SPEAKER 1: Porque nós não temos um acordo entre a família ( ). SPEAKER 3: ( ) temos. ### Mas por que a senhora não tem televisão em casa? Por que a família não tem televisão em SPEAKER 1: Pelo seguinte, porque nós achamos que embora a televisão seja um meio de comunicação eh muito bom, no Brasil o nível de televisão é tão baixo que você nem pode criticá-la. ( ) posso chegar para as minhas crianças e dizer, olha, minha filha, isso, isso, ou elas chegarem a mim e levarem qualquer problema que possa ser criticado. Não Dá o nível é tão baixo que você a única coisa que você pode fazer em frente à televisão é ficar ca> E as as nossas crianças, elas têm de dezoito até Até nove anos de idade Então, eh de desde que elas nasceram, a personalidade está em formação, em casa. a gente procura se manter o moral alto. Principalmente o moral mais alto que nós achamos é não se mentir. E a televisão <ão mostra como a gente deve mentir, ensina a mentir. Eh ( ) uh outro problema da televisão, por exemplo, além do... Então, se nós mantemos um nível de moral alto em casa, de repente você liga um botão, então todas as coisas imorais que você não pode peneirar para as pessoas que com a personalidade em informação uh, nós trazemos para dentro de casa. Então, qual é o nosso papel? Nós fazemos que papel? Se nós mesmo botamos dentro de casa uma coisa que depois nós nem podemos criticar porque está tão abaixo do nível de crítica, então o nosso papel fica um papel de festa. Então é melhor deixar os filhos à vontade, sair de casa e deixar com a te> SPEAKER 3: ( ) o problema que eu vejo na sua tomada de posição é é o seguinte, é que ah os os seus filhos (tosse) vivem numa numa sociedade, não é isso? E fora de casa, a sociedade apresenta uma apresenta todas essas essas essas ( ) que a senhora acabou de apon> Então, os os seus filhos, ao ao saírem pela porta de casa, vão encontrar na rua eh tudo aquilo que não encontram em casa. (pigarro) Quer dizer eh o tipo de de de amostras eh sobre a vida que os seus filhos encontram fora de casa são totalmente eh diferentes daqueles daqueles padrões estabelecidos em casa. ( ) Eh eh eh o choque, então, é inevitável né. Quer dizer eh eh os seus filhos tomarão contato com o tipo de sociedade que que existe por aí de qualquer forma, quer seja em casa, quer seja na rua. Então, não não seria nessas condições mais interessante que que o choque fosse fosse travado na na própria casa? SPEAKER 1: Isso é tão fácil de responder, Astorinho, porque a forma boa de comunicação que a televisão traz, que seriam os noticiários, em caso a gente substitui por jornal e mesmo por notícias de rádio. O o problema de informação que a televisão traz, que é que ela dá algumas informações além de noticiárias, as crianças substituem perfeitamente lendo livros e ugh e elas têm um convívio social tão grande e con> como todo mundo tem televisão, todo mundo fala nos programas de televisão, elas ficam informadas do que existe na te> Agora, como elas são crianças que têm uma vida assim muito rica, por exemplo, elas têm conhecimentos musicais que elas mesmas mesmas buscaram, elas têm conhecimentos linguísticos, elas têm conhecimentos de artes plásticas. Eh por exemplo nossas crianças estão numa escola, numa escola que fornece a ela> êne possibilidades e êne opções. Então, não não vá pensar que nós fizemos uma maldade com as crianças, nós tirarmos a televisão e não substituírmos por na> Não mas não foi assim ( ), não eu eu sei que você não pensou assim, mas muita gente até, eu já cheguei a ser chamada de mal de de maldosa, que eu estava fazendo uma maldade com minhas crianças. Não é isso nós não demos a televisão, mas a escola se encarregou e nós também, de substituirmos a televisão por uma porção de outras coisas. Então o que nós fazemos é o seguinte, nós levamos as crianças a ouvirem concertos, nós levamos as crianças a ver> As crianças elas mesmas, como eu já disse a vocês, elas tocam, então elas tocam em audições, elas elas vão a teatro, elas escolhem os seus próprios teatros, elas vão a cinema, então elas podem escolher o