SPEAKER 0: Domingos, o que você achou da compra daquele terreno que nós fizemos lá no Jardim da Glória? Você conhece o lugar? (risadas) SPEAKER 1: Eu conheço o lugar. O lugar é ótimo. Como vocês estão fugindo da poluição, então procuraram a Raposa Tavares. Está certo. É um lugar muito bonito, onde se comprou o terreno, é , o Jardim da Glória. E o Jorge mostrou ontem um mapa da localização do seu terreno. Eu tenho a impressão que você foi muito feliz em comprar um terreno de esquina que dá para duas praças, de maneira que você terá... completamente livre à frente dos dois lados do terreno. Além do mais, como bom comerciante que você é também, você fez um ótimo negócio que parece que já subiu mais de cem por centro o... O metro quadrado. Terreno... () Começar a construir SPEAKER 0: ()  gostoso, Edson. Tão agradável, tão longe de barulho, de poluição. Seria ideal Morar lá. Você sabe que eles estão fazendo... Todo mundo da faculdade está procurando mudar para esses lados, né? Apesar de ser... Apesar de ser longe daqui, são quinze quilômetros daqui, pela Raposa Tavares a gente vem em quinze minutos de lá até aqui. SPEAKER 1: Com a estrada nova, então? SPEAKER 0: Estou pondo os quinze minutos já é com a estrada, contando com a estrada nova. SPEAKER 1: Agora, quanto a grana, isso é muito fácil. Se o marido é cantor, ele que vai cantar o chefe da caixa econômica, ele vai tirar... SPEAKER 0: Ate menos de um mês. (risadas) Gente, se não tiver aquele cantor, é que não tem dinheiro. Cantor () falido. ###  que ela fez um bom negócio? SPEAKER 1: Não, pelo valor, não é. Porque ela acabou de comprar o terreno. Quanto tempo faz () SPEAKER 0: Seis meses. SPEAKER 1: Então, seis meses. Ela comprou um terreno por um preço X. Esse preço agora tá dobrado. O Jorge, que mora na vida onde ele fica, dobrou o preço do terreno. Dobrou, né, Lu SPEAKER 0: Dobrou, mas isso não quer... ### Tudo Dobrou. Por isso que  preço dos terrenos estão subindo tremendamente em São Paulo. É uma loucura de todo mundo querer comprar terreno, né? Que é a única coisa que fica aí, né? A terra está ai ### Você vai me desculpar e perguntar, mas como é, qual foi a maneira como você comprou esse terreno? nós sempre quisermos fugir da poluição, do barulho, do atravancamento de trânsito de São Paulo. Então, eu comecei a procurar terreno, naturalmente, do lado sul da cidade, né? Perto, mais ou menos, da cidade universitária. Então, eu comecei a procurar pela Raposo Tavares. Vimos os terrenos na Granja Viana e vários loteamentos ao lado da Raposa de Tavares. E depois esse meu colega, o Jorge, ele já mora aí. Foi ele que me mostrou esse terreno. E eu me encantei. Mas eu gostaria de saber como é, Lola, que você pagou esse terreno. Ah... Ah, nós estamos pagando. Pagou já é... Nós damos vinte por cento de entrada e vamos levar seis anos Só por isso que conseguimos comprar, se não de jeito nenhum. Já viu professor universitário que dinheiro para comprar, sem ter tido uma vista? Em termos de localização do terreno, você acredita que seja uma boa localização? O que é que te levou a comprar fora essa...  essa ser perto da cidade universitária? A localização é muito boa, o terreno está perto da Granja Guiana. A Granja Guiana é um loteamento que está se valorizando muito. É perto da Passargada também. A Passargada é no quilômetro vinte e cinco, o nosso no quilômetro vinte e quatro E perto do terreno tem a granja mesmo, onde provavelmente durante muitos anos eles não vão lotear, então vai ficar uma área muito grande de, de vegetação. E lá do meu terreno eu vejo as vaquinhas pastando lá na granja, uma cena bucólica gostosa, tudo isso me levou a comprar. O terreno tá situado bem no topo do loteamento, então tem uma vista muito bonita para todos O professor Domingos também me parece que mudou recentemente, não foi professor? SPEAKER 1: Eu mudei para um lugar muito bonito, Cidade de Jardim. E SPEAKER 0: Bonito e grão fino. SPEAKER 1: Claro, para isso estou trabalhando ha... E não foi o Estado, não, que me deu o dinheiro para comprar essa casa. Foi a Caixa Econômica, que eu estou pagando ainda. De maneira que a prestação é meio puxada, entendeu? Hoje mesmo eu tive um aviso que o cheque que eu dei tá sem fundo. De maneira que vocês imaginam com a gente luta aqui. Agora hoje a tarde eu nho que me virar, né, para arranjar o dinheiro para cobrir o cheque. Porque esse Banco do Estado aí é um miserável, podia ter avisado, eu teria. Eu queria que o Berto, rapidamente, os seiscentos que usei, que tá faltando, né? Tem uma prestação na brincadeira, viu, Lola? Cinco mil e poucos que usei. É metade