Inquérito SP_D2_275

SPEAKER 1: : Bom, o assunto escolhido, então, como vocês estão sabendo, vai ser sobre o corpo humano, vestuário e alimentação. Está bom? Vocês falam o que quiserem, bem à vontade. Quanto mais volume de falas vocês falarem, não é ãh ne nos será par nós teremos mais material para pesquisa, e é o que nós estamos tentando fazer não é. Bom, eu gostaria que a Wanda, então, começasse. Ãh e contasse para nós o problema aí da sua pressão. Cer

SPEAKER 0: : Bom, o meu problema sobre a pressão é um pouquinho complicado. Não é um problema comum de nervosismo, de alteração, assim, paciência, nada disso. Meu problema é renal. Eu tenho... Quase não tenho mais o rim direito, já não existe praticamente, que eu fiz um exame de mapeamento com substância radioativa e justamente lá deveria acusar a passagem da substância, que é o (), pelos canaizinhos, pelas veias do rim e não acusou, quer dizer, não existe mais. Então esse rim tem que ser extraído, né. Agora diz o médico, agora na minha opinião, eu tenho um problema, é com a suprarrenal. Deve ter algum distúrbio na glândula suprarenal, Porque, segundo o que eu li, aí essas glân essas glândulas, quando fu funcionam alteradamente, elas lançam adrenalina demais no sangue. Quer dizer, independe da vontade da pessoa, ela não pode controlar o seu sistema nervoso, não é por causa da adrenalina. E justamente o remédio que eu acabei de tomar agora, eh para a explicação que me deram, mas que eu não aceitei muito, é esta. Que este remédio ocupa primeiro o lugar que a adrenalina vai ocupar depois. Assim impede a adrenalina de tomar conta ali da veia. Eu acho que não. Porque eu acho que isso amortece um pouco a língua. Isso tem mais a função de sedativo. É um vasodilatador. Mas eu acho que é mais sedativo. Não tanto só assim essa função de ocupar o lugar, né? Agora, mesmo com esse remédio, não conseguia baixar. Tomo isso, ãh vasodilatador e tomo diurético também. Todo dia diurético, né? Mas não resolve. Estava com a pressão vinte e do is, outro dia, aí, conselho de farmacêutico me mandou tomar maracujá. em jejum, suco de maracujá, da fruta mesmo, em jejum. Eu tomei. Caiu para quatorze,  né? Não sei se é devido ao suco de maracujá ou o que é que é, mas parece que agora já está voltando. Qualquer coisinha já dá alteração outra vez, porque para mim se trata-se de um vamos dizer tumor na suprarrenal e ele ah a suprarrenal então passa a funcionar desordenadamente, né? Mas o médico, aliás diz que é um dos cobras, né? matéria de rim, mas ele não diz. Quando eu digo que é uma coisa, ele reti eh tira o corpo. Não, mas quem falou para senhora que é isso que a senhora tem? Quer dizer, ele não diz o que é, né? Agora, existe outra doença também que produz isso, degeneração do rim eh. Outro dia que eu fiquei ãh tomei conhecimento dela, é o mal de Bright. Também o rim vai se degenerando, sabe por que motivo? E Desaparece, claro. Agora, eu perguntei ao médico, falei, tem infecção, pode contaminar o outro rim? Ele falou, não. Eu falei, então por que o senhor quer tirar o meu E ele falou, não, a Jorgina está perguntando demais. Não, eu falei, não, é lógico. Se não tem infecção, não tem possibilidade de contaminar, então não há motivo de extrair né. Para mim só seria o caso de extrair, para extrair junto à suprarrenal. Aí ele já falou, não, quem quer extrair o rim da senhora? Eu não falei nada de extrair. Ele voltou (riso) tudo atrás. Mas é um problema. E precisava justamente baixar a pressão, porque em março eu tive uma paralisia facial. E acho que foi devido à pressão alta. Se bem que uh o otorrinolaringologista achou que tem um quisto comprimindo o nervo facial. mas torceu todo, eu fui passar, senti uma dor muito forte de ouvido ao ouvido, assim toda essa extensão aqui e como eu tinha em casa xilocaína viscosa e entendo um pouquinho de remédio, fui passar, está certo, a dor passou, mas na terceira vez ah torceu todo o rosto. Deu uma paralisia mesmo, só o globo ocular não paralisou, a pálpebra paralisou, mas o globo ocular não. Conservei o movimento, né? Mas uma dificuldade tremenda, nem para mastigar, nem para engolir, nem para falar, nem para soprar. É uma coisa difícil. () Ninguém pode imaginar o que é isso. Só quando torce mesmo que a gente pode ver. Isso já foi recidiva, porque eu já tive isso há uns dez anos atrás também, de repente, assim. E eu tenho um pequeno distúrbio para deglutir e não posso virar de lado. E eu fui virar de lado assim e senti como se fosse um choque muito forte, uma pancada forte na cabeça. Estive lá. Daí há dois dias, Fui assobiar, quer dizer, não podia, porque já não combinava mais usar os lábios né, já estava torcida. Essa voltou em uma semana. Agora, essa última que eu tive, levou uns dois meses para voltar né. E agora, então, precisaria tirar esse quisto. Mas com a pressão desse jeito, não é possível né. Conseguiu, ele conseguiu abaixar para dezessete outro dia. Escreveu uma carta ao otorrinolaringologista e falou, olha, opera depressa, eu não consigo reter essa pressão muito tempo né, mas não adiantou. Fui fazer exame de sangue, Eu achei que estava bom. Mostrei para os outros médico. O reumatologista achou que estava bom. Esse doutor, também dos médicos, dos rins, também achou que estava bom. Vou para o que ia operar. Falou, ah, não não vou operar a senhora, que a senhora está com anemia. Falei, mas está um pouquinho. Só os glóbulos vermelhos. Falou, não, mas isso faz uma diferença tremenda na cicatrização né. Vai demorar a recuperação, tudo. Não convém operar desse jeito. Né? Falei, dá outra vez a paralisia. Falou, bom, aí nós operamos em emergência.  Né? Falei, bom, está certo. () Sei que não operei até agora. Não voltei nenhum dos médicos. O problema é complicado mesmo, né? Quem tem saúde não tem problema. Já era? Tem saúde de ferro? A minha saúde não é muito de ferro, não. Porque sempre eu tive problema de anemia e quando pequena tive doenças também né. É que atualmente a minha situação física parece que está um pouquinho melhor. Mas acontece que eu tenho problema é com alimentação mesmo, né? Que eu como demais e não quero engordar né. Agora, eu precisaria manter um regime alimentar, porque eu já fiz vários uh regimes, tomei várias medicações, mas isso não foi ótimo, porque sempre tem as consequências de um medicamento.

SPEAKER 1: : Né e parece que... () Mas que tipo de regime alimentar você ()?

