque o pessoal que vem da graduação vem com níveis diferente. Vem um pessoal com um nível razoável, de uma universidade boa, e vem o pessoal com um nível mais baixo, para fazer mestrado, que é justamente o que o pesso o que o governo está querendo, e elevar o nível desse pessoal. Mas então o que acontece? Se a gen se Se colocar a pós-graduação num nível da das boas universidades, esse pessoal não Então, não é esse o interesse. O interesse é que eles acompanham. Então Você faz sabe faz uma nova graduação em nível de pós-graduação.

SPEAKER 0: : Mas na USP, por exemplo, assim dá um exame, né? Bom,

SPEAKER 1: : Mas é um exame estranho, né? Porque... É estranho aquele exame. Porque, olha aqui, nós tivemos aqui uma moça que traba Ela foi no exame lá na Universidade de São Paulo. Ela tinha acabado de se formar na Universidade de São Paulo, mas como eles davam o exame para o pessoal de fora, que vinha de outras universidades, começou a haver uma crítica. Não Por que que os daqui não fazem o exame também para entrar na pós-graduação? Então, começaram a dar exame para o pessoal da USP em pós-graduação. Claro, eu fiz esse exame. Mas muita gente que tinha acabado de se formar na USP não passou nesse exame, está bom?

SPEAKER 0: : Não, a Sônia é diferente, viu? Uh eu não sei, eu não gosto de falar mal da Universidade, a nossa lá, né? Mas o negócio é o seguinte, muitas vezes o pessoal não quer, entende? Uh ah ia Eu não sei se ainda está assim, na época que eu fiz era assim. Eu, por exemplo, conversei antes com a dona Berta, ia fazer com ela, estava tudo acertado, tudo direitinho. Então, eu fiz o exame. Eu fiz o exame assim, eu fui num dia e fiquei sabendo que o exame era no dia seguinte. Fui lá, fiz, passei, não houve problema nenhum. Honestamente, eu achei fácil. Né? Fiquei um dia inteiro fazendo o exame. Foi de Morfologia e Anatomia, Sistemática, Fisiologia e Ecologia. E Ecologia, é. Então, dois de manhã, dois à tarde, passei um dia inteiro lá, passei não houve problema. E não fui fazer porque depois eu peguei mais aula no Imaculada. Houve um problema lá no colégio que eu estava. Então, eles me dobraram enganados. E E eu, né, hum acabei não voltando para fazer o curso da Anaberta. E agora soube que ela se tem validado só por dois anos,  né? Então você (). Então, vou ter que fazer outro. Agora, ãh houve um ano aí que prestar exames não passou ninguém.  Hum teve ### Não fala, olha, não vou aceitar, não tenho tempo, não quero, acabou, não faz ninguém perder tempo. Eu soube disso que tinha um rapaz que fazia estágio com a dona Tânia e ele que me contou isso. Então, o rapaz se matou, aí estudou para fazer o exa Ele pode ter ido mal e não ter passado realmente, mas será que todos? Então não passou ninguém. E o que ele disse foi isso, que os que deveriam ser orientadores né nos cursos, não estavam dispostos a a dar esses cursos, a orien tar. Mas que é um absurdo, um aluno da USP ter que fazer exame lá de qua para entrar na pós-graduação. às vezes não reconhece o diploma que eles dão, né?

SPEAKER 1: : Bom, poderia ser que, digamos, depois de () de tantos anos, de cinco, seis anos que você deixou a universidade, se você vá entrar novamente tem que fazer um exame, se é que eles estão exa exigindo exames para os outros, né? Mas se você acabou de se formar. Mas Sônia... Então

SPEAKER 0: : Significa que... Eu admito que para o de fora tenha o exame, mas não para o da o que se formou O de fora, então, devia prestar exame na faculdade onde ele terminou, sei lá, e não vindo aqui, né. É. Que o nível é diferente... Agora, para o daqui é um absurdo viu. E nem todos os departamentos davam esse exame. Hum. Com

SPEAKER 1: : Uh a pós-graduação () é () Porque acontece o seguinte, lá na escola paulista, o pessoal entra na pós-graduação, com a única condição é que saiba falar inglês, o suficiente para poder ler, ou sabe entenda inglês o suficiente para poder ler os trabalhos científicos e trabalhar em pesquisa. Na Mesmo que vai ser mestre. E O que eles exigem é que tenha um estágio comprovado o orientador de alguns me Depende, conforme o indivíduo, um mês que já dá para você saber se ele vai conseguir ou não vai, né. De um até três meses, um estágio no laboratório do indivíduo que vai ser o orientador. Se ele passar nesse estágio, e no exame de inglês, ele está e o orientador concordar em orientá-lo, está automaticamen E depois ele vai fazer os cursos que tiver que fazer. Algumas pós-graduações exigem cursos especiais. Tem que fazer para sair mestre em microbiologia, por exemplo, tem que fazer tais e tais e tais cursos obrigatórios de microbiologia. Outras pós-gra Ah outros cursos de pós-graduação lá já não exigem isso. Exi gem um número legal de créditos em quaisquer curso cursos que o estudante queira escolha junto com o o Mas a entrada é essa, quer dizer o o orientador é que é mais ou menos o responsável para saber se o indi víduo serve ou não serve. E depois, durante os cursos, e depois com a tese e os exames de de suficiência, vai saber se realmente o indivíduo aproveitou ou merece esse ()... Esse pessoal que está aqui fazendo fase de graduação, que vem de Pernambuco ou vem não sei da onde, aonde que eles fazem ess

SPEAKER 0: : Não sei, eu tenho, por exemplo, uma... a Elza. Ela é minha estagiária. ### O João não está aí, então tudo quanto é bomba do lado do João vem para mim, né? E E a Elza acabou sendo minha estagiária, agora ontem chegou uma de Goiânia. Tam

SPEAKER 1: : bém para o João Salvador?