programa de teatro e o programa de cinema, o que ( ) não pode fazer uma vez que você liga o botão da televisão. Além do mais, quando uma criança fica muito apegada à televisão, a televisão não permite discussão. E você está sentado ali e você está recebendo todas as informações sem Peneirar agora, quando você vai à procura das informações, você mais ou me> ( ) Estabelece um diálogo com elas e as crianças estão acostumadas a Então, o livro, embora não pareça, a gente pode discutir com ( ) O livro você fecha quando você está cansado. A televisão, você fica de tal maneira preso a ele que você você sabe aquele programa vai terminar, depois não vai continuar. Então, você fica ali preso. Então, sobre o seu organismo também há um stress muito grande. Então, nós consideramos todos os prós e todos os contras da te> Os prós que a televisão poderia dar foram substituídos por Outras coisas eu não sei se são substituídos inteiramente mas veja. tenho uma menina de dezoito e tenho uma de nove. minha filha elas, uma de dezesseis e uma de treze anos Elas têm amigos, elas são meninas sociais, elas têm relações com a A nossa casa está sempre cheia de gente para almoçar, para jantar, para tomar lanche. Elas são convidadíssimas. Quer dizer que quanto à comunicação com as outras pessoas, parece que elas nunca entraram em choque. Bom e> Essa é a nossa experiên> Eu não sei se em outras crianças funcionaria da mesma maneira. Mas en> casa parece que deu muito certo. Deu tão certo que nós já tivemos te> E elas eram muito disciplinadas e viam determinados pro> Agora, não se esqueça, não há televisão, mas há substitutivos da tele> SPEAKER 3: Bom, o eu tenho a impressão é o seguinte, que no caso particular da sua família, isto foi possível, né? Eh De início porque se trata de uma de uma de uma família culta, né? De uma De uma claro, de uma e uma família cuja cabeça cujas cabeças são bastante cultas e têm condições, então, de de procurar eh substitutos a adequados. dos pontos positivos que a televisão poderia tra> ( ) né Agora, de uma forma geral, eh me parece muito difícil agir de dessa dessa dessa maneira né. Quer dizer, eh se nós se nós se nós quiséssemos, por exemplo, eh como norma, substituir os pontos positivos que a televisão pode apresentar né por esse tipo de de atitude que que a sua família ( ), eu acho que seria muito difícil viu. Seria bastante bastante complicado mesmo. É claro que cada um vive a sua família né, vive para a sua família. Eu eu tenho a impressão que quando quando a senhora e o seu marido eh se propuseram a tomar esse tipo de de atitude, eh não estavam querendo reformar o mundo. Estavam querendo apenas Apenas e e estabelecer uma norma para a sua família né. Para a sua família isso é possível. Agora, de um modo geral, me parece que seria bem difícil SPEAKER 1: ### Foi o nosso problema particular. Mas, na realidade, a televisão deve ser encarada não como um problema particular, mas como um problema social. Então O mínimo que se deveria fazer era reformar esse tipo de programa de televisão. Eu eu acho, Astorinho, que a gente tem um aparelho como a televisão em casa, ninguém não usar. Se vo> ### Então, são essas crianças que ficam completamente libertas em casa, então ligam a televisão o dia inteiro. Apesar de lá os programas serem bons, elas têm esse problema. Agora, isso é uma questão de disciplina do lar. Uma vez que o lar tivesse disciplina e os programas fossem bons, que mal haveria em a gente ver um programa de vez em quando. Mas aqui você não vê, você vê que até novela, Outro dia eu ouvi uma conversa sobre a Super Manuela, que é uma novela que dizem que é muito engraçadinha, muito boa, as crianças ouvem, os pais ouvem junto com as crianças, mas agora introduziram um problema do indivíduo que sofreu um desastre, então ele não pode casar. Ele não pode casar porque ele não ele não ele está assim sexualmente im> Idades os programas são Olha, o que eu tenho visto aqui, gente, de qualquer maneira, inclusive programas inocentes, o mínimo que eu vi de coisa num num programa inocente foi um dar pontapé no ( ) Para que reagir assim de uma Forma agressiva física mesmo falei para quê isso né ( ) como que eh SPEAKER 3: Sobre a qualidade dos dos programas de televisão, é é notório ### Raramente aparece um programa um programa que passa assim por uma por uma filtragem, por uma uma triagem. (pigarro) E, às vezes hã, alguns aspectos de um dado programa são positivos. Mas, se o pro se o programa for analisado globalmente, eh eu eu tenho a impressão que não há não há nada que se salve. SPEAKER 0: Mas eh eh me parece que a televisão também pode fazer esse papel de informação e de instrução. E eu gostaria de saber se existe no Brasil alguma televisão que se proponha a fazer qualquer coisa desse tipo, ou se ela também insere nos programas coisas que são desvantagens no contexto da educação. SPEAKER 3: Bom, eh parece que exi existem tentativas né no sentido de tornar a a a televisão um veículo ehcapaz de de de levar um pouco de cultura e tudo mais. Mas eu tenho a impressão de que essas tentativas são eh são muito acadêmicas e pecam por esse por esse por esse caminho né. Então, eh o pessoal parece que transforma E, consequentemente, isso isso afugenta aquele aquele cidadão que está em busca de lazer. Eh então a a Por por por me melhor que seja o conteúdo desses programas, a forma se reveste de características tão acadêmicas que isso é suficiente para afugentar a maioria dos chamados telespectadores. SPEAKER 1: Eu acho que vocês tem eh que você tem toda razão, Astorinho, porque realmente eu acho que cultura você não adquire em determinada hora. Ah ah A cultura faz parte do dia-a-dia, da sua conversação, dos seus pensamentos, das suas ansiedades. Então ter ter uma televisão que se propõe a ser cultural, então ela enfatiza esse ponto, então ela se torna assim, cultural, eh como você diz, ela se torna acadêmica, eu diria, torna-se chata, porque eu já assisti certos programas que realmente são chatos, in inclusive de de Tê Vê, chamados educadores e que têm programas culturais. Eu acho que, como você disse, e disse muito bem, ela é um instrumento de lazer que tornou um instrumento de comunicação, um ins instrumento de culturação. Então, ela deveria ser de tal nível que ela desse isso de uma forma am> e cultural porque cultura é tudo, o dia a dia é cultura,  o ar que eu respiro me dá até um um... Se ele me dá cultura, ele me dá uma certa possibilidade de respirar bem ter certa cultura. ### Então, eu acho que você tem toda a ra> SPEAKER 0: Mas existem outros meios de comunicação que chegam até a sua casa, né? E eu queria saber os outros meios que vocês usam e que as crianças também usam e que vocês podem selecionar esse uso também. SPEAKER 1: Em casa vêem jornais. Eh eh Como eu disse a vocês, como na televisão, se vêem jornal não é para ninguém ler ele não vai para o sexto, ninguém tira do sexto. Isso é para ler. E lê-se Agora, a seleção é muito difícil, principalmente nessa idade em que a criança descobre que sabe ler, então ela lê todas as notícias. Lê desde o homem que matou a mulher, não sei com quantas facadas, até o foguete que foi para a lua e não sei o que mais. É meio difícil a gente fazer a seleção. Agora, como o jornal é muito diversificado, Então, ao lado das coisas assim meio drásticas e muito ruins, que se a criança chega para gente e pergunta, ah, o homem matou a mulher a facada, então a gente dá um de meio distraído, é, realmente, matou sim, você tem razão, matou e não dá a maior confiança, a criança acaba esquecendo aquilo. Em compensação, A criança, ela ela pega o jornal e lê as outras notícias todas, então ela mesma faz uma seleção dessas notícias todas, porque é é o mesmo papel do livro, né? A criança lê o que quer, o que ela não quer, ela deixa. Que depois de um de um certo tempo, ela acaba se enjoando de determinadas notícias que não sejam para a idade dela, e então ela não procura es> O problema da televisão é que quem ligou a televisão está ven está vendo. Ao menos comigo Se eu vou visitar alguém e a televisão está ligada, que, além do mais, aqui, entre nós, a te a televisão tem um papel antissocial