SPEAKER 1: () Esse fim de semana eu vou, sabe aquele lugar de () E todo mundo, a burguesia () faz casa e compra, e terrenos enormes, aquela coisa linda, e há uma casa imensa, e bota piscina e os filhos podem ficar. Então o Roberto e a Marisa estão construindo lá, então eu vou conhecer a casa Não tem regra, mas uma vez vai, passeio, uma vez foi Em São Paulo, então estou em São Paulo. Teatro eu odeio ir de sábado  ao domingo, porque está cheio de gente que não sabe ver teatro, aí. Cinema () Fila quilométrica. Quando não tem fila, esse ano () () Janta fora. Ou se o tempo está bom, pego uma praia Mas eh, esses últimos fins de semanas eu tenho estado muito quieto em São Paulo, fazendo (). Ocupadíssimo? Não é ocupadíssimo. Às vezes eu levo coisas do departamento para fazer em casa, tese para ler, trabalho para ler, ou então escrever carta. Aliás, semana passada não deu nem tempo de escrever para

SPEAKER 0: () E (pausa) Você escreve todo fim de semana para a Cacilda? Nã>

SPEAKER 1: <o, eu pretendia escrever nesse fim de semana, mas não, não escrevi até hoje não escrevi, só E (pausa) Então ### ### ### ### () sempre tem o que fazer () ### ###

SPEAKER 0: () Esse fim de semana, eles vão acabar espanando. Ã? Esclarando. ### ### ### Então. () Não sei se () Não, então, mas acho que ()

SPEAKER 1: De dia e de noite ###

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: ### ### É. Os quadros dele. Que tipo de

SPEAKER 0: Quadro, é entalhado em madeira.  Aquelas florzinhas () muita arte, né? Então fica aquela coisinha simplesinha, mas tão bonitos. Acontece que ele está assim, né? 

SPEAKER 1: ### () como Tocou minha mão

SPEAKER 0: De medo, de segurança Porque ele é inseguro em tudo, e ele mesmo acha que eles também não prestam, e fomos lá, lá, na, no Imbu. Tem a tal secretaria do turismo sei lá, () que colocam os indivíduos nos devidos lu>  <gares. Ele achou que ele fosse ficar em qualquer canto da praça, lá no meio daqueles artesanato barato e então ele estava se sentindo bem. () foi lá, o pessoal falou que ele tinha que ficar na, naquela praça onde ficava artes plásticas, os quadros, etecetera E agora ele está suando, ficou a semana inteira ensaiando, e antes que a minha tia () vai lá ficar com ele, sentada do lado dele o dia inteiro para dar apoio, né? Vai ter que () ### () Lá comprar um quadro, né, porque Foi só para a gente saber assim, armar um arsenal e mandar, Assim, fazer um () e mandar alguém, né? Lá prestigiar e falar que, pelo menos, se alguém chegar e parar e  Achar bonito, ele já se sente realizado.  Não quer nem por preço. Eu já

SPEAKER 1: ### ### ### ### Não achei () Não () () não é (). Eu acho

SPEAKER 0: Porque ele não foi lá, então, se conseguiu achar () porque domingo passado ele falou que ia e não foi. ()

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: Fica com medo.

SPEAKER 1: ### Se tiver tempo, conforme a hora que acabar,  ### Rodoviária. Dá uma

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: ### ### É () às vezes fala ### ### ### () Ninguém está animado, ai

SPEAKER 0: ### É isso que eu também entendi tudo

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: () Não está bonito, dá para enfeitar () e pronto, né. ()

SPEAKER 1: É lógico que ele  precisa do outro,(). Isso que eu perguntei

SPEAKER 0: Para ele, o que significa viver? Daí ele falou que é comprar livros, que ele agora vai fazer altas filosofias do Tai Chi, que é a luta oriental dele lá que ele Pratica. Então ele vai comprar livros porque ele precisa ter uma cultura muito grande, porque a meta da vida dele é dar aula de Tai Chi e se aprofundar uma filosofia da coisa. Ele primeiro falou assim para mim a gente () morrer um dia, né, então eu preciso juntar dinheiro para o dia que ele morrer, não é () () Ver agora, porque por enquanto ele está encostado no meu pai, mas mais tarde um dia meu pai morre, né? Mas (). Eu acho () Que caiu nas costas minha e da minha mãe, né. Mas você acha

SPEAKER 1: Não vai ouvir a.  ### () Fazer alguma coisa, etecetera ### ### ### ###

SPEAKER 0: Eu acho ### Você está falando como se você estivesse absolutamente desiludida dele. Mas eu estou, não tem jeito, tudo que Que é para fazer com, com () ### Num sistema assim de  Rotina e com obrigação () não faz. Ele faz esse curso  E ele tem jeito, sabe?  Tem molejo, tudo. E o professor lá gosta demais dele porque  Ele tem jeito para a coisa. Qual que chama esse  Curso? É tai chi, é uma luta.

SPEAKER 1: Faz assim como judô? Ou (). Não, é que nem o kung fu. ###

SPEAKER 0: Não sei o que é Kung Fu. Aquele, você nunca viu aquele filme, do, do kung fu lá. Então () () Não () é, mas () ###

SPEAKER 1: ### ### ### () Não, não, bem diferente. Então eu não sei. () ### ### ###

SPEAKER 0: Vai ()

SPEAKER 1: ### Bom, eu, eu acho que, que, que o problema do  ### não ter Uma coisa que realmen> < te. Não sei se você já ouviu ###

SPEAKER 0: () é uma filosofia. Agora ele está descambando para, como é que é aquilo, metafísica. O cara que trabalha lá, que, que dá, que, que ensina, que é, sabe, é filósofo e tudo, ele é ()

SPEAKER 1: Ih, tem um monte de gente Assim. Né (). Uma porque é religião, outra porque  ### () desgraçada () Povo. Já é besteira.  Então, no caso, se essa besteira fizer bem a ele

SPEAKER 0: Não. Deixar ele a. Mas ele ficou uns tempos assim. De início, ele era, passou a ser vegetariano, porque ele achava bonito. Então, não comia mais carne, de je

SPEAKER 1: Mas qual  ### ### Eh, eles achavam o quê?