SPEAKER 0: : Bom, eu fiz o regime de ah... Quando eu estive fazendo fisioterapia Mizuki, tinha que fazer ginástica, massagem, ah ducha e forno de bier. E tinha que fazer... Eles davam eh... Era três vezes por semana e eles davam o regime. Havia um dia por semana que eu tinha que comer somente doze laranjas. Só laranja e, de manhã, uma coalhada. E, com isso, eu achei que eu não estava perdendo o peso, mas eu estava ficando assim, desnutrida. Não sei se era essa anemia que eu tenho, porque o médico de tiroides já disse que, pelo meu modo de comer, o que o resultado seria eu ser magra. que ah ele chegou a fazer dois exames em seguida, dois metabolismos em seguida, que ele achou que pelo meu problema de de ter essa fome, de comer tudo que cai na mão, eu como, né? E não tenho um método. Pode ser meia-noite, pode ser seis horas da manhã. Se eu tenho vontade, eu como. Também não me faz um mal assim, né? Quanto à digestão, não me faz o mal. Mas não está certo comer desse jeito, né? E é quando aí é descamba. Aí eu começo a engordar e Cheguei a pesar uma vez setenta quilos. Agora, o meu normal seria igual o da minha irmã, que temos a mesma altura e sempre tivemos o mesmo pe so. Eu não sei se o normal fosse igual a (), mas eu já estava () Eu não consigo o diurético. Se ela pudesse tomar o diurético todo dia, não deixe aumentar uma grama. Eu, todo dia, estava tomando remédio para (), então tinha que ir à farmácia. Todo dia eu pesava nenhuma grama. O caso é ali, controlado mesmo, rigorosa... Laura, Eu tomava diurético. Eu tomei vários  diuréticos. O seu caso é mental. A sua fome é mental. Ela não pode ver um prato gos Eu penso num num alimento, aí eu preciso ir fazer. Eu chego a fazer bife às onze horas da noite, acebolado. Quer dizer que eu não me incomodo com a hora e faço mesmo, né? Mas também eu falo para ela. Eu digo, mas controla um pouco o apetite. Não, ela quer mesmo é a Ah, não. Eu tenho vontade, eu tenho que comer. Não, porque eu isso que eu acho que é o meu distúrbio. Porque eu sentindo aquela vontade, ah aquela vontade, eu tenho que que comer. Seja a hora que for e eu mesmo preparar, não espero para o dia seguinte nada né. Aí eu não tenho esse problema disso. Se há coisa que eu não tenho é fome, eu tenho. O que eu reparei com o diuréti é que dá uma sede desesperada e vontade de comer frutas. Quer dizer, ah dá aquele desespero por coisa azeda. Não tem mais eh... Aliás, eu li mesmo na bula que provoca intolerância pelos glicosídeos né. Não estou tolerando mais o açúcar. Se toma um pouquinho de açúcar... Ah mas você sempre gostou de doce. Ah, demais. Mas agora não. E a pressão sobe outra vez, do mesmo jeito né. Quer dizer, além de reforçar a dieta com o... com o potássio das frutas, eu acho que ainda assim deveria ser tomado comprimidos de cloreto de potássio para reforçar esse potássio que a gente perde. Porque todo dia, não é brincadeira uma dieta dessa? Minha mãe também ela toma isso e come menos fruta do que eu ainda. E a gente nota que os músculos vão ficando flácidos. Eu não tanto o caso, porque eu observo rigorosamente. Toda manhã eu faço meia hora de ginástica. Não tanto para conservar o esqueleto, para não ferrujar. Quer dizer, tem que me pôr em movimento, né? Ela não, ela olha para mim e faz... () Não, a ginástica, se fosse se fosse obrigatória, não sendo obrigatória, sendo em casa, eu não faço. Agora, na Mizuki, eu levantava às seis horas, tomava o banho em casa e ia, fazia tudo que tinha que fazer, ginástica, massagem, ãh ducha, tudo, saia de lá, tomava banho de chuveiro também. Ela quer sempre uma situação privilegiada em relação às ou Os outros, se querem fazer ginástica, dão duro sozinho em casa. Ela não. ### ta isso mesmo. Em casa, eu sempre eu digo assim, ah para quê que eu vou fazer isso? Deixa para amanhã, deixa para depois. Não há necessidade de fazer isso hoje. () de vontade. Ah então, talvez seja isso. Falta de vontade. Força de vontade mesmo. Ela chegou a comprar aquele o método da Real Força Aérea Canadense? Ah, e não só isso. Ela oh Aquele da ginástica, como é? Swing Gym também, cheguei a comprar não usei também. ### Eu gostaria de fazer, mas eu não posso, tenho problemas com a coluna, não é qualquer qualquer ginástica... Não Mas não é só quanto a coluna também, quanto ao joelho também, menisco. É, operei o menisco... Por causa da É mesma coisa que bambolê, né? Uma série de operações e toda ginástica, por exemplo, aquele o Swing Gym, aquele disco giratório, ah aquilo desloca qualquer rótula, não é possível. Eu já tentei começar várias vezes, sem ser esse problema, que o médico retirou o menisco externo e olhou, levantou a pele do joelho e espiou o menisco interno. Até hoje eu não perdoo isso, né? Falou, está meio rachadinho, mas fica para outra vez. Deu uma dor depois na recuperação, porque mexeu na cartilagem partida e não retirou, né? E até hoje eu tenho problema, mas quem tem coragem para voltar a operar outra vez? E não fui só eu não, já vi vários comentários. A operação não é nada, a recuperação é que é horrível. Chega a estragar os dentes da gente, porque tem que fazer o exercício de recuperação, tem que carregar peso nos pés. Começa com um quilo e chega até quinze quilos. E toda a força para levantar esse peso não é na perna, que a gente faz, é nos dentes. Né? A gente aperta os maxilares, né? Ah, que estraga todos os dentes. Ih o meu dentista, tem um trabalhão aqui para ele. Acaba de fazer a obturação, cai outra vez por causa disso. Não, mas esse problema de dente eu também tenho, não é só você. Meus dentes parecem que são fortes, mas também o mastigar só se é isso. Se eu Eu comer muito. (riso) Eu comendo mui Você palita, não é para pali Estrago  mais. Tem que usar fio dental, então aquela hastezinha de metal que eles dão, eu sigo. () Também você não come carne, né? Que está. Bom, não comia. Agora eu voltei a comer. Eu era vegetariana. Eu gosto muito de animais e não suportava a ideia de comer carne, né? Passei acho que uns dez ou quinze anos sem comer mesmo e não me fazia falta, não fazia diferença. Nem Frango, nem peixe, nem nada. Não, peixe Peixe, peixe eu acho um animal muito inferior. Nunca Nunca chega a ser domesticado, a não ser os golfinhos assim, né? Agora os outros eu acho que isso eu não sei. A gente pode domesticar, pode criar uma amizade com o animal. Eu tenho tenho dó mesmo, não vai nem que eu queira. E tenho Desgostei mesmo. ### Ah devia viver na Índia então. Né? Lá o boi é sagrado, né? Então devia ser mesmo. Mas agora eu pensei, na minha anemia, eu falei, quem sabe devo voltar a comer a carne outra vez, mas não consegui. Não vai, a gente perde o gosto. Bom, mas aí Aí que estava, não seria só a carne, seria o leite também, mas o leite você já viu que para você... É, não, o meu organismo não está tolerando o leite. Eu tive um problema... () né? Uma vez eu guardei um remédio, era da minha cachorrinha que morreu, ela tinha sempre problemas com a respiração, e eu guardei, era garcenil Guardei três anos depois. Ninguém mais usou. Ficou lá guardado. Um dia eu peguei um resfriado muito forte. Falei, bom vamos pincelar a garganta com esse garcenil né. E eu reparei que a tampa estava toda coberta de poeira. Lembrar que aquele já era antigo né. Pincelei. Foi dez horas. Meia-noite eu já estava lá no quarto da minha irmã. Olha, acho que eu vou morrer viu. Eu estou envenenada com arsênio. Falou, não é possível. Falei, é possível sim. ### Eu senti... Eu não sei. Olha, para dizer a verdade. Dor muito forte aqui na região do baço e pâncreas, que eu não cono consegui localizar muito bem os dois. O é ba ou é pâncreas. Os dois estão aí, mas eu não sei bem direitinho o lugar. E uma dor muito forte. E aquele, não sei, enjoo, aquele mal-estar. Atacou os rins também. Cheguei, a urina chegou a ficar preta, verde, vermelha de tudo a cor. Tinha impressão que tinha areia também na urina. Foi uma coisa horrível né. Fiquei três dias assim de molho e ()... Será que isso não influiu para que o seu rim ficasse desse jeito? ### Rolando lá de doida, falou vou vamos para o médico, falei não, liga para o veterinário aí que é meu amigo (riso). () liga para ele e pergunta o que ele faz com os cachorrinhos envenenados, que eu sempre via lá, os cachorrinhos envenenados. Mas logo após você já sentiu me O comum é arsênico ou estricnina né e a gente conhece o seu sistema. estricnina, se a gente bate assim, o animal pula. E o arsênico não arsênico ataca o fígado, né? Começa a vomitar, vomitar sangue, né? Aí ele falou, ah, mas você faz cada uma. Você tinha que se meter em uma de ve de arsênico, né? Toma aí o plasil de trinta gotas. Mas eu, como sou muito viva, eu sei que o plasil dá efeito piramidal, né? Aquele distúrbio, né? Do labirinto, né? Eu falei, eu não vou tomar nada de trinta gotas, porque eu já tenho problemas com labirinto. Minha mãe tem, toda a família tem. Eu falei, eu não vou ficar assim, perturbada com isso, tomei cinco gotas. Usar cinco gotinhas serviu para consertar. Ele falou, toma até sair do estômago, porque a hora que passar para o para o intestino aí não te perturba mais né, não te dá problema né. E desde daí eu noto que... Acho que foi desde daí que você começou ah a ter problema com os rins, né? É Não, os rins já foi antes, viu? Não, você teve quando pequena, você teve pielite. Quem teve pielonefrite fui eu, né? Problema de rim você não entende. O problema de rim quem entende sou eu. É que o sol era muito quente na Praça Buenos Aires e todo sábado nós tínhamos que fazer levantamento topográfico daquilo lá. E a minha turma era melhor mesmo. Fazia e fechava poligonal né. Os outros todos, eu na minha poligonal. Quer dizer, debaixo do sol quente. O sorveteiro passava, sorvete, sorvete, sorvete. Debaixo daquele sol quente, quer dizer, destruiu completamente o rim. Quer dizer,  no se resfriar... Ah, mas você teve problema por causa também de de frequentar piscina. Ah, () eu tive pie ### E de chupar uva sem lavar, né? É, o salitre, né? Que vem... É. Que vem... Sulfato, Sulfato, sulfato. Eles põem na uva, né? Aquilo, ah era quando está  certo. Quando era tempo de uva, meu pai comprava aquele caixote de uva. Chegava no fim do caixote, eu já estava no médico, eu já estava outra vez com pielite. Mas também descobriram que era amígdala. A amígdala já estava muito pus na na urina, né? E Até perceberem que era amígdala. Operei, esse mês ficou um pedaço, tornei a operar. As minhas operações eu faço duas, três vezes. Aliás, eu faço todas as que ela faz também. Ela faz () Logo depois eu tenho... Ah, mas eu fiz mais do que você. De De quisto, eu já operei três vezes o mesmo quisto. Os lobinhos da cabeça também já operei três vezes. Quer dizer, por hora eu acho que eu estou ganhando. (riso) Ah Mas quando eu operar os lobinhos eu vou ganhar. Dez aqui. E não posso mexer por causa da paralisia. Qualquer anestesia pode pegar atingir o facial outra vez e dar paralisia outra vez né. Cheguei a... Mas não adianta operar Se volta outra vez. Cheguei a Comprar a peruca, eu não gosto de peruca, comprei a peruca, eu falei, bom, isso aqui vai ficar uma devastação. Dez lobinhos para não tirar isso aqui né. Pus Foi a hora. Comprei a peruca e deu paralisia paralisia no rosto. Falei, poxa, não tenho que tirar mesmo esses lobinhos. Mas nós não tiramos por causa disso. Porque o médicos são exagerados. Eles fazem uma área muito grande e se nós vamos tirar dez cada uma... Não, mas para isso você iria tirar com o bisturi de ouro, que é o O médico dela fez várias operações e já ganhou o bisturi de ouro. É ótimo operador, né? E ele tem mesmo cuidado, né? Desse que vai desvastando. Pega, passa a gilete em uma área de dez centímetros, quando vai tirar em dois centímetros. É covardia. Uma hora que eu for, ela vai. Ela espera eu fazer uma coisa para ela ir também, né? Eu notei isso com esse remédio de anemia. Começaram a vazar os sebinhos. Ah Começou a inflamar. Minha mãe, que reparou, falou eh, o que que é isso? Os sebinhos estão crescendo, parece que vão estourar né. E eu, como tenho mania de ficar parafusando as coisas, falei, mas isso aqui é alguma coisa do remédio que eu estava tomando. Aí eu falei, é esse remédio de anemia? Então, naturalmente, ih esses sebos, então, são de anemia né. E com o remédio fez aquilo se movimentar né. Agora, eu parei o remédio porque uma dessas noites eu estava me sentindo um pouco mal. Eu senti que o coração começou a bater um pouco vagarosamente. Eu falei, olha, eu estou me medicando muito sozinha, é melhor eu parar. (riso) Antes que você pare para sem O médico já deu uma bronca mesmo comigo. Né? Ele falou, você precisa parar de tomar o remédio por sua conta. Eu falei, não é por minha conta. Eu leio, eu não invento nada. Eu uso o que os médicos falam. Agora, se as pessoas estão erradas, paciência né. Então, mas você empata com eles, porque o comum dos médicos é não ler as bulas, né? Ah, não leio mesmo. E isso eu vi por causa desse veterinário, que é muito nosso amigo, nos tempos conhecidos. E ele vai aplicar um remédio nos meus cachorrinhos e ele já sabe. Ele pega, abre a caixinha tal e dá a bula primeiro. Primeiro tem que ler a bula. Senão ele não aplica o remédio aqui no meu ca Ah, não precisa muito. Uh o médico mesmo, que é tratou da minha cachorrinha mais querida, ele era catedrático aqui. Quer dizer, era um dos chefões aqui da veterinária né. Ele queria muito bem a gente. Ele pedia licença para fazer as coisas. Falou, olha Coitada da negrinha já está muito machucada. Posso tirar sangue da jugular? Eu falei, qual é o problema? Se o senhor está me perguntando, existe algum problema. () falou, não, só que impressiona muito. Ah, não. Pode, siga em frente, tenha toda a confiança. Pode tirar. Porque tem gente, pensa que é assim, não. Pessoa, ah, o cachorro vai tomar injeção? Sai correndo da sala. Tampam os ouvidos, não pode ouvir o choro do cachorro. Ai, não () Eu seguro o cachorro para operar. Faço o que é preciso, mas também quero ver o que está sendo feito no animal. Deixe fazer a isso. Não, porque há gente competente e gente que não é competente. Eu, graças a Deus, procuro sempre as competentes. (riso) Não, nós conhecemos uma turma, viu? Nós somos muito amigas dos veterinários aqui em São Paulo. Conhecemos todos, são todos... E aí vo ### Como? E aí você aplica o que você sabe em veterinária. Ah Aplico também, né? Depois Ãh justamente, eu tenho essa prática com remédios, porque justamente um veterinário, ele falou, olha, dá gosto tratar de animais de vocês, por causa disso. A gente receita um remédio, Daí, há dias, vocês vêm dizer, o que notaram do remédio? Porque assim a gente já tem uma resposta. Sabe como funciona aquele remédio? Não é que nem os outros que levam e perguntam, deu o remédio? Ah Ah, eu mandei a empregada dar, não sei se ela deu, não sei se cuspiu. Não, a gente dá sabe o efeito. Pois um dia, minha cachorrinha ficou com alergia, encheu todo o rosto, né? E eu cheguei em casa falei para a minha mãe, o que que você deu para a cachorrinha? Ela falou, ah, ela estava brincando com aquele rolo de durex. Eu peguei a cachorrinha, o durex, cheguei no vete veterinário, eu falei, olha aí a alergia dela. Ela falou, não precisa mais nada. É isso aí mesmo, você tem razão. Dá gosto, vocês não dão trabalho. Ah, é o durex, o que ela comeu. E não era esse durex transparente. Era durex di ferente. Era um durex que eu usava nos meus projetos. Era, parecia papel pardo, assim, né? É de celulose né? Não tem como É para madeira, para fixar em madeira. E ela se divertiu. Minha mãe queria que ela ficasse quieta, deu o durex. Aí a cachorrinha rolou aqui. Ela mas encheu os olhos, ficou parecendo japonesinha, assim. E gritava de dor, a coitadinha. Quer dizer, eu observei. O veterinário falou, não, isso que dá gosto, porque a gente sabe onde você está pisando com voc E daí que eu ponho a prática. Eu tenho lá umas frasqueiras, três frasqueiras en atulhadas de remédio mesmo. Justamente dos cachorros. Eu ponho os olhos no remédio e já sei para que é. Devido à prática, né? É Ela não acontece tanto isso porque ela larga. Larga para mim. Ela chega que remédio vai dar né quer dizer. Não, Não é você que é mais entendida. ### ### Não, é o veterinário né.  