muito grande, né? Bem gran> Então você> Vai visitar a pessoa, a televisão está ligada e Continua ligada e você não quer estragar o programinha da pessoa. E você mesmo, se a televisão está ligada, eu não consigo despregar os olhos da televisão. E o mesmo acontece com as crianças. Vocês já observaram crianças vendo televisão? ### ### Passiva, né? Passiva comple> Elas acabam mesmo. Mas eh como aquilo corresponde a uma a uma porcentagem pequena do que foi lido no no total, e considerando a maneira como aquilo é apresentado né, a a seleção a acaba acaba Sendo sendo natural né na apuração das notícias então esse veículo, por exemplo né, de imprensa escrita, na folha de São Paulo, em casa pare> funciona muito bem. SPEAKER 0: Quando você lê jornal, Astorino, o que é que você procura no jor> A primeira é de ordem de ordem pragmática né. ( ) Eu vou em busca daquelas coisas que dizem respeito aos meus interesses mais imediatos. Por exemplo, educação, já que eu sou professor né, ou divulgação ou vulgarização da ciência. não é isto ah Além desse desse desse aspecto que eu chamaria de pragmático né, existe o o aspecto é que me leva até o jornal por curiosidade de saber o que está se passando no mundo né, tanto eh na área na área dos acontecimentos nacionais como na área dos acontecimentos internacionais. Então, eu acho que são duas as duas as duas causas que me levam ao até o Jornal né saber o que se passa na minha profissão né e saber o que se passa no mundo. Notícias do tipo, matou a mulher com duas facadas, por exemplo, é o tipo da coisa que eu nem leio. Claramente, eu bato os olhos ne ne nessas notícias. Eh não sei se com todos acontece a mesma coisa. Eu Quando eu vou ler o jornal, eu faço uma espécie de seleção prévia daquilo que vai me interessar. Então, eu leio os títulos né. Se o título for extremamente interessante, eu já leio direto aquilo que está escrito né. ( ) encontraram Passando ( ) e leio aquilo que me interessa de de acordo com esses com esses dois pontos de vista. SPEAKER 1: Vocês que eu sou bastante eclética. Eu faço o seguinte, eu pego jornal de cada rabo mas leio todo> Aí eu volto para as coisas que pa para as quais eu estou mais motivada. baixou o nível hã De uma forma geral, até a correção gramatical dessa revista... Não, isso eu não cheguei a perceber. SPEAKER 1: Eu cheguei a perceber. Porque Até a correção gramatical Eu não ligo muito para isso SPEAKER 3: Mas Eh está eh SPEAKER 1: ( ) Uns assuntos e a maneira de tratar os assuntos mas piorou barbaramente que é essa revista ( ), para a mulher, e que trata a mulher um pouquinho mais inteligentemente, né? É porque a gente nota em todas as revistas femininas (risos) como diz meu marido eu se fosse mulher ### ### O nível dezoito, né? É SPEAKER 3: Mas a a as revistas femininas são muito parecidas com os programas eh Eh femini> SPEAKER 1: ( ) Ah é e tudo importa im im para começar é tudo enlatado né tudo importado Mas o o que não é enlatado SPEAKER 3: Eh é tão pouco inteligente SPEAKER 1: Realmen> E você ( ) e a mulher gosta de ser tratada dessa maneira. ( ) é para você ver Que a própria Cláudia, que é uma revista feminina, ela faz uma coisa boa, que é cultural e in Informativa ela faz sempre uma via> Embora algumas receitas que ela traga de comida, algumas eu conheço, eu discordo um pouco, (risos) sempre traz um nível cultural de como aquele povo se veste, como come. Embora não seja um Uma realidade assim ( ) (tosse), pelo menos é uma realidade... mais ou menos real, tem uma certa realidade, e para quem não pode viajar, está está ótimo. último número mesmo né SPEAKER 3: O número fala sobre SPEAKER 1: Na India né Pois é E de uma forma muito interessante Mostra pelo menos uma fotografia de uma casa moderna na Índia, que você fica pensando que o índio hã os indianos, os hindus, eles só passam fome, ou ou então que eles não têm nada, então mostra até uma casa bem moder> Então isso tudo É bom né para Traz uma certa cultura ### Mostra Como vestiu O como é o nome daquele eu Eu eu sou, eu sempre estou, eu tenho tenho certos desejos materiais. Um deles