SPEAKER 0: : Também para o João Salvador. Então, como ele está afastado aqui, eu fico responsável então, né? Consta o meu nome como orien Esse pessoal presta exame aonde?

SPEAKER 1: : Se eles tiverem que fazer uma pós-graduação, na microbiologia da Escola Paulista, como é o caso do outro estudante do João, eles só prestam exames de suficiência em  inglês. Mais nada. Exame nenhum de conhecimento é exigido. A não ser por um pré-requisito

SPEAKER 0: : Que tenha tido Ah ah A Elza ### É o quê? É biologista? Ela é biologista. É? Me parece que é. Bio professora lá.

SPEAKER 1: : É biologista que tem dois grupos lá em Recife, um de farmacêutico bioquímico e outro de... Essa moça de Goiânia é farmacêutica? Agora ela

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : Então o que ela fez foi um curso de biologia lá em Recife, depois disso ela deve ter feito cursos de especialização e foi aí que o João a conheceu, dando um curso de especialização. Então com esse curso ela veio para cá. E... porque o João já a conhecia de lá de E agora ela está ela foi ela estará matriculada na pós-graduação no momento que ah o João disser que aceita e que ela passar no exame de lín gua. Só. E E ela deve estar fazendo é o estágio (), o estágio provatório. Que eu acho mais razoá vel. Se você vai formar um indivíduo que você conheça esse indivíduo, porque ele pode ter passado no exame e não ser bom para esse negócio de pesquisa, ou mesmo de magistério, ele pode simple Ser especialista em escolha múltipla. (riso) Por os seus xis nos lugares certos ali na na prova e saber mais ou menos. Se bem que a nossa prova lá não é de de escolha. A prova da Universidade de São Paulo, por exem

SPEAKER 0: : plo. A que eu fiz na morfologia anatomia foi. É? ### Foi. Fiz em setenta

SPEAKER 1: : e dois. Agora devem ser todas de escolha (riso). Naquele tempo tinha uma por xis () agora são todas. Ãh de e ju

SPEAKER 0: : stamente (), que era, na época do curso normal, a mais remitente contra teste. Então Ela não go Gostava. () outros também. () era Daquilo, defina e exemplifique tal coisa. Defina e exe É verda

SPEAKER 1: : Que que você precisa? Submeter um indivíduo a isso. Para ele encher a cabeça com uma porção de coisa que depois ele não vai se interessar e vai esquecer, se é se é que ele realmente chegou a aprender, ou então você fazer esse indivíduo trabalhar e raciocinar e ver se ele funciona. Raciocinar e trabalhar. Depois ele faz os cursos normais da pós-graduação. Se ele estiver fraco numa área, ele vai e faz um curso para poder eh se qualificar depois Existe alguns cursos que são pré-requisitos. Por exemplo, é pré-requisito para microbiologia, um curso de microbiologia no nível de graduação e um curso de bioquímica. Agora, se esse curso foi bem bem dado ou mal dado, não importa. Mas eles assumem que... O pré-requisito foi cumprido, né, claro. Eles a ssumem que o indivíduo saiba. Se não souber, é ele que vai providen ciar aprender né. Porque se ele não souber, ele não pa Dentro do do Instituto de Botânica, qual é a sua especialidade afinal? A minha é anatomia de (). Anatomia? De ma deira, de caule. Caule grosso (riso). (riso)

SPEAKER 0: : (riso) Madeira, árvore.

SPEAKER 1: : Tipo de madeira você observa, você analisa? Não, qualquer uma, aqui

SPEAKER 0: : Basta Eu estou fazendo levantamento do parque e continuando o trabalho que eu comecei quando estudante ainda, com o Laboriaux. É madeira

SPEAKER 1: :  do cerrado. Por falar nisso?

SPEAKER 0: : Eu vou te trazer... Por falar nisso, você está me devendo está ### Sabe o que acontece? A senhora esquece que eu também não ganho, mas substituo o João. Na área do João tem biblioteca ãh que não dá problema, quer dizer, quando dá é a Nélsia né? É (riso) nem a bibliotecária A própria, não a biblioteca, é a bibliotecária. (riso) Ah Seção de publicações E a seção de publicações atualmente está sem a chefe. () da licença de () () Então está só a O lga. O Luiz Carlos vai ser operado agora no comecinho de abril, vai sair. Nós temos um concurso e um monte de coisa a ser imprimida aqui no Instituto de Botânica. E depende da seção de publicações. Então é outra bomba para resolver. Tem a seção de ilustração botânica. Funciona muito bem, mas reclama horrores, né? Reclama de tudo aquela seção. E te

SPEAKER 1: : m.... Ela reclama que eu reclamo com ela, agora você imagina. (riso) Pior que eu.