É que eu sempre gostei. () Eu sempre Aliás, eu leio mais artigos sobre medicina do que mesmo sobre arquitetura. Tenho uma atração especial, mas eu acho que nunca teria ido para a medicina porque eu não suporto a visão do sangue. Não é falta de coragem. Me dá um mal-estar. Eu desmaio mesmo, né? Não é falta de coragem. Eu di go isso porque justamente esse veterinário que disse que a gente observa. Um dia minha cachorrinha estava com hemorragia, perdeu um dente. Não, ela já estava com hemorragia. Tomou hormônio de efeito prolongado. Eu não vi que o veterinário, esse deu sem sem mostrar a bula, deu um hormônio de efeito prolongado. Falei, ah se eu visse que era (), não deixava o senhor aplicar. E a cachorrinha estava no cio. E quando () não pode cortar o efeito, né? É, desencadeou o cio e não cessava mais. E a hemorragia ia acima da hemorragia. Então, eu falei, bom, fui levei no veterinário e ele não deixou. Eu falo, aí você arrancou o dente que estava mole. Aí que foi sangue. Caiu, mas fez aquela poça de sangue. E eu vendo aquele sangue, ele aplicando a injeção anti-hemorrágico, né? Ele falou para a minha irmã, olha, sua irmã já vai indo, olha como ela está amarela, para a injeção. Eu falei, não, o senhor termina, eu não sou () Ele acabou, fui eu do lado da cachorrinha, () por causa da visão de sangue. Talvez por isso que eu não tenha procurado a medicina. Não desgosto da arquitetura, gosto muito, fui por lá para lá com gosto, mas talvez seria o caso de fazer dos dois cursos, porque eu sei Tenho conhecido que fizeram vários. ### Já pode  ingressar na medicina. Se o O meu médico dos rios me der tempo, ele me deu cinco anos só. Cinco anos não dá, né? Tenho que repetir. Diz que se eu não tomo remédio, em cinco anos eu eu vou embora, né? () Bom, cinco anos não dá. Mas chega um ponto a gente se desilude um pouco de estudar, viu? Eu gostava muito. Estudei por gosto, entrei por gosto. Até quando eu entrei a turma, tinha poucas moças quando eu entrei, né? E os rapazes não gostaram. Pareceu que está virando escola de corte e costura. Falei, não senhor, meu cara, as chances são as mesmas. Se nós somos mais capacitadas para entrar do que você, paciência, né não reclamem de mim, vão reclamar da reitoria. Quer dizer, entramos, e eu entrei por gosto, e eu fiquei, fui uma das últimas, alcancei média, mas não pude entrar. Depois fizeram mais quatro vagas e chamaram esses que alcançaram média. Quer dizer Tinha que fazer isso mesmo. Ah Ah, isso não era só você comigo, aconteceu o mesmo também. Também fiquei do lado de fora, o próprio professor me pegou no corredor, e disse, olha, você vai fazer aqui um pedido de revisão de prova. Eu falei, mas eu não sei nada. Eu sei que a senhora não sabe nada, mas nós vamos dar para a senhora entrar. Quer dizer, eu também entrei (riso) também no sapo Bom, porque ah o problema de vagas naquele tempo era menor. Por exemplo, quando eu entrei na arquitu na arquitetura, éramos trinta e seis ao todos lá  na sala né. Quer dizer, depois de admitirem mais esses casos... Nós acho que não éramos nem vin te. Não tinha se formado a primeira turma ainda depois que separou a arquitetura na Maranhão. Quando você entrou ainda era Arquitetura e Urbanismo. E eu entrei, parei um ano, tranquei a matrícula, porque estava muito cansada. Entre sem  cursinho. Quer dizer que não foi sopa. Dei o duro, danado. Entrei mesmo porque tinha que entrar né. Aí cansei muito (). Fiz muito bonito de entrar, mas eu cheguei lá, vi que os professores esperavam muito de mim, porque viram que eu tirei boa nota no vestibular. Falou, ah, a senhora é boa nisso. Falei, ah, não espera aí, vou descansar primeiro. Eu  sou boa, mas agora não estou em condições de fazer mais nada. Aí tranquei a matrícula, voltei. Foi... Não me arrependo, peguei uma turma melhor, tinha mais moças que Na uh primeira turma que eu entrei tinha só uma. Quer dizer, a gente tinha mais liberdade ali, porque os rapazes não gostam não gostavam muito da gente lá. Agora eles estão acostumados, mas primeiro eles não gostavam muito. Ah, antes era Era corte e costura. () Corte e costura, né? (riso) Antes era corte e costura (). Corte e cos tura né? Não, também uma das minhas colegas cometeu a tolice de dizer que entrou para esperar o namorado se formar, porque ele também entrou. Ah, eles não perdoaram. Ocupando um lugar aí que não se podia estar um rapaz estudando. Eu falei, mas por que você foi dizer isso? E é melhor do que o marido hein. Melhor arquiteta do que ele. Mas ela disse, não, eu vou entrar para esperar fulano se formar. Falei, ah é, você está vendo, você falou, se você não tivesse falado, se tivesse ficado quieta. Ela é boa mesmo né. Desenha, que é uma maravilha né. Mas eles não aceitavam muito a ideia né. E eu, quando entrei, eu pensei que eu era boa em desenho. Da  minha turma, eu era melhor. Mas quando eu cheguei lá, eu vi que a turma me deixava no chinelo. Eles desenhavam, que era uma maravilha. E eu era boa para projetar, isso era. Você fez muitos projetos? Fiz muito projetos bons, projetos que eu gostei de fazer. Justamente, o que eu mais gostei foi um hospital. Quer dizer que por aí já se vê a minha tendência mesmo. (riso) Era para () seguir em medicina e engenha Foi um estudo muito bem feito, viu? Nós fomos ao Hospital do Câncer para estudar o que era necessário em cada área, cada sala, cada unidade de enfermar. Tudo era pesquisado. Nós levamos seis meses pesquisando e fizemos o projeto em um mês. Também saiu maravilhoso. O meu professor de de projetos naquele tempo era especialista em hospital. Era o doutor Rino Levi,  também falecido já né, e era especialista em hospitais né. Quando ele viu, ele falou, não, a senhora está ótima, vai trabalhar comigo lá no hospital, porque não está... só posso dizer que está melhor do que eu ainda. Se eu sou especialista em hospital, a senhora já está melhor. A senhora se aprofundou nisso. Eu falei, bom, porque é de gosto. Porque é de gosto a gente faz mesmo, né? E fiz. Não muito boa para fachada. Fachada não é... Ele falou, ah isso a gente ah pois fechada. Não há problema. O interessa é funcionamento dentro. Né? Porque tudo tem que ser estudado. Por exemplo, a gente tem que observar isso na sala de espera. Não pode, por exemplo, voltar com a passar o carrinho da pessoa que faleceu. Aquilo deprime o esta ãh o ânimo das pessoas que estão esperando ali para ser atendidas, consultadas tudo. Quer dizer Tudo tem que ser estudado, o menor trajeto né. Quer dizer Foi um estudo mesmo prolongado, mas deu gosto. Aliás, foi escolhido. Eram dua duas hi Hospital e mais um outro. E eu estava torcendo para ser hospital. O outro era aeroporto? Não, aeroporto eu cheguei a fazer. Eu não consigo me lembrar qual era o outro projeto. Eu sei que por unanimidade ganhou o hospital. Eu fiquei toda contente, porque eu estava mesmo com vontade de fazer hospital. E tinha o meu lugar reservado para trabalhar lá no escritório do Rino Levi. Ele ah Aliás, ele não não convidou, ele ordenou. Falou, você está intimada a comparecer Mas sabe como é, a gente? Vai deixando, amanhã eu vou, amanhã eu vou, amanhã eu vou, né? Até que ele foi, e você lhe pegou. Ele foi Né, aconteceu aquele acidente no Hospital da Bahia né e. Tentei voltar, agora há poucos meses fui fizemos, nós duas fizemos o curso lá no Hospital do Câncer né. Sobre isso você pode falar melhor do que eu falo. O que que você achou? Não, uh O curso sobre o câncer lá foi ãh para voluntários e para leigos. Agora foi interessantíssimo, porque foram em assim um tipo de conferências duração de uma hora cada uma, com os temas divididos, e havia projeções de slides, e todos os professores eh catedráticos ãh da cadeira, né da matéria ali, né? E... Inclusive isso reserva boa surpresa. Isso e uh um Numa das vezes chegando lá, eu vi um moço mexendo na máquina de projeção de slides, E falei para minha irmã, eu conheço aquele rapaz, não sei da onde. Mas não conseguia me lembrar da onde, porque eu fiz vários anos faculdade e tudo, não sabia da onde era. Aí, fui perguntar a ele, eu não conheço o senhor de algum lugar? Ele disse, conhece sim, Vera, do Bandeirantes. Aí, eu já aboli o senhor, o doutor. Só que não me lembrava o nome dele, né? Aí, falei, bom, aí fui correndo ler no papelzinho do programa da de aulas, fui ver qual era o do dia ali, quem era ele, né? E Por sinal, que não me lembrava mesmo o nome dele, né? Mas foi um curso interessantíssimo e gostei de ver que ele, uma pessoa que durante a aula era o maior contador de piada, eh tinha aquilo inato nele mesmo. A piada surgia, era só ele abrir a boca já se dava risada né. E eu gostei de ver que deu um um professor, que para para ele ser o chefe da equipe de tumor de mama, ele teve que que dar duro num hospital como é o Hospital Central do Câncer em São Paulo. Quer dizer, gostei de ver que eu não Não dei grande coisa, mas ele, que levou a vida na flauta e contando piada, chegou a ser chefe. Eu tive um professor, ele se implicava comigo, porque eu gostava de estudar, porque eu gostava, né? Ele tinha o prazer de me parar no corredor e dizer assim, olha que você não vai dar nada. Não adianta estudar desse jeito, esses que estudam muito não dão nada. Eu falei, está bom, mas deixa, é problema meu, né? Por enquanto eu gosto, eu vou estudando, depois eu fico de lado, né? De fato, ora eu não dei nada, ele tinha razão, mas geralmente... Mas você não deu nada não, você deu.  Você se esgote muito, viu? Mas você se esgotou. Eh E depois, com esse problema de risco que você tem, justamente essa profissão de arquiteta, não dá, porque tem que desenhar. Agora, resolver, dar para outro fazer e você assinar, é que você não quer isso. Quer dizer, e você pode fazer? Você não não dá para fazer, devido a... As doenças que você adquiriu, não dá. Bom, o caso é esse. Quando eles se formaram, eles se reuniram em grupos para trabalhar e não me convidaram para trabalhar. E eu falei, eh vocês são engraçadinho né, enquanto vo Era as aulas, o meu caderno raramente estava na minha mão. Estava sempre, tinha fila. Agora eu sou o segundo para o caderno dela, eu sou o terceiro. Quando chegava a hora do exame, eu dizia, bom pessoal, agora é a minha hora de estudar né. Na adolescência eu usava o caderno. Quer dizer, Eles achavam que eu não entrosava muito com a turma. Eu digo, não minha gente, eu vim aqui porque eu quero estudar e sair logo daqui. Agora tem gente que faz isso aqui de clube. Eu conheci um ótimo rapaz, eu era amicíssima dele, mas aquele era o clube dele. Ele fazia de dois em dois anos. para mim não dá. Eu pensei () devia ia ser amigo meu. (riso) É devia ser, uh Outro, ele tinha, era meu colega, eu sei disso porque ela contava, ele saía da minha faculdade e ia lá no Grêmio da da Faculdade de Filosofia ouvir Stravinsky. Falei, ah, é muito gostoso. Enquanto o pessoal fica dando duro lá, você fica deleitando seus ouvidos aí com essas músicas. Mas chegava na hora de entregar os trabalhos, não entregava e a turma queria não () não entregar,  não entrega. Eu tenho vergonha de me formar se ele que é tão inteligente não se formar. Eu falei, olha minha gente, eu não tenho vergonha e eu confesso claramente, eu não sou tão inteligente quanto ele e por isso mesmo eu preciso me formar. Se ele é tão inteligente, ele fará com muita facilidade o ano que vem, esse esse a esse ano aqui da faculdade, E eu não vou esperar por ele. Você Você vai furar a greve? Eu falei, isso não é furar a greve. Eu estou no fim do ano, nós aqui somos adultos. Nós temos que sair daqui. A maioria luta com dificuldade para estudar. Vai perder mais um ano, porque se aí vocês vão ficar ouvindo música lá e ele tem capacidade. Seriam todos reprovados. Não era um só que seria, seriam todos! É? Todos seriam () Até todos, porque todos faltar para colaborar com ele! Eu falei, não, cheguei para ele mesmo e digo, olha aqui, eu gosto muito de você, era amicíssima! Não, porque aí poderia o professor poderia voltar Ele me deu razão, ele falou, não, ela tem razão, eu sou assim mesmo, vocês vão perder o ano por minha causa, faz isso não! No fim ele era tão assim, inteligente mesmo, os professores deram um jeito, ah chamaram a atenção dele, aumentaram o prazo e ele passou,  falei oh está vendo gente? Como a gente conversando, a gente se entende? Agora, vocês queriam mais um ano? Para quê? Eu sabia de gente que tinha dificuldades, estava precisando daquele diploma para trabalhar. ### Quer dizer, precisavam daquele dinheiro para viver. Né? Então, não podia estar assim com essa irresponsabilidade. Né? Eu falei, não, eu sou muito colega. Podem contar comigo para tudo. Os trabalhos eu dividia. se algum podia fazer, () como é, posso assinar o seu trabalho também? Falei, fale com o professor, se ele concordar comigo, não tem problema. Quer dizer, a gente não adianta azarar o companheiro na faculdade, agora o que adianta é a gente providenciar para sair logo também, porque tanta gente querendo lugar, também não é justo isso que a gente faz. Porque, inclusive, meu médico, meu otorrinolaringologista, disse, senhora a senhora tomou o dinheiro do Estado. Falei, não senhor, perdão. Eu fiz o curso em cinco anos, Entrei da primeira vez, não tomei dinheiro do Estado. E todas as aulas, eu estava lá. Eu era muito bem quista pelos professores. Quer dizer, eu aproveitei o meu tempo. Agora, o que eu faço do meu tempo, depois que eu me formo, é problema meu. Tomou dinheiro do Estado, quem fica? Dois, três anos. () Inclusive, ah Não sei como () Ah e não está certo né. Porque eu gostava mesmo de estudar. Ah Tanto eu gostava de estudar, que as matérias que eu gostava mais, por exemplo, descritiva, O professor passava o problema descritivo e eu fazia. Acabava logo, porque eu gostava. Né? Ele fala, bom, agora vamos corrigir. A senhora pega metade da turma e eu pego metade. Eu ia ajudar o resto dos colegas a fazer. Quer dizer, eu gostava. Então, eu tomei tempo né ãh. Nomografia também era o tipo da coisa chata. Aprender a calcular n é? Ah, então você mandava para o cinema né. Eu não. Eu ficava lá. ### ada em cinema. É (riso) Ele

