Inquérito SP_D2_282

SPEAKER 2: : Eluísa, você poderia nos descrever uma cidade?

SPEAKER 1: : Descrever uma cidade? Bom aí depende do do tamanho da cidade, o tipo de cidade. Que a gente tem experiência com cidade grande, como São Paulo, por exemplo, e cidade pequena, como eu já disse para vocês, que meu marido trabalha e e atualmente vive na cidade de Assis, que é uma cidade de cem mil habitan Para descrever uma cidade grande, ãh vem assim na ideia da gente ah movimento, trânsito né, arquitetura desenvolvida, tudo isso eee bom Já que o assunto é comércio, na na cidade grande, a gente pensa logo assim no comércio bem desenvolvido, comércio especializado. Bom, cidade pequena é aquilo mesmo né, o comércio numa rua só, tudo, não há não há especialização de comércio. Eu vivi oito anos em Assis, eh lá houve experiência assim...gente querer fazer, por exemplo, casa de comércio especializada né então isso sessenta e três, abriram uma casa de de carnes, era uma coisa assim mais ou menos requintada, só vendia presunto, linguiça, não sei o quê. Passou uns tempos, aquilo já era açougue, já vendia leite, chocolate, feijão, arroz, porque não adianta. Então, lá começa, às vezes, assim uma boutique, ou sei lá, vender só joia e Bom, tem aquelas joalherias, tipo, antigo, né? Mas essas também vendem re relógio, aquela coisa assim. Mas, então, boutique, essas coisas, daqui a pouco já está vendendo roupa de cama e sapato, não sei o quê, e já vai longe. Quer dizer, não existe campo assim para um comércio especializado né. E já na Cidade Grande, não. E depois, sim, na Cidade Grande tem assim comércio nos bairros, tudo isso. E lá, não. É só naquela avenida principal, é tudo ali, a roupa pendurada fora. Porque, inclusive, já é uma cidade assim que mereceria outro tipo de comércio. Inclusive, uma cidade que tem uma faculdade do Estado né. Então, a gente supõe que, se fizeram uma faculdade do Estado, é que a cidade tinha condições mais ou menos. Mas acho que é a mentalidade do pessoal assim que vai demorar muito para mudar. Que eles... por exemplo, uma loja assim especializada, eles acham que é mais caro, que o produto oferecido é mais caro. Então, é melhor comprar na naquelas lojas de tudo, que eles chamam lá de loja de tudo, e que então vai ser mais barato, porque é tudo apresentado assim de qualquer jeito, de montão. Então, o pessoal assim vai fazer economia e, às vezes, é até mais caro. Agora, o que mais que eu podia dizer da cidade grande?

SPEAKER 2: : Especificar as áreas, os locais que uma cidade ocupa. Ah

SPEAKER 1: : Sei Bom, a gente supõe assim que uma cidade tenha um centro né e os bairros, e agora isso vai modificando né à medida que vai passando o tempo. Então, os bairros vão se alastrando e vão se especializando. Quer dizer, às vezes um bairro que é residencial vai se industrializan E o centro é mais assim, é que tem um fim utilitário né, onde estão os escritórios, o comércio e as escolas e os e os bairros residenciais. Mas isso, à medida que a cidade vai se desenvolvendo, os bairros residenciais vão se afastando do centro e o centro em si, quer dizer, vai engolindo esses bairros mais próximos do cen Bom, e as áreas de recreação né, que geralmente são assim mais longe ainda do centro, e que, bom, são necessárias numa cidade, mas nem sempre existem. Então, estão assim muito mal localizadas e Praças, e et cetera, que devia eh tanto ter no centro, como nos bairros, et cetera, parques...não sei. Tem cidades que estão bem planejadas que é a minoria Pelo menos aqui no Brasil, as cidades foram crescendo e e nessa parte assim de de recreação e de de parque assim, no sentido de saúde, de ar puro e tal, foi isso foi sendo relegado a segundo plano.

SPEAKER 2: : Você lembra mais algum local específico de uma cidade? 

SPEAKER 0: : ### Agora, aqui em São Paulo, nós estamos vendo a a parte do metrô né e, com as as estações, em volta de algumas, formaram-se algumas praças, que, infelizmente, parece que tem, por enquanto, pelo menos, tem pouca vegetação. Tem mais concreto do que vegetação eh. As partes, vamos dizer, mais de também de museus né, que.. é, que aqui em São Paulo, já podemos contar com vários, como é o Museu de Arte Sacra, o o Museu de Arte da... eh arte moderna, o Museu de Arte Contemporânea, e a parte de exposições também né, que tem lá a parte do Anhembi, mesmo em Ibirapuera, que às vezes que onde se realiza a Bienal. ### Bom, existem também os supermercados né eh, que agora, é, que agora tem vários, inclusive uns enormes né, vendendo desde alfinete até quase automóvel dentro né. Eee os shopping centers, é um forma acho que uma parte bastante importante na em se tratando de comércio, que já parece que está agora se difundindo bastante em São Paulo. Eu creio que, assim, específico de uma cidade grande, eu acho que, pelo menos no momento, não me ocorre mu

SPEAKER 1: : muito, é. ( ) da cidade né, que está ali no Ibirapuera, e e depois os edifícios ligados à administração do Estado né, que tem alguns ali no bairro Campos Elíseos e aqui no Morumbi, o Palácio do Governo.

SPEAKER 0: : Bom, e o que nós íamos esquecendo, a a parte das faculdades né, que é muito importante. Cidade universitária, e que é uma boa área, pelo menos, que ocupa, e é onde ainda nós encontramos um pouco de verde também, né? É, e as faculdades mais isoladas.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : Bom, eh, bom as instituições administrativas, bom, tem a parte ligada à igreja, episcopado, tudo isso. Os templos né das várias religiões. Mais uma instituição, a parte... Bom, tudo isso é administração, exército, tudo isso a gente pensa como dentro da administração, né? E a os clubes. Que mais que a gente acha na cidade? Penso assim nos prédios, hospitais, uma parte assim de serviços né oferecidos à população, seja de empresa particular ou pelo governo.

SPEAKER 2: : ### ###

SPEAKER 0: : Sobretudo, os parques. Encontra muito, por exemplo, na Europa, nos Estados Unidos, ou em qualquer canto do mundo que se vá, ( ) no Japão, que é... enfim Eles têm muito mais menos espaço do que nós aqui. E eles têm grandes parques lá. Grandes áreas verdes e muito bem tratado. Né que isso acho que é uma das coisas imprescindíveis aqui. Outra coisa que faz falta, que não é só para embelezamento, também é uma coisa assim bastante agradável de se ver, são fontes. Fontes que também se vê, enfim, nos países desenvolvidos do mundo, muita fonte, e aqui falta realmente, com exceção de algumas, a do Ibirapuera, que é da cidade universitária, e um outro prédio, cujo, não sei se foi o arquiteto, não sei se é construído por arquiteto ou por engenheiro civil, que, infelizmente, constrói prédios, que agora estão pondo uma fontezinha na frente do prédio, tudo, que dá uma certa graça e. Eu acho que isso, essas partes de parque, de fontes, são imprescindíveis. E nós aqui contamos com muita praça, mas muito concreto.