SPEAKER 0: : Tem a minha seção, divulgação e treinamento, que é totalmente diferente da do do serviço que eu faço. É atendimento de alunos e professores, basicamente é i Nós tínhamos, até o ano passado, um convênio com a educação e nós tínhamos cinco professoras. E mais uma técnica de museu que era professora formada, Odete. Saíram as seis. Cinco porque não renovaram o convênio e a Odete que firmou um outro convênio, ela vai se casar agora e o marido não quer que ela tra balhe. Está vendo? Olha o mal de mulher trabalhando, viu? (riso) Algumas. Algumas, claro. Então, eu perdi seis funcionários na seção. Seis funcionários de nível universitário né. Tudo para me dizer que até hoje ele está devendo um trabalho que ele tinha que acabar de escrever para mandar para.... Tem o setor de fotografia que está com uma fotógrafa só. Mas é verdade, você () passa meia hora lá na seção, você vê, o telefone não para um minuto. Quer dizer, fogo na roupa, eu estou dançando () Fora as estagiárias que o João manda para mim. Então, para retirar livro na biblioteca, eu tenho que autorizar. Para tirar alguma fotografia, eu tenho que fazer o requerimento lá, o pedido do filme. Eu tenho que pedir para Estherzinha revelar o filme, porque ela não vai atender um uh uh uma criatura de fora, certo? Então, é tudo isso aí. Mas, o mais importante, a resposta que nós estamos preparando pela Secretaria da Educação, que já deveria ter ficado pronta, mas que depende de um papel do (). () é um órgão da educação. Assim que vier esse papel, e deverá vir o mais tardar esta semana, certo eu quero me livrar disso. Porque a hora que eu enfiar a cara no trabalho, vai ser só aquilo aí. Eu não vou querer saber do do esse cê tê cê, Serviço de Comunicações Té do Instituto de Botânica. Do Instituto de Botânica. E E a parte de atendimento agora, na verdade, nós somos mero balconistas, né? Nós so mos balconistas agora. () chega. Eu quero uma coleção de foto que já está ensacada, né? No saquinho plástico com os nomes. Eu tiro e digo, olha, tanto! Né? Tiro a nota, peço para a Alice assinar, que é a pessoa autorizada assinar a nota, a gente conversa, explicar que eu não vou. E eram... Aliás, semana já duas excursões, ontem e hoje. Excursões? Excursões. () Eu atendo. É, mas o pro Professora, vem, eu digo, olha, se quiser, você quer ver o quê é? Ah, eu queria ver alguns ambientes. Tem um lago, tem um brejo natural, tem mata.

SPEAKER 1: : O seu prédio é () aqui dentro. (riso)

SPEAKER 0: : Por isso que eu falei, é um natural. Que lira, né? E dessas professoras, que nenhuma que veio aí dizia, olha o meu aluno, vocês estão vendo? Ela dizia perguntava para mim que estava ao lado dela. O que que é aquilo ali? Na No tronco da árvore, né? Eu dizia, liquen. Olha, vocês estão vendo os liquens! Liquens! (riso) Quer dizer, mas () né? Era um serviço que a gente prestava gratuitamente à Secreta ria da Educa ção. ()

SPEAKER 1: : Não presta mais. Mas o trabalho dele, com anatomia de madeira Eu o instituto edita uma revista sobre plantas (), revista de trabalho científico. E E ele precisa está me devendo, ele já está me prometendo há muito tempo, mandar um trabalho sobre anatomia de madeira para para revista, né para ser publicado na revista. Está há quase um ano.

SPEAKER 0: : Semana que vem, Sonia, segunda-feira eu venho.

SPEAKER 1: : mente a finalidade do Instituto de Botânica, é fazer pesquisa básica em botânica e publicar essa pesquisa, divulgar essa pesquisa. Mas a grande verdade é a seguinte: aqui

SPEAKER 0: : no Instituto de Botânica, deixa eu falar mal, mal não, falar o que é verda Se você precisar de um material, precisar de algo, sei lá, de uma droga, ou uma uma vidraria qualquer, Você precisa de dinheiro para comprar. O Instituto te dá o dinheiro. Não tenho, eu não tenho tido problema. Por exemplo, despesa miúda, coisa pouca, né? Você Pediu duzentos, trezentos cruzeiros, aí lá eles dão e... Muito bem, daí você vai, compra, tem que ter uma nota ãh nos moldes que a administração aqui quer. Então, o lógico seria pegar essa nota, dar uma justificativa até verbal para a Seção de Finanças, E ficar livre do problema, não. Nó s é que temos que bater em cinco vias justificar justificativas. Colar nota no verso de (). Colar direitinho isso, colar um número de categoria de programação, número de executor, número de projeto. Se você fizer uma nota de vinte centavos, tem que fazer tudo isso. Quer dizer, a gente gasta muito mais em papel. Isso já me aconteceu. Uma das professoras, inadvertidamente, Tirou uma nota e passou um cruzeiro. E ela não teve dúvi da. Ela falou, ah, eu ponho o cruzeiro no meu bolso. Não pode. Olha, deu uh uh uh uma confusão esse um cruzeiro a mais. No fim, eu tive que pedir mais dinheiro e também não iria gastar muito. E Fui numa farmácia aqui da Água Funda, comprei lá em Band-aid, em Gelol. O que deu, expliquei para o farmacêutico, olha, você tem que me dar uma nota que corresponda a essa importância xis. Então nós gastamos muito mais em papel de justificativa do que naquilo que nós compramos na farmácia, para poder regularizar, porque não existe no Instituto o pessoal capacitado em fazer

SPEAKER 1: : Gente, agora que vão fazer um concurso para várias categorias, desde biologista e agrônomo, pesquisadores, até acho que servente né? Sônia, como é que ficou uh o problema do número de vagas? Não sei. () que

SPEAKER 0: : Doutor Fidalgo me disse o seguinte, são quinze vagas para biologistas. Agora, quem que vai pegar as quinze? E ele me disse mais. Eu sempre ponho em bru

SPEAKER 1: : Sei, não pode dizer, não pode impor... () Não, eu eu eu sugeri teu nome.

SPEAKER 0: : Ele queria, ele queria... Ele queria não, ele me disse o seguinte, eu vou deixar a Terezinha como o coordenador, né? Eu Sugeri que fosse você. Porque eu não sou da fitotaxonomia. Coorde nador de quê? Da fitotaxo nomia. Da eh É a pessoa encarregada de fazer uma reunião, você não recebeu o papel?

SPEAKER 1: : Eu recebi o negócio de área, distribuição de área.

SPEAKER 0: : Eu não recebi, eu deveria ter

SPEAKER 1: : diária que os novos técnicos, mas para as novas pessoas, mas a coordenadora é Terezinha. Então

SPEAKER 0: : E já ouve reunião? Não.