SPEAKER 1: : ###

SPEAKER 0: : Quem? Rapaz bacana. () Espera aí. Você pode falar... Ela pode falar que ela adorava o () () Adorava o quê? O seu colega, né? Olha! Olha, já se esqueceu? Espera aí. Nossa, de quem nós estamos falando hoje? Bacana, sim.

SPEAKER 1: : Da faculdade? Um tipo característico. É, assim Ah

SPEAKER 0: : Colega

SPEAKER 1: : meu? É, um o geral da sociedade. Um tipo assim. Quer

SPEAKER 0: : Quer dizer, quanto a trabalhos, quanto a eficiência no estudo, não? Não, a personalidade. Quan Como ele se vestia, que você gostava da elegância dele. Que se vestia elegante, Vera. Então você falou que nesse baile que nós tivemos que o Anésio esteve elegantíss imo. Ele estava ()  que ele não queria nem vir falar. (riso) Não, porque (). Espera um pouquinho. É, você sempre disse que ele era o petrônio da elegância. O o hábito de elegância era os venezuelanos. Ãh, nós tínhamos cinco ouvintes venezuelanos e ninguém batia aquela turma lá. Também eles podiam, né? Aqueles lá podiam se espalhar na... E como

SPEAKER 1: :  era o ()? Você lembra?