SPEAKER 1: : É, pois é, praça com pouco verde né, praça de concreto.

SPEAKER 2: : E sobre o o meio assim de transporte de uma cidade como São Paulo, o que vocês têm a dizer? Bom ( )

SPEAKER 1: :  já disse, agora vamos ver se o metrô começa realmente a ser útil à população eh. Agora ainda existe assim bastante quantidade de ônibus. né a gente não pode assim se queixar. No nosso tempo de faculdade, a gente ficava horas lá na  Foi aquele tempo que que acabaram com a... Bom, pelo menos eu, quando estava no fim do secundário, começo da faculdade, acabaram... Era só a cê eme tê cê, houve um tempo, né? Então, não tinha... E a cê eme tê cê não contava com muitos ônibus. Tinha os bondes. A gente se servia dos bondes daqueles camarões super cheios eee. Agora, eu acho que essa parte que deram eh licença para essas companhias particulares, Está mais ou menos bem servida de ônibus. E agora estão começando essas linhas que também são úteis, assim que vai de bairro a bairro né, porque antes era o centro, o bairro, bairro, centro e. Agora o metrô, por enquanto, serve mas é uma parte só né da cidade. O transporte em São Paulo... Eu não sei, acho que em cidades grandes, por mais que tenha, parece que o transporte sempre é deficiente. não sei, a Lucy que viu lá em Tóquio, porque não sei, essas outras cidades, as eh Paris, por exemplo eh, o metrô é útil, por exemplo, o pessoal sai do trabalho, então, realmente, o metrô naquela hora, que eles têm um horário de pico né, lá na Espanha tudo ãh, o metrô fica muito cheio e tal, mas em pouco tempo esvazia a cidade, então, realmente, o transporte parece que é eficiente. Agora, em cidade assim ma maior ainda, em Tóquio, por exemplo, você via né a hora que o pessoal saía do trabalho. É, lá

SPEAKER 0: : Lá em Tóquio, também, eles dão vazão ao ao povo todo, porque eles contam com uma rede de metrô muito bem organizada e grande. Bastante extensas são as linhas né eee. Eles contam não só com a parte de subterrâneo, propriamente dito, como uma parte que também é considerado metrô, mas que é de externa. E, fora isso, ainda existe a ligação com os trens que vão um pouco mais longe, já nos subúrbios. De maneira que a o povo que se vê na rua, é um negócio impressionante. Sobretudo na hora do rush, é. Mas dá vazão. Agora, aqui em São Paulo, o que aconteceu, e o que acontece no Rio de Janeiro também, mas eu acho que em São Paulo ainda é mais é mais sério, é que começou-se a fazer o metrô praticamente agora, enquanto que, em Paris, por exemplo, o metrô começou no século passado. De maneira que eles começaram, e o que que eles estão fazendo? Conforme a cidade vai crescendo, eles o trabalho que eles têm é encompridando as linhas que já estão feitas há muito tempo. De maneira que isso facilita muito mais do que começar com uma cidade do tamanho que está São Paulo, né. Agora, até eles conseguirem uma rede razoável de metrô que dê vazão a toda a população, eu acho que ainda vão muitos e muitos anos.

SPEAKER 2: : É, sempre vai ser deficiente, né. ( )

SPEAKER 0: : Bom, eu acho que, em parte, é essa falta de metrô aqui em São Paulo. seria a falta de metrô. Porque, realmente, com uma rede boa de metrô, a pessoa que sai da casa dela e tem um um metrô, mesmo que faça conexão três vezes, mas que ela toma o metrô na porta da sua casa, faz a primeira conexão na estação na mais adiante, depois faz mais uma conexão, de qualquer jeito, ele não tem trânsito na frente. Então, ele chega no local de trabalho na hora certa. Ele não vai, ele não vai pegar o carro para ir. Primeiro que ele gasta energia em em guiar o carro, né? ( ) mentalidade de brasileiro. É, é A não ser que seja uma mentalidade assim, mas o o metrô é um meio realmente eficiente de transporte. Maneira que o pessoal num deixa o carro só mesmo assim para sair fim de semana ou para ir a um teatro, vamos dizer, tarde da noite, quando não há mais o metrô, porque realmente, vejam um exemplo aqui, a Cidade Universitária, que cada um vem com um carro. Um carro para uma pessoa, quer dizer então Só aqui na Cidade Universitária já fica uma coisa louca. Quando começam as aulas, o primeiro dia de aula aqui, a a avenida não dá não dá vazão né eee. De maneira que eu acho que Realmente, não sei, no meu ponto de vista, eu não não conheço assim o o assunto, como teriam os técnicos conhecimento, mas eu acho que uma rede bem boa de metrô é imprescindível para para uma para a questão de congestionamento de trânsito.

SPEAKER 1: : Acho que devia haver assim uma campanha de educação do povo nesse sentido, de deixar o carro em casa, E quando sai do metrô, pelo menos tem que andar um quarteirão, é uma coisa mínima para chegar no escritório, porque tem gente que acha que tem que ir de casa até o estacionamento subterrâneo no próprio prédio onde trabalha né. Quer dizer, não quer andar nem nem meio quarteirão. Então fala ah, para que que eu tenho carro se é para deixar em casa, né? Então tem que eh assim Porque realmente o europeu, o americano tem essa mentalidade. Eu vi lá em Nova Iorque, a gente ficou hospedado assim num bairro mais ou menos afastado, e a gente estava com o carro alugado. Então a gente estava pensando em ir, vamos ou não, com o carro para o centro. Passamos por uma praça onde onde o pessoal daquele bairro deixa o carro né e pega o o metrô então Nós vimos aquela aquele estacionamento imenso. Acabamos fazendo a mesma coisa, quer dizer Eles realmente fazem isso. Deixam o carro, pegam o metrô, vão trabalhar e na volta, E daí pode morar assim no subúrbio, porque fica fácil. Mas o brasileiro, acho que quer ir com o carro até a porta do trabalho. Mas acho que o pessoal acostumaria, né? Acho que tendo assim o, como você disse, um sistema bem feito, um sistema eficiente de de transporte, acabaria acostumando deixando o carro para para passear, para usar no fim de semana.

SPEAKER 0: : Olha, também colabora, isso não há dúvida nenhuma, mas a gente vê cada traçado aí pelo mundo, e onde não há congestionamento. Daria para você comparar o nosso com ( )?

SPEAKER 1: : ### mais antiga né, que então não tem essas grandes... É, bom, é difícil comparar,

SPEAKER 0: : sem se ter um mapa na frente né da cidade. É meio difícil. Mas, por exemplo, é verdade que existem certas cidades na Europa que realmente elas são, vamos dizer, menores do que aqui em São Paulo né. Mas, de qualquer jeito, também o nível econômico do pessoal é muito maior, de maneira que, vamos dizer, tem uma quantidade de carros quase quanto tanto quanto a popula número de de habitantes. Né, mas a gente vê por exemplo, uma cidade como Roma, que tem todos os os monumentos, estão lá os monumentos antigos, não foram desmanchados para passar uma avenida, nem um expresso, nem uma via expressa.