SPEAKER 0: Nada, eu sei lá, eh de vez em quando se pega numa filosofia, numa coisa qualquer  Aí vai, né? Ele tem que achar algum, alguma motivação. Então ele não comia mais carne, ficou definhando, definhando ficando branco, pálido, até que começou () ###

SPEAKER 1: () de carne Para viver.

SPEAKER 0: Mas ele estava fazendo uma () mesmo.

SPEAKER 1: Não é tão mesmo assim, porque tem muita gente que faz () bem. É, mas aí é que está ele 

SPEAKER 0: Comia algumas coisas (), mas não tudo, então devia estar faltando coisa na alimentação dele. Porque não comia a carne, mas também não comia outras coisas que () coloca no lugar. () Então ele estava ficando. O que que () Acho que é tudo a base de vegetal, né. ()

SPEAKER 1: Ruim () ### Tem alguma coisa que é razoável, mas

SPEAKER 0: () É coisa de soja, na base, à base de soja ().  Arroz integral, () e em vez de açúcar é aquela coisa, como é que chama, açúcar mascavo escuro e melado, não bota nada com açúcar porque açúcar ()

SPEAKER 1: Não pode tomar café ### ### () café de cevada () Café. Não, não tem ### ###

SPEAKER 0: ### Chá praticamente, meu irmão só toma chá, mas o () perdeu ainda. Então chá quente, porque frio eu () Tai chi, eles tem que desenvolver a força abdomi> <nal. Porque tem duas forças, o yin  e o yang. É uma frase assim. () Então, não sei o que tem que ficar aqui na barriga. É o yin ou não sei o que. A É o chi. O chi fica aqui. É o chi, que está com abdômen bem desenvolvido, quanto mais desenvolvido, mais forte, mais perfeito o indivíduo. Então, já que eu estava () ah é meu chi que está desenvolvendo. Daqui a pouco ele vai ficar que nem uma 

SPEAKER 1: mulher grávida para parir. Pois é, falei tanto. Uma barriga inde> <cente e vai ficar um caco  o desgraçado. Não falei

SPEAKER 0: Exatamente, todo mundo confirmou Aquela raiva, aquela religião. Tem que desenvolver os () são tudo para ficar estufado, quanto mais ### ### ### Não, mas ioga não Não, tem que ser aquilo porque lá () () e tal, e ioga também ()

SPEAKER 1: ### Eu não quero nem sa> <ber da filosofia (). Eu quero fazer a minha gi () boa

SPEAKER 0: E o relaxamento (). É, e lá tem muita ginasta. Inclusive andar () é uma piada, porque pode (), porque a pessoa apoiar no calcanhar e, e jogar () para frente, fica parecendo um, um () Andando assim? Diz que anda assim, anda nada. Ele não é convicto em nada, entende? Negócio da carne, ele não comia, não comia, não comia a carne porque imagina () ### Pobre animal, estava comendo uma carne deliciosa, tostad> <inha. E ele lá vinha. Ai, você que está comendo, coitadinho desse boi. () Daí não era convicto Porque ele ficava babando para comer aquela carne, entende? Porque ele não é firme em nada, ele vai

SPEAKER 1: ### Desse que acha que planta não é um ser vivo

SPEAKER 0: Não, ele não sabe nada. () A cultura dele é () não deve nem saber onde é que está o ser vivo, onde é que começa o, o (). Não é nada. Não. Não tem formação nenhuma, Renato. ### Tem, mas e daí? Não tem substrato? () ### ### () Então ele voltou a comer carne E está comendo de tudo, desvairado , ih, () ### ### ### ### Ele está vibrando com () mas () braço a torcer () né () Que está dando aquilo, que está dando isso.

SPEAKER 1: ### ### ### ###

SPEAKER 0: ### () Jeito. Só o chá quente, que ajuda a digestão () () Nada do jeito que ele é e tal, ele tem uma, um buraco no lugar da barriga () (risos) ()  ### E você faz algum regime alimentar? Eu faço o regime obrigatório de comer aqui dentro, né? ### Só come porcaria, ele. Agora nós descobrimos na história e geografia (), se chega lá é ideal, porque só tem assim Eh, filé grelhado, legumes, com batata, com ovo, com não sei o que. E eles não fazem arroz, nem macarrão, nem nada, porque, porque é contra um, eu não sei se é o (), sei lá, que proibiu, né? () Que Proibiu vender arroz e macarrão () que Porque imagina, que é restaurante para moças, então não pode comer só para moças, sabia? E lá () mas chega as duas horas está com o estômago roncando, né? ()

SPEAKER 1: ### ###

SPEAKER 0: () Ah, chegar em casa fazer, cozinhar Ã? Deixa preparar ### Eu chego em casa umas onze horas, meia noite todo d>

SPEAKER 1: <ia. Porque você não faz () ###

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: Você precisa ser mais autosuficiente 

SPEAKER 0: Em vez de ficar reclamando que a comida do bairro é uma droga? Saio de  De casa às oito horas da manhã, com a marmita  Já pronta, volto para casa Meia-noite, lavo  A marmita, faço a comida para o dia seguinte, né? Muito simples. Lavo  A panela, lavo a louça, faça bem. Fazer não é nada. Pior é lavar as () toda, né?

SPEAKER 1: Então não reclama do teu irmão. Mas eu não estou reclamando, estou só 

SPEAKER 0: ### ### Relatando. () Mas é claro que eu como muito () E como todas as 

SPEAKER 1: ### ### () Essa droga, é uma bosta, uma por> <caria de ### Mas pelo menos  ### ### ###

SPEAKER 0: ### () todo dia, () humilhante, né? E almoço e janta. Não dá tempo. () de ir para casa, fazer 

SPEAKER 1: ### () tudo dá vontade. Em geral, eu vou para o restaurante. Ou se eu como em casa. A comida de casa é muito boa. () Nós vamos falando de comida, já? Já estamos falando faz tempo Depende, vai, eles não tem, ou então faz um escargot. () Depois que eu fui para a França, aí eu aprendi comer escar> <got, nossa é uma delícia, o peru. Nossa É aquele peru você (risos) O peru foi feito e você era convidada, agora já aconteceram mi, mil. Nós nem estávamos aqui, a gente estava lá em Caraguatatuba. Estava marcado, vocês viajaram

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: Sair para fazer isso. Ih, que saco. O peru não é coisa que você faz toda 

SPEAKER 0: Hora, é duas vezes por ano, mais ou menos. Você falou do tal peru que ia ficar contigo não sei quantos dias

SPEAKER 1: Depois que vocês falaram que iam viajar. Hum. Eu fiz Falei que ia fazer outro E vou  Vou fazer outro. Não está  ### ### ### ### ###

SPEAKER 0: () Hum. Então nos fins de semana eu como a comida que a minha mãe faz, ah, seja lá o que for, é tão bom. Arroz, feijão, eu adoro legumes, essas coisas. Refogadinho, () abobrinha. Isso que eu gosto. Eu arroz ###

SPEAKER 1: Eu não gosto, uma vez por semana. ### ### Você vem  Passa muito, eu acho que pesa. 