SPEAKER 0: : Olha... () Eles ### Eu falei, eu não gosto, você precisa ter muito gosto para combinar um traje assim, uma calça, um paletó diferente, né? E E esses venezuelanos... Esses venezuelanos eu me lembro do Richard de xadrez, era uma elegância, uma coisa linda. ximo, né? E eles iam só com esse terno. ### O Richard o Richard era bem legal. Mas eles chamavam atenção pela imponência dele. Ele se vestia muito bem. Agora, você não ficava atrás. Você também levava duas horas. Uh quase que precisava uma bengala para escolher. ssor do Bandeirantes, vocês devem conhecer, porque ele foi Castelões conhecer. Eh porque ele disse né? Ele se dava ao trabalho, chegava na sala de aula, a primeira coisa que ele fazia, ele ia lá e marcava o meu traje daquele dia. E todo dia ele chegava e marcava os anteriores. Ele chegou aí, eu fiz propósito né. Aí ele chegou a enfileirar quinze, ele falou, você é mesmo, é questão pela elegância. Eu falei, não é tanto elegância. E eu Eu gosto de variar, eu gosto. Ah aliás, ãh atribui muito isso, eu não acredito muito, essa história de signo, né? Libra. Mas que libra tem um gosto pela beleza, pelo tem um gosto pelo equilíbrio, tem a noção exata de tudo que é elegante, o que é belo, o que não é vulgar, de fato. Eu Qualquer coisa, por exemplo, um chapéu. Uma vez eles estavam querendo ir ao teatro, ela com a mamãe, tinha chapéu. Falei, não tem nada, gente. Tem aquela boina ali, vem cá. Pus na cabeça da minha mãe imediatamente. Deu uma virada na boina e pus um daqueles espetos. () É um espeto de um pirulito.  Ficou elegantíssimo. Ela foi e encontrou um antigo namorado meu. Cadê a Wanda? Ficou em casa? Não, a Wanda não veio. Ela não veio, mas mandou a a nota da presença dela. Garanto que esse chapéu aí foi é é obra da Wanda, ela falou. Ela disse Como você conhece ()? Quer dizer, acho que é próprio mesmo das pessoas de libra. Tem essa tendência. Eu não acredito muito em signo. Mas eu (). É bom você não acreditar muito, porque senão você também fica muito pedante. ### Eu gosto desse rapaz, meu colega, é capricorniano. Ai, mas como é teimoso Briguento, pirracento. Ninguém faz aquele homem mudar de de ideia. Agora, há pouco tempo... (riso) Espera, quer dizer, não posso falar, não é? Fala Eu que não quero chegar ao ouvido dele isso né. (riso) Isso é perigoso. Há pouco tempo, eu namorei um outro. E eu falei, oh meu Deus, graças a Deus, eu vou mudar de signo. Né? Porque eu já estou enjoada, porque eu sou muito persistente. E eu Há muitos anos que eu andava assim atrás dele. Eu falei, bom agora eu vou mudar de signo. Eu falei, bom, deixa ver agora qual é o meu signo. Vou ver o o mesmo rapaz. Capricórnio outra vez. Falei mas não é possível sair do capricórnio. E é um () Cheio, enterrado. Não dá satisfação do que faz. E Ele é o maior, é o tal. Ele chegou aqui e me aborreceu a valer. Bom, Wanda, eu queria ver seu diploma, né, para acreditar. Eu falei, bom, desde que você me mostre o seu também. Está bom. Eu duvido, né, também. Né? Você duvida de mim, eu duvido de você. Mas ele tem um pouco de complexo. que eu conheço ele desde dez anos de idade. Fomos namorados quando eu era pequena. E  sabe como é? Criança gosta de se fazer bonita. Eu vivia corrigindo o que ele falava. Então, ele chegou agora e quis ver como eu estava, né? Então, ele chegou em casa e falou, vo Wanda, você que vivia me dando lições de etiqueta, de de educação, de cultura, agora fica aí só amarrada com esses cachorros. Eu falei, não perdi nada da minha etiqueta, da medica educação e da minha cultura. Continua a mesma coisa, né? Agora, ele falou, e o que você achou? Evolui? Falei, ah, claro, você evoluiu. Evoluiu tanto que você se desembestou pela cultura. Eu não acompanho mais você. Aí ele ficou contente. E Eu vi que o amor próprio dele estava satisfeito, né? Sabe que ele ficou tão chateado que chegou a ter ciúmes, porque eu falava no irmão. O irmão foi namorado dela e advogado. E esse rapaz era, enviuvou agora há pouco tempo, a esposa dele era advogada também. Acho que ele tinha um ciúme já do irmão com a esposa. E agora, então, agora também. Porque eu elogiei a cultura do irmão, ah ficou chateado, viu? Quer dizer, é complexo mesmo cultural. Falei, isso não é ciúme. Isso é ciúme cultural, sei lá como se pode chamar isso, né? Isso é bobagem. Quem tem facilidade para se se instruir, se instrui. Quem não tem também, talvez não adianta, faz, mas consegue muito menos. E esse rapaz conseguiu. Mas não sei, ele acha que nunca está bom. Tem um colosso, tem uma biblioteca, um colosso lá na casa dele, né? E justamente ele vem aqui e aconselha. os livros, ele falou, você vai ler esses livros? Eu falei, eu não vou. Ele falou, você está precisando, você não se estacionou muito na cultura. Eu falei, escuta aqui, eu escolho os livros que eu gosto de ler. Mas tu do caso, fazer a sua vontade, eu vou ler. Li. Li o... Sidarta. Aqueles poemas os Trapeiros de Emaús, gostei muito, foi um livro e tanto. Li a... Vida para além da morte, do Leonardo Boff, também gostei bastante. Agora, fui pegar o Passado não existe, do Krishnamurti, falei, não sei, não vai com o catolicismo, não vai, a teoria, a religião dele, ah a teoria dele é muito descrente assim, ele condena o sofrimento e o catolicismo apoia o sofrimento e eu também apoio, acho que tudo tem que vir ao seu tempo, sofrimento, alegria, não suportei, comprei O Encontro com o Eterno. Tentei, não foi também. Comprei outro qual é. O Despertar da Sensibilidade. Não consegui. Conclusão. Eu vou embrulhar os três livros. Vou mandar para ele, vou dizer, olha, leia você Bom presente de natal dileto dele. Falei assim, ah que você go sta. Leia você. Eu não consigo ler. Agora outras coisas. Eu li. Li Sidarta. Gostei muito. Gostei bastante de Sidarta, né. E ele então implica. Ah, você não entendeu nada. Falei, quem não entende u é você que eu cito as passagens de Sidarta, né. E ele diz, você não entendeu. Eu falei, você é que leu e não assimilou. Você tinha que ter lido e assimilado. Mas gostei, gostei do (), gostei também. Agora ele mandou ler Alegria e Triunfo, não gostei. Hei de vencer, não sei qual desse. Acho que é Hei de vencer. Este eu achei um livrinho mais pior do que esses romancinhos água com açúcar. Não é por ser outra religião, não é. Mas o cara não sabe nem para que lado ele vai. Ele não faz Já o Alegria e Triunfo já é mais esoterismo. Eu gostei. Gostei e acho o Aceito, acho válido. Cada um com sua religião. Eu respeito muito a religião dos outros. Mas eh eu sou católica, minha mãe é católica, meu pai é espírita. Nunca entramos em atrito lá em casa. Cada um respeita a religião do outro. Quer dizer, e primeiro não. Havia esse medo lá em casa. Não, se fala em catolicismo. Falei Não, aqui todo mundo é livre. Eu respeito a religião do meu pai, ele respeita a minha e assim nós vamos. Tanto que o padre de de Campinas, que eu conheci, ele mandou eu ler um livro. Para discutir com meu pai e criticar, falei, comprei o livro, mas não li. As fraudes espíritas e os fenômenos metapsíquicos, está em casa. Eu falei, não, não vou ler. Não vou ler porque eu acho que não é certo. Em primeiro lugar, existe o respeito ao meu pai. Eu tenho que respeitar as ideias dele né. O máximo que eu posso fazer é rezar para ele mudar. E depois eu acho, ele é uma criatura tão boa, que eu acho que ele acha o caminho dele certo, a hora certa né. Como diz aí nesse uh Boff, no nesse Vida para Além da Morte, ele me ensinou uma coisa que até hoje eu não tinha pensado, que o julgamento na morte não é o final. Aquele é um parcial, já sabia disso, mas não do soube o aspecto que ele encarou. Ele falou que não está condenada a pessoa se errou até aquela hora. Se, por exemplo, morre em outra religião, não, não está condenada. E existe um julgamento posterior. Mas uh o sistema de vida da pessoa é que condena ela. Porque se ela a vida inteira optou pelo errado, não é depois que ela vai optar pelo certo, quer dizer estabeleceu um sistema. Ela vai preferir se afastar do caminho certo. Quer dizer que praticamente qualquer julgamento parcial ele já está condenado. Mas existe uma possibilidade de de se retratar, né? É o que eu digo, falei, bom, então agora já estou encarando a vida diferente. Vou fazer umas coisas que eu acho que pode ser um pouquinho errada, mas depois eu conserto isso. Não com a intenção de consertar, é que eu acho melhor, e eu sendo sincera e honesta em fazer o que eu acho que está errado, do que só para seguir a re a minha religião, fazer uma coisa fictícia, que eu não creio naquilo. Por exemplo, eu tenho um trabalho, um problema tremendo, com o padre () É só eu confessar eu faço aquela briga em casa, perco outra vez o direito à comunhão. Eu falei olha, eu vou fazer uma coisa, meu Deus, mas eu não vou con não dá mais. Eu vou passar uns tempos sem comungar. Quando eu não comungar, é uma maravilha. Eu não brigo com ninguém. Minha pressão não cria problema, somente com ela né. Ah Eu sou a vítima. A vítima é ela né. Eu falei, vamos fazer, experimentar isso. Eu acho que não é um pecado tão grave. Eu acho que é mais pecado. Eu estar criando problema na vida de todo mundo por causa desse meu gênio assim violento. Né? E, de fato, está funcionando. Eu falei, deixa Quando chegar a minha hora, eu volto a comungar. Ah, vou à igreja, frequente. Ninguém fala mais de religião do que eu, tanto que quando eu começo a falar de religião eu desembesto. Eu já vi que você já está desembestando. Ah, já estou desembes tei, eu gosto. E é e é o que eu digo, quando esse meu colega que veio de Campinas falou, você usa a religião como fuga, sua religião é falsa. Eu falei, não é. A minha religião é perfeitamente simples. Eu agrado a Deus isso no que ele me pede. Não procuro saber, isso não cabe a mim, cabe aos padres, a quem estuda teosofia. Minha religião é simples, eu converso com Deus, mas a minha maneira, vão pensar que eu sou biruta que converso. E eu exponho os meus problemas e espero a resposta e Deus sempre me dá. É uma frase que eu leio, é uma frase que me dizem, um uma música que canto. Quem tem um pouquinho de entendimento vê a resposta daquilo que procura, do que do que está procurando naquilo. E É assim que eu acho que Deus me responde e nunca me azarei. Sempre me dou muito bem. Ah, eu acho  que eu já seria diferente, acho que eu já... iria ouvir o que eu esperaria ouvir. Ah Ah, aí que está, precisa ser imparcial. A começar, quando eu faço uma apostazinha, eu aposto sempre na zebra. E sou tão honesta, diz que a pessoa de libra é honesta mesmo. Eu aposto na zebra. Quando eu quero que dê certo, eu aposto na zebra. Se der, porque vai dar mesmo, né? E ganho, viu? Tenho sorte. Outro dia houve um chá beneficente da Associação Protetora dos Animais. Eu sou vidrada em animal, né? Tinha que ir, né? E fui E apostei. Falei, você quer ver como eu vou tirar agora? Eu estava jogando bingo, né? Falei, vai sair o bê onze. Dito e feito. Saiu na hora. Ah, essa aqui ficou toda contente. Falei, eu só sabia. E tinha certeza que eu... Eu aposto assim, com certeza sempre, né? Eu Estudo bem a situação e sempre aposto com cer Quer apostar também se eu vou ganhar na loteria também? Pode ser. Bem que tentando ela estava. E é a coisa mais difícil. A gente tenta, tenta, né? Mas conseguir. Ela já chegou perto. Viu, ela tem bom palpite, né? Mas... Mas diz que mulher acerta mais, porque palpite de mulher não é nada lógico, vai a esmo. Prova aquela que ganhou, aquela de cor que ganhou, agora esqueci o nome, Joana, até já morreu. Ela jogou a esmo, então é assim que é. Bom, se você for que nem o Spock da Jornada nas Estrelas, ele tenta todos os raciocínios lógico. Quando falha a lógica, ele diz, bom, então vamos para ilógica. Essa é a única lógica admissível. Então é isso. É que os as mulheres jogam tão com tanta falta de lógica que no fim acaba acertando né. Ah porque não se deve jogar né nos clubes que venceram nada disso. É jogar por palpite mesmo. Nome que for mais agradável, qualquer coisa relacionada com o nome de algum clube, qualquer coisa. E eu jogo mesmo por... porque eu sou obrigada. Às vezes a pessoa me obriga a fazer um palpite porque eu não gosto mesmo. Então você vai e não sabe nem coluna do meio, um e dois, não sabe nada, né? É Você anarquiza  tudo. Eu não gosto, eu era boa torcedora, viu? Minha turma da faculdade não ia para um jogo, eles jogavam contra o Mackenzie, né? Não iam para um jogo sem a minha presença, que sem diz que sem sem a minha torcida ali não valia a pena o jogo. Mas não gosto de futebol, mas torcia, era a minha turma, tinha que ganhar. Aí eu caía no campo eu, e eu era a primeira que estava torcendo, mas eles ganharam também. A turma ia embora, ficava com óculos, falei, toma, tudo, quer dizer Quando eles tinham vôlei, ia tudo para cima né. Esse entusiasmo, né? Inclusive Até você também ia, quando você usava aqueles saltos de () Estiquei no campo do Pinheiros lá, como ninguém viu. Graças a Deus, estava na corrida de revezamento, estava todo mundo ocupado, só o meu colega que viu e ajudou a levantar. Estava com o salto () Bem, mas eu não fui subir o Jaraguá com salto dez Disso você pode falar melhor do que

SPEAKER 1: :  eu.