do ordenado. Só gente louca como eu mesmo que faça uma coisa dessa. É um lugar bonito. Tem muita mata ainda. SPEAKER 0: E o senhor sabe quanto é que o senhor vai pagar pela casa depois que você tiver acabado? SPEAKER 1: Olha, eu nunca penso o que vai acontecer no futuro, viu? Eu vivo o presente. De maneira que eu vou pagar, só imaginam quanto vai valorizar essa casa daqui tanto tempo. Eu acho que a prestação da caixa econômica é proporcional ao custo de vida. Quer dizer, se a caixa cobra mais um pouco, a gente vai pagar uma prestação mais alta, de fato, a gente se assusta, né? Mas o valor de uma residência que é auxiliada pela compra pela caixa, a compra é auxiliada pela caixa, é claro, é tudo proporcional, né? Eu não vou saber não quanto vai custar a casa daqui vinte anos, quinze anos, nem sei direito lá quanto tempo leva para pagar a casa, entendeu? Mas tem uma vantagem, lá tem bicho, tem lagarto, tem aranha de todas as qualidades, tem escorpião. Você já ouviu falar no Morumbi, né? É lá perto do Morumbi, onde tem todos os insetos possíveis e imagináveis. Uma gente olha assim, parece um triatoma, mas não é. Então olha, procura ver direito lá, tem umas aranhas. Lola, você que é especialista em insetos, me explica aí. SPEAKER 0: Essa aranha não é inseto. (fala rindo) Leva as aranhas para Eldor, você que é especialista em aranhas. SPEAKER 1: É quando eu falo inseto, desculpa, que dizer artrópole. ### SPEAKER 0: Ah bom. Agora tá certo. Mas viu a eldor É especialista em aranhas. Você leva para lá, ela deve conhecer.  Que aranha vive me cima da água já vi, que constrói teia em cima da água já sabia, mas aranha aquática que vive em baixo da água nunca ouvi falar. Você imagina que  SPEAKER 1: ### Uma piscina que tem lá, e que vivo lá () ### Só de cloro. E a aranha tá lá embaixo da água. Me baixo da água, assim. De vez em quando a gente precisa tirar uma aranha lá de dentro. Eu podia pegar uns lagartos lá de uns vinte centímetros centímetros. Eu tenho um vizinho lá que tem um terrenão, sabe? E ele disse que aquilo vai ser área verde. Nossa! Que ele não vai vender. De maneira que ele se encarrega de jogar os bichos e as folhas dentro da piscina. Você imagina o trabalho que eu tenho para limpar essa piscina. Essa aqui eu nem limpei ainda, nem uma vez. Eu só botei maiô, assim, a água  ### ### ### A roupa SPEAKER 0: ### SPEAKER 1: ### SPEAKER 0: É uma piscina a água saí. Bom eu não quis falar isso, né (). Mas eu achei que seria uma piada que fazem muitas vezes com você, né? Agora você   não. SPEAKER 1: Você quando entra na piscina não Altera nada Apelido da lola é  Tábua. Fica em pé assim o ### ### ### ### ### Então ela entra na piscina com  SPEAKER 0: () Ele ele já faz trinta anos, quantos anos faz que nós nos conhecemos, não seis trinta e dois anos que nos conhecemos, mais mais, e você sempre me chamando de tábua. É que que o contraste entre os dois é violento, né? (risos) Talvez seja isso a a pega dele, né? Ah, você já mediu de maior no clube, eu sou uma tábua? Não é não, até que você é elegante, é manequim. () Agora eu gostei. Pode continuar essa entrevista. entrevista () SPEAKER 1: Manequim SPEAKER 0: Como ele está, ele com sete mulheres e sete filhos, como ele está informado a respeito de manequim? É claro filha, manequim SPEAKER 1: conheçe todas, tem todas as medidas.(risos) Eu olho assim para a moça e já digo, você  trinta e oito é quarenta e  SPEAKER 0: poxa a vida quarenta e dois. (risos) Quarenta e dois qual é o problema? Quarenta e  dois não  Eu faço confusão, eu faço confusão. É o meu manequim era quarenta e três quando era moça. Mas no  () Estados Unidos () nos Estados Unidos era trinta e seis Aí, eu sempre faço confusão. Eu nunca sei se aqui  no Brasil que é trinta e seis ou se nos Estados Unidos () aqui, trinta e oito é um manequim femenino. Atualmente é quarenta e quatro. Entre os Estados Unidos e aqui tem uma diferença. Também na Europa é tem uma diferença, agora quero saber qual manequim serve menos (gargalhadas). Olha eu vou contar uma coisa  SPEAKER 1: Não sei se você. fica admirado viu eu fui comprar uma camisa, na, lá na camisaria  vaca né. É para, não  Não, fui comprar uma camisa lá. O homem tinha até o número quatro, uma coisa assim, o meu era cinco. Então, eu disse para o para o dono da da camisaria Var, eu se fosse senhor faria uma coisa, faria roupa só para gordo. Você sabe que ele  tem, ele aproveitou a ideia, né? Eu dei a ele, e a partir daquela data ele está construindo, para vocês terem uma ideia, né? Tem calça para gordo lá, mas o número, deixa eu ver, Até oitenta, coisa assim. oitenta você