é possuir um sari, né? E um dia eu cheguei para comprar numa loja, até estava por um preço muito bom, mas eu olhei olhei toda aquela panarada e falei, o que é que eu faço com ela? Não sei me vestir com um sari. E a Cláudia já trouxe como um usar um sari, mais ou menos como arrumar um sari, né? ( ) para mim ( ) É SPEAKER 3: É embora a Cláudia seja Um registro feminino, você está em casa e a gente acaba dando uma folheada, né? E uma coisa interessante que eu notei nesse nesse último número é que algumas comidas indianas eh não são tão... Tão indianas. É Não são tão tão tão desconhecidas assim. É SPEAKER 1: Claro. O picadinho, é exatamente Tudo i> Frango a maneira de refogar ( ) né e e, naturalmente, Portugal recebeu muito disso. Deve esquecer que quem ensinou o ocidental a comer foi o oriental né. O o o macarrão mesmo quem entregou o macar> . Eu gosto demais de comida porque também gosto muito de cozinhar. E eu tenho, assim, uma predileção especial por pratos e e condimentos. Quer dizer, todos os temperinhos, se você for na minha casa, tem uma prateleira que tem temperinhos de o que eu posso achar e se eu vou a um lugar e eu procuro saber que tempero é aquele. Então, tem o tempero da China, tempero da Índia. Mango chutney, curry, hã ( ) hã os temperos alemães todos nós temos e gostamos muito de variar em casa. Agora, como eu não posso cozinhar diariamente Então, a comida preferida mesmo é a a o velho picadinho brasileiro, o bife, o feijão, o arroz, uma macarronada, eh verdurinha refugada. Eh Agora, comer, em geral, aos domingos a gente a gente vai Então, mais ou menos, chega uma época da vida que a família já não está tão reunida assim. Então, nós chegamos à conclusão que ainda o almoço de domingo, que a gente vai a um restaurante, é quando toda a família está reunida. Então, às vezes, embora economicamente não seja muito bom, a gente fecha os olhos e vai a um restaurante. E aqui por Pinheiros nós temos restaurantes muito bons olha nós Tem um restaurante Chineses come come comida chinesa em casa são bem em conta eu tenho uma cantina cantina do polvo onde a gente come hã frango peixes todos tipo de de alimento do mar E e além da de toda comida italiana É muito barato, sabe? Sai bem em conta. Depois ali no fimzinho da da Pamplona, tem um restaurante muito bom, o Camilo, que tem comida internacional, inclusive eles têm pizza ao meio-dia, e tem comida árabe tam> Também, é bem bem em con> Então, nós procuramos assim com a família essas coisas. Ago> Agora, se eu se nós podemos, para comemorar uma datazinha assim, como um motivo, então a gente procura sempre um restaurante diferente. ( ) eu não estou ganhando nada que eu preparo (gargalhada) SPEAKER 3: neto do italianos, de maneira que eh parece que o gosto se educa, né, até certo ponto né. Então nó> Nós fomos fomos fomos educados no sentido de gostar de comida italiana. E aliás as minhas filhas também mas ### ( ) comer agora Nós eh ### Ir ao Franciscano ( ) um dos melhores lugares (risos) Um dos melhores um dos melhores SPEAKER 1: Eu já já estava iludido pensando espera aí Olha um dos melhores lugares para comida ( ) por aqui é kebes na avenida santo amaro e existe uma casinha pequena que nem nome tem numa paralela a santo ama> que é uma senhora amemã. Eh ela que tem eh ela parece que foi olha eu vou lhe dar uma informação que eu não sei se é correta me parece que seja corre> Ela acho que é a senhora do dono do Queiroz. Hum Eh eles se separaram e ela montou o próprio restaurantezinho dela. Então a travesinha perpendicular a Santo Amaro, que sai de uma paralela a Santo Amaro, Sei e ali perti> E ali a É um beco A comida alemã é autêntica mesmo, com a vantagem de ser muito bem feita e barata. Ah isso isso é boa boa ( ) sem sempre uma uma cons> SPEAKER 3: ### SPEAKER 3: ( ) Parece que parece que alguma Maria Fulô era uma senhora mais Dona chamada dona Vanda Parece que ela não não se encontra ( ) do restaurante inclusive o o nós nós percebemos a dessa vez que o restaurante apresenta sinais assim de decadência. É Por exemplo, o banheiro não é tão cheirosinho