SPEAKER 0: Carne eu não faço questão nenhuma. () Faz compra, faz ques>

SPEAKER 1: <tão de comprar. Eu não faço questão de nada, mas eu  ###

SPEAKER 0: Como de tudo. Eu também como de tudo () Eu prefiro, se tiver arroz Feijão e abobrinha, eu deixo  De comer carne. () Eu tenho preguiça de mastigar. Tudo que for, assim, mais fácil, amorfo, eu prefiro.()

SPEAKER 1: ### ### () não. Isso, engole, pronto. Não, a car

SPEAKER 0: Muito. Eu adoro. (pausa) Que tipo? Conta tipo. 

SPEAKER 1: ### ### ### ### ### () Meu também. Se bem que depois da morte da minha avó, jamais comi  Tão boas, né (). Essas Só vó sabe fazer.  Os filhos () das vós nunca  Aprendem fazer. Então eu não sei 

SPEAKER 0: Se é bom, porque eu nunca comi comida de vó, só como comida de mãe Eu, eu detesto empada, torta, essas massa podre, sabe aquelas coisa assim? É Eu gosto. Eu adoro é com molho, macarronada, panqueca, essas coisas. Canello> <ni. Canelloni, lasanha. Hum

SPEAKER 1: ### ### ###

SPEAKER 0: () É, essas coisas assim. Mas a () () qualquer, que eu adoro. Bem dizes e

SPEAKER 1: O espaguetinho. ### É isso aí. (pausa) Peixe, vocês não comem? Peixe é uma coisa que eu... Eu não gosto muito não. Se eu nunca comesse peixe, eu acho que não, não acharia falta () Eu gosto Peixe acho que é a última coisa que eu peço num, num restaurante. Em casa tem de vez em quando, mas, em restaurante, quando eu vou sentar, peixe é a última coisa que passa na cabeça. Agora, se todo mundo está afim de comer peixe, então eu

SPEAKER 0: Como, ué. Eu não, eu vou direto em peixe. Peixe, camarão. Eu prefiro ### ### ### ### () Todo mundo adora, só você que não gosta. () ### () Coisa bo

SPEAKER 2: () Eu gosto de ()

SPEAKER 1: Escargot, que é molusco. () Eu nunca tive, eu nunca tive. Camarão

SPEAKER 0: () a oportunidade de comer isso aí. Um dia eu vou te convidar Mas tem que comer. Ah, eu não faço questão não

SPEAKER 1: Então não convida. Você vai fazer careta, que nem o () Chegou lá, fez careta, ui, ui, e não comeu coisa nenhuma. Uma coisa tão chique, tão fina (riso) () Um Grosso

SPEAKER 0: Assim, no lugar. É como ostra, aquelas () ### Não, depende Ah, eu como. Eu acho que eu pre>

SPEAKER 1: <firo mexilhão, ostras Esse tipo de coisa Do que  Peixe (). Não, eu prefiro. Acho que um peixe  Bom, bom, bom é 

SPEAKER 0: Muito difícil, muito (). Tem uma cantina na (pausa) radial, sei lá. É perto da Moca, cantina do marinheiro. É um lugar bem bunda, mas tem uma comida deliciosa. Eles fazem uma caldeirada onde vai de tudo. Aquela, como é que chama aquele bi Mar, calamar, lula, polvo, tudo misturado. Aquilo é uma delícia, com molho, né. É, isso é

SPEAKER 1: Clássico, mas não tem nenhum de peixe. Mas tem

SPEAKER 0: Peixe, tem tudo. Não () dá não. Você quer dizer peixe Frito, ensopa> <do, né. ()  ###

SPEAKER 1: Peixe branco, né. Ai que delícia. Assado na brasa, vem uma coisa seca, enche de limão e fala que delícia. Isso é uma delícia. É que nem carne, uma carne seca, bem dura, assim igual () () faz uma carne assada que você precisa um serrote E tem gente que come e fala que coisa boa. É bom nada. A carne tem que ter molho. O mais gostoso da carne é o molho que a carne ()

SPEAKER 0: Da carne, só gosta do tempero Carne () não Eu gosto

SPEAKER 1: Do gosto da carne, né. A consistência é uma coisa especial. Aí Eu prefiro muito mais um músculo bem cozido, que faz careta é Bom.

SPEAKER 0: Eu não go> <sto que tem aquelas

SPEAKER 1: Que vai desfiando a gordurinha, escorregadia etecetera. Do que aquela carne que foi assada e você corta e é seca.

SPEAKER 0: Isso lá é. É duro de mastigar, de engolir

SPEAKER 1: Que é como nos Estados Unidos, quando eu convidava aqueles gringo para comer e fazia uma carne assada, falavam, ó, () e diziam que era Bom. E Comiam, comiam, comiam. E eles fazem uma porcaria de comida. A comida americana é péssima. Mas Desgraça dos Estados Unidos é 

SPEAKER 0: Por onde você andou aí por, pelo mun> <do aí, Renato, onde é que você comeu melhor? Ah