sabe o que significa, né? um metro e sessenta de circunferência, entendeu? É no Não é minha, não, viu? Eu quero dizer que não é a minha, não. Entendeu? Mas a ideia que eu dei a ele, ele aproveitou, sabe? E ele fez uma camiseta de namorado coelho só para gordos, você entendeu? Eu sei que tem um movimento extraordinário. Aliás, isso não é novidade, né? Eu tinha lido no jornal que que os Estados Unidos, o aquele (), o Soares. O Jô Soares ia aos Estados Unidos para comprar roupa para ele, quando ele era magro, né? E agora parece que ele cortou um pedaço do intestino lá e está emagrecendo. E e eu aconselho o homem da Vaca lá, você faça uma caça só para gordo. E deu resultado, sabe? De maneira que eu sou um grande freguês da camisaria Vaca quando quero qualquer camisa, qualquer... Inclusive a cueca, viu? Tem a medida, tem tudo, camisa, cueca, tem tudo. Você pode medir, você pode chegar lá e e levar o gordo maior que você conhece, que eles têm roupa para gordo lá. Eu espero que vocês não repitam essa gravação em lugar nenhum porque não estou fazendo propa> SPEAKER 0: Vocês conhecem aquela piada do cientista, que perguntaram para ele se era difícil ser Ele disse que não, difícil não é. Difícil é sair do barra> ### Isso que é difícil. () Eu tenho todo esse lado de cientista Eu sou uma mulher que não tem vaidade, que faz as coisas correndo, que () né. bem cientista. () Não tenho, não. E as crianças () gostam muito das falsas vagões. SPEAKER 1: É interessante o seguinte, então você está deixando de ser cientista,  porque ultimamente você anda em um em um luxo aí que... Talvez, eu acho que está chegando sua aposentadoria, então você está caprichando um pouco mais o ins> () SPEAKER 0: Não é aposentadoria, não. É menopausa, () SPEAKER 1: E agora esse negócio eu não quero discutir com você, viu Lo> Ainda mais que está de festa hoje (risos), né. Olha, está de festa sabe por quê, né? Você pode falar () Não, né? Então, ela está de festa hoje. Ela não  pode, quer contar, mas nós sabemos, compreendeu? E  Você esqueceu de uma coisa, Lolo. Hoje é aniversário do Erásio, cumprimentar o Erásio. SPEAKER 0: olhou? Vocês que esqueceu dele,  () não foi nós. Nós deu uma ### SPEAKER 1: Dei Ele viu, gostou de ficar aí ontem.  ### SPEAKER 0: (risos) Também quando eu morar lá, também vou   trazê-lo aqui () SPEAKER 1: Se eu morro não dá nada. SPEAKER 0: Ah, como que não? Você vai ver, vai dar  () nós comemoramos os aniversários  () A gente toma um aperitivo, come um pedacinho de bolo, ()  e tem sessão de piadas. ()  SPEAKER 1:  piadas () É o que conta  () vocês  SPEAKER 0: E todo mundo vai acreditar. (Risadas) SPEAKER 1: É uma sessão que você precisava assistir. Não, você é casado, não dá para assistir. É de desinibição, compreendeu? O pessoal fica todo inibido aqui, sabe? O ano inteiro, né? Quando chegou em uma cantinha assim, você sabe que é pretexto. Tomou um cinzano, né? Então, desabafa. Ah, eu to no cinzano, posso desabafar. É ali que eles contam as piadas, as piadas mais sujas que você conhece. As madames aqui contam, sabe? SPEAKER 0: Mas dizem que a bebida não é para deixar a bêbada em nível assim, né, um pouquinho mais alto, ela dessibe só, né?! Ela não provoca nada mais do que  SPEAKER 1: ### ### SPEAKER 0: Mas a Lua estava dizendo que ela acha que atualmente as roupas, assim, de uma maneira geral, tendem a ser unissex e  tudo massificado, não é? Eu queria saber de vocês, se entre a juventude de vocês, o tempo que vocês se vestiam formalmente, informalmente, quando crianças quando iam para a escola, como é que vocês se vestiam, como é que funcionava a coisa em termos de vestuário? Eu acho que antigamente era muito mais, vamos dizer, muito mais formal,  Hoje as crianças, a mocidade tem muito mais  Liberdade. E eu acho muito mais bonito também. Gosto muito mais do jeito que uma mocidade se veste hoje do que como eu me vesti. Parece que a mocidade hoje tem mais liberdade. Ela, a mocidade, escolhe a roupa que ### ### Eles não só se vestem como eles vestem a gente. Em geral, são os meus filhos que escolhem minha roupa e que exigem que eu ponha isso ou aquilo, que eu estou andando como velha, que eu não dormi cuidando. São eles que exigem, que brigam comigo. SPEAKER 1: Olha, eu acho que não, viu? Eu sou um sujeito que eu me visto como eu gosto. Sou criticado, não uso gravata, uso sempre uma blusa, esporte, e sou bastante criticado por isso. Inclusive o seguinte, eu uso um chinelo aqui, um tênis, porque eu me sinto bem com o tênis. Ontem estive conversando com o reitor, tá com esse tênis. Eu não tomo conhecimento se vou falar com o reitor, eu