SPEAKER 1: : Mas eu estou aguardando. Eu ainda pus no pus no meu que eu estava ciente, que eu aguardava o chamado da coordenadora para poder instruir o que a gente ia

SPEAKER 0: : Porque assim, a priori, o () diz o seguinte ah eu coloquei uma vaga de biologista aí para professor. É pouco, eu precisaria pelo menos de du de dois. Poxa, eu perdi seis, né? Eu acho que é muito justo pedir um terço daquilo que eu pedi para fazer funcio nar. Já que vai haver o concurso que tem vaga, pelo menos dois. Agora, Ah ah ah ah o coordenador a coorde nadora é a Terezinha, né? É. Eu ainda não fui avisado (). Bom, eu só recebi isso, tomei

SPEAKER 1: : Agora, eu acho que você está querendo saber o que que eu faço tam bém. Você está com cara de quem quer saber. Bom, eu trabalho em bioquímica  de plantas. Eu estudo principalmente bioquímica de fungos. Quais são os compostos principais, componentes de de estruturas de fungos. postos orgânicos né, e quais as alterações que podem ser causadas por diferentes tratamentos, ou por exemplo, com antibióticos, ou então com ãh substâncias estimuladoras de crescimento, estimuladoras de diferenciação do do organismo, né quando ele passa de uma fase da vida para a outra, quando ele muda, digamos, hábitos de crescimento, et cetera. É isso principalmente que eu faço. E você Vê isso em em plantas, que tipo  de plan Que não são, considerado muito plantas, né mas ãh... Segundo o especialista, fungo não é vege tal. Acham que fungo não é nem vegetal, nem animal. É fungo. (riso)

SPEAKER 0: : É um reino à parte.

SPEAKER 1: : É. O reino... Como é que é? Me conta? Como é que chama? Ah

SPEAKER 0: : tem um nome. Eu não sei, não lembro. Sônia, foi Num no num dos cursos que nós demos, eu pedi a colaboração do pessoal do E quem deu a parte? Mico

SPEAKER 1: : fita, né micofita? Não, mico Não é (), fita é planta, né? Então () Eu não sei como é que eles dão... Quer dizer, alguns micologistas, alguns estudiosos de fungos, acham que fungo é um reino à parte separado do mineral, do vegetal e do animal. Então seria o quarto reino, né? É discutível também.

SPEAKER 0: : Mas a aula de fungos, quem deu foi doutor Fidalgo. Ele falou exatamente sobre  isso. Ele colocou fungo não tem uma parte.  Aliá

SPEAKER 1: : As algas também () As algas já são consideradas vegetais. Foi justamente ah o fato de uma uma das razões por se separar os fungos dos vegetais é o fato de eles não fazerem fotossíntese, não serem verdes né, serem todos, todos, todos, todos ou parasitas, ou sapró

SPEAKER 0: : () a própria matéria orgânica né. Quando a gente dá a aula sempre a ginásio e a dar diferenças entre animais e vegetais, fungo realmente só atrapalha nos vegetais, porque ele é exceção a tudo que caracteriza o vegetal. Exato. Né? Parede, clorofila, tudo, sei lá tudo Tudo, ()  quer dizer, os ve getais têm isso, exceto  o fungo. Os vegetais têm não sei o quê, exce to fungos. Quer dizer, então tira de uma vez.

SPEAKER 1: : Mas eu trabalho também com plantas superiores, porque justamente por causa daquele problema de eu ficar muito tempo aqui eh com o pessoal que trabalhava na seção de fitoecologia, então eu também faço bioquímica fisiológica de plantas superiores, quer dizer alterações bioquímicas causadas por diferentes condições ambien tais. Ãh seria ecologia bioquímica ou bioquímica ecológica, com o pessoal daqui. E a minha tese foi em bioquímica de plantas superiores. Ah é?

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : Não. Foi assim, () do a dos alcaloides, da da cicuta, do conium conium maculatum que foi a a planta que matou o Só

SPEAKER 0: : crates. Nesse Instituto de Óleos que você falou lá no no Rio de Janeiro, o que que voc

SPEAKER 1: : Bom, lá eu. No Laboriaux eu mexia um pouco com o negócio de óleos, de... Mas o o engraçado é que eu trabalhei lá, não foi com óleo, foi com uma cumarina. E eu ainda trabalho um pouco com cumarina, são compostos ãh... só produzidos também por plantas e... tem alguma atividade sobre a fisiologia, sobre germinação, principalmente, e de outras plan ###

SPEAKER 0: : Não. E

SPEAKER 1: : u iniciei () no Rio de Janeiro, trabalhando no Instituto de Química Agrícola, com o Walter Mors. Comecei a extrair esse composto das plantas lá. Depois eu vim para cá, fiz uma parte, mas não tinha condições de trabalho aqui. Então, quando eu fui para o Rio de Janeiro, eu eu fui para o Instituto de  Não porque eu trabalhasse com óleo, mas porque lá eles tinham equipamentos para se trabalhar em química de compostos naturais muito bom para a época. Eu acho que lá eles tinham acho que o primeiro cromatógrafo a gás que foi comprado aqui no Brasil. Acho Foi comprado lá para o Instituto de Óleos. Tinha micrótomo de congelação tam bém. Tinha espécie de fotômetros de vários tipos. Tem uma parede de difração de raio xis, que acho que tem pouquíssimos aqui. Que é tudo Para traba lhar. Chega no assunto de plantas e essa classificação toda, o que são plantas superiores? Exemplos de plantas superiores, eu... No geral, chamam-se as plantas superiores aquelas que dão flor,

SPEAKER 0: : Fruto, é flor, fruto, semente né. É o que diferen cia da das chamadas inferiores, que chegam até samambaias. Até as samambaias não tem flor, né? Se considerar as classificações mais antigas, mais didáticas, digamos assim, bactéria, alga, fungo, líquen, briófita e pteridó seriam as inferiores. Daí para frente, gimnospermas e angiospermas, as superiores. ()

SPEAKER 1: : Os pinheiros, a roseira, et cetera, tudo que tiver flor, fruto, semente é planta superior. Quer dizer, a superioridade dela É () (riso) Evolutivamente ela é? ()