SPEAKER 1: : É, e tem muita rua estreita.

SPEAKER 0: : Tem ruas estreitíssimas que desembocam em volta desses monumentos, e tudo, está tudo lá. E olha que em Roma não tem muito sinal de trânsi Não tem muito sinal de trânsito e não há esse congestionamento daqui. De vez em quando há um pouco mais de de trânsito, et cetera, mas não há esse congestionamento. Em Tóquio, por exemplo, bom Tóquio tem um traçado mais novo devido à guerra eee, mas, de qualquer maneira eh, o que tem de via expressa, de linha de Via férrea cruzando a cidade toda. É um negócio assim impressionante, porque até eu me lembro bem que, quando fizeram o o Minhocão aqui em São Paulo, houve muita... Todo mundo falou, porque agora aqueles prédios iam ficar desvalorizados e e que isso ia deixar a cidade feia, mas não sei o quê. Mas, lá em Tóquio, se os prédios fossem desvalorizar por causa das vias expressas, a cidade toda seria desvalorizada, porque tem de todos os lados cruzando, ou é via ferro, ou é via expressa eee. Agora, eles têm, eles têm bairros também com ruas bem estreitas eee. Agora, por isso que eu acho que o traçado influi até certo ponto, mas eu acho que, sobretudo, a rede de metrô é que é que realmente faz com que o pessoal deixe os carros em casa, de maneira que... Porque não adianta. Veja aqui em São Paulo que tem essas avenidas largas. Veja uma Vinte e Três de Maio, uma Rubem Berta. Você vai às oito horas da manhã na Rubem Berta, ou na vinte e três de Maio. Está congestionadíssima, quer dizer, todo mundo indo para a cidade, e na volta, às seis horas da tarde, é a mesma coisa. Quer dizer, que é uma avenida que, quando não tem trânsito, você olha, ela é bastante larga. Quer dizer, na na teoria, devia dar vazão ao trânsito. No entanto, não dá. A própria marginal aqui fica de trânsito, que não tem mais fim né.

SPEAKER 1: : Então, então o problema de de não haver congestionamento nessas cidades também é ligado àquilo que a gente já disse, que o pessoal deixa o carro em casa. ### Então, não dá para congestionar. Depois, acho que também um sistema  elaborado de questão de mãos. Né porque ali no centro de Roma assim tem umas ruas estreitas, mas é tudo assim tudo mão para cá, tudo mão para lá. Porque, inclusive, essas cidades europeias não têm nem calçada para as pessoas andarem, porque são aquelas ruas mais antigas. E dá tudo certo no trânsito.

SPEAKER 0: : Outra coisa que precisava era educar o povo que Sobretudo os os motoristas. Porque, realmente, você comparando, aqui o pessoal não tem a mínima mínima noção do que seria um realmente guiar, porque o pessoal aqui acha que guiar é é correr a cento e vinte quilômetros por hora, quando não é isso absolutamente. Guiar bem não não não é isso. maneira que o pessoal não respeita absolutamente nada. Você veja, por exemplo, uma via Anchieta, quando está congestionada, que o pessoal começa a ir pela pelo acostamento. O que que resulta? Tem os carros encrencados, que estão no acostamento, que serve exatamente para isso. O pessoal que entra pelo acostamento, quando chega num carro desse, tem que entrar na fila de cá. Então, ele complica muito mais o trânsito. Em vez dele ajudar, ele está só complicando. Agora, isso é que eu não sei quando é que vai se aprender aqui também. Tem muito e muitos anos para que o pessoal tenha um pouco de noção de de respeito e de noção de de uma série de coisas que a gente vê aí no meio do trânsito né. ( ) Bom. Iluminação pública principalmente. Bom

SPEAKER 1: : Como eu acho que ela deva ser? A gente sempre acha que Bom, eu não sei não se se... Bom, a Lucy sabe como é que eu sou. Eu não gosto de muita iluminação (risos). Então, eu tenho um espírito assim meio romântico. Eu não gosto de cidade muito iluminada. E a Lucy já é completamente o contrário. Então, eu gosto dessas cidades que têm uma iluminação ainda bem antiquada. Se possível, fosse iluminada a gás (risos) ai Eu tenho sempre trabalhado com o século dezoi O pessoal brinca no instituto que eu gosto de tudo do século dezoito. É música, é o tipo de vida. Inclusive, eu gosto das máquinas de escrever mais antiquadas. Então, por exemplo, eu implico um pouco com esse tipo de iluminação. ### Essa amarela ou aquela muito branca. Eu ainda gosto dessa iluminação de de poste assim bem antigo. Agora, realmente, quer dizer, essa é a minha ideia pessoal. Acho que a cidade deve ser bem iluminada, mas então esse esse Eee essa iluminação branca assim né que então parece dia. Eu não gosto. Acho que noite é noite, dia é dia eee. Realmente, São Paulo está começando a ficar assim bem iluminada nesse sentido Lembro quando não existia esse tipo de luz branca aqui nas ruas. A gente via por aí, fora do Brasil, e aqui não havia e agora ( ) bom, na capital né, porque no interior ainda é um sistema assim deficiente de de iluminação agora No estado de São Paulo, acho que não tem nem termo de comparação com outros estados ainda A eletricidade ainda chega praticamente cobre todo o estado. Mas esses estados mais para o oeste, por exemplo, ainda A iluminação fica assim só no centro da cidade. Mas acho que, hoje em dia, até nas cidades mais longínquas, já existe gás neônio e por aí.

SPEAKER 2: : O que mais?

SPEAKER 0: : Não, eu não tenho nada a mais acrescentar, o que eu acho é que, para mim, eu acho que a cidade tem que ser muito bem iluminada. ### Não, é porque eu acho que realmente facilita uma série de coisas, né? Porque mesmo, por exemplo, para o que nós já estávamos falando agora há pouco, para o trânsito, você vê que tem pessoas que, apesar de a cidade estar muito bem iluminada, ainda usa o farol farol alto, em plena avenida, super iluminada. Imagine você se continuássemos com aquela iluminação assim deficiente como havia há até poucos anos. De maneira que eu acho que precisa. Precisa ser muito bem iluminada, porque, por causa disso, eu acho que facilita uma série de coisas. ### No sentido de ficar mais alegre, tudo isso. ### Eu eu acho que iluminação é uma coisa muito importante.

SPEAKER 2: : Uhum, e a limpeza aqui?

SPEAKER 0: : aí um ponto interessante. A limpeza pública... Isso é uma das coisas primordiais de uma cidade. porque ah realmente uma cidade não adianta ser muito grande, com muitas avenidas, com muita coisa, mas se ela não for, pelo menos, razoavelmente limpa, traz uma série de problemas, não é só o embelezamento da cidade, mas, inclusive, a mesma parte, vamos dizer, de doenças e tudo isso, que às vezes são transmitidas pela falta de de higiene, de limpeza de uma cidade, né? É que esse é um ponto também bastante importante, sobretudo para a cidade grande, porque a cidade uma cidade menor é mais fácil, todos esses pontos são mais fáceis de resolver.