como era antes. SPEAKER 1: ( ) É um banheiro, por sinal, cheio de rendinhas, ao menos das senhoras. Não o o do senhores também (gargalhada) Então combina o mal cheirinho com a rendinha SPEAKER 3: ### E outra coisa que eu que eu notei, por exemplo, é é o seguinte, nós passamos por uma uma mesa, e existem vários ambientes na Maria fulô né, várias salas né. Nós passamos por uma mesa, é a a invariável eh toalha de renda né, de li> E eh estava lá na mesa SPEAKER 1: Já estava coída ( ) Mas depois Ele está se tornando tradicional. (risos) SPEAKER 3: É, talvez se> ### SPEAKER 1: (risos) Mas eu achei assim que Maria fulô deve ter ( ) Agora, nós temos também um problema, assim, que de vez em quando vem pessoas de fora pela profissão do meu marido, então nós somos obrigados, assim, a levar a um lugar típico, né? Típico brasileiro é o Maria Fulô, né? Não se bem que SPEAKER 3: Que existem algumas churrascarias que não deixam de ser eh... Sim, mas às vezes a pessoa, a além de chu> SPEAKER 1: SPEAKER 1: ### SPEAKER 3: Sacou agora ### Que de fato eu não Não gostei muito do tro> ### SPEAKER 1: ( ) Eu achei também a velha tapiação, a churrascaria assim, que tem rodízio né, que no fim você... Comendo mal. Eu prefiro uma churrascaria que eu peça mil próprio pedaço de carne ( ) pedaço de carne SPEAKER 3: Que é o mal consigo acabar, do que vir cada pouquinho uma amostrinha de uma coisa. Olhe e e e depois outra eles eles são ( ) né eles eh trazem uma parte da da do do  Que eles chamam de guarnição né, mas a parte menos no> Então a gente começa a comer essa parte menos nobre da guarnição. Depois Eh eles começam a trazer as as tais carnes, mas começando pelas carnes igualmente menos nobres. Peru mesmo, quando quando existe no nos Espetos lá Simplesmente a gente tem que aprender também que eu não gostei de peru no Espeto né, mas De qualquer forma né é uma carne cara ( ) E mas aí como é que eles trazem SPEAKER 1: ( ) que você não tem Você não faz suas compras, astorino. Não Não sabe de verdade tudo está bem mais barato bem mais em conta Quer dizer SPEAKER 3: Ele está está em conta em termos relati> ### ( ) Agora para americano peru é ( ) uma coisa mais comum né filho frango e peru SPEAKER 3: No Brasil a SPEAKER 0: Vocês já estiveram fora. O Astorino pai esteve no México, na Argentina. Você esteve Estados Unidos, né, Elisa? Eh Conta para a gente, assim, como é a comida lá? Se é melhor que aqui? Se a Argentina e o México têm diferenças de pratos, de condimentos? Se é mais gostoso, se não é? Bom o SPEAKER 3: O mexicano, eh eu acho que qualitativamente come muito Mal qualita> A comida a comida do do do mexicano, se se nós fôssemos reduzir a comida aos seus alimentos essenciais, proteínas, lipídios e hidratos de carbono né, a comida do mexicano é parecida com a do brasileiro. É um festival de hidratos de carbono né, a comida do mexicano. Ah Só que os hidratos de carbono do mexicano são cuidadosamente eh mascarados por uma tonelada de pimenta em cada centímetro quadrado. Agora, na Argentina, come-se excepcionalmente bem. Eh eu eu eu Eu achei... Você quer dizer comia Ou então comia-se. Eh eu fui à Argentina em em SPEAKER 1: Mil novecentos e SPEAKER 3: Eu fui a Argentina em mil no> Mil novecentos e sessenta e oito não sessenta e nove já faz algum tempo e eu ouço dizer que eh o nível de vida do argentino né, o poder aquisitivo do argentino, e, consequentemente, SPEAKER 1: Todo pompa SPEAKER 3: A produção e a forma de de de eles comerem né eh sofreram muita alteração. Mas em sessenta e nove, quando eu estive lá, o argentino comia excepcionalmente bem. Em qualquer restaurantezinho, a gente entrava lá, era muito bem atendido, a comida era abundante, baratíssima. E ah nã não em em em termos de cruzeiro né, mas em termos de peso Bom, basta dizer que nessa época, não sei se a coisa continua sendo assim, né? Parece que não, né? Nessa época, o feijão e arroz da Argen> SPEAKER 1: Uma suceção de restaurantes eh alternados eh com com confetarias. SPEAKER 2: Ah, que gosto> SPEAKER 3: Argentino parece que adora doces, né? Tortas. Tortas, né? E