SPEAKER 0: : A flor é o órgão, na verdade, de reprodução né. Então, a forma mais evoluída de reprodução é encontrar os elemen e não na nos chamados inferiores que tem problema de alternân cia. De uma hora ela é, ela produz gametas, outra hora ela produz esporo s né? No caso da sa

SPEAKER 1: : mambaia

SPEAKER 0: : Não? Samambaia. Alternância de ge rações. Não é só a samambaia, na briófita tam

SPEAKER 1: : bém. Os musgos, os liquens, os fungos. E as bactérias, que também estão incluídas nessas plantas. Porque a

SPEAKER 0: : Superioridade, como a senhora falou, é muito relati Superioridade em que? Né? Se a gente lembrar que noventa por cento do oxigênio produzido é

SPEAKER 1: :  por alga? Eu acho que a superioridade é (). (riso) Planta superior é a planta mais evoluída. É. É. Né? Que seria critérios Mesmo que dizem que o homem, é um animal superior, porque (riso) em outras coisas ele não é não. (riso)

SPEAKER 0: : Ah porque o homem você está () O ho

SPEAKER 1: : ### Porque hoje veio um negócio aí, eu acho que é você que trabalhou em coisa de cerrado devia saber, né? Annona coriacea. Acaba com á? Com á.

SPEAKER 0: : Não tem um ### Não Não, não, aí é por causa da família, né? Não pode... Pois É esse. () Coriacea.

SPEAKER 1: : Com certeza. Tem aí um escrito. ()

SPEAKER 0: : E Annona com doi s enes. O primeiro anno ele tem dois e

SPEAKER 1: : Esses nomes que vocês dão assim para bichos e plantas, são todos nomes ãh... Em latim. Bom, latim ou latinizado. Ou latinizados, porque... Eu acho que deve ter havido no passado uma tendência a dar nomes que caracterizassem o vegetal. Por exemplo, as () Annona coriacea ela realmente tem a a folha dura com assim com um aspecto coriáceo mesmo né. Agora, existe uma tendência também de um grupo de indivíduos que é dar nomes de espécies homenageando pessoas. Às vezes até o gênero, que é a planta digamos de uma espécie conhecida pelo nome do gênero e da espécie, é um binômio né. Então, se se você tem um nome que caracteriza essa planta, digamos se ela é Annona coriacia, então () Filo, um nome que que diga alguma coisa sobre uma peculiaridade da do da espécie, é fácil de (). Mas a Mas as pessoas dão, às vezes, nomes homenageando pessoas. Então, tem assim, eh velósia, em homenagem ao Veloso. (riso)

SPEAKER 0: : Martii, ao Marcius. É Tem bastan te. Tem uma agora Deve ser o meu lema que ele põe o meu nome, (). Ah é? Ah,  é. Porque ele vai na seção, a gente trata muito bem, ele já tem muito é idoso, né? Então, vai levar cafezinho e, né? Ou, viu que ele quer falar, um dia ele chegou lá, resolveu fazer uma reunião com o pessoal que nunca uh nunca viu na vida. Mas todo mundo sentou e uh deixou o cidadão falar

SPEAKER 1: : E para Terezinha, acho que ele ofereceu um gênero.

SPEAKER 0: : Ah, é?

SPEAKER 1: : É. Ele queria saber como é que se escrevia o nome dela e tal porque ele ia né... Agora vai ser engraçado. Eu não se vai () Diferente. Vai ser do gênero Terezinha ou vai ser o gênero () (riso). Depois como é que a

SPEAKER 2: : Essa.  Eu acho que eu entendi diferente a pergunta que você fez.

SPEAKER 0: : Só um minutinho. Tá. Me parece que você perguntou por que o nome ãh latinizado ou em latim, o porquê da coisa.

SPEAKER 1: : Ah, porque  latim?

SPEAKER 0: : Então é o seguinte, porque é uma linguagem universal. Ou era, né? E ra. Agora já não é tanto, não. Era. Mas é universal. Então, se você falar banana para um japonês, ele não vai entender. Provavelmente ele não saiba o que é uma banana. Se você puser lá musa, que é o gênero da banana, então ele, apesar de japonês, ele vai

SPEAKER 1: :  entender. Se ele for um japonês botânico.

SPEAKER 0: : Se ele for botânico (riso) ()

SPEAKER 1: : Linguagem universal entre botânicos. É, é a linguagem universal da ciên Atualmente, aliás, um artigo também que eu li muito interessante sobre isso é sobre ah universalização de uma lingua E, no passa do, foi do latim. E é conservado o latim muito entre os biólogos, entre os biologis os naturalistas, de um modo geral, porque toda a descrição de todas as espécies que foi feita desde o tempo do uh do Lineu, até aqui, foram feitas sempre em latim. Mas agora parece que já não precisa mais descrição em latim. () Não sei. Eu não sei. Realmen

SPEAKER 0: : ### lhava com Fazia muito a tal diagnose, não é isso? Em lati m. Sempre em latim. Eu me lembro porque ele recorria ao seu Andro, que parece que conhece muito bem latim. Então, até setenta e dois, que eu fiquei lá começo de setenta e três, ainda,

SPEAKER 1: :  pelo menos esses aí. Mas dá impressão que o latim deve estar ficando cada vez mais macarrônico entre, na própria descrição das espécies, e eu não sei, talvez haja uma tendência já, eu tinha ideia que houvesse, uma tendência já não usar mais o latim, usar uma descrição, você tem que dar um ()

SPEAKER 0: : ###

SPEAKER 1: : É, e arquivar um exemplar ou vários exemplares daquela planta para depois eh serem considerados o tipo baseado no que a planta foi descrita né E isso tem país Tem os herbários também. E então Faz a descrição em latim. E o nome da planta é dado com o nome em latim também. A linguagem era o latim. Agora, atualmente, só mesmo os naturalistas né, porque a linguagem mesmo é é o inglês.