SPEAKER 1: : Essa questão da limpeza pública é muito ligada também com a educação do povo né. Que um um um povo educado para trazer a cidade limpa, Isso ajudaria bastante a limpeza pública. Quer dizer a administração teria a colaboração do povo. Essas coisas assim... Bom, se eles tratassem, por exemplo, de colocar bastante essas cestas de papéis nas esquinas e et cetera e o povo fosse acostumado mas não... Tem gente que está vendo ali o cesto de papel e joga em volta. Né ah quer dizer que se o pessoal estivesse educado para isso desde criança, nas escolas, a trazer a cidade limpa para seu próprio benefício, talvez tudo ficasse muito mais fácil para a limpeza pública, era só recolher o lixo e et cetera Houve uma campanha aí ano passado né do do na televisão, tudo isso, nas escolas, mas não sei, acho que são campanhas que necessitam de longo prazo para chegar a um resultado positivo.

SPEAKER 0: : Porque o que a gente vê constantemente aí, isso não é questão, é questão pura de educação, não é questão de nível econômico de nada. Porque o que se vê frequentemente, quando se está no meio do trânsito, é, por exemplo, uns carros enormes, com um pessoal muito bem vestido dentro, e que, em determinada hora, joga um papel pela janela, joga na rua, quer dizer, que não adianta nada ter o dinheiro, mas não ter a a educação, que é o essencial né e. Por exemplo, uma comparação que você vê, por exemplo, num país como a Suíça, você não vê uma criança jogar um pedaço de papel no chão, mas nem criança de três anos de idade, ou se joga, porque não compreende ainda, A mãe chama imediatamente a atenção, quer dizer Então, eles são acostumados desde pequeno. Então, aí você mantém um país limpo, mas não adianta pôr cestas e pôr uma várias companhias de limpeza na rua se o povo não tem educação suficiente. ###

SPEAKER 2: : Isso não não vai resolver. E vocês podem descrever os vários tipos de agressão que são cometidos em uma cidade?

SPEAKER 0: : Bom, agressão. Agressão, eu o que eu estou mais acostumada a ver, porque é onde a gente anda sempre, é no trânsito mesmo né eee. Então, você vê que, imagino eu, porque também não não sou especialista no assunto, mas a impressão que se tem, às vezes, é que a pessoa descarrega, acho que todos os complexos e tudo, numa numa buzina de carro, ou com o próprio carro, em brecadas, em correrias pela rua, enfim. Isso é um tipo um tipo de agressão numa cidade grande, vamos dizer né, porque eu acredito que, em cidades menores, o pessoal já leva uma vida mais calma, tudo isso, de maneira que eles não... não têm, talvez, tantos problemas nesse sentido. Afora, vamos dizer, realmente, os crimes que existem, que são em quantidade grande né, numa cidade...

SPEAKER 1: : Você falou no trânsito. Pensei assim, bom, a gente, na cidade grande, é então agredida pelo barulho, é agredida visualmente também, porque certas coisas de mau gosto que a gente tem que que ver todo dia, toda hora. Eee então e agredida pela própria atitude né do dos habitantes ah, o comportamento dos habitantes, como você disse, que descarregam. Isso depende assim muito de um... de uma disciplina interna né, no interior de cada pessoa, porque se cada um se controlasse, pensasse que, bom, ele estando mais disciplinado, né no sentido de que os outros não têm nada a ver com os problemas dele, então talvez tudo fosse muito mais tranquilo né, a gente não sentisse assim essa agressão em cada um. Bom, eee, bom fora o que você disse que do dos crimes, desse tipo de de violência,

SPEAKER 2: : Que a gente vê assim um pouco de longe, mas que sabe que existe. Já sofreram assim esse tipo de agressão ( )?

SPEAKER 1: : ### nunca nunca fui assaltada, nada disso. Um dia deram sumiço na minha carteira no ônibus, mas nem sei quem foi, não vi nada. Nunca fui roubada, assim, diretamente. Você foi alguém da sua família?

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : ### ### Não sei, olha, a mania de todo mundo ah falar mal da polícia, que a polícia é deficiente, mas também precisa ver que São Paulo é uma cidade muito grande né, muito cheia de problemas, e afinal, a gente tem que pensar que está em um país subdesenvolvido, não é um país que conte com grandes orçamentos. Então, é tudo isso ah. A cidade de São Paulo, por exemplo, nunca teria um orçamento à altura de... No caso da polícia, por exemplo, acho que é da da competência estadual. Nunca teria os orçamentos que tem uma polícia norte-americana, com todo aquele equipamento, com aquele número grande de funcionários. Então, a gente também não pode assim ah, por muita culpa da dos do que dos erros né que acontecem na cidade, da violência que acontece na cidade, sempre a culpa na deficiência da polícia. Eu acho, também não estou elogiando, mas eu acho que eles fazem na medida do possível, mas, realmente, a cidade é muito grande, como como essas cidades ãh que a gente vê em outros países, que pode mesmo contar com o mesmo aparelhamento de de segurança para a população. Você não acha? É

SPEAKER 0: : Eu acho também, como, aliás, várias outras outras partes, como, por exemplo, o Corpo de Bombeiros também, que, aliás, eu acho um pessoal formidável, acho que devia ganhar muitíssimo bem eee. Sobretudo, uma cidade que, para o bombeiro conseguir chegar rápido no lugar onde ele vai, é um negócio bastante difícil eee. Eu acho realmente um pessoal assim excelente. Mas é outra é outro... A mesma coisa, que eles não não podem fazer mais do que fazem por deficiência, por... acredito eu que falta de verba, porque realmente está uma história. estão atualmente, até parece que estão bem mais bem aparelhados, et cetera e tal Mas nunca pode ser igualado a um corpo de bombeiros, por exemplo, norte-americano ou de um país, é, que realmente ainda está longe. Mas eles fazem o que eles o possível e o impossível, realmente. De maneira que acho que aqui também não é só a dificuldade de pessoal, mas é a dificuldade assim financeira também né, a parte de verbas, essa questão toda que dificulta uma série de 

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : É, mas, não sei, acho que é um desenvolvimento, assim, sinal dos tempos, quer dizer, melhores carros, a indústria automobilística nacional ajudou, então eles têm uma frota agora  E, no nosso tempo, aqueles carrões de patrulha que ficavam nos bairros, mas eram poucos. Mas, assim, eu acho que na na estrutura da polícia acho que num... Bom, a gente também não conhece que tenha modificado muito assim, mas, como eu já disse, acho que sempre falta de pessoal, falta de falta Mas eu não vejo assim muita muito progresso né. Agora eles usam o walkie talkie (risos), eee mas não sei, parece que não vejo muita diferença. tudo relativo né, agora tem...estão mais aparelhados, a população é maior, tem mais problemas. Antigamente a cidade era mais tranquila, havia menos policiais et cetera, mas eu não vejo assim muito progresso. ### ### ### ### ### ### Eu só sei que acho que é da competência estadual, né Secretaria de Segurança. Bom, o comércio de alimentação, de vestuário, ãh de serviços, no sentido, por exemplo, Educação, quando particular, não sei se começa. No ginásio particular, não sei. A gente pensa nesse sentido, é. Alimentação, vestuário, equipamento doméstico. Esse é o é o comércio assim maior e que a população faz mais uso dele né.

