SPEAKER 2: Não, nós estávamos conversando sobre a viagem que você vai fazer. Que eu vou fazer agora, daqui a um mês. Né? A Maria Lúcia vai com o marido passar dois meses na Europa. E nós estávamos conversando, justamente, era a história da mala. (riso) A preocupação da mala, da bagagem. Ãh Porque ninguém quer viajar com muita mala. Né? Ãh. E ela estava fa conversando comigo, perguntando que roupa ela deveria levar. Não como exibição de roupa, não é isso. ### Dizia a ela, ah você qual é você o tempo que você vai enfrentar lá na Europa, qual é? Ela disse, primavera, mas depois esquenta. Eu disse, então você deve levar calça jean, que você usa sempre, né o terninho jean, camiseta de manga comprida, camiseta de manga curta para enfrentar o calor, Levar um casaco de couro? Ela não quis casaco de couro, não sei por quê. Por que você não quer um casaco de couro, Mariana? Não Não é. Eu quero levar o mínimo possível porque eu quero é curtir a viagem e não ficar... Põe mala, tira a mala, carrega, coisa, põe no  carro. Mas vocês vão viajar de carro. SPEAKER 0: ### ### SPEAKER 2: Tem de importante para ver. Eu Nunca fui para a Europa, né? Quer dizer, o máximo já viagem que eu fui foi para a Bahia, para Minas, Argentina, duas vezes eu fui. Mas quer dizer, é uma viagem assim que tem muita coisa para ver. Eu estou programando o meu tempo, assim, para (riso) para... Mais para ver do que para programa social, tá? É ### E nada que dê muito trabalho também, né? Mas Mas a roupa prática, porque se você vai de um país para o outro e enfrenta frio no outro, é muito comum. Na Europa você está num lugar mais  baixo. Depois você vai para um alto e sente um frio horroroso, né? Precisa levar agasalho, não tem jeito. Tem necessidade de levar um agasalho. E daí estamos conversando da mala, que que o tamanho da mala. () Coisas que parecem que não vão influir, mas que na hora que está com a viagem marcada, é a gente começa a pensar né o que vai fa> A pequena farmácia de cada um que mulher carrega sem>
  

SPEAKER 2: De compras. É. Né? (riso)

SPEAKER 0: Deu para observar uma diferença entre o Brasil e a Argentina nesse setor social?

SPEAKER 2: Lógico que dá n> <é? É uma diferença cultural bem grande. Eu Acho que o argentino médio tem muito mais noção, enfim, de mun> de problema do mundo do que o brasileiro médio né. Isso acho que em em em qualquer nível dá para ver né. Mesmo uma pessoa que está fazendo, enfim, de serviços, assim um chofer de táxi, uma pessoa que ocupa... tem um trabalho, uma ocupação né ãh mais simples, enfim tem mais cultura, tem uma noção de mundo, tem uma visão crítica do que está acontecendo né. E eh e Exatamente isso, acho a visão crítica né do argentino é participação maior, E a visão crítica que ele tem que é diferente, né? Da vida do brasileiro médio que está sempre um pouco, eu acho. Em termos culturais também, você vai ao teatro ãh de preço mais baixo, tem realmente classe média, tem... Sei lá, não digo operário, mas o filho do operário tem... Eu acho eu acho que é diferente. O Brasil também agora está melho> ###   Lógico, de direitos de sabe... De direitos, de vida melhor, de de... assim, até de cuidado, vamos dizer femininamente, falando de cuidados de beleza. Cuidar do cabelo, cuidar da unha, se arrumar, eu acho isso genial. () Eu também acho isso muito importante, ló> 

SPEAKER 2:  O mal da educação de colégio de freira é exatamente assim, nivelar todas as pessoas por um padrão ãh de de comportamento. Então, e esquecendo que as pessoas são diferentes, que não existem duas pessoas iguais, que o padrão de comportamento de uma pessoa, o que é certo, uma pessoa talvez não seja para a outra.

SPEAKER 0: Então, houve esse

SPEAKER 2: Rigidez que é aplicada a um talvez não seja boa para a outra. Então, essa é a grande diferença, quer dizer, tentar fazer Aquele bando de gente, do exército, todo mundo igual, com a mesma cara, com a mesma o mesmo uniforme, até nisso era muito formal,  né? Havia uma coisa negativa, mas havia uma coisa positiva que vocês mesmas declaram hoje em dia, a disciplina, ah bom, que ajudou Mas é que aí a gente tem que encarar a liberdade, né? A liberdade não é a falta total de parâmetros, mas é você também entra na liberdade, a disciplina é a gente saber () ganha (). Você sabe de alguma coisa que melhorou muito, que eu sempre digo na e na educação de vocês, sabe o que que foi? O movimento bandeirante. De vocês... Ah para Ah, para nós foi muito impor>   ### () Importância à arte, A natureza, a natureza os animais. Ah contato entre as pessoas, mais aberto não é. E era muito importante. Você lembra do desfile dos bichinhos? Não, era muito gostoso, para mim foi ótimo. Quer dizer, Mesmo também trabalhar em grupo. E a ação social, muito importan> Mesmo assim, eh liderança num grupo, quando uma pessoa pode ser líder, quando uma pessoa não pode ser, eu acho que foi muito positivo. Realmente era assim, a primeira linha, sei lá, que começou a fazer uma educação mais aberta. Então, eu Eu pus por isso. E depois o colégio experimen> Quebrar um pouco a a rigidez da escola. Naquela época nem tinha. É, nem é Não havia. Mas você vê, é interessante isso a gente notar né. E hoje a pedagogia é tão voltada para tudo isso que é mais fácil para gente educar. Mais fácil, modo de dizer, né? Torna-se mais difícil, porque tudo que é mais aberto é mais trabalhoso, né? Não é dizer não e cala a boca. Tem que discutir, tem