estou vestido como eu gosto. Compreendeu? Esse negócio sofisticado, assim... Eu sou meio esquisito, você não acha? Eu ando como me sinto bem. Compreendeu? E desde criança eu fui assim. Agora, quanto a moda, eu acho que ela volta sempre. Você se lembra daqueles vestidos antigos? Lua deve se lembrar que tinha ponta. Hoje eu estou vendo na rua vestido de ponta. Vestido com uma série de pontinhas, assim, embaixo. Comprido e com ponta, né? Eu estava vendo um álbum da minha família há poucos dias, né? E estava vendo que os vestidos abaixo do joelho eram usados, compreendeu? Inclusive até o tipo de bolsa que a gente usa, aquelas bolsas grandes, a gente encontra ainda na cidade, né? Mas o que eu lamento é a mocidade, os rapazes com bolsa tiracola, acho tão feios, gente. Não sei, mas tão feios. () na busca aquele rapaz com bolsa tiracola? SPEAKER 0: Você quer dizer que não é formal? Isso é formalidade, você achar que  Que rapaz não deve andar com  ### As roupas e as calças não têm mais bolso. Eles têm que andar com bolso. Eu acho eu acho muito bonito, pelo contrário, eu acho  que eu sou menos formal do que você, Denise. Eu aceito tudo. SPEAKER 1: Não, mas você não anda como ela anda não. Livre, desembaraçado, sem nada que aperta o pescoço. Eu não sei quem inventou gravata, deve ter sido um inglês, né? Inventar gravata e paletó, porque? Só o inglês podia ter inventado um negócio desse, junto com o cachimbo, né? O inglês, eu acho que sem o paletó, gravata e um cachimbo, ele não é inglês, compreendeu? Que que você acha SPEAKER 0: Lu? Estou de acordo, mas que, porque eu não tenho nada que ver com a história de gravata, porque eu nunca usei, Domingos. Por que que você fala isso para mim? Não, estou falando da SPEAKER 1: Moda em geral Não, pô... Não, mas () SPEAKER 0: Moda está tão descontraída, a moda feminina também, a gente anda como quer. Vai a casamento com roupa de brim, com calça comprida. Senhor Domingos, o que que o senhor acha da maneira de se vestir das mulheres? O senhor que é mais for> SPEAKER 1: Pelo contrário, eu acho formidável. Você vê que o pessoal põe uma calça ali, isso é à vontade, compreendeu? Pelo contrário, eu estou apoiando essa esse essa maneira de se vestir dos moço hoje, compreendeu? Eu critiquei a bolsa só, né? Compreendeu? Mas eu, eu acho que deve se vestir como eu... como ele se sente, ele sente-se bem naquela  E uma desinibição. Eu acho que está ótimo como está agora. Não estou criticando a o modo de se vestir, né? A mo> Está tandando mesmo, eu acho com muito desembaraço e não tem preocupação de... Porque antigamente, como disse agora, nós éramos muito sofis sofisticada, né? É como os pais botavam aquelas meias até o joelho. A gente era obrigado a usar aquilo, né, Loura? Ia para o colégio com aquelas meia até o joelho, porque senão, né? Sapatinho engraxado de certo, né? Estou dizendo para você que eu estou usando tênis. SPEAKER 0: Então, eu não entendi bem. Porque a Lola estava dizendo que o senhor era formal, mais formal que ela, então, eu não entendi bem. Mas eu queria saber o que que o senhor acha da maneira de se vestir das mulheres. Porque no seu tempo as moças se vestiam de uma maneira diferente. E agora se veste de uma maneira completamente... SPEAKER 1: Não, olha, fora da minha época, não, minha filha, porque eu tendo sete filhas, eu não estou fora de época, absolutamente. Se você for à minha casa, você vai ver que eu não estou fora da época, não, viu? Com sete filhas, todas se vestindo à moderna, inclusive, frequentando, comprando na Rua Augusta, você imagina SPEAKER 0: você acha dessa  moda? Porque antigamente uma mulher se vestia diferente, né, das moças de hoje. Ah, acho... não tem nada SPEAKER 1: Não acho que a moda Está... está excelente. Não tenho nada contra a moda atual, não. Compreendeu? Não tenho, não. Inclusive na praia, viu? (Risos) Eu frequento muito a praia de de Tararé. A desinibição vai muito grande, sabe? Inclusive só faixinhas, né? A gente encontra só faixinhas. ### Se você puxar um laço atrás, cai tudo. SPEAKER 0: O senhor sabe como é que chama esse último modelo de maiô? Que é bem cavado? Sabe, Lola? Não. Ele lembra lembra a roupa de índio. Tanga. É tanga? SPEAKER 1: Eu ia falar uma coisa, não quero falar. SPEAKER 0: O mais moderno é o topless. Esse sim. Esse é o mais moderno. A tanga acho que já passou. Acontece que no Brasil eh não há esse acompanhamento tão em cima da moda. Né? Eles procuram dar uma sublimada na coisa. SPEAKER 1: Mas você já viu uma mulher de tanga vista por trás? SPEAKER 0: Já vi, já vi. SPEAKER 1: Para você ter uma ideia, nós abrimos um restaurante