SPEAKER 0: : ### Primordiais? É Um deles que eu acho... bastante útil para a população e bastante importante, e que realmente é necessário em vários bairros, em vários locais, são os supermercados né. Isso não há dúvida nenhuma. Que facilitam compra da pessoa, porque aí você compra não só a parte de alimentação, como de às vezes até roupas e cosméticos. Eee parte mesmo assim, vamos dizer, de utensílios menores, como até gillette, caixa de fósforo, enfim, são coisas que que a pessoa precisa, acho que é uma uma das partes mais importantes, sobretudo em uma cidade grande né.

SPEAKER 1: : Eee, é, além disso, essas grandes lojas de, os chamados grandes magazines né, como ( ) então. É mais o comércio ligado às utilidades domésticas, os aparelhos elétricos, vestuário, brinquedo de crian

SPEAKER 2: : ça. E casas de prestação de serviço público, que uma dona de casa, por exemplo, se serve muito? Ah, você quer que cite o ( )

SPEAKER 1: : Uma farmácia que a gente usa, assim... Bom, você... É isso mesmo, bom, um supermercado, porque é ligado à alimentação ah. Essa parte de drogaria, farmácia e tintureiro, cabeleireiro (risos). Eu moro pertinho da rua Augusta, já tem tudo lá. E a parte também de de diversões, cinemas, quer dizer, essas coisas que a gente gosta que tenha perto de casa. E escola, quer dizer, para quem tem filho, escola, os cursos que façam, curso de línguas. A minha filha, por exemplo, estuda balé mais ou menos perto de casa. Então é o o ideal, a gente ter toda essa prestação de serviço junto de casa. ### do comércio. Ah, é telefone público, que nem sempre a pessoa pode contar com o telefone próprio. É, o ideal ainda é que seja que tenha a agência telefônica perto, porque aí é para serviço interurbano e tudo. Mas, no mínimo, um um orelhão assim na na na esquina mais próxima.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : É, bom, a parte de papelaria, livraria, loja de discos.

SPEAKER 2: : É o que a gente usa mais. ( ) uma loja que vocês gostam de entrar

SPEAKER 1: : Ah, é sempre (risos) shopping center  e supermercado. Ah, você quer que diga o  Nome ### ### O Map já acho que tem muita gente. ( ) loja assim que tem...inclusive, a gente procura ir num horário que tenha menos gente, porque acho que tem mais sossego na escolha das do que a gente quer comprar. O shopping center é o ideal, porque há vários tipos de de loja. Só que acho que os shopping os shopping centers que existem atualmente em São Paulo ainda eles têm um um caráter ainda assim um pouco, podemos dizer, aristocrático, quer dizer ainda Não tem um sentido popular. Não sei se realmente os artigos oferecidos são mais caros ou por pessoa mais simples, de uma classe mais pobre, digamos assim, fica inibida de entrar. Realmente não não não faz uso dos shopping centers. Não sei se eles estão também localizados em bairros e o e nesse em bairro de gente mais favorecida, economicamente. O ideal seria shopping center em em tudo que fosse bairro, inclusive os bairros mais pobres. Mas aí não sei também se o pessoal empregaria o dinheiro em em lojas muito bem decoradas, et cetera, nesses bairros.

SPEAKER 0: : Tem a fe as feiras livres né que Aliás, no meu ponto de vista, eu acho um atraso de vida numa cidade como São Paulo. Eu acho que deveria existir isso sim, vamos dizer, mesmo onde se formam as feiras atualmente, mas um mercadinho, permanente de frutas e verduras, ou se não podia ser permanente, enfim, que em vez de o pessoal se plantar na no meio das ruas, com as barracas e tudo, que tivesse um box que apresentasse as verduras as verdu e as frutas, e enfim, as demais mercadorias, mas num lugar fixo, porque a feira pode ser muito boa no sentido de apresentar uma se uma variedade de verduras e frutas, mas é um contrassenso numa cidade do tamanho de São Paulo, com o trânsito que tem, como existe uma feira que, junto da avenida que dá acesso à cidade universitária, e de maneira que, é... E numa numa via que liga a marginal, quer dizer, isso não não tem sentido absolutamente. E depois tem os supermercados que, conforme o supermercado, já está com uma boa... Uma boa variedade de frutas e verduras, se bem que mais caro do que na feira. Por isso que eu acho que aqui eles deviam montar uma série de mercadinhos fixos e que e que, quer dizer, e que fosse tão fácil o local como são as feiras Eles construíssem um mercadinho, que pelo menos as frutas e as verduras, porque as demais mercadorias se encontram em qualquer lugar. Uma uma mercearia, um supermercado, isso encontra-se facilmente. mas essa parte de frutas e verduras é que devia existir, mas uma um local fixo e não na rua, porque aí o o movimento fica não só onde está a feira, mas como em todas as transversais e e paralelas, e de maneira que não... E depois, fora a sujeira que faz e, quando o carro da prefeitura passa para limpar, e quando passa rápido né, porque às vezes também demora. Eu acho que numa cidade como São Paulo realmente é uma coisa que não dá mais.

SPEAKER 1: : Antes a gente fazia uso dos dos velhos armazéns né, dos empórios, das quitandas nos bairros, ou dos vendedores ambulantes. Eu me lembro ainda, quando eu era pequena, de verdureiro que vem na porta assim. No interior ainda existe, vem os caminhões, E param nas esquinas e anunciam com alto-falante. O pessoal vai e compra a verdura no caminho. Isso antes da da era dos supermercados ( ). Eu compro leite no supermercado. ### ### Mas ontem eu fui à padaria, que o meu filho chegou do interior, ele é o único que come pão, então eu fui comprar na padaria. Mas realmente, se você vai comprar pão, é é no supermercado, é tudo no supermercado mesmo. Quer dizer, eu não tenho esse fornecimento assim, em casa, de leite e pão, porque eu já tentei essa experiência e não deu certo, porque ou sobrava leite ou faltava, e com o pão é a mesma coisa, quando as crianças eram menores. Então eu desisti. Porque tem gente que, anos a fio né, vem o leiteiro trazer em casa. Mas, então, precisa ser aquela quantidade muito certa. Eu prefiro comprar.

SPEAKER 2: : E é sempre no supermercado ( ).