SPEAKER 1: Dar a liberdade de contestação,

SPEAKER 2: Como dizem, está no papo firme de verdade,  né? Não tem jeito, né? Mas eu acho bom. Agora, vocês tiveram essa sorte, né? Agora, o que eu achei que não deu bom resultado foi a a imposição da religião. Isso foi uma pena. Isso foi uma pena. Porque vocês ficaram assim... É é lógico, revoltadas, com razão, porque era uma um modo de evangelizar muito errado. Então elas perderam o sentimento religioso, isso para mim é uma pena. Porque a gente pode evoluir no sentimento religioso, acompanhar todo o movimento, e é uma coisa que dá muita satisfação. Isso foi uma pena. É, bom, eu não sei, aí Agora os outros ficaram fazendo outra outra experiência. Eu estou deixando que eles descubram por si mesmos. Porque eu acho que é muito mais válido. Pelo exemplo Pela pelo pelo testemunho e com uma conversazinha de vez em quando, muito elevadinha, não é assim, uma dando uma visão do Cristo. Isso eu tenho feito com os meus. Que eu acho ### É, mas não estou impondo nada, eu não imponho padrões, eu só conto a história e converso, mas não imponho padrões. É, tudo Que é imposto assim, a pessoa vai chegar uma hora que vai começar a dizer, bom, por quê? Eu dei uma guinada de cem gra>

SPEAKER 1: Nesse colégio vocês faziam visitas? Não.

SPEAKER 2: ### Não, era muito formal a educação. Mesmo a visão de mundo que tinha, assim, quer dizer, ensinar a geografia, por exemplo, né? Então era o quê? Era a aula, tudo falado. Mas Não podia perguntar. Mas isso era em geral, a educação. Lógico, é... Não fosse culpa das irmãs, vamos deixar bem claro. É. ### <ão de pedagogia da < época () da () tinha uma ideia e que mudou. É. É? Eu sei muito bem. Nina, não nina, põe no berço, não põe no berço. Eu tive três gerações, andei de cá para lá. No fim, eu cheguei à minha conclusão, sabe? Não, eu acho... Que eu acho que hoje é essa. É seguir o bom senso da mãe e o carinho nunca é demais. Agora, eu tive diversos, põe no berço, não põe, deixa chorar, não deixa. Mas é que em trinta anos () muito (). É, Mas o que eu acho assim mais importante é que hoje a educação é mais afetiva. Ah é, mas a ### Porque a professora, ela não podia gostar mais de uma pessoa que de outra. Ela não podia ãh... É como mãe, por exemplo. Mas () Porque mãe é uma pessoa que muitas vezes não vai se dar bem melhor com o filho e pior com o outro. Ué, ninguém tem obrigação. Não, tem que...  É, temperamento, afinidade. E a educação, hoje me parece que é mais efetiva. Toda criança chama professora de tia, o que já dá uma certa intimidade. Hoje

SPEAKER 0: Nem tia, fulana.

SPEAKER 2: Você chama de você, quer dizer, é quebrar um gelo, né? Uma coisa pequena, mas que já demonstra... () uma felicidade total, né? Exa> A professora para gente era uma coisa inatingível, aquela sabe aquela coisa lá em cima que chegava ensinava as coisas sem contestação que, quer dizer, é muito mais gostoso porque a afetividade é um negócio que está ligado à vida, que não pode estar... É (). De lado nunca. Uma defasagem. É, acho o amor assim um negócio super importan> Não só dos pais, como de todas... Na es>  Não era um negócio na base, por que fez? Vamos explicar, não. Era dogmático. Pá, fez isso, não está  certo. Outra coisa que era dogmática era menina, ### Menino chora? Ah, não sei o quê. Vem um outro e diz, não chora, você é homem, eu digo não. Não senhor, homem chora sim. Não. ### Chora quando deve, quando você está com vontade de chorar, expande o seu sentimento. Um absur>  As meninas têm uma ideia tão diferente da escola.

SPEAKER 0: Pré-destinação ao ensino. O ensino

SPEAKER 2: ### Eu acho que está completamente falido. E é É um dos outros erros muito grandes, né? Professora, só em vez de professor, Quer dizer, eu acho que deturpa muito a visão de mundo, um mundo muito feminino demais, matriarcal, assim, de obrigações sempre, que, eu não sei, a figura masculina fica um pouco ausente, né, no tipo de educação que a gente teve. É e Mas a eu e a infância hoje é mais feliz, né? Ah Ai, não tenha dúvidas que a infância é mais fe> É mais feliz. Porque não tem tanto tabu, né? Fala tudo, diz tudo dentro de um limite de respeito, porque eu acho que tem gente que exagera.

SPEAKER 1: Mas isso também é muito conte>

SPEAKER 2: ### Sabe, respeito... Um pouco de disciplina é bom. Não, não respeito disciplina, um pouco é bom.

SPEAKER 1: Sabe, respeito eu acho assim, é é o amor que você tem pela pessoa que faz