aqui com com banco de igreja. Eu estava falando do restaurante, exato. E no começo foi interessante, porque nós arranjamos aqui num, não sei se era um andar, um... um salão, né? E nesse salão fizemos um restaurante, compreendeu? E não tinha cadeira para sentar, e como eles fizeram uma missa uma vez aí, fizeram um banco, nós pusemos os bancos da igreja da, para nós almoçarmos, lembra, Lola? E foi duro no começo. De maneira que todo mundo almoçava aqui, sabe? Jantava também. Tinha curso noturno, compreendeu? Esse maledeto curso noturno (risos). O maledeto é bom ficar, viu? E E de maneira que o curso noturno atrapalhava muito a gente, sabe? E até hoje, com os grandes protestos da Dolores, ela continua ainda trabalhando no curso noturno sem ganhar nada. ### SPEAKER 0: Às vezes, agora não, mas quando eu morava longe, eu saía de casa de manhã e voltava às onze horas da noite. Não havia possibilidade nem de almoçar nem de jantar nos dias de aula. Agora, morando aqui perto, então sim, eu posso ir almoçar e jantar mesmo quando estou trabalhando à noite. Nessa a casa a casa que nós moramos aqui, como eu disse, a casa é alugada. É uma casa simples, para nós está muito muito bom, nós somos todos simples, marido, eu e os filhos. É uma casa... Eu fiz questão de vir para casa, porque nós morávamos em apartamento, para as crianças isso era muito doloroso. E quando nós viemos para esta casa aqui, eles se sentiram completamente... liber, em liberdade. Além do mais, o bairro onde a gente mora, é um dotamento da City, e está cheio de crianças e muitos colegas nossos moram nessa rua também, com filhos da mesma idade. Então, as crianças se sentiram em um paraíso  Tanto que hoje a gente fala em mudar e eles nem querem pensar. E para um apartamento, então, só mortos eles voltam. SPEAKER 1: Lá no no sul tem uma cidade chamada Itajaí, né? E o rio Itajaí, ele transborda, né? E e ele chega a alcançar até um volume tão alto, compreendeu? Que a cidade chegou uma vez a ficar quase que submersa, uma parte da cidade. Agora, é engraçado o seguinte, ninguém sai do vale, compreendeu? Do Itajaí. Porque acha que um paraíso, o vale do Itajaí. A Dolores também tem o seu vale. O vale... O vale aí da cidade do estado onde ela mora, que de vez em quando ela... o rio transborda, compreendeu? Ela tem tudo, coitada, mas tem um rio que transborda também. A última experiência foi tão grande, né, Dolores, que eu não sei como você não mudou dessa casa. Câmbio SPEAKER 0: Uai, mudar por quê? A água voltou para o para o nível normal, limpamos a casa e está tudo em ordem. Bom, eu estou falando de brincadeira, mas houve vizinhos que tiveram até cem milhões de prejuízo. Perderam todas as portas da casa, todos os armários embutidos, porque tudo empenou, né? Agora, a minha casa, como é simples, não tinha muito o que perder. Um ou outro móvel se estragou, uma porta  Mas, e, porque a empregada também teve tempo de de levar alguma coisa para cima quando começou a inundar a casa. Nós tivemos água na altura de oitenta centímetros dentro de casa. E foi uma das casas menos atingidas. Que teve casa que a altura chegou a bem mais de um metro. Então no, eu moro sim em um vale que transborda de vez em quando (fala rindo). SPEAKER 1: Esse é o Itajaí da Lola. SPEAKER 0: E muito bom, viu, eu gosto muito dele, estou muito feliz aí. E pergunta para as crianças se eles querem sair daí. Meu filho tem um campinho de futebol, onde os meninos, é um terreno bal ahn é um terreno baldio ainda, e os meninos da vila se cotizaram, compraram vários caminhões de terra. Penaram, eles trabalharam, nivelaram o terreno, compraram as traves de madeira, fizeram os gols. E... e... como, e se, até hoje eles se cotizam, dão um tanto por mês para manter aquilo, e é o campinho deles. E passa as horas livres que não tem que estudar, ele passa jogando futebol, jogando voleibol. Eles fizeram também as redes de de volei, de de voleibol, não, de basquete. Eles vivem aí no, dentro de São Paulo, como se estivessem no interior. A vidinha aí, na no bairro, é como uma vida de interior. O bairro é sossegado, gostoso, as crianças todas se conhecem, vivem um na casa do outro, está ótimo! ### Na sua casa, as mulheres fazem algum esporte? SPEAKER 1: Eu tenho... as essas que estavam casada agora, as que estão se casan> E a Deise já foi campeã colegial de de vôlei. Compreendeu? A outra, a Cecília, joga bola cesto. Ela é muito alta, sabe? As filhas são todas altas. E essa que esteve agora aqui também pratica vôlei. Geralmente jogam vôlei e bola no cesto. Mesmo as pequenas agora estão estão jogando vôlei, lá no colégio. Ela