SPEAKER 1: : ### Não, eu num Bom, a gente vai comprar a passagem. A passagem é por agência, só a passagem, quer dizer. Nunca fiz roteiro assim, nunca viajei em excursão, isso não, quer dizer Nunca me servi nesse sentido de reservar hotel, nada disso ãh. Comprar passagem quando, por exemplo, ir para a Europa e tal. Agora, por aqui, pelo pela América do Sul, a gente tem viajado muito de carro e aí tá. Tem a parte de documentação que a agência também se encarre de essa parte de passaporte e tudo isso. Mas no sentido de roteiro, de reserva de hotel... Não, eu e a Lucy, como a gente gosta muito de viajar, e a gente está sempre junto na hora do almoço, a gente conversa muito sobre isso. Então a gente vê vantagem e desvantagem né em em organizar roteiros, ou pelo menos reserva de hotel. Porque a gente nunca fez isso e às vezes a gente sai mal. de chegar no determinado lugar e não encontrar o hotel para para ficar. Mas também nunca deu para ter que dormir na rua. Sempre dá um jeito e fica numa coisa melhor, depois pior. Por exemplo, agora, quando você esteve no Haiti, você não tinha reservado. No no Tahiti, você não tinha reservado o hotel né. Chegou lá, como é que foi?

SPEAKER 0: : Bom, chegou lá, nós reservamos, quer dizer, reservamos, pedimos que tem um setor de informações logo no aeroporto, e de maneira que nós nos pusemos a par ali sobre os determinados hotéis eee. De lá mesmo, eles telefonavam, perguntando onde havia lugar, onde não havia, e de maneira que nós fomos para o hotel já com o o lugar praticamente reservado, sabendo que ali não havia problema.

SPEAKER 1: : Mas não foi reservado da

SPEAKER 0: : Não, reservado daqui, não. Nunca nos utilizamos de agência de turismo para para reserva, nem de hotel, nem marcar roteiro, nada.

SPEAKER 2: : Algum outro tipo de agência que vocês se utilizam? Não, quer dizer a

SPEAKER 0: : agência de turismo é como diz a Heloisa, que é somente mesmo para comprar a passagem. e a parte de passaporte, essa de documentação, que sempre tem o despachante e tudo. Mas a, fora isso, pelo menos por enquanto, ainda não não precisamos assim. Agora, dependendo, a questão é essa, que depende da época também né. Quando se vai para a Europa, por exemplo, na no verão europeu, Realmente, há necessidade de marcar hotel e tudo isso, porque corre-se o risco de chegar numa determinada cidade e não encontrar mesmo lugar nenhum. Mas, conforme a a estação do ano, não não há problema com ( ). Não

SPEAKER 1: : Uma vez, eu me utilizei de agência imobiliária para vender o...não, para comprar o apartamento menor aí Fui procurar agência no bairro. É agência imobiliária né que chama esses escritórios. E agência de empregada também.  vez eu eu fui lá, uma que havia na Rua Pamplona, mas não deu certo, isso não dá certo mesmo. Porque, não sei, nunca tem o que a gente precisa. Qual outro tipo de agência? ( ) Não utilizei mais. Bom, dos bancos, da eu uso os bancos perto lá de da minha casa, os bancos da Rua Augusta, e a gente usa também aqui a o posto do Banco do Estado, que existe aqui na cidade universitária, que é por onde a gente recebe o o nosso ordenado. Então, muitas contas, conta de luz, conta de gás, eu pago aqui. Eee outras, como de telefone, já vão diretamente para o banco. Uso sempre o as agências do Banco do Estado. Tanto aqui como lá no interior. Mais fácil. Ah, é agência bancária.

SPEAKER 3: : ###

SPEAKER 1: : o que a gente acha delas, o comportamento delas, é Varia muito eh. O tipo de loja. Aquilo que eu disse há pouco dos shopping centers. Tem um pessoal assim com um nível muito bom, umas moças que realmente a atendem com... Enfim, gente que sabe atender, quer dizer, sabe dar assim um nível elevado, atendimento de público. A gente no comércio encontra de tudo ( ) Geralmente, as pessoas têm queixa né em relação ao ao atendimento, em relação a aos empregados, que a gente ( ) a gente de que ficam no balcão. Geralmente, estão sempre com pressa, parece que não têm interesse nenhum em vender a mercadoria eh. Quer levar, leva. Não quer, não leva. atiram a mercadoria e não é assim como antigamente, ou como a gente vê ainda no interior, que muitas vezes é o próprio dono da loja que está ali, então ele tem interesse em vender. E se não se a gente não gosta de determinada mercadoria, oferece outra, às vezes uma coisa completamente diferente, a gente acaba levando. Pela insistência, pelo jeitinho da pessoa em em empurrar, como a gente diz, empurrar a mercadoria. Agora, na cidade grande, isso é mais difícil. Uma, porque geralmente não é o dono, nem uma pessoa assim diretamente ligada ao ao lucro que a que a loja possa ter né. É um empregado, recebe seu ordenado no fim do mês, então nem sempre interessa vender. E outro que já são pessoas apressadas mesmo, neurastênicas eee sem muito interesse em agradar né, em em ser cordial com a gente.

SPEAKER 0: : É o que... Agora, às vezes, também encon encontra-se o tipo oposto né. Quer que você leve a mercadoria de qualquer jeito então. Se você está procurando uma blusa de manga comprida, listada, eles querem que você leve a a blusa sem manga e e e florida, de qualquer jeito. Então aí eu acho que a pessoa exerce um uma influência no sentido contrário quer dizer Quanto mais ela insiste, menos vontade a gente tem de comprar coisa. Pelo menos no meu ponto. Eu acho que se se a se entra numa loja procurando uma coisa, uma determinada mercadoria, é porque está interessada naquela mercadoria, não vai levar outra completamente diferente. Agora, tem pessoas que, como a Heloisa disse, realmente conseguem, com muito jeito, muita habilidade, conseguem vender outra, porque também vão procurando outra coisa que esteja mais ou menos do gosto da da pessoa e, no fim, a pessoa acaba levando. mas não é aquela insistência assim irritante por parte de quem está vendendo eee. Agora, eu acho que no comércio, como em qualquer outra qualquer outra profissão, quer dizer a pessoa precisa ter jeito para o para o comércio e precisa gostar daquilo que faz, o que é muito importante também. A pessoa não ter jeito ou não gostar, ela faz com má vontade mesmo. Aí não adianta, porque nunca vai ser um profissional bom em qualquer setor, desde os mais simples até os, vamos dizer, as os postos mais elevados, a pessoa nunca será será um bom profissional.

SPEAKER 1: : Esse sistema de self-service né, sistema de supermercado, fez com que diminuísse o o contato do do público, do consumidor com a pessoa que vende. Agora, supermercado, às vezes, é só só vai encontrar uma pessoa na caixa, né? Então, tira um pouco esse contato. Isso pode ser positivo ou negativo, porque também livra a gente de um de um contato assim neurótico. Mas também, às vezes, a pessoa podia fazer uma melhor escolha, uma melhor seleção, se contasse com o auxílio do comerciante ou do comerciário, digamos assim, da pessoa que trabalha na na loja. Com o supermercado, fica só assim o consumidor e a mercadoria né sem

SPEAKER 2: : um intermediário. Como é que vocês gostam de fazer pagamentos em forma de compra? Como você diz?