SPEAKER 2: Pelos meninos e pelos colegas, eles são muito felizes. Os meus, eu acho, eles são... É uma alegria, escola é uma alegria. Não tem lição para casa, você já viu um coisa mais maravilhosa? (riso) () Nossa, eles estão de férias que a gente tinha, () maior. Uma lição por dia chegava no final das férias de julho, precisava trazer aquele caderno cheio de coisas. Há cinco anos atrás ainda tinha isso, mudou. É, foi E há escolas que hoje em dia mantém, por exemplo, você já viu o Dante Alighieri, tipo colégio tradicional, mantém a estrutura exatamente como era no meu tempo, quer dizer, há vinte anos atrás. É um absurdo, eu não sei como tem gente que hoje, em sã consciência, põe o filho num colégio tradicional e rígido. Somente na primeira infância, assim, é muita... Que é muito, é... Felicidade. Depois enfrenta qualquer coisa. Depois ele tem que se enquadrar, não s>  Nós achamos que não vai haver problema. Não está havendo porque nós ensinamos a pensar. Isso é que é importan> Pronto, falou e disse, ensina a pensar. Então ele enfrenta qualquer... Agora, em vestibular é uma massificação que... Se você estiver melhor preparado, menos contraído, com mais facilidade... E sabendo pensar. Você vai enfrentar as dificulda> Você enfrenta situações, é um líder de emergência, emergencial, como se diz, sabe sair daquilo, fazer outra coisa. Então pronto, eu digo então, estou certa. ### Procurar. Coisa que na educação tradicional não acontecia. Você está re acostumada a receber tudo mastigado, decorar. ### Decora tudo que você vê, quer dizer, você não tem a oportunidade de, sei lá, de pesquisar, de contestar, de achar uma outra resposta, não. E eles já fazem isso. É muito dogmático esse tipo de educação. Agora eu vi problema de vestibular, todo mundo, né? Mas aí é uma coisa que tem que passar. E quanto melhor você tiver... Ele enfrentando aquilo, e depois ela diz, talvez eles contestem. E talve> E também essa coisa, porque todo mundo tem que ser ter formação universitária, quem não tem formação universitária ãh não é o bom, não é inteligente, não é... Também acho que isso é muito contestável.

SPEAKER 1: Tem gente que não sa da que não quer, que vai fazer outro tipo de coisa. Eu acho que essa

SPEAKER 2: Geração (). Eu acho que o que é importante é você fazer aquilo que você gosta, e não os padrões que te deram e te impuseram como o certo. Cada um acha o seu certo. Só que para vocês, na geração de vocês, foi mais difícil. É, tem Chegaram a se conhecer.

SPEAKER 0: 

SPEAKER 2:  

SPEAKER 2:  Muita coisa. É, mas eu acho que tem uma coisa que que prejudica um pouco as pessoas se verem mais televisão. Apesar de que eu não acho. Eu acho  que depois da televisão as pessoas estão muito mais em ca> 

SPEAKER 1:   ### Já tinha televisão. Mas assim, como negócio massificante, criança já sabe... Você não acha que depende da motivação que a gente dá? Eu, por exemplo, eles estão no domingo, eu digo, se eles ligarem a televisão, eu digo, ah, vamos ah, vai nadar um pouco, vai andar um pouco de bicicleta, gente motiva. Ou então vi um programa, digo, eles veem um programa mais assim, que tem uma mensagem qualquer, vamos dizer... Não, mas eu vejo () ... Mundo Animal, Globo Repórter, e e dá () dá margem  para o diálogo. Muitas vezes eu chego do trabalho cansada, muitas vezes eu ligo a televisão e eu fico ali, impávida, na frente do negócio assi>  e conversar. Você talvez ()  para conversa, você está cansada, você ia discutir. É Mas muitas vezes eu tento não fazer isso, porque eu acho que a televisão é assim, um negócio que corta a comunicação entre as pessoas, que o dia todo você está... Eu não posso falar, porque para nós não cortou na> Não, mas de uma maneira geral ela não é. Aqui não cortou não. Eu procuro não fazer, mas eu sinto que se eu estou fazendo força para para essa influência, a não ser que ela é muito grande. Mas filhinha, a gente também não pode desconhecer a força das coisas que existem no me no momento que a gente está vivendo. Ló>  É inegável isso. Porque a gente diz, ah, o filme, violência, tem própria, ela estava discutindo com ela isso. Ela diz, mamãe, mas não se esqueça de que a criança tem que ter a informação que existe no momento. Lógico. Não corte isso. Porque eu tenho a tendência a dizer, ah, violência. ### Eles não podem ficar () aí no mundo, não é Agora a gente vai em casa fazendo um trabalho de de esclarecimento. Esse é o importante. É o esclarecimento junto à televisão. Isto talvez não seja bom, isto é demais, mas deixar assistir. Mas veja bem, quer dizer, uh os meios de comunicação são, bom, televisão e tal, por exemplo. Você não acha que criança lê hoje muito meno> Menos não, lê outro tipo de coisa. Outro tipo de coisa. Que lê. Tipo (). Lê jo> E a criança lê jornal, que não se queria antigamente, hoje ele se interessa. Mas é que aí criança não podia, jornal é coisa de adulto. Era tabu, tabu né? Certo. Criança não lê jornal, uma série de informações criança não pode ter. Mas, por exemplo, o negócio de revista em quadrinhos, a linguagem não ficou um pouco simplificada? A linguagem tem um  pouco. Adolescente agora, não sei, não lê nada. Mas a gente tem que, em casa, contornar esse Esse... Não, mas eu vejo. Você conversa com o adolescente e assim, ah, que () legal. Legal. Ah, legal, () Isso, legal. Joia, paz e amor, está russo. Mas ()... Uma linguagem muito restrita. Mas ãh você pode contornar isso em casa?

SPEAKER 1: Pode, eu não sei. Dando

SPEAKER 2: Eu com quinze anos eu lia, adorava ler. Na Muitas vezes não estudava para ficar lendo a tarde inteira. () eles se interessam. Os meninos se interessam muito por uh revista () geográfica, revista histórica. Eu acho interessante como eles se interessam. Talvez você interesse por um livro assim em comum, mas uma coisa assim que diga uma pesquisa, uma coisa interessante, ele se interessa. Mas eu vejo isso em pessoas assim tipo dezessete, dezoito anos, são poucos, os sei lá, até fim de adolescência, sabe, que não sei, são tão alienados, não fazem nada,  Mas aí eu acho que é falta de ambiente cultural em casa, né? É É, mas é um sintoma de alguma coisa, porque se começa a aparecer, você começa a perceber a existência, é que isso está pesando de alguma ma>  Não, ele foi motivado, ele teve essa motivação, eu acho isso muito importante. Ah ah a exposição do Claudio Tozzi, ele fez questão, gostou muito.