estuda no Colégio Estadual, né? Antônio Alves Cruz, a Leitura Penteada. E eles têm... praticam esporte lá e ela... e ela faz parte da seleção do colégio. SPEAKER 0: E elas frequentam outros lugares para se divertir? SPEAKER 1: Divertimento ou esporte? Ah, elas têm divertimento, sim. Minha filha, elas têm um carrinho, de maneira que o pai é meio trouxa, entendeu? Deu um carrinho pras filhas, de maneira que o divertimento tá com aquele carro. Elas vão em todos os lugares, compreendeu? Com o carro e junto com três ou quatro, () Tem três aí fora com ela, não é? De maneira que elas têm divertimento, sim. Bairros. ### Você diz além de esporte, né? Qualquer moça, né? ### SPEAKER 0: Professor, na casa da Loura, apesar da inundação, ela tem até um campinho de futebol que os meninos fizeram. E a sua casa, tem alguma coisa nesse tempo? (fala rindo) Não. SPEAKER 1: Não, não tem porque eu não tenho espaço para isso, não. Porque o terreno que eu tenho, embora seja muito grande na frente, né? Ele tem uma área de construção grande e de maneira que para esporte lá só tem a piscina, né? Que eu acho que é o melhor esporte, é a piscina, é a natação, né? Natação é um esporte que desenvolve todos os músculos e eu acho que é o melhor esporte que elas podiam ter, né? É uma piscina pequena, circular, né? () Ela tem apenas sete metros de diâmetro, né? A profundidade é dois e meio. Mais perto de um tanque, assim. Na beirada assim ela tem dois metros. Foi interessante porque as pequenas que não sabiam nadar ficavam com medo da profundidade, né?! Mas elas imitaram a Lola, sabe? Porque a Lola não sabia nadar. E um dia ela estava na Ilha das Palmas com uma excursão da faculdade. Hoje estou para falar mal de você. E aconteceu uma coisa interessante, né? A Lula chegou num curador de barco lá, e eu fiquei apavorado, porque ela disse, ''como é que faz para nadar?'' Então eu expliquei para ela, você faz como um italiano, né? Conversando, conversando, e chegava na praia, né? E ela deu um pulo dentro do barco, numa profundidade, acho que tinha uns oitos metros ali, né, Lua? (fala rindo) E foi assim que eu vi a Lua aprendendo a nadar. E lá em casa foi a mesma coisa, as duas pequenas pularam na piscina, Primeiro eu ficava apavorado, sabe, de atravessar a piscina com dois e meio, né? E comecei a nadar, e hoje eu já estou nadando muito bem as duas menores. São as maiores as filhas da piscina. Porque as outras têm namorada, né? Então não tem tempo para ir para piscina. SPEAKER 0: Quantos anos tem seus filhos, Lolo? O menino tem quinze, a menina tem tre... Treze. Mas estão mocinhos, né? Eles nadam bem, praticam bastante esporte. Desde pequenininho eles aprenderam a nadar. O pai ensinou o menino. Alias Ah... é,  Depois eles entraram no clube, no clube granfino que o Domingos fala, lá do Paineiras do Murungui. E lá eles tiveram aula especial de natação com o treinador e eles nadam muito bem. E além disso, eles praticam esporte na escola, né? vôleibol, basquete, handball, e o menino agora tá jogando bem mesmo, é basquete. E a menina entrou agora também para o clube, para o treino de vôleibol. Os dois gostam muito de esporte. Vocês estiveram no exterior os dois, já estiveram? Ah, eu gostaria de contar suas experiências extravagantes que vocês tiveram lá, ou de uma maneira geral, o que foi normal. Experiência extravagante, não sei, para mim foi mudança de vida. Ó, eu já estive uma vez nos Estados Unidos com bolsa de estudo, mas aí eu não tinha filhos ainda. Então eu levei uma vida praticamente igual que eu levo aqui, trabalhando o dia inteiro no laboratório, indo para casa descansar e naturalmente aproveitando os passeios lá. Depois, as outras duas vezes que eu viajei, eu já tinha filhos. Então, foi o meu marido, que foi um moço, e eu aqui saí com licença e não trabalhei e virei dona de casa. Então, para mim, foi uma experiência, além de morar no estrangeiro, levar um tipo de vida que aqui eu nunca levei. Dedicar exclusivamente à casa, cuidar dos filhos e da casa. E a primeira vez nos Estados Unidos, eu fui com as duas crianças. O menino tinha um ano e nove meses e a menininha três meses. Eu me virei muito bem sozinha lá em Nova  Meu marido trabalhava e eu dava conta de tudo, levava média, fazia tudo, tudo sozinha. A mesma coisa eu fiz na Alemanha. Eles já eram maiorzinhos, o menino tinha quatro e a menininha dois Para três anos. Também me virei muito bem com os dois lá, sem empregada, sem nada. De modo que eu estou pronta para vida futura aqui no Brasil, quando as empregadas também se tornarem um artigo de luxo e a gente tiver que se arrumar sem elas, né? Professor, foi