as os doces, as tortas que eles fazem, como como se trata de um país Temperado né e de tradições eh eh europe> Chegamos pouco Bom as tortas que eles fazem são tortas de de amên> ### ( ) muito bem dinheiro mas como ia ( ) mudado bastante ( ) mudou bastante né SPEAKER 1: Eh ela diz que inclusive os trabalhadores se revoltam porque o fundamental deles na comida é a carne. E eles não tem mais, está raciona> ( ) Quando ela esteve aqui faz um ano, eles tinham carne duas vezes por semana. Então, e muito cara. Então, baixa o poder aqui baixa a produção, baixou também o poder aquitivo deles, porque a inflação lá é bastante grande. Muito maior que a nossa Entã> Então e duas vezes por semana, há há famílias que não tem como, mesmo que pudessem comprar, não tem como estocar carne. SPEAKER 3: Uma uma outra coisa interessante que me chamou a atenção na na Argentina é a origem da carne que eles comem. Eles comem muito mais carne de Carneiro Do quê SPEAKER 1: Carne bovina É uma tradição É inglesa também Inglesa também Eles comem muito carneiro ( ) Inglaterra e Escócia ( ) a produção de carneiro ( ) (risos) E a lã boa inglesa é porque eles têm rebanhos mesmo, tanto para corte como para lã, né? É E é uma ilha mais ou menos pequena e não com não comportaria assim gado como Exato Nós temos aqui, né? ( ) plano lá, então é fácil criar uns carnês. SPEAKER 3: É, parece que a a a Argentina tem tem eh meia dúzia de de ( ) que nós SPEAKER 1: Não temos né Uma das áreas é essa, né? Nu atualmente eles estão se achando tão azarados (risos) (gargalhada) Talvez Estão com ( ) nós (risos) ta ta Talvez e> SPEAKER 3: Eh eh eles não não estejam pron> tentando concominantemente porque veja bem uma coisa a a rede a rede de de ferrovias ar argentinas Exatamente. (risos) É é É maior do que do que a rede de ferrovias brasileiras. Mas compare o o relevo brasileiro. Aí que está o problema né. Experiência Agora, o trem argentino eu a> Achei uma porcaria e eu eh eu fui a Mar del Plata né, fui de Buenos Aires a Mar del Plata, o melhor trem E eu achei uma porcaria. Você com> Comparando com a Paulista, com a antiga Paulista, agora é fepaza e faz vários anos que não viaja de trem. ( ) Bastante mas a antiga Paulista era uma era uma era uma beleza, era uma maravilha né, em termos de conforto, de luxo mesmo tá ligado, de higiene. de pontualidade. Entendeu e o trem argenti> E eu saí decepcionado porque eh eu esperava encontrar um Uma réplica de uma de uma ferrovia inglesa Grande SPEAKER 1: Esse negócio assim né Realmente é de admirar, porque o nosso ( ) era assim, (pigarro) porque era toda uma tradição inglesa. Exatamente né E eles têm tanta colonização né de tradição inglesa É, que os o a os trens lá sejam ruins para mim é uma surpresa. É esse SPEAKER 3: Era um trem de alto lu> Inclusive, eu eu eu resolvi ir de trem e nesse trem por causa disso. Eh porque eu eu embora faça vários anos que eu não viaje não viaje de trem, eu acho trem é um transporte muito gostoso, muito bacana né. Eles ( ) (risos) Este aqui ( ) é o único agasalho que eu tenho (risos) Olha é por isso que você caprichou tanto (gargalhada) ### Eh ele foi comprado as Cinco anos de idade né ( ) Está fora de moda nesta altura SPEAKER 1: Que nada foi muito bem pensado não sei se é porque é único mas está muito bom viu (risos) Minha mulher tem muito bom gosto (risos) ela que comprou Você dá bastante dinheiro para ela, pelo visto, né? (risos) Ela ela consegue SPEAKER 3: Me me convencer a... ### SPEAKER 1: Quer dizer que ela é uma boa motivação para você trabalhar bastante ( ) que bom né. SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: Escuta, Elisa, quando você foi para os Estados Unidos, você não foi de trem, não, né? Não eu fui SPEAKER 1: Em uma Avião chique, se não me engano, naquela época era o melhor do mundo. Era um acho que era um dê cê Um dê cê seis Era muito bom. E achei o o avião excelente, mas houve um engano né, porque eu fui com uma bolsa da Rockefeller e eu tinha classe turista. E eu tome> Em uma eu fiz questão de ir pela Braniff, porque a Braniff passava por Lima, e fi e