SPEAKER 1: : se a prestação, a vista? Bom, isso eu acho que com todo mundo é assim né. As coisas maiores, mais caras, mais pesadas no orçamento da gente, a gente compra a prestação. Agora eu, pelo menos, eu, meu marido, a gente procura sempre fazer um número de prestações pequeno, um número pequeno de prestações, de modo que não pese no orçamento, mas também a gente não fica muito prejudicado com a questão dos juros. Eu não gosto daquelas prestações longas que não acabam mais, porque a gente nem fica animado para comprar outra coisa né, e aquilo está sempre ali, pesando no orçamento. Eu procuro sempre... Bom, comprar a vista, por exemplo, a parte de alimentação, de vestuário assim, eu compro a vista. Coisa grande né, como ma máquina de lavar roupa, aparelho de som, essas coisas assim, então faz em quatro, cinco pagamentos. Depende também assim das várias fases da vida da gente, antigamente, Fazia prestação para coisa menor que hoje em dia já não faria né. Agora, por exemplo, eu como tenho experiência assim de ter vivido no interior, lá usa muito esse sistema de caderneta né no armazém. Isso eu sempre detestei. Porque ou pela desonestidade do comerciante, ou criança, ou empregada que então fica comprando toda hora, leva a caderneta para pagar no fim do mês. E lá eles usam realmente muito sabe. A Claudete que você conhece, é farmácia, é com caderneta, é açougue, é com caderneta, é tudo com caderneta. Então, vai e na caderneta você não controla muito bem, eles marcam ali o gasto. Bom, na farmácia nem é caderneta, é conta, assim, põe na conta, põe na conta. E isso realmente é desagradável, porque no fim do mês, às vezes, ela tem contas altíssimas. Outro dia, de açougue, ela tinha mil e duzentos cruzeiros eee não... Não era bem aquilo, mas não é não pode controlar né. O homem diz, não, eu mandei para sua casa, tais tal tal tal tal dia, mandei tudo isso, e não não pode controlar. Eu acho esse sistema assim de... Quer dizer, aí não é bem prestação, isso é para pagar no fim do mês. Mas eu prefiro pagar sempre, comprar e pagar na hora né. Bom, e quem utiliza supermercado tem que se tem que pagar mesmo sempre na hora.

SPEAKER 0: : É, porque realmente nesse sistema de pagar a conta em fim de mês, de ir colocando na conta em caderneta, quer dizer, não é só essa questão que já foi frisada aqui da da, às vezes a a é da, ou as vezes a a desonestidade, às vezes um engano realmente, porque é outro que faz a compra, mas a pessoa com pressa anota na caderneta de outra qualquer coisa, e mas também a própria pessoa perde completamente noção do do seu gasto. o controle. Inclusive, eu sei, conhece-se, tudo isso, todo mundo conhece pessoas que gastam muito mais daquilo que poderiam, na realidade, gastar. Então, a pessoa, não sei bem qual seria a finalidade, se é para mostrar para os vizinhos e o ami os amigos ou uma autossatisfação, mas ela vive um nível de vida muito mais elevado do que ela poderia. Resultado, os outros estão vendo, estão achando lindo, mas a pessoa está sempre endividada. Em geral, uma pessoa que paga desse tipo, com conta no fim do mês, et cetera e tal, perde completamente a noção do do do gasto. De maneira que, em geral, a família tem um certo orçamento, e é muito comum esse orçamento ultrapassar de muito né no fim do mês, por causa disso. Então, acho que esse negócio de pagar realmente na hora, a não ser realmente mercadorias assim de valor muito alto. Seria um carro, uma casa, um apartamento, um aparelho de som, enfim, essas coisas e ### ###

SPEAKER 1: : Bom, a gente não tem tempo para isso. A gente trabalha o tempo integral, o dia inteiro. As nossas compras são apressadas. Da Lucy, é na hora do almoço. Que ela, como eu já disse para vocês, eu fico aqui, ela sai. Então, ela vai, almoça correndo na casa da mãe, vai fazer a compra depressa e volta. E a minha compra é apressada também, porque eu chego cinco e meia, seis horas em casa. Como eu moro muito perto da rua Augusta. Então, eu vou sempre comprar o que eu preciso. Vou direto na loja. E férias, as nossas férias são sempre a viajar. já já compra passagem de avião ou marca para sair de carro no dia que que que realmente as férias se iniciam. Então, não dá para ficar assim mesmo. A minha irmã uma vez disse, olha, tem uma venda não sei aonde. Eu falei, não, às vezes a gente, aquela vez nós fomos a Vigotex, também assim, na hora do almoço, correndo, fomos na fábrica comprar uns vestidos Mas a gente nem sabe quando tem venda especial. Às vezes, alguém diz, as nossas mães, uma coisa assim. Mas não dá. Às vezes, quando a gente vai, a venda especial já acabou. Eu acho que para quem trabalha o dia inteiro, a gente não faz ãh a gente não faz uso dessas vendas especiais né.

SPEAKER 0: : Exatamente. As nossas compras são feitas sempre muito corridas. com o objetivo certo, então não dá nem para esperar se vai haver alguma oferta especial, não dá para esperar, ou então quando, no momento que se precisa da da mercadoria, já foi a oferta especial, de maneira que para nós num realmente num num serve esse tipo de... Pode coincidir, não há dúvida, de no momento que precisa. É, que lógico...( ) Pode ter, é, não, pode ser agora e Também tem outra coisa, em que essas vendas especiais nem sempre são especiais. Né e isso... ( ) é Isso é comum se ver quer dizer a  Eles põem, por exemplo, de tanto por tanto, mas você está vendo que, obviamente, aquele de tanto nunca foi aquele preço. De maneira que é meio fictícia essa venda especial.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : ### Sobretudo eu acho, porque também é aquela história, nós estamos falando aqui em termos nossos, mas em termos da população em geral, eu acho uma coisa importantíssima. Porque eu acho que, sobretudo, as mercadorias de primeira necessidade, não só de alimentação, como de vesti vestuário também. Eu acho que devia existir, inclusive, lojas mais mais simples, não precisa ter luxo na loja, mas que pudesse de uma maneira ou de outra, não sei, uma espécie talvez até mesmo de supermercado, de vestuário, alguma coisa assim, e que e que realmente vendesse a a mercadoria num preço acessível.

SPEAKER 1: : Ia haver tabelamento. Tabelamento e a o preço vir marcado, impresso na mercadoria. E não esse preço assim que varia conforme a cara do freguês né. Isso realmente seria útil.

SPEAKER 0: : E agora, por exemplo, tem essa parte que eu lembrei agora de tecidos né que estão fazendo. Então, aí a ( ) que tem lá em Santo Amaro, tem em Pacaembu isso Isso é um estilo interessante, porque a aonde há a venda do tecido é praticamente um galpão. Não passa disso. De maneira que, é, eles não gastam com decoração da loja num eee. Eu tenho impressão, eu não sei como é que funciona isso, mas eu tenho impressão que eles assim adquirem grandes lotes de fazenda né nas fábricas, de maneira que talvez por isso eles possam vender mais em conta do que qualquer loja da Rua Augusta ou da e fazendas boas, de maneira que eu acho que deviam fazer isso também com parte de vestuário. e realmente para para a população toda poder usufruir dessa parte né. Na cidade tem vários tipos de

SPEAKER 2: : sociedade econômica, comercial, vocês tem alguma coisa para falar sobre isso? Bom  ( )

SPEAKER 1: : vários tipos de sociedade né você quer dizer assim os setores? os setores da sociedade? Associações, você diz? Eh Não, você quer dizer assim, vário tipo vários tipos de instituições que reúnem as pessoas, como clubes assim ou associações culturais? ### indústria que existem ### ### ### A gente sabe que tem assim sociedade anônima socie companhia limitada. Realmente, eu nem sei como funciona eh bom eu acho A gente sabe assim que defi por definição, a sociedade, por exemplo, como você está dizendo, a indústria, então, são vários capitais quer dizer de várias pessoas que se juntam ãh com uma finalidade né de financiar algum tipo de... de trabalho para produzir alguma coisa e depois dividir o lucro em função daquele capital empregado, mas eu não tenho conhecimento.