SPEAKER 0: Eu gostaria de saber eh como que vocês nos informassem como se dive como se divertia o brasileiro e  como se diverte o

SPEAKER 2:  brasileiro hoje. Bom, como se divertia? O brasileiro se divertia mais com o cinema né. Hum. Cinema há trinta anos atrás não era muito comum o carro. Né? Era uma coisa mais restrita. Então não eram todos que tinham. Então, não havia essa possibilidade de fins de semana, de passeios. Hoje, com a gasolina, piorou um pouco, mas, enfim, todo mundo sai né. Hoje, o brasileiro viaja muito mais. Principalmente fim de semana né. É bastante. A gente vê que mudou completamente. E se diverte também com com com o cinema também. A televisão entra bastante. Teatro mais n> <é? Apesar de que eu ia bastante ao teatro também.

SPEAKER 1: Sempre fui. Você ia mais do que você

SPEAKER 2: Ia mais antes do que agora. Ia bastante. () Vai fazer questão que a gente fosse. Mas eu acho que... Mas era mais bara> O lazer hoje é mais... é uma é uma preocupação mais, né? Ah bo>   ### Um joguinho e tal, mas não tanto. Go>    ### Coisa muito importante, né? Que você acha que não é muito popular fazer atletismo, mas ele vê, é um negócio muito bonito, plasticamente, inclusive, de se ver, começa a se interessar, né? Acho que foi por televisão que ele foi. E motivação, conversa, né? Você fazer um esporte, você se interessar. Mas acho que ele se motivou pela televisão (). E o outro, o ou>

SPEAKER 0: 

SPEAKER 0:      Ah, mas eu também, sei lá, muitas vezes não estou entendendo o futebol, mas, sabe, estou olhando aquilo como um... Um problema psicológico, né? Ex>   Eu acho acho assim, muito engraçado a gente observar isso, é muito interessante. A gente não acabou ainda né? Existe. Né? (riso) É.

SPEAKER 0: Eu gostaria de saber mais especificamente os que participam dentro do campo e fora do campo.

SPEAKER 2: Bom, os que participam dentro do campo e fora do campo... Ah, bom, eu acho que para pessoa que está assistindo futebol, né, é que está assistindo, é o assistente, Bom, a pessoa vive como que estiver, como que está jogando, sabe? A pessoa passa né a viver como... A ir no pé do goleiro. É, a a a a torcer para que ele pegue a bola, porque quando chutou errado é como se ele tivesse feito uma coisa errada, né? Ele projeta, né? Ele projeta, é. Ele se projeta né individualmente no jogador que é o... Máximo,  né? Ou na vitória ou no fracasso. Ou no fracasso, né? É o eh Se né o (), que é o sei lá o Pelé, que era o né o bom, o que faz sempre a coisa certa, ele se identifica, né?  

SPEAKER 2: Os jogadores, né? O juiz, bandeirinha... () Ãh e depois também os dirigentes, médico, né? E o público. Reservas. Os reservas também, lógico. Reserva também é uma peça importante na (riso). Muito bem, vamos vamos falar agora da escola de samba. Ah, escola de samba é um espetáculo à parte. Nunca tinha assistido. E esse ano eu resolvi. Apesar de que errei no horário né. Porque estava programada as grandes escolas, mas foi se atrasando e só entraram a uma e meia da tarde. E como nós tínhamos ido à meia-noite, Quando foi seis horas, a gente não está acostumado, estava cansado, né? Dizem que das grandes escolas eu só vi Salgueiro. Mas o espetáculo, à noite, eu penso que de é muito mais bonito que de dia. Então, achei bom ver à noite, porque é uma coisa espetacular. O entusiasmo e a a comunicação daquelas pessoas é uma coisa espantosa. Tanto que eu estou querendo, ir outra vez, para ver se vejo tudo, né? porque é realmente uma coisa diferente, muito interessante. Ah Não só como música, como espetáculo ãh coreográfico, mas também para ver intere uma coisa que eu reparei, a beleza, a beleza das moças, principalmente, que desfilam. Uma coisa interessante. Eu nunca pensei que tivesse moças tão bonitas. Sim, mulatas, moças mulatas bonitas, gente assim do povo, mas gente bonita. Agora a gente que tem assim um pouco mais de visão do mundo, digamos assim, certa conscientização, a gente repara em certos detalhes que talvez outras pessoas não reparem. Mas eu acho que isso não tira a beleza da coisa né do. Aquela coisa que você estava falando, da união por um ideal, é uma coisa fantástica. Como aquela gente se une e que entusiasmo. Quer dizer que existe uma força no povo, no interior, é uma coisa fantástica. A gente fica triste de ver, por exemplo, lá que está ascendente essas coisas, mas isso é outro outro assunto. Mas quer dizer... É, ou a falta de dinheiro para usar numa fantas> 

SPEAKER 0: 

SPEAKER 2: a graça, a coreografia. Os meneios da porta-bandeira é uma coisa de uma majes>   