para onde? SPEAKER 1: Bom, eu não tive sorte de ter bolsa com uma loura. Eu fui com o meu bolso mesmo. Eu fui ao... Argentina e Paraguai. Nós fomos a passeio. Eu, minha esposa e uma filha. De maneira que eu achei muito interessante. Gostei muito do Paraguai. SPEAKER 0: Ele fala porque tá perto de uma meia Paraguai. SPEAKER 1: Não, eu gostei do Paraguai. Eu acho formidável. Assumpção, por exemplo, eu achei uma cidade completamente diferente de São Paulo, né? Cidade de Assumpção. Interessante que lá o comércio é aberto, livre. É como Manaus, né? Você importa até Mercedes mesmo. Você tem uma ideia... Parece que... No Paraguai é um problema muito sério, eu acho. Ou o sujeito é muito rico ou ele é muito pobre, sabe? Não acha, Lu? SPEAKER 0: Claro que é. Em Paraguai, basta lembrar que Assunção teve água encarnada e esgoto há onze anos atrás apenas. SPEAKER 1: Você imagina que você encontra aquele tipo de fazendeiro que cria um gado, sabe? Nos caros últimos tipos. Inclusive o Citroën, que o farol se movimenta. Você encontra caros últimos tipos importados. Os filhos dos fazendeiros iam muito bem lá. Mas você encontra a população muito pobre também, pedindo esmola em quantidade, sabe? Os ônibus lá são muito pobres, são bancos de madeira mesmo. Estranhei isso, viu? Como é que nós chegamos lá com um carro brasileiro, um ônibus brasileiro, da Mercedes, ultra-luxo, com música a bordo. Eles estranharam quando nós chegamos lá. Porque a condução lá é esses ônibus antigos, sabe? Mas você encontra aqueles carros de praça, porque os fazendeiros usam os carros uns dois anos, né? Depois vende o chofer de praça que compra, entendeu? Então você encontra aquele buíque que tem oito metros de comprimento, um negócio assim, sabe? Aqueles buíques compridos, sabe? Aqueles vincos, sabe? Com banquinho também, sabe? Aqueles carros grandes, né? De alto luxo, né? Mas de maneira que eu notei, em assunção, essa diferença de classe muito grande, né? Não vi bem. Olha como São Paulo aqui. São Paulo tem uma classe média muito grande, né? Eu acho que a classe média representa a maioria, né? No Paraguai não vi essa classe média. Você acha que eu estou enganado, Lolo? Você conhece melhor que eu. SPEAKER 0: Eu conheço a sanção de, de, de vinte anos Mas vinte e quatros anos atras, né?! Mas a gente sabe que a situação lá para cima, um país que tem porto, porto livre, e a gente vai, o brasileiro vai lá para comprar artigos europeus importados e o povo não tem dinheiro para isso, né? () Você não vai comprar e vai no cassino. SPEAKER 1: No dia ste de setembro, nós estávamos no Cassino de Caraíza. Mas, então, um brasileiro cupou o microfone e disse, olha, hoje é o dia da independência do Brasil e nós vamos cantar o Inacional aqui. Para você ter uma ideia, foi um... Todo o pessoal que tá no Cassino cantou o Ino nacional brasileiro, né? Aí os paraguaios não gostaram muito não, sabe? E tinham lá uns dez ou quinze paraguaios que cantavam o ino do Paraguai também, sabe? Mas foram aplaudidos, porque eles sabem que o Cruzeiro Brasileiro tem muito valor lá, sabe? Na Argentina e no Paraguai. você pode pagar qualquer compra com cheque de São Paulo, compreendeu? O Bradesco, por exemplo, dava cheque do Bradesco, eles aceitam, compreendeu? Eu estranhei esse problema, não é? Diz para eles, ''como é que vocês aceitam cheque de São Paulo, né?'' E disse, ''porque uma das maiores casas do Paraguai,'' eu conheci o gerente dessa casa, né? Vá Riojola. E ele, ele disse que não tem importância porque O comércio do Paraguai, das lojas todas lá do Paraguai, é feito em São Paulo. A compra é toda feita em São Paulo. Tem uma () uma vez por mês aqui. Compram tudo aqui em São Paulo e voltam lá para o Paraguai. SPEAKER 0: Nós bobos vamos comprar a mesma coisa lá no Paraguai, pagar muito mais, quando a gente tem que comprar aqui mesmo, né? SPEAKER 1: Não, Lola, mas o brasileiro, Lola... O brasileiro não vai comprar coisas brasileiras lá no Paraguai, não, isso é engano seu. Ele vai lá comprar coisas importadas, entendeu? O porto é livre, compreendeu? Ou você vai para Argentina, comprar lã, não é verdade? Casacos de antílope, que vocês gostam, outras coisas a mais, né? E lã, brusas, compreendeu? De lã, cachimiro, compreendeu? É isso que ele vai comprar. Você não pensa que o brasileiro é tão bobo assim, não, viu? E outra coisa gozada, vocês pagam tudo em cruzeiro lá, até em Assunção. Em Assunção se usa o cruzeiro como moeda lá. Mas são muito vivos, sabe? E devolvem em Guarani. Então eles stipulam um preço comercial, que não é na realidade o preço do Guarani, né? E eles sabem que um