SPEAKER 1: Isso é difícil responder o melhor... Eu acho que, por exemplo, a comida do Peru é uma delícia. Qualquer coisa que se come no Peru é muito bom. Evidentemente, eles usam muita pimenta. Chama aji. Então é um troço violento. A gente come e quase vai para a lua, mas, quando está suave em, em nessa, nesse aji, então é muito bom. Tudo é gostoso. Na Europa inteira, em qualquer lugar que se vai, come-se muito bem. Nos Estados Unidos, em qualquer lugar que se vai, come-se muito mal. A não ser que seja um restaurante transgênero nos Estados Unidos, ou então um americano, mas daqueles, mesmo os mais caros, sofisticados, com mil versões e, tem gosto, tem () em cima, né. Eles adoram botar sal, pimenta e catchup em tudo. Agora, na Europa inteira come-se muito bem, eu acho que, mas no Brasil também. A comida aqui é () () dizer, na Europa? ()

SPEAKER 0: gostosa. Ah

SPEAKER 1: Ah, é. Como aqui, isso () ### Muito bem. E tudo e E é tudo é apresentado também. Comer na Europa é um negócio um pouco mais importante de aqui. O pessoal, então, para e come. Especialmente na França. É. Mas desde Portugal, todo lugar que eu fui, eu achei, a não ser na Inglaterra. A Inglaterra é péssima. Que é a herança americana, né? Que deu aquela droga De comida. A comida inglesa É péssima. Tudo que eu comi na Inglaterra

SPEAKER 0: ### () qual que é a base de alimentação deles, é arroz e feijão? Do

SPEAKER 1: ### De quem 

SPEAKER 0: Do povo europeu, por exemplo, dos americanos também. Ah, de jeito ne>

SPEAKER 1: <nhum. Na Europa, a base, base, base mesmo é carne. Para a maioria do pessoal. É mu> <ito legume, verdura. Mas, lógico, na Itália tem muita massa. E Em Portugal tem muito bacalhau. Ih, bacalhau! Foi, o pavão me deu o endereço. Não deixe de ir no tal, como Chamava, até () () em Lisboa. Não sei mais o nome do restaurante. Chegou lá uma porcaria de bacalhoada. Aquele bacalhau só fervido, com tudo que é legume. Ai, uma delícia. () Põe no prato e daí põe óleo de oliva e sal e uma Droga. E eu acho uma delícia. Enquanto que o bacalhau que eu costumo, eu não gosto, bacalhau. É um troço que eu não ligo muito. Eu não desgosto. Torta, bacalhau, bolinho, bacalhau ensopado, mas com tempero. Eu acho que tudo tem que curtir. A curtição que tem no sentido de tem> <pero. Que é originalmente a coisa, eu acho, vocês que () vai saber que agora curtir é outra coisa, né. Mas () A comida curtida tem outro sabor, é lógico Então aquele bacalhau chegou, uma panela desse tamanho, éramos quatro pessoas, eu achei

SPEAKER 0: Uma droga. É bacalhau à portuguesa, né? É

SPEAKER 1: É o que se chama bacalhau à portuguesa aqui. Logo fiquei imaginando que ia ser aquela droga ### () Portugal. O barman botou do céu aquele bacalhau  () E foi, acho que foi a pior coisa que eu comi 

SPEAKER 0: Na Europa. Não tem segredo de  lugar  Para comer esse bacalhau. É só cozinhar tudo junto e botar, botar azeite.  Não tem um (). E aqui no Brasil, qual é a base da alimentação? O que  que é prato típico 

SPEAKER 1: Não precisa ser tão lógico, acho que é meio difícil dizer isso. Porque se você vai lá para o Nordeste, nem feijão você encontra. É Então come aquela farinha e aquele peixe, e faz um pirão, não sei como que chama, e bota lá a farinha de mandioca ou outros, eles dão outros nomes para  No Rio de Janeiro você não acha arro, feijão roxinho, é feijão preto. Mas é feijão, eles comem

SPEAKER 0: Arroz e feijão, mas é outro feijão, né? Exato ()

SPEAKER 1: Mas mais para cima não. No sul acho que é muita carne. É difícil dizer prato típico no Brasil. Não é feijoada, feijoada é () ###

SPEAKER 0: ### ### ### Por isso. Acho que a gente está acostumado a comer, tem que ter assim, o arroz, feijão e uma mistura. Ou então uma massa. Uma carne e uma saladinha. É, então, batata Frita no () uma delícia. Que tipo de carne você come, em? Extravagante, sem ser extravagante? Coisa. Tem coisas estranhas () No coti> <diano eu acho que é, é bife, né, em ou frito, ou enroladinho, ensopado, uma coisa assim, bem trivial, né?

SPEAKER 1: A carne assada, agora, se é um jantarzinho maior, para convidado, para fazer um lombo. Aí precisa pensar bem, quer dizer, tem coisa que está muito cara, tem coisa que () (riso) Tem que maneirar, naquele que é fino e (). Bota dois lombinho assim, que fica lindo, com os abacaxi no meio, () for uma fortuna ()

SPEAKER 0: () É, mas isso é só de vez em quando, né?

SPEAKER 1: () é muito bom. Eu gosto de carne, eu gosto de tudo. Miúdo de frango. Eu adoro. Eu odeio () Frango, em geral, eu gosto muito.

SPEAKER 0: Qualquer tipo. Eu não faço questão Mas tem gente que gosta de comer carne ou uns bicho estranho, não gosta? (pausa) É. ()

SPEAKER 1: ### () jacaré. Tartaruga. Tartaruga é uma delícia. O que () tartaruga em Ubatuba? Ubatuba tem um bar lá, chama no Portinho. É um, um cantinho lá perto do rio Então lá tem uma tartaruga, cada tantos dias chega uma, algumas. Também é proibido a pesca de tartaruga, porque está acabando, né? Mas então os pescadores pegam escondido e levam lá para esse homem direto. Então um filé de tartaruga é que é uma () Você ia achar horrível, porque tem uns nervinho, umas coisas escorregadia, mas é ótimo. Aquele filézinho, à milanesa, é uma coisa de louco. A Até o Luís Carlos comeu e gostou.

SPEAKER 0: ### ###

SPEAKER 1: É, é um tipo de comida que não, não está na esquina, né? Para você achar toda hora. Então, vai no açougue quando tem carne.

SPEAKER 0: () Coelho é uma delí> ### <cia também. Cabrito. Acho que Tipo de carne muito bom. Cabrito eu gosto. Cabrito que. A

SPEAKER 1: A época da baleia, achava ótimo baleia.