SPEAKER 2: Eu conheço de leitura, porque a gente lê e interessa de conhecer. Como se diz? Elementos como, você diz? Ela disse do porta-bandeira. É, porque tem as alas, né? Tem as alas que eles fazem. Ah inte a interessantíssima é a ala das baianas, né? É. São senhoras que já sambaram no pé, como eles dizem, né? E depois elas estão meio aposentadas. Com que majestade elas se apresentam na avenida com aquelas roupas? É, tem a Aí dá um apitinho, sei lá o que que dão, elas fazem aquela roda. Mas parecem umas rainhas, né? Interessante, e senhoras de idade. Tem a ala, como é que é o nome? Tem A ala da entrada, não? Como é que é? Tem uns apresentadores, não sei como é que eles chamam, mas ah () são todos muito bem vestidos com uma ah... São os apresentadores da escola. Eles geralmente... O abre alas. É, o abre alas, é. Eles vêm abrindo passagem né, pedindo passagem né. É. Esse ano tinha uma que eram moças né, não me lembro qual. Geral> Então, contestaram, porque são uns homens muito bem vestidos, muito bem postos, muito bem arrumados. de bengala, vamos dizer, de cartola. E tem () Tem a bateria, que é as alas todas, as alegorias, né? Tem as baterias. É. É a ba> É tudo muito bem estruturado. Então, parece assim, uma coisa bem disciplinada. Não sei como aqueles milhares de pessoas, né porque são mil mil, duas mil, três mil, sei lá quantas pessoas. Como eles ### Você viu, você não foi lá. Estreita. Eles conseguem pôr uma escola lá dentro, e apresentar tudo no seu devido lugar, disciplinadamente. E olha isso, uma coisa espantosa. E eles estão por eles mesmos, né não tem ninguém ali de chicote na mão, digamos, tomando conta, eles estão porque cada cada ala fazem separado. ### Eles ensaiam separadamente e cada escola tem () toda Que organiza... Então, na hora de apresentar, cada cada ala se apresentando, o conjunto fica perfeito você. Coisa que coisa interessante. É que juntam-se as partes, né? É muito interessante. As fantasias todas... () muita disciplina, porque as fantasias são todas iguais. Os detalhes, tudo, que coisa... Eu eu acho fantástico o espírito de disciplina que há dentro.

SPEAKER 1: É de qualquer ativismo. É de () pessoas.

SPEAKER 2: É muito muito bem organizadas, né? E a música... E e cantando, e entrar naquela hora, quer dizer, ah eh parece assim que é um mesmo um entusiasmo maior, né? Que consegue ajeitar, senão ficaria uma desordem. Você imaginou? Não tivesse esse espírito de de comunidade, que é um espírito muito grande de comunidade. Então, um que iria passar para na frente do outro, e não daria certo. Tem uma hierarquia. Tem uma hierarquia. Quer dizer que tem uma estrutura social, quer dizer, hierárquica,  né? Interessante.

SPEAKER 1: Bom, nós falamos de jogo, de futebol, de escola de samba. (riso) Em casa, vocês costumam jogar alguma coisa? Aqui em casa não. Não?

SPEAKER 2: Não. Jogo Uh você diz de baralho? Nada. Nada. Mas conhecem?

SPEAKER 1: Conhe>

SPEAKER 2: Só () quando a gente está fora, na praia, gosta de jogar brincadeira de... Esses joguinhos de... Como é? É? Banco Imobiliário, não. Esse tipo assim de coisa. Como é? Joguinho chinês. Mas como diverti>  Gamão. Agora ele já  não tem tanto interesse, né? Mas agora jogo de baralho, assim, eu pelo menos Simplesmente pelo carteado, como se diz. Não. Só como diversão. Em férias. Geralmente em férias como diversão, a não ser o pingue-pongue. O pingue-pongue, a meninada e os adultos gostam muito de curtir o pingue-pongue, mas jogo de carta não. É, e o jogo é importante, sei lá, a questão da agressividade, né da da competição e isso também, ó. Os meninos jogam aí com os colegas, os vizi os amiguinhos aí jogam, é, aquela brincadeira de malha, de pau que eles brincam, futebol, mas os meninos. Os adultos, assim, jogo e de e engraçado, que hoje a Os meninos de hoje não se interessam muito por jogo de carta. Felizmente, não tem interesse, não. É muito pou> É precisa ser um jogo divertido, né? É Aí eles gostam. Assim, desse tipo de de... Eles estavam jogando outro dia um muito engraçado, de cores, como é que se chama aquele? Senha? É É. Esse tipo de jogo assim. Fora disso, eles não se interessam, não. Não há

SPEAKER 1: essa esse espírito. Existe alguma brincadeira que vocês conhecem assim, família, vocês têm alguma brincadeira Ou quando uma pessoa se casa. Aconteceu com você? Que tipo? Explica bem. Qual é o tipo de brincadeira? Ãh Geralmente quando as pessoas se casam, elas fazem uma recepção para os amigos, uma despedida. Ah, não. Não Não, não. Não?

SPEAKER 2: ### Geralmente tem o chá de cozinha, chá de bar, sei lá como é que é, despedida de solteiro, do homem. Isso realmente não. Não sei, eu não gosto, a gente não tem cos>   Não tem por nenhuma hipótese de passar pelas brincadeiras. Mas você não achou... () alguém que vai Mas não achou desinteressante o das suas primas aqui? Não teve Não, () eu nem vi. () Não (). Mas foi muito agradável, não houve nada desse espírito. Foi muito intere> Eu não sou muito a favor desses. Mas não foi assim mal o aspecto, viu? Eu também não gosto, mas achei que não foi, foi  válido. Foi uma reunião, uma uma coisa muito amena no. Ela recebeu diversos presentes muito engraçadinhos, não houve esse aspecto que eu não não que eu não gosto. ###     Violência. Até eu li outro roubaram a moça, tinham combinado de roubar a noiva, e acabou tendo um desastre, porque foram o noivo atrás, e e no meio de uma estrada, () e duas pessoas morreram. Quer dizer, qual a a graça que... Em ve>  Muito bem. Me lembro de todos que foram todos com bastante alegria. Ah, que ótimo. Com muita alegria. Todos recebidos da mesmo jeito, tanto o primeiro quanto o último. Porque você assistiu o último. É. E você pode constatar, então, aham de que é verdade, né, Mariana? Você Com muita alegria. Apesar de que o último eh seria o mais difícil, digamos assim, né? porque eu fui com filhos adultos, né? Então, um nova criança, começar tudo outra vez. Mas eu me me enchi de muita alegria e não admiti, vamos digamos assim, que houvesse nada em contrário. Então, acho que foi a criança de todos, se eu se possível, que foi na nasceu com mais, não digo alegria, mas tranquilidade espiritual. Porque, como eu já tinha curtido todos os outros, eu fui... Eu queria dizer outra coisa, eh eu tenho outro termo que diz melhor, fui aperfeiçoando o receber o neném e conseguir o a perfeição, não digo a perfeição para eh dos outros, digo para mim, conseguir o máximo de alegria, de tranquilidade, de ah foi foi genial. Agora, trabalho tem que ter mesmo né, não tem problema, é o trabalho teve eh eh é difícil, mas todos foram recebidos com a maior alegria, por isso que eu me lembro de todos. Você quer Você quer alguma coisa especial?