Guarani vale, vale metade do  Cruzeiro. Naquela coisa que eu tive lá, valia metade, né? Então eles devolvem. Você dá um cruzeiro, compra uma mercadoria qualquer, eles devolvem tudo em Guarani. SPEAKER 0: Compreendeu? Mesmo no cassino, quando a gente vai fazer aqueles jogos, aquela coisa toda, eles usam o cruzeiro? SPEAKER 1: No cassino também, eles usam o cruzeiro. Principalmente aquele cassino, o cassino que tá na divisa com o Brasil. Tem aquela ponte... Como é o nome do presidente? ### Estróis, né? A ponte Estróis. Você atravessou a ponte e já tá numa cidade paraguaia que tem um cassino, né? Eu não entendi até agora por que o brasileiro não faz um cassino do lado de cá. Porque o dinheiro vai tudo para lá. Se o brasileiro fizesse um cassino do lado de cá, o dinheiro ficaria por aqui mesmo, né? Mas como nós temos que ajudar os irmãos paraguaios, que agora estão colaborando, vamos deixar o cassino do lado de lá. SPEAKER 0: O senhor jogou lá no cassino? SPEAKER 1: Joguei. Joguei na roleta e joguei num... não sei como é que chama uma caixa que você puxa uma alavanca lá e... como é que é o nome daquela caixa? Como? SPEAKER 0:  Sai a moeda, cai toda aquela moeda, ele chama de El Gordo. Pois é, joguei, ganhei.  SPEAKER 1: ### ### ### ### Casacos. Entendeu? Agora, a coisa mais divertida é quando você vai com a mulher no outro lado, sabe? Ela quer trazer tudo. Ela pensa que não existe afâniga. Mas a alfândega não vê escapar nada. Até cem dólares parece que eles deixaram passar. Eu não me lembro a quantidade exata, né. Mas é () Mas a fiscalização na alfândega é rigorosa. Tendeu. E... Pelo menos foi conosco, lá em santos A gente abriu os pacotes lá e o () tinha comprado, inclusive, a nota fiscal da, das () Eles exigem. SPEAKER 0: eu peço para ele me trazer canha, claro não tem coisa melhor do que isso lá. Tem é o whisky paraguai SPEAKER 1: Mas a gente pode ### Vai passar uma garrafa de uísque, compreendeu?! Tá bem baratinho. Eu achei barato, porque o uísque você paga aqui sem cruzeiro, Eu comprei duas garrafas lá e paguei trinta cruzeiros, entendeu.  Agora dizem né que é falsificado, não sei se é verdade. Mas a gente é bem tapiado, eu vim com ele como se fosse estrangeiros. SPEAKER 0: Você sabe que aqui nas lojas, nos supermercados, já existe canha a quinze cruzeiros. Aristócra SPEAKER 1: Engraçado que a Lola importa, mas não traz aqui para sala da gente, né? SPEAKER 0: Mentira, porque tem uma, e quando a gente se reúne às seis horas para tomar pinguinha, vai ver lá na sala do Erasmo qual é a pinga que tá guardada lá, é Aristóteles. SPEAKER 1: Mas que história de reunir às seis horas que eu não estou sabendo disso? SPEAKER 0: Mandou você sair mais cedo. SPEAKER 1: Bom, Lola, você sabe que eu saio às cinco e meia, é verdade, né? Porque seis horas eu tenho que pegar uma filha, aí estou enfrenteado. Às seis e meia, tenho que pegar outra filha numa quese. Depois, tenho que pegar outra filha na... na liberdade. E quando eu vou indo para casa, pego uma outra filha que resolveu trabalhar de maneira engraçada e me emprego às oito horas. Por isso que eu saio às cinco e meia. SPEAKER 0: É pena, porque você perde o melhor do dia, que é a reunião na sala do Erasmo, com piada e a pinguinha. Amanhã tem uma especial, em domingo, aniversário do Jorge e do Erasmo. Essa você não pode faltar. SPEAKER 1: Você não vai deixar para seis horas, né, Lola? Porque às cinco e meia eu tenho compromisso. SPEAKER 0: Não, quando amanhã é especial, aniversário, a gente para o trabalho um pouquinho mais cedo e faz a reunião às cinco, tá? SPEAKER 1: Tá ótimo, então estarei lá. SPEAKER 0: Ela podia vir entrevistar o pessoal nessa hora e fazer um parque da reunião também e tomava pinguinha, não acha? O difícil é fazer a gravação com gente, sem estar desinibido. Como disse o professor, o que é que liga quando toma pinguinha? Que desliga? Ah, o relé. ### SPEAKER 1: Você está com medo de desligar o relé? Vai ser gostoso, viu? Eu, por exemplo, quando... Eu acho, né? Eu sou um sujeito alegre. Eu acho. Deixo minhas mágoas de lado e procuro sempre sorrir, porque sorrindo a gente vence na vida, viu? E não se preocupar muito com o que vai acontecer amanhã, não. Tem que se preocupar com o presente, compreendeu? O que está acontecendo hoje. Isso que é importante, viu? Não pensar o que vai acontecer amanhã, compreendeu? Agora, e quando eu bebo então um pouquinho, né? Aí eu fico mais desilibido, compreendeu? Eu acho que a desinibição é uma grande coisa, sabe? Mas se todo mundo fosse desinibido, alegre, um fosse muito frego com o outro, muitos problemas apareceriam na face.