SPEAKER 0: : É o inglês,

SPEAKER 1: : Qualquer, acho que qualquer ciência. Algumas ainda o alemão.

SPEAKER 0: : Inclusive, o pessoal que a gente recebe aqui no Instituto, né estagiários de fora, tem um cidadão agora da Índia, lá em cima fazendo sabe, não sei se com o doutor Fidalgo com quem é. Com a Marilza, eu acho. É, não é () No herbário. E Ele só fa la inglês. O inglês é aquele que você percebe que é né (riso) um misto de inglês com... Mas, de qualquer maneira, qualquer pessoa aqui do instituto, mesmo que não saiba falar muito bem inglês, enten

SPEAKER 1: : () na Ín na Índia ainda... ainda é inglês, né?

SPEAKER 0: : Porque se eles forem falar, eles têm... Ah, Sônia, eu atendi um que veio visitar o orquidário aí, pelo amor  de Deus. Não falava nada? Nossa Senhora!

SPEAKER 1: : Porque eles têm duzentas línguas. Línguas, não são... você que é é linguista deve saber, né? Línguas diferen tes. Os indivíduos de de regiões diferentes não se entendem porque É dialeto. Línguas. Línguas. Fora os diale

SPEAKER 0: : Diz que na Espanha tem um problema de dialeto que conforme a região não entende o outro. É.

SPEAKER 1: : Mas aí é dialeto, é ainda a mesma língua, mas na Índia são 

SPEAKER 0: :  línguas diferentes. Sonia, se você falar um português de Portugal, você tem dificuldade em entender o cidadão. É, e no entanto tem uma região na

SPEAKER 1: : Espanha onde, ou a Galícia né, onde eles falam... Falam o es o espanhol e português, tudo. Eles falam

SPEAKER 0: : () não é o negócio de Língua. () Por isso é que Eu saí. (riso). Olha, outro dia, outro dia Algum tempo atrás, eu conversei com um ex-aluno  meu. O cidadão falou acho que, durante uns vinte minutos, eu encontrei com ele no farol aí de São Judas com Indianópolis, e dei uma carona. Ele mora do lado da Vila Guara Ele falou, olha, não dura não eu não entendi o que ele falava. Uma das coisas que ele falou quando desceu, por exemplo, foi essa. Bom, agora estou com um pouquinho de pressa, eu vou dar um tombo no telhado. E foi em bora. Você sabe o que é dar um tombo no telhado? Não. (riso) Cortar cabelo. O quê? Cortar cabelo. Quer dizer, no entanto, meu filho de doze anos, () Falei, gozado o Erivaldo né? Disse que ia dar um  tombo no telhado, o que será? Fiquei até meio preocupado. Gozado, () Ele não vai subir, () escada vai cair. Vai é cortar cabelo. Cortar cabelo é dar tombo no telhado. Eu também não entendo, tem muitos muitos que eu não entendo. É

SPEAKER 1: : Agora tem. Agora vê lá com esse pessoal. Vai fazer um diagnóstico de uma planta em latim. Em latim (riso). Já nem é mais língua obrigatória ### ###

SPEAKER 0: : () Eu lembro, eu também fiz () Primeira declinação, se gunda, singu lar, plural. Lem bra? Uma decorebra. Os casos, de nominativo. () Eu lembro até hoje. Nominativo, vocativo, genitivo, dati vo, acusativo e ablativo.

SPEAKER 1: : () esquecem () (riso) Não esquece mais. (riso) Mas agora É, agora é o in glês mesmo. Para para linguagem científica é a língua que a maior parte dos indivíduos entende. A maior parte dos indivíduos ligados a Você sabe qual é o o país que está opondo maior resistência a que se adote o inglês como língua? Inglaterra. Não (riso). (riso) (riso) (riso) Deveria ser, porque... São tradicionais,

SPEAKER 0: : () Eles deveriam falar, não, Tem que ser latim.

SPEAKER 1: : (riso) Ou então, né inglês, passa para a língua inglesa. Ou ###

SPEAKER 0: : A França, um tempo atrás, pare ce  que... Liderou assim. Liderou,

SPEAKER 1: :   ou né? Pode ser por isso. É, e também um um nacionalismo, né? Hum fran

SPEAKER 0: : cês. Uh o no no antigo ginásio agora é primeiro grau. Não tem, meu filho, não tem aula de francês. É? É. É. É. As escolas não são mais obrigadas a dar francês e inglês. Elas podem optar por francês ou Então, as escolas de bom senso estão dando só inglês, que é muito melhor. E a grande maioria dessa molecada que faz ginásio, hoje em dia, eles vão fazer ingl ês em outro. Meu filho veio pedir, com doze anos de idade, veio me pedir para fazer Yázi

SPEAKER 1: : Antiquadas, elas estão estudando na escola francesa. Qual escola? No Liceu Pasteur, no francês mesmo.

SPEAKER 0: : Mas não por causa disso, porque a Flávia foi... Sônia, se elas vão ter um professor de geografia cha

SPEAKER 1: : Mas vai ver que ele deixou no Liceu Pasteur brasileiro, porque tem dois,

SPEAKER 0: : né? Ah, é o da Vila Mariana, eu acho. É

SPEAKER 1: : Um é na Rua Vergueiro e o outro é na Rua Mairinque. Mairinque. Na Mairinque é o brasileiro. Mas ela estuda no francês mesmo, sabe? Teve palmatória... Está vendo?

SPEAKER 0: : Pôs classe média.