SPEAKER 0: É, baleia é gostoso, né? Mas

SPEAKER 1: Cobra eu nunca comi, mas eu suponho que deve ser muito parecido com Jacaré. Jacaré também () mas () Ah, com a rã, por exemplo, rã que é anfíbio. Tivemos que estudar evolutivamente pelo gosto da carne, né? É, né. É. Como é que foi a evolução. A A rã lembra muito carne de frango. É, parece peito de frango. É, e, e, e, e E anfíbio é antes de réptil, na evolução. E devia parecer mais com peixe. Não parece, parece mais com Frango. Enquanto que o réptil parece muito com mamífero. Isso é inte> <ressante. () ### O que que eu falo dos seus amigos o que é que acontece.

SPEAKER 0: Seus amigos também, né? Né. (som de algo arrastando no chão) (pausa) Eu não tenho () com amigo, não. (pausa) Escuta, e E quando você tem qualquer tipo de refeição, você nunca acompanha essa refeição com alguma coisa? Tomar?

SPEAKER 1: Bebida? Ah Lógico, sem, depende, eu gosto muito de vinho, gosto muito de... Cerveja, acho que depende. Se você vai para uma pizzaria, por exemplo, comer uma coisa (pausa), ou pizza mesmo, ou alguma outra coisa, (pausa) um churrasco, assim, acho que vai muito bem o shops ou (pausa), ou então num lugar mais simpático, assim, menos gente, aí uma garrafa de vinho. Ou fala uma coisa, vinho branco para aquela carne clara, peixe e vinho tinto para uma carne assada é bom. Ou o rosé para frango Mas porque você deve ficar tonta, né? Ã?

SPEAKER 0: ### Se eu tomar um copo de vinho, pronto. Acaba a graça, me dá

SPEAKER 1: Mas () copo de vinho igual Coca-Cola, assim?

SPEAKER 0: Claro que não. Mas se eu tomar um copo de vinho numa refeição, bem lentamente, eu já fico com sono. Então não vale a pena. Já aconteceu de ter que dormir depois. Em uma festa, num almoço de Natal, uma coisa assim. Me dá sono profundo e depois uma terrível dor de cabeça por ca> <usa de um copo de vinho. Eu não tolero mesmo álcool, de forma () Então, tomo refrigerante, e é uma delícia, porque ajuda a digestão, ajuda a descer e pronto. E vicia, né, porque daí você é incapaz de, de De comer Qualquer coisa sem acompanhar com refrigerante. Ah, depende do tipo de comida

SPEAKER 1: Não, mas para Almoçar ou jantar. () Porcaria aí do bar, que é uma droga tudo seco. Então você

SPEAKER 0: ### Descer, né. Você engole e dá um gole por cima de Coca-Cola, Tirar as impressões, né?

SPEAKER 1: Mas, muito frequentemente, mesmo num restaurante bom, com os amigos, se eu não estou disposto a beber, ou estou cansado, já, já estou com sono, se eu estiver muito bem disposto, eu tomo à vontade, sem problema, mas se eu já estou com sono, então, eu também (). Aí Fica assim, não vai beber? Poxa, o vinho está tão bom, achando que eu vou ficar inte> <ressado, sabe? () Interessado como? No Vinho. Hum ### ### Acho que eu aprendi isso, não sei como, mas eu comia muito mais antes. E um dia eu concluí que é besteira comer tanto, a gente sente (), mal. e Tem que comer um tanto que nutra.

SPEAKER 0: Também é uma fome profunda essa conver

SPEAKER 1: () Não tem nada, não tem nada mais gostoso que ir num restaurante italiano e vim o carrinho com () () eu fui com os amigos no Via Venete, é um dos melhores italianos, é lá na. Acho que eu já (). Ah () Então vem aquele carrinho e a gente fica besta de ver todas aquelas coisas. A Inclusive nós combinamos um dia de ir lá só para comer. O antepasto e a sobremesa. Porque o carrinho de sobremesa é outra maravilha.

SPEAKER 0: E em geral a hora que chega o carrinho de sobremesa, você não aguenta mais. Não aguenta mais

SPEAKER 1: Comer sobremesa e. E o antepasto comeu. Aí já pediu o prato. Quando o prato vem, a gente já não quer. Acho que pode, né. 

SPEAKER 0: ### () Fininha, curtida (). Berinjela, azeitona

SPEAKER 1: ### ### Chama defumado e todos aqueles legumes

SPEAKER 0: Que eles têm lá. () Nesses restaurantes, assim, ele não. Em geral, eles trazem carinho com esses antepastos. () Em seguida, já servem () () Não dá muito tempo para você curtir. É ex>

SPEAKER 1: <ato. Se ainda tivesse uma meia hora de espera. Depois que a gente comeu o antepasto, a gente fica Conversando, aí (). Uma vez, na v>

SPEAKER 0: <ida, eu consegui Comer tudo, foi na Maria Flor. Você entra ### ### Acarajé você tem vontade de comer uns dez, né? Mas não importa, porque () lá dentro vai ter outra mina. Daí você chega, servem aquele, como chama? Eh Com mandioca, de ca, de camarão, eh bo> <bó, né? De cama> <rão. Daí eles dão, um tempão, daqui a pouco eles vêm com carrinho cheio de peixes, aquelas comidas baianas. Daí você esquece que você está num restaurante, daí vem outro carrinho com carnes, com peixe, com tudo. Daí outro tem, você fica umas três horas lá com Mas eles dão o devido tempo, né? A hora que vem a outra coisa, você já está com vontade de comer, né? Mas em geral, nessas can> <tina, é uma coisa atrás da outra, torta, sei lá, de (pausa). É, é. Correndo. Está sempre cheio de gente esperando. Fila () Não tem condição, né?

SPEAKER 1: Mas esse tipo de comida baiana, assim, essas coisas, eu acho que eles são bons

SPEAKER 0: De vez em quando, né? Mas é uma delícia, né? Eu gosto, eu prefiro a, a carne com osso. Ah é

SPEAKER 1: Eu também gosto muito Mas de vez em quando. () Vatapá hoje, depois outro daqui a seis meses. Não é uma coisa que atrai, assim, você entrar como você pedir um pedaço de carne ou sei lá Batata frita, filé com fri> <tas, é uma coisa co> <mum, né, do lugar, sei lá, que você comeria sempre. Mas 

SPEAKER 0: Comer batata () deve ser mortal. Eh, eu sempre que saio assim, eh, nunca peço carne, jamais. Posso sair sempre eu nunca peço carne assada, com coisa nenhuma. Eu te, tenho tendência a pedir camarão, ou peixe, ou se tiver comida baiana. Você lembra na Bahia, aquela vez que nós fomos na casa da vó da Ângela?