SPEAKER 0: : Ah () aí que está, para subir o Jaraguá, a gente deveria ter ido de roupa esporte né. E Eu fui de de salto, acho que cinco ou seis plataforma. Quase como se está usando hoje em dia né. E foi interessante ver que, ao descer, eu quis descer muito, pomposa e tal. () Dizer que estava acostumada. Que Essa foi a primeira e a única excursão que eu fiz. Fui descer muito pomposa e, de lá de cima, hoje, onde tem a antena de televisão né, rolei uns bons dez metros, mais ou menos. Se não fosse uma bifurcação embaixo e um colega e um professor de cada lado me segurarem, (riso) eu tinha rolado bonitinho e, () que eu fui de de saia rodada ainda com esse salto, havia de ser Uma figura maravilhosa, realmente serafina, palito, com o guarda-chuva caído de lá do alto do Jaraguá. Ia de ser interessante ver. Maldosos, viu? Chegamos lá embaixo, tem aquela água ali, diz que um lago que tem ali, né? Então, toda hora, vocês estão cansados? Tira os sapatos, enfia os pés na água. Ah! Nós enfiamos. Ficou aquele bolo, viu? Ninguém podia... () descalço para casa. Ninguém podia calçar. Bom, o melhor dessa tu da parte de estudo são as excursões, viu? Uh É uma delícia, viu? Nós fomos para o norte, Aliás, fomos junto com a turma do quarto ano, quando eu fui, juntamos lá, encontramos lá no norte e foi aquele divertimento. O ônibus era só nosso para voltar. Fomos de avião de para Pernambuco e depois de Pernambuco para Bahia, fritamos um ônibus e o ônibus quebrou em pleno sertão de da Bahia. E as moças, muito afeita, aliás, uma parecida com você. Gostava muito dela. Falou, ah, vocês estão com medo? Eu vou sair. Falei, Luzia, você vai, se estrepar. Não, eu não tenho medo. Botou a cara, era aquele breu, não se enxergava nada. Ela voltou mais depressa do que foi os rapazes. Era aquela (), não iam com muita pressa. Vão agora os chofeires iam armado de peixeira. ### Nem assim, não con tivemos que parar mesmo. Depois aí... Conseguiram consertar até a Lagoinha. Aí lá precisamos pegar o trem. Eu sei que no trem foi engraçado. A turma estava toda tresnoitada. Todo mundo dormindo, mas de encostar a cabeça no chão. E eu com medo que levasse as nossas coisas. Nós ficamos a pé lá na Bahia. Porque nós levamos um colosso de malas, vestido, roupa, short, sapato de salto e não sei mais o que lá. E eu sei dizer que no fim ficou tudo dentro da mala. Porque todo mundo usava só o maiô por baixo e um tomara que caia por cima ou uma calça comprida. E às vezes ficava... com a calça molhada. Então, a gente descia as calças e ficava sentada esperando secar. () Eu fotografei assim. Vi óleos é esse e todo mundo se () É, então, baixa outra vez para não molhar a calça. Mas foi divertido viu. Depois pegamos esse trem na Bahia. Fomos até a aí fomos até a Bahia, mas todo mundo dormindo. Eu sei que eu fiquei tomando conta. Aí, quando chegou na Bahia, a hora de ver capoeira... Não, você você não dormiu também? Eu não  dormi, é. Você não dormiu também no trem? Porque você só ouvia as moças no trem. assim, molecote, meninote, assim. () Mingau de tapioca, mingau de tapioca. Até hoje ela tem vontade de comer esse mingau de tapioca. mer. Não sei se achei que não era bem feito, não sei diz que um colega meu pegou uma infecção, foi comer abará lá no Elevador Lacerda, sumiu, né? Todo mundo, cadê o Dilon, cadê o Dilon? Foram ver, era  comilão que nem essa daqui, né? Os dois, né? Cadê o Dilon? Ah, fala mais ãh sobre a comida... Ah A comida da Bahia é um negócio, é uma delícia. Ãh () você pode pedir quente, né? Se pedir quente, ah eh quanto mais quente, mais pimenta vai, né? Agora, é muito bem temperado, o camarão baiano, eu gostei muito. Agora, tem esse perigo, assim, quem quer provar de tudo, né? Não, porque tem a pessoa que é alérgica mesmo a tanto a erupção cutânea, como também a A alergia in ãh do intestino também faz mal. Ah, isso é. Também para o estômago. Agora, mais do que a comida da Bahia, que é tão famosa, eu gostei da comida de Recife, né? Pernambuco. Ah A lagosta grelhada. Pede aqui em São Paulo, ninguém sabe o que é. Vai comer lá para ver que delícia. É grelhada na manteiga. ### Tem um bar também, que só a turma de lá conhece. Tem uma turma de arquitetos de lá, que levou para mostrar a cidade. Falou, ó, vocês vêm comer isso aqui num lugar delicioso. É um casquinho, siri. ### Não, e a farofa tem essa especialidade, que é só de gema de ovo. É. E colocam dentro do casco da do do Siri, né? E toma essa tal de bebida bicicleta. Eu sei que nós perdemos a conta dos casquinho e das bicicleta, né? E, ah quer dizer, foi tomando, não subiu na hora. Agora, de noite, fomos conhecer a boate Little Ship, né? Lá que eu vi. Aí Fui tomar uma gin tônica, eu falei, ah agora subiu mesmo. (riso) Não dava nem para cantar, porque eu costumava cantar e tinha um conjunto vocal lá, né? Meu colega de lá era conhecido. Ele falou, ah, você vem cá, você vai cantar. () Eu falei, ah, não estou em condições. Depois daquelas bicicletas. Mas é uma bebida gostosa. Gostosa mesmo. Ah Mas casquinho de siri também é uma coisa que aqui a gente não consegue. Outra coisa, refresco de mangaba e sorvete de mangaba. Ah Ah, a gente saia à noite e era só aquele. Quase que toda a fortuna foi em refresco de mangaba. E  aqui às vezes nós encontramos mangaba, mas é muito difícil encon Agora na Bahia também. Bahia tomei vários sorve Tomei de... não sei o que é, jamanga que eles chamam, lá em Alagoinha () Era o único que eu achei. Eu falei, vai desse mesmo, que eu estou louca de vontade. Se eu gosto ou não gosto, não faz diferença. Mas é é gostosa. A comida baiana é bem gostosa. O que eu gostei muito lá no Norte foi isso. Eles tomam o café da manhã muito melhor do que o nosso. É obrigatório. Ovo, fruta e farinhas também eles usam muito, né? Leite. Tanto que elas ficaram lá. () Elas tomavam como (), porque nós nos hospedamos na casa da estudante e eram muito amáveis, né? A gente saía a passear à noite para conhecer a cidade. Eles deixavam a mesa posta. Quando a gente chegasse no meia-noite, assim, uma hora, nós, porque éramos de fora, tinha a ordem de entrar essa hora. Elas não podiam. Elas entravam dez horas, meia-noite, no máximo. Quando nós chegávamos, falavam, fazíamos questão que vocês se sirvam aí, né? A gente se servia de manhã cedo, não tinha fome. Ah Ah, mas não tinha per dão. Tinha que comer ovo, tinha que comer fruta. E eu acostumei, acho que é um dejejum muito melhor do que o nosso, viu? Ge leias também. É Eles se alimentam bem de manhã. Mamão. Era a fruta obrigatória. Tanto na Bahia, quanto na em Pernambuco, né? No Rio não, depois no Rio já... Não, no Rio também tinha, mamão, sim. Ah, Vera ### Ah, quem que é mais relaxado? O paulistano aqui, a começar, não toma nem o café da manhã em casa. Não, meus colegas, a maioria. Ou tomar no bar, a média, ou então o cafezinho na esqui na. No primeiro intervalo que era aquela corrida para o bar, cada um queria ser servido primeiro que o outro. Ai, meus dois ovos duros aí, ai, isso é aquilo. E eu comia também na faculdade, né? Mas eu geralmente mandava fazer os meus pratos especiais, né? Tinha um santo lá que fazia. Tinha tinha uma paciência comigo, Vicente, não sei se vocês chegaram a conhecer. () esses pratos.