SPEAKER 1: Eu gostaria que a senhora falasse ãh no período pré-nascimento e pós.

SPEAKER 2: Pós, mas em que sentido? Porque tem diversos aspectos.

SPEAKER 1: Qual o aspecto que você prefere? () todos (riso). De o de

SPEAKER 2: O de espera? Aham. Bom, o período de espera É um período in assim i interessante, porque é de bom hoje já tem testes para saber se é menino ou menina né. Mas no naquele tempo A gente ainda que não tinha essa esse tipo de coisa, é aquela sempre aquela espera, aquela dúvida né, o que vai ser. Olha E uma eu a eu eu penso assim, uma criança é sempre um motivo de grande alegria. Então, o que o que eu me lembro, o que eu digo, o que eu posso dizer sempre é que eu me sentia sempre muito alegre. procurando viver aquele aquela vida em plena alegria, porque eu acho que merece. O nascimento é uma coisa muito alegre. E foram foram oito, não foram sete. É? Foram oito. Eu perdi uma com três anos de idade. E isso não empanou a alegria da não de jeito nenhum. Por ter perdido essa, não me não não modificou em nada o meu pensamento. Agora, depois, aí chega a hora da gente... É, um pouco de tutano, né? Precisa ter um pouco de tutano para aquela nova vida se encaixar, dentro da casa. E é lógico que a gente fica um pouquinho deprimida. É, não pode dizer que... Eu não acredito em mãe. Aliás, eu não acredito não. Eu desconfio de mãe que diz assim, meus filhos não deram o menor trabalho. Eu desconfio, porque não é verdade. Os filhos dão trabalho. Só que é um trabalho que vale a pena. Não é? Que tipo de trabalho? Ah As mães que dizem que não deu trabalho, eu também não entendo. Se é psicológico ou se é material, porque dá os dois. Um filho dá trabalho a vida inteira? Trabalho? Não não é trabalho material, nem sempre, mas a preocupação. Mas Se é uma pessoa que eh a gente tem aquela... está sempre presente na cabeça da gente, não pode deixar de dar trabalho. É e () Trabalho também... E o material também existe porque a Até uma certa idade, exige uma assistência de vinte e quatro horas. Ainda mais eu, que não não era partidária de enfermeira, nunca tive. Nem nunca pensou, nem causou pela minha cabeça né. Eu queria fazer tudo sozinha, com aquele aquela vontade de ser a primeira a aparecer perto da criança. Entendeu? A dona, a mãe-coruja. (riso) Então, é trabalhoso, mas olha, não mata ninguém. Não mata ninguém porque eu estou aqui, né? Ainda tenho força para cuidar dos pobres, quer dizer que não... não matou nada, né? E tenho bastante boa saúde, graças a Deus. Uh Eu acho que se faz um pouco de demagogia, sabe? Em torno de tudo no mundo, e principalmente em torno das coisas que são naturais, que não tem demagogia. É uma opção da pessoa ter ou não ter os filhos. Eu não critico nada. Cada um deve fazer como como acha que deve. Mas eu acho que eh a vida é isso né. Se a gente faz uma opção, a gente encara aquilo né.

SPEAKER 0: Quais as fases pelas quais passa o ser humano? Você tem bastante experiência?

SPEAKER 2: As fases?

SPEAKER 0: Sim.

SPEAKER 2: Pergunto psicológicas ou materiais?

SPEAKER 0: Pode ser em materiais, psicológicas.

SPEAKER 2: ###

SPEAKER 1: Adolescência e... Bom, a infância anti>

SPEAKER 2:   Sessenta ou setenta anos que a vida perdeu a graça. Quando Absolutamente. Você está, lógico, muito mais tranquilo. Você tem uma visão ()... Você tem mais graça, porque você tem mais tranquilidade para curtir as coisas. É. Muito mais. E a velhice é ### Ah, eu acho que tem que se preparar sempre porque... Psi>   Sempre de enriquecimento. Sempre de enriquecimento. Então, outro dia, uma pessoa me disse, ah Leonor, estou esperando o bebê. Ah mas você não tem cara de avó. Eu digo, precisa ter cara de avó é? Avó é uma cara especial? (riso) Está escrito Mas queria que está por que que tem que ser que a avó tem que estar ah assim? Ai, que vida! Não! Uma ve> Está acostumado a ver, né? Avó velha. Eu encaro A avó de outra maneira. Eu entendo Assim, se for necessário criar o neto por uma uma uma falta da mãe, estou aqui à disposição. as ordens, e nunca com essa ideia de peso. É, e o rela>     Mundo tem sacrifício e trabalho. E tem suas compensações, lógico, não é? E que não tem a compensação que a pessoa espera? Não não interessa. Ah bom Você não criou para si, você criou para o mundo. É. Para mim, eu diria que criei para a eternidade, mas hoje em dia eu digo para o mundo porque ninguém ah... Mas eu digo, eu criei para a eternidade. O que é importante é a criatura diante da eternidade, não esses probleminhas periféricos, essas bobagens,

SPEAKER 0: Não interessa. Gostaria que a senhora detalhasse mais o seu trabalho da assistência social.