SPEAKER 1: Que era comida baiana feita em casa. Aí é outra coisa. E a baiana de restaurante, é muito, (). Não pode ser real aquela comida. Não é Mesmo, né? Turística (). É Muito. Mas o a. Da vó da. Baiana feita em casa, aquilo é uma delícia. Uma delícia Mas mesmo sendo tão bom, eu acho que é para de vez em quando. Eu acho impossível. Aquele dendê é um negócio muito for>

SPEAKER 0: <te. É bem dosado eu acho que se a> <costuma. Como  um outro óleo Acho que eles não comem com dendê todo dia, os, o baiano mesmo, né? É só de, (pausa). É charme também, né? Tem gente que vai a Bahia, começa a comer muito dendê e começa a se sentir mal, né? ()Vira do avesso. (risos) Vocês já tiveram alguma experiência de comer comida estraga> <da? Comer comida que fizesse mal? ### Eu não. ### História de comer comida ruim, que quase vira no avesso, né? (riso) Ah, isso a agente sempre vê. Ah, mas lá na Bahia teve muita gente que teve caganeira, (), não foi você que teve não? Eu não. (risos) Olha, Renato ### () A Lulu vive de caganeira () ### ### ### Tanto fa> <z, né. () Mas  ### Mais ou  menos. Mas eu me lembro de muita gente passando mal lá, sim. Porque a maior atração é a noite 

SPEAKER 1: ### Mas os americanos tomam água, já dá. É, né O gozadíssimo era quando eu estava no Texas, e então era pertinho do México, né? A gente dava umas escapadas. E cada vez que um americano entra no México, Se ele tomar água, a não ser aquela de garrafa, que é mineral () Pronto, tem que voltar correndo para o médico. O intestino. Coitado

SPEAKER 0: Mas ele () Se ele vem para cá, pode.

SPEAKER 1: A gente tem uma água. Não, a água é igual. Mas a América La> <tina. (pausa) Acho que é tipo. Eles são selecionados. Eles são muito purinhos (). A Assim, de física, não. É Eu sei. Porque eles são muito sujos. (riso)

SPEAKER 0: Ô Renato, o que que 

SPEAKER 1: Sanduíche e hambúrguer. À tarde, à noite. Até que antes de eu ir para os Estados Unidos, eu comia de vez em quando hambúrguer. Mas depois eu, agora eu me recuso a pedir hambúrguer, porque aquilo é uma coisa horrível. Eles levantam e tomam. Então, isso foi uma coisa que eu adquiri depois que eu fui para os Estados Unidos a primeira vez. Comer bem de manhã. Então eles tomam leite, coalhada, o café. E tem sempre um cereal, ovos fritos Com bacon, com presunto. E depois eles vão, na hora do almoço, eles comem um sanduichinho, umas batatinhas chi> <ps. E (pausa) ovo duro, então, é muito comum. Os laboratórios lá fazem seminários só batendo ovo, assim, para descascar. () essas bobagens. Depois eles jantam.  Eles não sabem fazer nada. Um macarrão, assim, uma Chambota, ou então. O quê? Chambota. O que é isso? Uma bos> <ta. Porcaria.

SPEAKER 0: () Não, mas hoje a. 

SPEAKER 1: () Uma meleca, assim, você vê um molho horrível, sem sal, nem açúcar. Catchup à beça. Não é um troço que foi carne dentro e cozinhou, e a carne soltou aquele gostinho no tomate. Sei. E bem temperada. Eles não sabem mesmo. Depois, batata, ve, vegetais eles comem. Mas vegetal, todos os vegetais. Existem muitos. A matéria prima americana é sensacional em termos de É que eles não sabem preparar. Então eles fervem. Aí taca o sal, catchup eternamente a mesma coisa sempre.

SPEAKER 0: Tudo vai catchup, até legume, tudo. Eles vão

SPEAKER 1: No restaurante, batata frita. Então eles despejam o catchup no prato, pegam a batata frita com a mão, enchem de sal, pegam a batata, mergulham no catchup e comem. () Para mim isso era horrível. ()

SPEAKER 0: Não tem, nada tem gosto, então eles têm que ficar. Nada tem gosto, exatamente

SPEAKER 1: Então, muito raramente a gente é convidado na casa de um americano e come uma coisa boa. Mas aí então eles vão querer fazer um negócio sofisticado, porque eles estão convidando, nem sempre dá certo. Então eles querem fazer um prato mexicano, por exemplo. Aí Sai aí uma droga. () Tem gente que gosta de cozinhar, faz até umas coisas boas. Eles fazem, por exemplo, um frango com amêndoa lá, é muito comum isso. Dá uma amên, amêndoa assim quebradinha, cortada, ralada, aí fica bom. Mas de um modo geral é muito ruim. Daí eles comem esse jantar e quando eles vêm na casa da gente, eles acham tudo wonderful. Porque eles não estão acostumados, não é uma comidinha () Arroz, por exemplo. A Arroz o americano faz exatamente igual ao macarrão. Pega o arroz, joga na água fervendo, e vai ferve, ferve, ferve. Quando está cozido eles coam a água, porque sempre põe muito mais água, né? Como a gente tem que pôr a água certa para poder, quando acabou a água estar cozido e estar solto. Então quando eles veem um arroz soltinho, gostoso, temperado, que foi frito, que tem cebola, eles ficam bobos. A receita mais amada, a receita que  eles mais pedem é  a receita de arroz. Que é uma coisa tão  vulgar, né? ###