SPEAKER 2: : ###

SPEAKER 0: : Que eu fazia na faculdade. Bom, eu mandava, cri eu criava os meus pratos. Falei, bom, eu não quero o almoço do dia. Então faz o favor, me faz um ovo estalado, mas embaixo do ovo estalado põe um... Naquele tempo eu ainda era comedora de carne, eu falei, embaixo do ovo estalado põe um presunto ligeiramente aquecido. ### Era bem picante. Um pouquinho de pimen Eu sei que a turma que estava em volta, ninguém mais queria o almoço. Queria tudo () Mas os venezuelanos era pior ainda. Eles queriam a salada deles. Era assim, com abacate. Mas tempero de salada, não de salada de fruta, né? E eles que temperavam. Chegavam lá, arregaçavam da camisa, põe aí os apetrecho e eles iam temperando. E não faziam todo mundo provar. Eles queriam que todo mundo provasse e era gostoso mesmo. Ah, não continua falando assim que eu... Já está com fome. Mas eu sempre variava, viu? Tomava Toddy, eu nunca comia o almoço do dia, porque eu sempre fui enjoada mesmo, né? Quer dizer, você às vezes não almoçava em casa. E Ah é acho que é isso também, graças a isso que eu peguei a anemia também, porque às vezes estava fazendo um projeto importante e eu não ia almoçar. Minha colega ia dizia, oh, traz um Toddy aí, para mim um sanduíche. Quer dizer, aquele dia eu passava com um Toddy e um sanduíche. Mas queria acabar o que estava fazendo, né? Quer dizer, isso vai minando, a gente vai... Bom, mas porque você nunca comeu o arroz doce da Faculdade de Filosofia. Uma coisa deliciosa! E tinha mais. Tinha o bife grelhado. Eu até esqueci o nome, a dona Otília que fazia. Era a coisa que eu não não via a hora de de de chegar para e co ### Era azarada. A única vez que eu concordei com os meus colegas de ir almoçar no i á bê, instituto dos arquitetos, tive tanta azar, era feijão, arroz e bacalhau. Eu não gostava de bacalhau. Comi feijão também. Eu sou de opinião. Comi o feijão e o arroz so zinha. Falei, mas não é possível. Você vai comer sozinho? Eu comi isso sozinha. Feijão e arro z e eu sou mesmo um pouco enjoada e gostei da comida do Norte, porque lá eles variam bem, né? Essa lagosta gue grelhada é o máximo que a gente pode esperar em matéria de lagosta. A gente chega aqui e pede, ninguém sabe o que que é. Não, e também eles faziam em salada também, né? É É, isso. Lá eles também salada de fruta, eles comiam também uh... Como é que era, espera aí? Maçã com água de coco, aquele coco verde, o que que era? Era isso? É É, água de coco com maçã. É, também eles tem umas coisas esquisitas, mas é gostoso. A gente experimenta e é gostoso mesmo. Come muito salada de fruta lá. Isso era três por quatro. A gente também com aquele calor, tinha horário certo da chuva. Mas até aquela hora a gente se derretia, né? Mas o mais gostoso mesmo é a mangaba. Ah e a Já mandaram, já vi mangaba anunciado aqui em São Paulo. Não ### Eu sei que naquele tempo o bairro mais em voga era Sertã. ### Uma ponta a outra da mesa, né? Os professores, tudo iam junto. Era uma delícia. Mas, o mais gostoso disso tudo, nós fomos a boate Little Ship e o carro quebrou. Fomos dois carros de praça e o carro quebrou. E eu perdi uma parte, porque eu estava dormindo mesmo, estava com sono, dormi. Mas, eles viram um luar maravilhoso naquela praia ali. E o meu professor, vocês devem conhecer o Caetano Fraccaroli, ainda deve ser professor. E ele cantando em napolitano. Ah, mas aquilo foi ao máximo, viu? Ah, mas valeu a quebrada do cabo, viu? Ele cantando aquela Violino cigano. Como cantou bem, viu? Olha, que eu implicava um pouquinho com as aulas dele, porque ele era muito... assim, muito severo. E Eu não me dava muito bem. Me dava muito bem com a senhora dele. Fui colega dela no Bandeirantes. Tanto que ela falou, ah, quando você entrar lá, eu vou recomendar você para o Fraccaroli, que ele é... você é ótima amiga minha. Me dava bem com ela. Mas ele não sabe como é. Mondrian. Quando eu começo a falar em Mondrian, é aquela água, né? Então não me dava muito bem com ele, mas, quer dizer, a voz dele era maravilha e foi lindo, viu? Carro parado lá na praia, aquela praia linda, e da daquelas praia, da Boa Viagem, né? Aquelas praias ainda antigas, que não tem... não foi ainda destruída pelo homem, né? Como era. Não Você lembra a peixada que nós comemos lá na... Ah, em Candeias também. Peixada Que era uma delícia, viu? Quer dizer, eu achei uma delícia porque eu fiquei com todo o peixe da peixada. (riso) Porque era peixe com pirão de farinha. Mas e eu não gostava. Lógi co que podia se esperar que eu não gostasse do pirão de fari Mas, e eu era irmã dela e ela estava namorando o que chefiava a excursão. ### Mandei vim vinho para mim também, porque eu não gostava de cerveja. Eu me regalei. Ainda fui embora para o ônibus com a garrafa de vinho ainda tomando, né? Quer dizer, para mim a peixada estava boa. Não, mas aquela peixa Os outros reclama ram. Olha esse favoritismo aí os. Nós só vimos cara de pirão. Ah o peixe está tudo com ela. Nossa Sejam cavaleiros. (riso) () Mas foi go stoso. Ver a praia ali? Lá  Candeias também é muito bonito. Estivemos em Olinda. Estivemos em Igaraçu também, né? Daí Olinda também tinha as comidas características de lá, né? Ah, o mais engraçado em Olinda, vocês não sabem o que é, fomos visitar um convento. (riso) () Eu vou falar. Não podia entrar de calça comprida. Ah, mas era aquela posição, viu? Uh conven Mas ah porque isso faz tempo isso que eu fui, né? Mas lá mesmo não é só o convento. Também tem razão. Não é só o convento. Na ### Os ônibus, no entanto, as cobradoras eram moças, não e ram homens. Naquele tempo, eles usavam cobradora para ônibus né. ### É, elas não gostavam quando a gente aparecia de calça comprida não. Mas o convento foi lindíssimo. Fora o incidente da calça comprida o convento. Bom, Nós ficamos de fora, porque nós estávamos de calça comprida. É. Inclusive daquele outro que a talha é toda dourada. () Bom, naquele naquela época as calças completas eram mais justas. Né? E agora acho que vamos voltar às calças justas outra vez. Eh Agora a barra é trinta centímetros. Não, eram justas. Vocês estão todos muito ridículos. (riso) Isso eu sei (). Não, eram justas. As calças eram ju Principalmente. Eram justas e com barra. Quando nós fomos atravessar o São Francisco, que nós () laranja cacau, de um lado. E acabou de atravessar aquele calor, mas a laranja cacau tinha ficado lá do outro lado. Laranja mais gostosa que eu chupei até hoje. É gostosa. É grande assim? Maior que a baiana? doce, u uma especialidade, né? ### Encontrado. Foi Petrolina, né? Parece que Petrolina. Petrolina. Parece que foi. Então deixamos as laranjas do outro lado morrendo de sede, então estava tudo com a cara desanimada. Não, E as fotografias que nós temos lá nessa ocasião, no ônibus, né? Tudo calcinha justa e cur Esses que eram engraçados, as calças eram curtas, não eram assim como estão agora, compridas, ah cobrindo o próprio sapa Cabeça, né? É. É, do ven Lenço na cabeça. () cabeça (). Bom. Nós amarramos... Tipo a portuguesa, que está voltando hoje. É o que era moda e estava Voltando agora. Que está voltando hoje a moda, né? Inclusive, eles estão dizendo que estão preferindo, né, a portuguesa ao... Qual é o outro sistema agora que eles falaram? Agora esqueci, eu vi no jornal, agora esque Eu sei, parece que é a grega. Não, olha, a coisa é diferente, é que eles estão preferindo os lenços a portuguesa. Os ### O auge naquele tempo era aquele tomara que saia, foi quando saiu mesmo. Mas tinha salto, baixo, dourado, prateado, e eu levei toda a minha coleção. Mas não dava nem para trocar, porque tinha tanto lugar para ir visitar, né? Quer dizer que... Não, levamos várias malas de... Ah, tu lembra o que hou Viu? Diversas nossas malas. Bom, os trajes de festa, ela levou... Ah, eu levei. Ela levou uma blusa lista Listada de cetim. De cetim. Que, aliás, e uma saia de () preta, que, aliás, eu tinha usado na faculdade. Houve um show, e eu apareci de princesa egípcia nesse show. Porque eu era boa aluna, mas era () quanto era farra. Era para fazer farra, era comigo, né? Então, eu ia cantar. Cantei. Na última hora, faltou a princesa egípcia. Vai você. Eu falei, mas eu não sei nada de Egito. Fala qualquer bobagem que vier na tua cabeça, mas vai, está precisando lá. É, aí eu fui. E desde ### Parecia roupa egípcia. Eram umas listinhas estreitinha. E eu fiz assim, o decote em vê. E as listas enviesadas, assim, é um cetim azul, muito bonito. Azul e preto. Ficou parecendo mesmo roupa eg Azul claro, né? Azul claro e preto. Porque eu fui com o meu casaco de pele, mas eu tirei para emprestar para o meu colega. que ia ser a transviada de verde. Então, ele já tinha o vestido, mas faltava o echarpe verde e o casaco de pele, né? Batom, tudo, a gente a gente que maquiava os rapazes, era aquela farra, viu? Começava que era assim, a gente ensaiava um número, depois faltava algum número, e era assim, ela tinha abrir a porta e jogar a gente lá para cantar. Eu falei, mas não dá. Quando eu assustei, eu já estava lá. E ah, já saí cantando, não tinha outro jeito, né? E foi o número que saiu melhor, viu? Saiu, quer dizer, a canção de Dalila, que eu tinha ensaiado. E esse, o () Eu tinha ensaiado. O colega meu que até faleceu tocava muito bem piano, né? Ele fez sinal para mim e falou, vai em frente, vai em frente. Ele estava... Atacou o piano e eu ataquei a música. E deu certo, né? E foi boa essa roupa porque coincidiu, mas era uma roupa muito bonita. E essa eu levei para o Norte. Tinha também um vestido bordado, que minha tia borda, a irmã do meu pai faz bordados muito bo Aqueles vestidos de linho bordado. De linho bordado. Para mim aquilo também era bonito. () Bom, nós... nós... Não, decote longo, né? ### Né, decote bem (riso). E eu tenho calor, tanto que eu estava, sempre eu digo para o Padre Osnildo, eu estava tinha vontade de ser freira. Mas não dá, porque a roupa das freiras não dá. Eu vou fazer escândalo no convento, e eu não aguento mesmo viu, eu me sinto mal, eu tenho que estar com pouca roupa mesmo. () Quer dizer que não dá jeito, né? Então não dá para fazer escandalizar lá as freiras. Mas então os meus eram sempre decotados assim. Agora nós andávamos, modéstia a parte, nós andávamos bem vestidas. Não lembra aqueles tomara... Nós E a senhora de um colega casado meu, ela também era a mais bonita da turma, viu? E ah era a flor da turma. Nós amamos a Regina. Se ela não tivesse vi vindo à excursão, não seria a mesma coisa. Era mais alegre. Olha que o pé dela encheu. Ficou um bolo. Pois Ela não perdeu a esportiva Era sempre que estava pronta. Tinha um sorriso muito bonito. Qualquer coisa que ela vestia, caía muito bem. Ela levou muitos taierzinho. E saía sempre... Que foi mais bonito, sabe o quê? Nós chegamos toda bacana, assim. Fomos para o hotel Guararapes né, tudo imponente, hospedado no Guararapes né. Daqui a pouco veio o nosso colega. Vamos tudo cair fora daqui, que o dinheiro não dá para isso aqui. Nós vamos mesmo é para a casa do estudante e da estudante né. Bom, falou, bom mas essa noite nós ainda vamos ficar. Falei, então vamos aproveitar. Vamos Todo mundo nos botaram bem chique para ir jantar lá no restaurante né, que tinha no próprio hotel né. Ah, foi bonito. Cada um saindo né mais na estica do seu quarto e contando no corredor uma mesa comprida. Foi bonito viu. Foi bonito. Os trajes dos rapazes eram, por causa de ser lá no norte, era roupa branca, né? Eles levavam roupa branca, né? Inclusive os que compravam linho. (riso) Compravam Uh (riso)... Algodão Esse meu colega, ele é um azarado, ele comprou uma peça de linho, mas não era linho, era algodão. (riso) A turma não perdoou ele. Bom, a gente era gozado, mas também gozava. Tinha um vendedor de gravata, O Toscano pegou ele num bairro lá da Bahia, foi soltado. No outro bairro, o ônibus era nosso, que a universidade pôs à nossa disposição. Dizendo, ah, ah vem cá, vem cá, sobe aqui, nós vamos comprar uns gravatas. Fomos soltar o homem longe do lugar dele, quer dizer, nem gozaram né. E eles se divertiam, viu, também. Mas ele sempre () Quando chegamos na Bahia, o Tonici, que desenhava muito bem, pegou um papelão desse tamanho e escreveu assim, grandes circos britânicos. E a turma acreditou, viu, porque nós chegamos com gaiolas de pixoxó. Aqueles boizinhos lá de Carua Caruaru, né? Caiu a palha no ônibus de tanto sacudir, espalhou a palha né. ### ### Eles acreditaram na Estação da Bahia. Quando é que vai estrear? (riso) Quando é que vai estrear o  Nós nos divertimos para valer, viu? Era gozação mesmo. E você Foi uma turma muito alegre. Na praia, qual era o traje que usavam? Bom, na pra ia, naquele tempo, era maiô inteiro, né? Ah O meu era inteiriço, né? () Não, não, não aquele preto que você comprou, como é que chamava? Tuli pa. () Tulipa, Imitava uma tulipa mesmo. Tinha umas pétalas assim, um sa saiote de pétalas. Foi muito bonito. Mas pétala No no formato, não pétala... Não, era no for mato, no formato do pró prio maiô. Foi muito bonito, por sinal, que apesar de ser preto, era muito bonito, né? Agora É, era de faille, né? É? Faille, né? Faille, é.  Faille. Ai, não tem como faille para maiô, viu? Uma beleza para ah ajustar melhor o corpo é o faille mesmo. Essa lycra, essa outra coisa. A ly cra deforma  muito. Você gosta muito dessa helanca também. Helan ca ah. Perde logo a forma, né? Agora, se eu fosse outra vez agora, eu iria era mesmo com a tanguinha. Ah, não tem dúvida, a gente tem que acompanhar (riso) é o tempo, né? Tudo nasceu de... Aí eu sempre sou assim, eu não sou quadrada, viu? Eh entra aquilo,  ah é naquilo que eu entro também, né? Não tem O que é moda a gente usa. Não, mas Agora, felizmente, vai voltar a moda do maiô inteiro. É? Vai voltar mesmo, né? Agora... Não, eu prefiro o maiô. Usar Apesar de que eu, no Guarujá, fui uma das pioneiras do... Precursora do duas peças na praia do Guarujá. Fui a precursora lá. Bom, também nós éramos quase dona da praia, né? Tinha que trazer alguma coisa pelo Guarujá, né? Tinha que introduzir alguma coisa. Não, foi mesmo. Ah Aquele vermelho foi... Agora, os nossos maiôs eram para tomar banho, né? Porque ah as minhas colegas não. Os maiôs dela era para tomar banho de sol, porque elas faziam maquiagem e não passava daquilo. Água do mar, né? Então, a turma ah era gozação Falou, ah entra mais para dentro. Não Eu não gosto das sombras muito altas. ### Não gosto. Maquiagem como é que era? Ah Ah, era cílio, com rímel, sombra nos olhos. Maqui ### Então eles ficavam com a gozação, falou ah a Vanda a Vera entra e sai do mesmo jeito, não tem medo de mergulhar para lá. Não tem medo. Inclusive divertia grande, né? Tinha um colega, o irmão do meu colega, que foi era muito alto. E servia um verdadeiro tranquilinho, trepava nas costas dele, aquele mergulhava () ### Tanto que o Fraccaroli queria, vir a força me ensinar. Não, mas é uma vergonha você não saber nadar, que pelo () você vai nadar. Nadar não dá, deixa eu mergulho só. () Ele caçoava do meu jeito de na dar. Diz que eu nadava feito sapo, sei lá de que jeito né. () da praia, hein, além do biquini?  Bom, ah (riso) biquíni mesmo não é o biquíni de hoje né. Espera aí Duas peças. Eu desenhei biquíni. Eu também fui precursora de um biquíni. Minha tia executou. Eu desenhei em fazenda. E eu fui a precursora dessa abertura do lado, com ilhós assim, ó. (riso) E de triângulo, lembra? De triângulo Triângulo. (riso) (riso) Mãe, olha isso, () mesmo hein. (riso) Eu sou terrível Meu pai falou, você não vai usar isso na praia. Falei, oh, não v ou, pai. Não, é ve rdade mesmo. E projetei para ela tam bém. Mas nós usávamos que papai dizia assim, vo volta e vamos trocar de roupa. Quer dizer, hoje em dia, faz tempo que nós () O irmão do meu pai, a minha prima, ia se formar, então ia a uma festa, fez um tomara que caia. Meu tio falou, assim você não vai ao baile. Falou, mas pai, eu estou agora está última hora, eu vou fazer outro vestido. Não, pelo menos põe uma alcinha dourada nisso aí. Quer dizer, alcinha dourada nem fazia diferença. Falou, com alcinha dourada você vai, assim você não vai, para ver como é que é. Ah, comigo não. Eu falei, pai, eu vou fiz esse maiô, projetei, eu vou usar. Eu sempre desenhei muito minhas roupas. Eu Eu gosto de desenhar. Geralmente, quando eu levo para a costureira, nunca é o modelo que sai. Não, e nós, esse Esse ano que nós morávamos lá no Guarujá, nós levávamos, minhas tias ainda faziam os maiôs. () Nós dizíamos, nós queríamos um maiô assim, assim, assim. Ela Mas agora eu não levaria mais. Agora eu já falei, a próxima vez que eu for para o Guarujá, eu vou levar sete maiôs. Um para cada dia da semana. Porque só que com compensa a gente fazer lá e ficar de maiô o dia inteiro, para cair na água o dia inteiro. () Não levam mais nada para a praia? Ah, não, a gente sempre fi A gente le Essa aqui vai para Santos fazer desfile de toalete. Eu eu levava, quando quando eu ia eu ia com minha tia, eu levava era eh... Uma das vezes eu fui para o hotel, né? Então, de manhã era uma toalete, na hora do almoço era outra toalete, era short. De manhã era maiô, na hora do almoço short. Depois, durante o dia, eu punha um vestido. A tarde, calça comprida, né? E à noite, quando se pretendia ir em boate, ir a algum casino, assim, né? Então aí A gente ia com toalete, né? Meu tio ficava maluco. Quando vocês () gastar esse dinheirão aqui, () vocês passaram o dia inteiro trocando (riso) toalete? É, é cha to mesmo. É por isso que eu falei para ela. Na praia, não faz outra coisa. Não, é A gente levava tanta roupa mesmo, que hoje em dia a praia... O que () na praia? O ar, tudo. O mar, o sol, ali a praia, né? Então, é maiô o dia inteiro. ### Bom, mas é que acontece que os maiôs hoje em dia... Tem uns que nem usam maiô, né? Quer dizer que ainda está bom. ### Que os nudistas hoje () Na Europa agora é uma peça só. É, luxo. () é luxo agora maiô. Ah, isso Já  Não gosto (riso) Já não gosto. O que eu gosto. Apesar de de ser uma das primeiras a ter usado duas peças, o que eu gosto mesmo é uma Uma peça, não sei, parece que a gente se sente melhor, compõe mais, né? Quando Uma moda que devia voltar, tamanco de praia. Mas não esse que se usa agora, que a gente vê muito por aí, tipo do tamanco mesmo, não. O de praia é colorido, enfeitado, dava margem a muita variação, né? Aquilo era bonito e era cômodo para gente entrar andar na areia, inclusive por causa do bicho geográfico, né? Que não se pode andar descalça, né?