eu fiquei um di> E eu sabia que havia parada de um dia, eu não podia ficar mais, porque eu tinha compromisso lá com o pessoal. mas ao menos um dia eu passaria em Lima. E fui pela Bramiff e houve assim um um engano, então não havia outra possibilidade. Então, de São Paulo a Lima, eu fui neste avião hã em classe, extremamente luxuoso, tinha até Cama cama mesmo, não Pol poltrona rescostável havia um compartimento de avião que você puxa> Era assim a coisa É, mas eh veja, é tudo uma tradição britânica né o latino por si só já é vaidoso É (pigarro) o homem latino. Latino é bastante vaidoso não estou ofendendo ninguém é Claro claro Uma constatação não é Mas veja bem aqui ah SPEAKER 3: O o o Brasil é um país ( ) É um país latino Também mas no entanto. Ah eu eu, por exemplo, não fiz a ( ) hoje, só fiz ontem. Eu tenho um um pretexto muito bom para ficar dois dias sem fazer a barba, que minha pele não não comporta que eu faça a barba diariamente. Mas é é um pretexto, realmente, porque talvez de> Para fazer a barba todos os dias mas o argentino não o argen> Argentino é muito mais Vaidoso que o brasileiro pelo menos eu notei isso aí nas ruas no metrô SPEAKER 1: (risos) é o que di> SPEAKER 3: dizem né. É o que dizem Menos os barbu> Atuais né SPEAKER 1: Eles ah são diferentes (risos) É, mas isso é muito interessante, porque, realmente, sempre as formas de De protesto aparecem onde uma coisa é mu> Muito arraigada então aparece a forma de protes> SPEAKER 3: Certos porque para eles não existem convenções mas eh É muito difícil fazê-los crer que eles estão criando novas convenções. SPEAKER 1: Na verdade, parece que eles... Não, eu acho que no fim eles sabem que eles (pigarro) têm a grande família rica e não pode coexistir se não houver certas regras né. Claro lógico né mas mas mas e>  SPEAKER 3: isso, eles hã o uso dessas drogas traz, com o meu marido, que é geneticista, sabe muito bem, traz degenerescências cromossômicas. que, se não vão fazer mal a eles, vão fazer mal aos seus descenden> . SPEAKER 3: ( ) É que eu vou Falei ( ) Ah Não SPEAKER 1: Não não até aqui nós estamos concordando olha veja está bom hã veja quanto a isso Artolino eu por exemplo uso uma coisa em casa eu sou de uma geração eu nasci em mil novecentos e vinte e três minha filha nasceu em mil novecentos e ( ) e seis a mais velha Nenhum problema com as crianças. Agora eu nã> <ão sei se porque realmente nós temos sorte, elas foram bem conduzidas, ou se porque nós também somos pouco exi> Ela pensa de certa maneira diferentemente do que eu. Porque o mundo evoluiu eu não posso imaginar que em quarenta anos o mundo não tenha ( ) em trinta anos não não tenha evolui> ( ) até seja de admirar sempre nós estamos em evolução e> Eu hã e> Eu respe> Claro Mas eu não mudo então eu chego a dizer as minhas filhas, olha minhas filhas, vocês podem me taxar de quadrada, eu aceito, é a maneira que vocês encararam o problema, sou quadrada sou. Mas veja, Para que eu respeite vocês, vocês também têm que respeitar certa> Que histó> SPEAKER 1: Não é possível que toda a população viva Ah o você se De vez em quando, e você vê pela história toda da humanidade, instala uma revolução, uma revolução de pensamento, uma revolução de uma escola de uma escola filosófica, quer dizer, eles estão seguindo realmente o que o homem é, o homem de vez em quando instala, eles estão insta> O movimento hippie, eu eu acho que eles têm coisas ruins, têm mesmo, porque no mundo os polos são sem Eles têm muita coisa boa, que inclusive muitas Que nós deveriamos seguir se fosse possível Que cada um dentro da sua casa socialmente se vira e deixar de De lado as coisas que evidentemente são ruins hã embora a gente esteja numa sociedade de consumo e vivendo muito burguesmente, a gente internamente pode ser muito liberto. desde que ninguém de fora penetre dentro da gente e diz, ó, você tem que ser assim, a gente está liberto, tá bem? Porque as coisas só atingem a gente se a gente se deixar atingir por elas. Isso é verdade (risos) isso realmente é verdade Não quer rebater Huh Não quer rebater Não eu concor>