SPEAKER 0: Mas tem muita gente que não sabe  Fazer, mesmo aqui, né? Sabe fazer arroz ()? Sei. Como é que faz? Você bota um pouquinho de óleo, cebola e alho, deixa fritar bem, depois lava o arroz, quer dizer, o arroz já deve estar lavado e, e bem seco, escorrido, porque se for água já não fica tão bom. Daí você põe para fritar, deixa fritar bem até ele ficar meio solti, Minha mãe faz assim, diz que é para botar duas vezes a medida do arroz em água já quente. Mas eu faço e fica tão bom quanto e boto água a olho, direto na torneira, faz aquele barulhão, e já assim, no olhômetro e fica bom. Solto, gostoso. E E sal, né? Lógico. Mas o importante é fritar bem no óleo com a  Quanto mais seco, mais gostoso fica. Um casal ()   Quando estava lá em ()

SPEAKER 1: Austin, eles faziam na manteiga, não usava Fritava bem na manteiga. () Depois eles punham o, o fogo no mínimo, depois de bem frito. E jogava água fria. Bem fria. E deixa lá a água devagar. Então ficou formidável. Devo tentar fazer igualzinho. () É porque. Chambota. Grudou tu> do. ()

SPEAKER 0: Chambota. Ser chambota. É

SPEAKER 1: Você ainda não ouviu essa palavra? ### Nem eu. Ah, Também não sei, não sei da onde De lá de, do Paraná. (risos) Eu 

SPEAKER 0: Sou daqui e nunca vou ouvi falar também, acho que é você que está desenterrando esse. Deve ser italiano mesmo, qualquer, mas chambota, não

SPEAKER 1: () Conheço em bota tudo, né? Não, um bota é palavra dicionária Bonitinha. Chambota nunca 

SPEAKER 0: ### Esquecemos de falar um negócio bem importante, né? Depois das refe>

SPEAKER 1: <ições vocês não comem mais nada. (pausa) E ela quer que fale da sobremesa agora e do café. Aliás, o café é a coisa mais principal da refeição. Depois, se não tiver sobreme> <sa, ()

SPEAKER 0: Acho que o café é mais uma curtição, né? (pausa) Porque não é o café assim, sei lá, é gostoso depois você tomar uma coisinha assim. Eu acho que é um arremate ### Qualquer outra Coisa eu acho que faria o mesmo efeito. Não. () Psicológico

SPEAKER 1: Não? Tomar chá  Qualquer coisa não 

SPEAKER 0: É igual, não. É porque a gente viciou, eu acho. Mas é uma delícia, né.

SPEAKER 1: Principalmente quem fuma. () café é  É uma coisa fundamental, né? Agora (pausa), você quer falar sobre o (). É, você lembra que você estava contando do restaurante que você foi na Via  Maravilhoso. (riso) A Aí eu, eu comi de guloso, depois quase

SPEAKER 2: Explodi. Eu adoro.

SPEAKER 1: Mas eu, que eu, aquele dia eu que estava chegando e dizia, ah está começando outra vez o morango, né? Morango com chantily  Então, mas não tinha, não aguentava mais. Também não deixei () Nem ele Mas quis, quiseram outras coisas. Mas uma coisa que eu acho formidável é torta de De pote

SPEAKER 0: É, é a, ele é

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: () Aquelas coisas que blusão, que () () até arde. Hum, parece  

SPEAKER 1: Essas coisas que todo mundo gosta. Pudim de chocolate, mou

SPEAKER 0: <sse de chocolate, bolo de chocolate, não posso nem ver. Aquelas tortas, com aquelas coisas meladas dentro, com aquele, aquele creme de chocolate que vem no meio () de chocolate, uma coisa horrorosa.

SPEAKER 1: Gosto muito de chocolate. Tablete ou bombom, mas  Doce de chocolate, 

SPEAKER 0: Se for um bolo de chocolate seco, sem muito creme, aquela coisa horrorosa. () Até isso também, porque a gente só sabe fazer bolo de chocolate.

SPEAKER 1: () Lá, a primeira vez que eu fui, e fizeram um bolo assim, ele era preto, tanto que o chocolate era bem escuro. Fica doce

SPEAKER 0: E amargo ao mesmo tempo, né? Porque é forte e o açúcar não dá para adoçar

SPEAKER 1: Comeu um pedação assim e eu ia quase Vomitar (). Eu acho que ainda melhor que sobremesa é fruta, sei lá, uma laranja, um (pausa) () Qualquer fruta. Fruta Acho muito bom, né?

SPEAKER 0: Eu gosto muito de laranja, mas tenho preguiça de descascar, de ### Isso não interessa. Mas (), ela está perguntando para mim. Ela está per>

SPEAKER 1: <guntando () E eu gosto de

SPEAKER 0: ### ### Banana, mas depois de almoçar não dá, né? Depois de uma refeição. Maçã. ()

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: Maçã. Está perguntando para mim. ma>  <çã () Intervalos, assim, de so Você está com fome, é bom comer uma maçã, assim né? Mas, eh, abacate eu adoro, que mais? () o caroço põe para germinar. É isso, tira o caroço e põe para germinar, fica lindo. O que mais? Abacaxi Abacaxi eu não gos>  <to, abacaxi abre a língua. ()

SPEAKER 1: () Um abacaxi ruim da ###

SPEAKER 0: ### Mas eles tendem a ser azedo, ele fica

SPEAKER 1: Achar abacaxi gostoso Tem o abacaxi à milanesa, com frango

SPEAKER 0: Aí esse é. Aí não é sobre>

SPEAKER 1: <mesa, mas é tão bom.

SPEAKER 0: Abacaxi à milanesa

SPEAKER 1: ### ###

SPEAKER 0: É, eu sou bem simplesinha mesmo. Muito. Você gosta de ###

SPEAKER 1: Caqui e figo Uva

SPEAKER 0: Duro eu gosto. Uva não, não compensa o trabalho comer. Que tr> <rabalho. Você

SPEAKER 1: Cospe a ()

SPEAKER 0: Gosto de E claro, tiro tudo. Tiro a casca, tiro o caroço, não dá, dá muito trabalho. Não () mas você ()

SPEAKER 1: Faz assim (som linguodental), chupa o A uva. Isso. Daí (som cuspindo) Cospe. Exa Tudo Sim E depois ### Aperta a casca? ### É, tem um monte de gente que faz isso, viu? A uva () a coisa

SPEAKER 0:  É boa, não come. Mas o gostoso fica na casca, é o mais doce. Mas depois  que foi. Então, depois que foi.