SPEAKER 1: : E aqui em São

SPEAKER 0: : Bom, aqui em São Paulo já faz acho que quatro anos que eu só uso calça comprida. Tenho umas vinte calça comprida, terninho conjunto. Fiz, inclusive, vai fazer um ano. Vai fazer um ano que eu fiz doze vestidos. ### Ninguém, né? Ah a saia envelhece. Então, vamos tudo na calça comprida, né? Vamos Tudo remoçar, né? ### Lindíssimos. Agora, espera um pouquinho. Põe os homens de saiotinha para ver a elegância deles também. (riso) Ah Também vão ficar ridículos. Eu estou percebendo, as mulheres ficam ridículas de saia. É, eu não ponho. Meu guarda-roupa está cheio de saia, não ponho mais. Não, mas você ainda não vê. Short eu ponho. Eu fiz os do doze vestidos, eu fiz no Natal do ano passado. Não usei um sequer. Não, () Os escoceses como são ridículo. As Saia é ridícula. O short não. O short dá elegância. Eu estou andando de () Agora me diga uma coisa. Vamos usar cigarrete? Agora vai. Agora vão introduzir a cigarrete, né? Já estou com a fazenda ()... Não, a pantacura eu não gostei. A pantacura larga tira a elegância, né? A cigarrete é a boca da calça quase aderente ao joelho, né? Um pouquinho abaixo do joelho. Você viu aquela ontem na Paulista com punho, né? () sem punho, né? De lista fica ótimo. Eu já estou com a minha lista lá pronta. Já vou entrar na cigarre Ah, porque com o calor eu não aguento mesmo essas calças, apesar que essas pequenas... Não, e aqui em São Paulo, felizmente, agora a gente vê saírem de short, de de be bermuda, né? E hoje não se escandaliza mais, porque também está certo. Se o paulistano não tem a chance, ou de oportunidade, ou financeira de ir para uma praia, por que que ele tem que ficar branco, né? Ele pode se queimar aqui, né? E depois também não é só Facilidade e depois tem também o calor... É mais simples a indumentária... Aquelas peças, né? Também é desidratar... Meus pais dizem, eu subo em dois segundos eu desço a escada vestida, pronto para sair, ela demora mais um pouco. Agora, para usar vestido, saia, precisa usar com muita elegância, senão, já, não sei, acho que a pessoa, principalmente esta moda comprida agora, ah a gente vê cara...  Não, mas e depois você vê...  Despropósito, é o cúmulo... Mas você vê a saia, eu tenho eu tenho essas saias há quanto tempo, né? Digo que vou levar para costureira endireitar. Na hora que eu levo para costureira endireitar, está servindo. (riso) Não, está servindo. Quer dizer, a gente não sabe como fazer com a saia. Tem, inclusive, aquela saia marrom, aberta na frente, que era para baixo do joelho. Nunca usei. Agora vou usar e eu acho que está fora da moda. Apesar de que está dentro da da medida da Agora eu li no jornal que já voltaram essas calças estreitas, né? No máximo três centímetros. E sem barra  né? Sem barra e estreita. () e bermudas também. () O jeito é aderir as calças estreitas. Coisas para acompanhar as calças. Bom, as blusas também vai ser o tomara que caia, né? Tomara que caia vai entrar que é uma beleza, né? Vai entrar. Não, mas eu prefiro. Eu prefiro as blusas tomara que caia do que essas transparentes. Essas transparentes têm que ser de um tecido Porque você anda um pouquinho, transpira. Tem que ser de nylon... Isso e aquilo. Quer dizer, você sente um calor. Você está com ela transparente e sente mais calor do que se você tiver com uma fazenda grossa, mas só aquilo e tomara que caia, né? Bom, eu prefiro mesmo a moda índia mesmo.

SPEAKER 1: : Pouca roupa... Olha, Vanda e Vera, foi ótima a gravação de vocês. Acho que um material excelente para o nosso projeto. Eu só posso agradecer. Está bem?