SPEAKER 1: : É. Mas é verdade, porque ela foi a Flávia foi alfa betizada no Canadá. E eu, então, es colhi o Canadá, a língua francesa né. Porque coloquei numa escola francesa, porque lá  havia opção, inclusive, né? Vocês têm duas lín Então, ela foi alfabetizada em francês. Quando chegou aqui, eh ela já estava alfabetizada em francês e em inglês também, porque ela ela tinha o inglês como a segunda língua. Então Eu eu fui colocá-la numa escola e ela estava muito mais adiantada do que a do que o ano que ela iria entrar. Então, o único escola onde e ela foi aceita, no ano em que ela estaria de ãh ãh acompanhando a a turma, foi no Liceu

SPEAKER 0: : Então ela ficou, a irmã também ficou, porque ela achava... Só perguntei desse Elísio porque o seguinte, porque uh o Fábio é conhecido dele. E foi por intermédio dele, por isso que eu disse que o primeiro emprego bom que eu tive foi por intermédio do do Fá bio. E ele que me indicou para essa escola, e esse Elísio era diretor na época. Nesse colégio do Estado, e eu comecei lecionando  na no que era extensão, daí eles quis me levaram para a série, simplesmente, porque eu era da USP. Quer dizer, o Elísio era um camarada ()

SPEAKER 1: : (riso) Falsa modéstia aí. Não, mas é

SPEAKER 0: : É. Não, não, ele não escolheu a mim por por ser eu, mas sim por né... Ter formação na universidade.

SPEAKER 1: : Claro. Agora, os professores... e a Flávia tem aula de Geografia do Brasil, História do Brasil, Português e tudo, né? Mas e são os mesmos professores do outro Liceu, do do brasile Então ele é professor. Mas ah eu acho que não, Geografia do Brasil Foi sempre professora. Ah é? A mesma professora.

SPEAKER 0: : O Elísio a cho que é de geografia, assim, eu não sei você conhece. () que jun to comigo,(), uma coisa assim... E parece que fazia... Eu sei que era o baiano, o Elisio. Mas esses baianos (). guntar. É É uma figura, assim... marcante, né? Como diretor fora de série, uma judiação ele sair de lá, ele não era efetivo, né?

SPEAKER 1: : Agora, só uma perguntinha de curiosidade. A gente, quando é criança, tem várias tendências, assim, conforme a ida de. Ah, quando eu crescer, eu vou ser... Muita gente é vou ser padre, vou ser freira. É uma coisa, assim, que depende muito do contato que a gente tem com outra pessoa, que a gente gosta. É uma Uma escolha, assim, mais ou menos, a fetiva, né? Vocês tiveram isso

SPEAKER 0: : Tive duas. A primeira delas, eu quis ser locutor esportivo. (riso)

SPEAKER 1: : Eu já sei porque também. (riso) Por causa do seu tio.

SPEAKER 0: : Exatamente. Porque eu tinha um tio que era locutor esportivo. Eu perdi meu pai muito cedo, com seis anos. Então, esse meu tio passou a ser assim, a figura, né? Eh que eu procurava imitar, procurava né ãh seguir, sei lá. Então, ele era locutor esportivo. E eu trabalhei, mas não gostei. Eu trabalhei em Rio Preto, em Mirassol. Quan do fui fazer faculdade em Rio Preto? Uma questão de sobrevivência,  né? Ganhava uma mixaria na  época. Então fui. Depois eu vim para São Paulo. Esse Meu tio estava em Santos, na Rádio Cacique de Santos, mas não dava para trabalhar com ele. Então eu vim trabalhar na Panamericana, com o Blota Junior. Mas não me deu a locução esportiva, ele deu lo a locução comercial. Fui locutor comercial da Da da Jovem Pan.  Ah é? (riso) Mas também por muito pouco tempo, né? Como eu tinha o quê dezoito anos naquela o casião. Era ou eu passo para a parte de esporte, para fazer qualquer negócio, ou eu caio fora. E caí fora. E

SPEAKER 1: : A segunda, qual foi?

SPEAKER 0: : A segunda, eu não queria dizer na frente da da Sônia, mas essa, desde pequenininho mesmo. Eu queria ser agrônomo.

SPEAKER 1: : Eu prometo que eu não conto para nin guém. (riso) (riso) Eu não conto, pode deixar.

SPEAKER 0: : ### Por qualquer motivo, não puderam, então foram para a biologia, mas eu não. Eu nunca pensei em medicina, eu pensava em agronomia. mas porque eu não tinha conhecimento do curso de biologia. Mas isso pequenininho, cinco, seis anos. Eu já plantava, fazia coisa em jardim e depois o pessoal dizia, ah, então você tem que fazer agronomia, agronomia em Piracicaba, né. E eu fui pondo aquilo na cabeça de agronomia. Agronomia, fiz todo o ginásio colegial para fazer agronomia. E acabei fazendo biologia porque um ele é primo em segundo grau, sabe talvez até você tenha conhecido, Gustavo Ele é sobrinho do Afonso Schmidt, escritor famoso aí, ele fez biologia. E foi ele que falou para mim, não, que não faça agronomia, (riso) faça biolo gia. Quando eu entrei na biologia, eu encontrei o João Salvador Furtado, que me disse, você fez o maneiro, você deveria ter feito agronomia. Ih

SPEAKER 1: : Biologista, povo que diz isso com experiência própria. É biologista. Por experiência própria

SPEAKER 0: : Hoje em dia não querem nem ouvir falar em agronomia, mas isso há uns... Quinze anos atrás, mais ou menos, já () Agora, eu... Eu não tinha oportunidade de ir para o interior mais, né? J á fui para Rio Preto, financiado por um tio rico.