SPEAKER 2: Ah, da assistência social. Eu faço parte do Corpo de Voluntários Municipal, por uma injunção primeira do cargo de meu marido, porque ele é secretário de Vias Públicas da Prefeitura. Então, tendo sido convidada pela () do prefeito, eu achei que eu deveria ãh procurar ãh me solidariedar com uma coisa que eu achava válida. Esse tipo de assistência social, mas assim, que procura assistir nas necessidades, ape> É ele crescer, não paternalista não é. E por isso faço no hospital de São Miguel Paulista. Ah Uma vez por semana, um plantão de sete horas. Não No pronto-socorro. Ãh E eu achava que eu não teria força de ir para o pronto-socorro. Porque quando fizemos o curso de voluntariado, diriam, o pronto-socorro é o pior lugar. Não é obrigado a se ah ah a escolher o pronto-socorro. E eu como tive o problema de perder uma filhinha de três anos com câncer, né genera assim, câncer o fígado e tudo isso, por sinal que não não não me foi de não foi ruim isso para mim, foi muito bom, no bom sentido. Não fui recebido como castigo, nem coisa nenhuma. Para mim foi uma uma advertência que eu recebi dos valores reais da vida. Daí eu passei a encarar bem diferente a vida, viu? Foi muito bom para mim, em certo sentido. Por mais incrível que pareça dizer isso, mas é verdade. Foi o que me fez abrir os olhos para o mundo. Esse sofrimento que eu tive, que eu encarei assim como uma... uma presença de Deus, digamos assim. Aí lá no pronto-socorro, e eu consigo ficar lá no pronto-socorro. Eu disse, olha, a única coisa que eu não quero dentro do voluntariado é tomar conta de criança doente, porque eu tenho um verdadeiro, um pouco de trauma. Tenho um pouco de trauma. Mas você sabe que eu consigo pegar a criança com convulsão, segurar a criança no colo para tirar a radiografia, segurar para dar... mas tudo normalmente. Até a criança, vamos dizer, praticamente morrendo, a gente segurar e o médico pegar a veia, eu consigo. E é um trabalho muito, que dá muita satisfação. Dá um cansaço físico terrível, mas válido. Eu acho que quando eu volto do hospital de São Miguel, que eu venho cansada, eu acho que eu ganhei a semana. Eu ganhei a se>       Sabe o que é a rainha dos contos de fadas de antigamente? É essa a sensação que a gente tem. E

SPEAKER 1: E nesse hospital a senhora encontra uma maior incidência em que tipo de doença?

SPEAKER 2: No pronto-socorro de pediatria que a gente fica, né? Eu fico geralmente é desidratação, a famosa desidratação, né? Também muita ãh problema de ah broncopneumonia, pneumonia, broncopneumonia,  desidratação, carência alimentar, E é algo engraçado, alguns casos, não assim, muito, mas convulsão, quer dizer, crianças que têm problemas neurológicos,  né? Naturalmente devido à carência alimentar já condenada desde que antes de nascer, né? Isso é uma coisa te terrível. Mas a maioria, eh o que mais tem movimento é a desidratação. e é um pouco também por ignorância das mães né. No nesse Isso nós fazemos também, não só o atendimento à pessoa, mas um uma trabalho de de esclareci> É, folhetos, esclarecer, eh assim ensinar como é que o cloro para água, que a gente também dá, ensinar, não não deixe de ferver a água... () a mãe não ()... Não agasalhe o seu filho, dê banho, você não tem água encanada, é difícil, mas você tira a água do poço. Põe () () Quer dizer, a gente procura no elemento da de lá, não dá coisa empírica porque não adianta né. é contar com o que elas têm. É, dizer que tem que comer frutas, carne, quando a pessoa não tem dinheiro,  ### O médico os médicos são muito bons no hospital, realmente muito dedicados. Eles Veem a criança, eh eles falam a linguagem da da da e do po> ### ### Eles fazem uma linguagem. É, difíceis para pessoa, né? Por exemplo, se você quiser, eu digo como eles dizem. É  interessante para pesquisa de linguagem, eu digo. Claro. Ele pergunta, tia, porque mais ou menos nordestinos ou então... Tia, o que é que tem o nenê? Ah, está com dor de barriga. Quantas vezes obrou hoje? Você quantas vezes obrou? Obrou. É porque no norte fala-se o>     <ça? Ah, isso tem sempre. Tem

SPEAKER 2: Ah to>     

SPEAKER 2:     Durou, ah bom, o tratamento levou uns seis meses, né? A doença foi rápida, né? Porque ela dá, dá primeiro uma pequeno resfriado. Passa aquela resfriado, uma semana depois volta um resfriado mais forte, dor de garganta, febre alta. E naquele febre, quando acaba a sua febre, já está com a lesão, né? Está com a lesão. E aí é um tratamento intensivo que precisa, né? Mas  foi uma maravilha, outra boa experiência. É? De enfermagem, né? De de De ver que as coisas têm, têm, sendo feitas com vontade, Feita, dá resultado, né? Agora

SPEAKER 1: Quando um ficava doente, acho que todos ficavam, né? Todos.

SPEAKER 2: Quando era moléstia de criança, ficava. Uma época, foram quatro meses de sarampo, catapora... Eu me lembro... Co coqueluche vocês não tiveram. Que é as vacinas, né? É, mas eu me lembro, todas as camas, o quarto lá na rua Itapicuru todas... Levei quatro meses cuidando. Cinco camas, todo mundo doente. Era uma enfermari>

SPEAKER 1: Voltando ao problema da doença, então, vocês disseram que era em cadeia, né? É. Em cadeia. É. E qual foi a doença que que se prolongou mais?