SPEAKER 0: : Também não não não estou a par da de como funcionam realmente essas sociedades anônimas e companhia limitada. Não posso dizer nada a respeito.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : ### É, o atacado é Esse é um comércio interessante, mas que nem se... quer dizer, nem sempre favorece, vamos dizer, a ao povo todo, como estávamos falando. Porque justamente favorece as as o inter as lojas né, as próprias lojas. Porque, evidentemente que uma pessoa não vai comprar várias peças de uma mesma mercadoria né então. Embora quer dizer realmente saia mais em conta, são as próprias outras lojas é que vão vão se vão usufruir disso, porque eles compram por atacado, por um preço razoável e depois vendem por um preço bem mais elevado né. Maneira que eu acho que, para a população em geral, não tem muita muita influência.

SPEAKER 1: : É, eu também penso a mesma coisa. Não tem o a população em geral não não se utiliza desse tipo de comér

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 1: : Eu não não sei, não tenho... Quer dizer, conheço assim balanço de biblioteca que faz no fim do ano, Para saber, é, para saber principalmente essas bibliotecas chamadas circulantes, que emprestam livro, quer dizer o livro para ser levado fora do recinto da biblioteca. Então, no fim do ano fa fecha, o público não entra mais, então faz o balanço, quer dizer para ver os livros que estão faltando e ver todo o movimento da biblioteca, ah os consulentes teve, os livros que saíram, os livros que voltaram e os que não voltaram. Então, disso resulta um relatório anual. Então, é o balanço da biblioteca. Agora, em termos comerciais, tenho a impressão que se faz...Eh devem ser feitas as contas né, os gastos, os lucros, o que afirma... Enfim, todo o movimento comercial que a firma teve em matéria de dinheiro, o que entrou, o que saiu. que foi gasto. Mas eu num como a gente assim a a família, ninguém tem ninguém é comerciante, nem sequer é comerciário, a gente não faz a mínima ideia, só vê de vez em quando a loja fechada para balanço, ou a firma, mas sabe o que é balanço, mas não sabe assim o processo como se se desenvolve Essa balança comercial?

SPEAKER 2: : ### Não sei, não.

SPEAKER 0: : ### ###

SPEAKER 1: : Coisa que a gente que a gente utiliza. Agora, a gente usa muito no nosso trabalho, são os pesos e medidas antigos. A gente sempre está às voltas com isso, porque tem que estar procurando dentro daquela época quanto valia e Outro tempo outro dia, a gente estava com um problema com... Não era alqueire, agora não estou lembrando o que é...é é. Era uma medida... Tantas medidas. Medida e era ãh no sentido de grãos, era coisa de agricultura não é e a gente Não sabia bem por que medidas. Nós fomos ver. A gente a gente tem as fontes, já que a gente está acostumado só que eles São funcionários antigos mas Para um setor tem um significado, para outro tem outro. A gente viu... Bom, agora eu não lembro quanto valia, mas para tinha um valor para a agricultura. Tinha outro valor para ouro, mineração. Nós nós vimos um um trabalho ligado ao século dezoito não é, aquele do Lisanti. Então, era medida, mas para ouro. Então, arroba, não sei  A gente está sempre... arra arrátel aquelas medidas eh... E mesmo a parte monetária de... Reis, reais e cruzados. Dinheiro usado dinheiro português usado no Brasil na na época colonial. E essas moedas, mesmo, por exemplo, em relação a Espanha e ao Império Espanhol na América ou a Portugal. Inglaterra, et cetera então ah Por exemplo, as metrópoles tinham as suas unidades monetárias. Eram as mesmas na colônia, mas tinha um valor diferente. Tinha uma subdivisão diferente. Então no nosso trabalho, a gente está sempre mexendo com isso agora Atualmente, a gente usa assim que todo mundo usa, metro, litro eh. Quilômetro são as coisas... Quer dizer, que a gente usa assim na vida cotidiana num num tem problema. Mas essas me esse o sistema todo... Toda essa questão de de mensuração. antiga a gente está sempre mexendo, e realmente varia muito então A gente precisa ter muito cuidado, porque a gente trabalha assim com pesquisa né então redige eee Às vezes, dá um valor que... Às vezes, pouca diferença de anos ou de local, de área geográfica, tem um valor completamente diferente. Realmente, alguém pode chamar a atenção. ### Aquelas medidas, nós vimos né, era no estado de São Paulo atualmente eh, porque podia ser punhado, podia ser litro. Afinal, nós não chegamos a nenhuma conclusão né ( ). Até agora, não. ### ### Está sempre tendo que mexer com isso. Légua, por exemplo, cerca de seis quilômetros cerca de seis quilômetros, porque ãh eu estou redigindo a minha tese de doutoramento, tem se tem um problema assim, porque é sobre um governante de São Paulo que se preocupou, no século dezoito, com a conquista do do sul de Mato Grosso, do norte atual norte do Paraná. Então, sempre tinha tem as distâncias. Então tem que estar sempre e sempre em légua para o século dezoito. Légua eles usam até agora no interior. Então, essa que que eu tenho sempre em mente, porque estou usando sempre. Agora, essa medida de propriedade, alqueire, are, hectare a gente também A gente andou vendo para aquelas né de pequena propriedade no começo do século vinte. E essa coisa de alqueire mineiro, alqueire paulista. Eu não me preocupo, não sei se a Lucy também é assim, em gravar muito essas coisas, porque a gente sabe onde eh... Inclusive, a gente já tem num caderno, tudo marcadinho assim. Então, quando precisa, vai e vê. Porque a gente faz uma confusão de de de trabalhar assim com o historiógrafo. A gente está sempre com debruçado sobre o texto antigo. ### Outro dia eu já estava escrevendo até com á, tê, agá, ê. E eu fui escrever. Outro dia eu também fui escrever sossegado, de tanto sossego. de tanto ver lá na na na correspondência que estou estudando. Eu já não sabia se era com dois esses ou só era com um cê. E eu chego a escrever. A Linda também aconteceu isso, de de escrever alguma coisa assim com um com um agá que não tinha, por causa da da gente ficar muitas horas durante o dia em em documentos, principalmente do século dezoito

SPEAKER 2: : ###  fica então o nosso agradecimento, a colaboração dada por vocês ao Projeto