SPEAKER 1: : Eu não me lembro o que que eu fiz. Acho que eu não tive, assim, nenhuma coisa. Eu Eu gostava muito de de biologia, de ver bicho, de coisa, mas nunca tive, assim, nunca pensei o que eu fôsse fazer quando crescer, sabe?  Agora, desde que eu me lembro que eu quis fazer alguma coisa, eu tinha pensado em fazer medicina. Eu cheguei a prestar exame ao mesmo tempo nas duas, ali na Faculdade de Medicina e na Escola Natural. E eu acredito que se eu tivesse entrado, na época, teria optado por Medicina. E eu acredito também que teria me arrependido terrivelmente, porque agora né, com mais experiência, vejo que eu realmente não gosto de Medicina e. Eu não sei, a minha época. Como

SPEAKER 0: : ### E foi direito, sei lá, começou a sair mais advogado do que pintinho em chocadeira elétri ca. Então o pessoal foi diminuindo, né. E (riso) Biologia na época era um curso pouco conhecido. É, era pouco. Gente Tinha que explicar o que era o curso de História Natural, o curso de ciências biológicas, ninguém co E os que iam, é exatamente isso que ela falou, aqueles que prestavam em medicina tinham a opção de pegar uma faculdade. Tanto é que quando eu fiquei excedente, eu fiquei em trigésimo primeiro lugar, mas eu fui sem cursinho, sem nada né. Como diz um amigo meu, na raça. E passei, sei lá, por um desses acasos, eu realmente não estava preparado para passar em vestibular, sei trigésimo primeiro e o diretor da faculdade era o Eurípides Simões de Paula, ele me disse que não tem problema algum, todo ano desiste. Vai haver gente aí que vai entrar na odontologia, que vai entrar na medicina, e realmente houve desistência, mas quando houve, eu estava em Rio Preto. Onde eu pre stei outro vestibular e entrei em sétimo lugar. Eu tinha certeza que ia entrar, simplesmente porque eh eh porque era daqui. Né? Aquela fase que a gente pensa que é o maior do mundo. Que Então, ah eu sou de São Paulo, vou entrar aqui no interior, e não era nada disso. Sei lá, entrei outra vez, que dei sorte. Eu prestei três vestibulares na minha vi

SPEAKER 1: : ei três também. Não. Dois, um na medicina e um na... Na história natural. Na história  natural. Depois, Bom, eu passo esse ano em história natural, aprendo um pouquinho de Biologia, que realmente naquela época foi um dos meus piores exames foi Biologia, na na faculdade de Medicina. A Aprendo, depois eu vou prestar de novo, aí não pres não quis. Aí gostou Gostei e acabei ficando. Mas realmente, quando... Quando eu entrei na faculdade, mesmo durante a faculdade, eu não sabia direito o que que eu ia fazer quando eu me formasse, porque eu não gostava de lecionar. Gostava de ler Estudar... Está vendo ()? E olhe lá!

SPEAKER 0: : Gostava de  lecionar. Você entrou trou fazendo um  curso de forma

SPEAKER 1: : ção de professores. E não gostava de lecionar. Eu gostava porque era, eu quis Que eu estava prestando exame na medicina e não não tinha, assim, tendência nenhuma para matemática, para física. Gostava de química tam bém. Não sei por que eu não prestei na química. Acho que porque em certos anos era muito puxado () não sei o quê então eu não quis prestar química. Mas Eu podia ter prestado na química, não é o jeito?

SPEAKER 0: : Eu não sei, Sonia, mas de pequeno sempre acho que a gente pensa né em alguma coisa.

SPEAKER 1: : Mas talvez porque a biologia tive

SPEAKER 0: : sse mais ligada ao ensino né e era o que eu pre pensava fazer depois. Eu lembro direitinho, olha, meu pai era vivo nessa época, então, seguramente, eu tinha menos de seis anos. Meu irmão queria ser motorneiro de bonde, era a vocação dele. E passava horas ãh com eh tinha lá Seria a direção do bonde, era um ferrinho assim, levantado, né? Ia virando. E ele ficava horas sobre aquilo. E eu ficava Lá no no jardim plantando. Eu descobri, por exemplo, por mim mesmo, que o amendoim dá embaixo da terra. Eu não sabia. Eu plantei e nunca que apareceu amendoim, até que eu arranquei e vi que o fruto dá embaixo da terra. Isso eu descobri. Com cinco, quatro, cinco anos de idade, foi uma das perguntas, aliás, que me caiu na prova do desse teste, que nós estávamos falando de pós-graduação. Aí você pô, isso eu sei desde criança, isso eu descobri (riso).

SPEAKER 1: : coberta. Aliás, acho que os (), em matéria de botânica, a primeira descoberta que eles fazem, geralmente, é que o amendoim dá embaixo da terra, né. Por quê?

SPEAKER 0: : Você está é desmoralizando a minha descoberta aí. (riso) Olha. () Eu Sou paulistano. Né na época em que eu era paulista Isso aqui era uma cidade do interior. Ja baquara, quando eu mudei para o Jabaquara? Mas... Há O quê? Vinte  anos, mais de vinte. Vinte e três,  Vinte e quatro anos a trás. O Jabaquara  era mato.

SPEAKER 1: : Bom, eu também morava em Sumaré. Mato mato mesmo. Sumaré era mato total. Não tinha... Acho que a nossa casa foi a primeira a ser construída lá na Sumaré,  onde agora pa Aquela () enorme. Só tinha a nossa casa. Depois, uns dois, três vizi

SPEAKER 0: : () de futebol, a gente tinha quantos quisesse. Hoje em dia não existe mais, né? Simplesmente não existe.

SPEAKER 1: : Mas que o pessoal realmente está muito menos em contato com a natureza em São Paulo. Claro. De um modo geral, está, quer dizer, será que

SPEAKER 0: : O paulistano de hoje em dia, o garoto paulistano de hoje em dia é aquele que... O que quer? Galinha, né? Ah, a galinha não é aquele negócio que vem assado dentro de um saquinho plástico? Eu sei () respo

SPEAKER 1: : Eu tenho uma prima que ao dezoito anos ela foi descobrir que eh boi e vaca tinha pelo, porque ela (riso) foi numa fazenda, ela acha va que só tinha couro. E não tinha pelo. (riso) P pronto. Já passou uma hora