SPEAKER 2: Que se prolongou mais foi uma fratura. É? O mais velho, um dos meninos, né? Está com doze a>  Três a>  Mas acontece que ele foi salvo porque ele bateu num banco, amorteceu. E caiu no famoso saco de lixo. E caiu (riso) Você pa pode acreditar ou não. Ah Ele disse que se quando ele caiu, ele ficou estendido no na no cimento. Eles se tinham ti a empregada tinha esquecido de tirar o saco plástico de lixo para pôr na lata mais adiante. E aquilo... Ele bateu a cabeça no saco de lixo. Quer dizer que estava tudo preparado,  né? De lixo salvou a vida de um menino. É, coisa. Fantástica, né?

SPEAKER 1: É cena, assim, de cinema. (riso) Cena de filme, né?

SPEAKER 2: Foi em emergência para o hospital Samaritano, que nós estávamos ali perto, e eu pensando assim, esse vou che mandei meu marido levar e fiquei em casa me preparando para o pior. Você pode não acreditar. Fiquei em casa, você vai com ele, rápido de urgência. Telefonei para o hospital e disse, vai indo uma criança que levou um tombo sério, deixa o médico de plantão esperando. O plantonista ficou na porta esperando, já pegou no colo para levar para radiografia e tudo. E eu fiquei em casa me preparando. Por isso que eu digo, quando eu falo que eu sou praticante é porque eu eu faço as coisas com autenticidade. Eu fiquei em casa tomando um pouco de água com açúcar e rezando para o Espírito Santo que me desse forças para aceitar o que eu ia encontrar no hospital. Porque precisava força, né? Aí tomei um táxi e fui, porque eu já estava mais calma para enfrentar. Quando eu cheguei lá, e ali no Samaritano tem aquela galeria assim, E que eu vi o Otávio, meu marido, lá, e que sorriu para mim, eu disse, bom, então está tudo ôu kêi. Ele sorriu (), mas eu estava me preparada para o pior. Porque o tombo, eu vi que era um tombo gravíssimo né. Eu pensei numa hemorragia interna né.

SPEAKER 1: E nesses casos a senhora acha, o atendimento médico, por exemplo,

SPEAKER 2: Toda a vida que eu precisei de atendimento médico, eu achei sempre muito bom. Bom, mesmo na Tive sorte, né? Na Santa Casa, lembra quando A Eliana era pequena, caiu... E que cortou a mão naquele acidente na na nas Bandeirantes, num Natal, no asilo de Carapicuíba dos filhos () Também foi sempre muito bem atendida. É, e depois, também, no Hospital das Clínicas, a Eleonora teve uma vez... Não, mas depois agora eu posso constatar que eu vejo um hospital, para a gente, da maior pobreza. Eu acho os médicos da maior dedicação. Eles às vezes eles não precisavam nem fazer aquilo, ele é um atendimento. É o sa>  É que não ()... A gente fala () de pobre, quer dizer, eles estão pagando porque aquilo é uma uma volta do do do dinheiro que o povo dá. Ao ao... O brasileiro, ãh o Brasil é a no é a terra dele, está certo. Mas sempre foi encarado de um jeito assim, um pouco de cima. Não é. Não É, e não, eu não vejo isso. Agora, os auxiliares, às vezes, têm um probleminha. Porque eles ou Vamos fazer a fila aí! () aí. N> <ão, não está direi> Essas coisas que a gente diz, por Na fila direitinho que está atrapalhando. Uh a gente Conscientiza. Você está atrapalhando a passagem do carrinho, da maca. Ah, sim senhora, pois não. Agora, às vezes eles falam de um jeito, quer dizer, é um problema de cultura, né? É simplesmente um problema de educação. A gente conscientizando a pessoa. Reage bem. Não é uma massa de animais, de bichos, né? () E também espiritual. É tudo falho, né? Para que você veja, não é uma massa de bichos. Cada um é um ente humano. Com problemas. Um dia eu tive um caso de uma senho de uma mãe que agrediu praticamente o médico. Ela não agrediu fisicamente, mas ela agrediu com palavras. E o senhor não fez nada para o meu filho. O senhor olhou só. E o e o médico ficou assim, parado. Eu tirei ela de lá e disse, você está falando uma coisa que não é verdade. Ele examinou muito bem. Ele examinou, ele não achou necessário o que você o que você quer, porque o seu filho não está passando mal. Ele examinou, não fale assim. Sentei perto dela e fiquei quieta, só dizendo, você está nervosa? O que que você tem? Alguma coisa, você está doente? Aí ela começou a contar o que ela estava nervo> E depois ela foi até conversar com o médico. ### ### Mas a gente conversando, ela ficou ótima. Eu eh Ela ela dizia, eu não posso carregar esse menino tão pesado, por isso que eu estou nervosa, ele me cansa. Eu arranjo condução para você, é esse o problema? Eu vou arranjar Condução para você ir para casa. Quer dizer, você com uma Com um gesto, você mu> É, que agressão não é uma agressão pura e simples. Não é. Não é. Tem razões para ela chegar ali. Agora, um funcionário talvez não tivesse a necessária compreensão psicológica de na hora de dizer que brutalidade, você entende? É um modo só de encarar a  coisa. Com os auxiliares, às vezes, nem todos não, um ou outro assim, um pouco mais ignorante, né? Mas, em geral, eles também procuram se esforçar de atender bem, viu? Ah eu acho que a coisa melhorou bastante. Eu sempre digo, eu sou muito otimista, mas eu estou vendo, eu estou falando que eu estou