SPEAKER 1: Vai ver que você adora jabuticaba, en> <tão. Adoro jabu É, tem que gos> tar de banana laran>

SPEAKER 0: <ja, jabuticaba e pronto (). É, já dá para organizar o social ### () Você botou médio. ### Não (risos) (). Você também, acho que tem que mudar, tem que botar Alto, ou então eu baixa, né? Nós estamos aqui parados ainda ()

SPEAKER 1: Fruta é, â Figo é uma 

SPEAKER 0:  delícia.  Pera. Pera não gosto muito. Pera é muito

SPEAKER 1: ### Melhor que maçã Maçã é uma coisa Maçã. Raramente você pega uma maçã. Hum. Você come e tem um, um gostinho até o amarguinho. Aquela farinho> <sa, horrorosa. Mas ()

SPEAKER 0: () As maçãs que como são fari Pêss> <ego. Pêssego é gostoso, eu prefiro em calda.

SPEAKER 1: Cer>

SPEAKER 0: <eja. Cereja eu adoro, mas cereja é numa época tão restrita do ano que não dá nem para, para você falar. () Fruta, você fala cereja. Na época que é a cereja, pô. Ah

SPEAKER 1: Ah, sim, então, na época, e figo também, só porque banana e laranja tem o ano inteiro e ma>

SPEAKER 0: <çã. É. Caqui duro, eu adoro. E caqui duro não é todo ano, que tem. Não. Então () ### Eu lembrei. () Melão é uma delícia

SPEAKER 1: Melancia, eu gosto muito, mas não posso comer. Por que, você fica. Eh É igual banana nanica, melancia e pepino. ###

SPEAKER 0: Azia. Não, eu gosto, não tenho essas coisas. () Eu gosto muito

SPEAKER 1: Das três coisas Melão? Não dá. () Melão é uma delícia Melão é ótimo. Fruta eu Gosto de todas, acho. Bom, tem Umas Frutas lá de cima () que os nordestinos acham uma delícia ()  jaca. (risos) () () Uma vez eu comprei  Uma jaca. (risos) Eles dão outros nomes. Eu estava lá jantando e falaram, ah, nós vamos te dar uma fruta deliciosa. Eles deram lá um nome que eu nunca ouvi, veio uma Porcaria, tinha que se ouvir e falar 

SPEAKER 0: Estava (). Aquelas frutinha romã, aquelas coisa verdinha

SPEAKER 1: ### ### Parece uma carambola pequenininha acha>

SPEAKER 0: <tada. Nunca comi, não.

SPEAKER 1: Nem carambola?

SPEAKER 0: Só quando, só (). Carambola é meio Carambola não gosto, é aquela assim  toda  ### ### Afitadinho, né? Goma. Gomeada. Isso, é, mas eu não gosto de coisas verdes, de um modo geral

SPEAKER 1: Laranja eu gosto mesmo, é de la> <ranja  ###

SPEAKER 0: É lógico, quando eu me refiro a laranja é essa aí. Ou ### () Lima é amarga. Pãocã também é () Pocã é gostoso, sabe Eu gosto de, de fruta que você come, põe na boca, sente o gosto () Faz careta, né. É, essas coisas de ficar chupando aquelas mexeriquinha, tenho ódio daquilo (). E eu também

SPEAKER 1: Não sai () Eh, você consegue ### ### Mexerica enfiando a unha? () Ah, é não () ### ### () Aquela sensação no. Sai

SPEAKER 0: Que é uma carne

SPEAKER 1: Da mexerica assim

SPEAKER 0: Mexeriquinha, é como uva. U> <va daquela estran> >geira, () eh, italiana ()  () Essa sim, vale a pena se tirar o caroço e etecetera, mas aque> <las que você fica (pigarro na garganta) tira o carocinho e um gostinho de nada, frutinha, pequena, não gosto, por isso que eu gosto de banana, só não gosto de jaca. Jaca, uma vez nós compra

SPEAKER 1: Uma banana esfarrapada, assim, né?

SPEAKER 0: Toda. Depois você põe assim no prato e nunca mais consegue descolar, porque, quem tira aquelas coisa, aquele Melado. É uma ### Goma, né? É um grude. () cola de jaca () ### ### Faz fruta seca. ()

SPEAKER 1: Fruto seco, damasco Eu Gosto, mas eu gosto de fazer aquilo na faro>

SPEAKER 0: <fa do peru. Hum, ai. Bom, todas aquelas. O que que você põe, Renato, na farofa do

SPEAKER 1: Peru. Aí é () ###

SPEAKER 0: Bom. Começa pela ()

SPEAKER 1: Farinha. Não. ### Que farinha? Começa pela manteiga. () Porque o peru é um bichão, né? () Você pensou num peru () Você está olhando receita, pô! O que que é () Você bota assim, meio, meio pacote de manteiga e deixa derreter. Aí põe bastante cebola picada. E toda essa gente que faz uma frescura e que não gosta de cebola tá comendo cebola  Mas não se tem que () Mas é esse que é o detalhe, não pode ver. () () Se vê um pedacinho de cebola ela não come. Mas tem que, mas ela come Porque é frescura. Bom, então Põe cebola. Daí tem que pôr as coisas para das mais duras para as mais moles. Aí todos os miúdos, que já foram fervidos, picados e bota lá para cozinhar. Aí já vai mais ou menos fritando, né? E vai mexendo. Depois põe tudo que é fruta seca. É ameixa,  damasco. Passa. Passa. Pica o que é preciso. Passa não precisa picar () Põe lá e deixa lá. Aí já vai ficando mais mole, porque já sai o docinho da coisa, mistura com salgado, né? Depois um prato cheio de azeitonas, já sem calor, fica picada, porque azeitonas (). Aí bota Ovo duro? Não, eu não ponho ovo duro ainda. Quando ferver. A Aí já começa, já põe Porque se puser ovo duro e a salsinha picada, ele some, queima, e (pausa) então já vai pondo farinha e vai mexendo. O líquido que vai ser acrescentado é o líquido onde foi cozinha> <do. () E do miúdo. (pausa) Aí vai mexendo, aí vai o ovo duro, joga a  salsinha, cebolinha  picadinha, mistura, mistura, mistura, apaga o fogo e está pronto. Daí todo mundo fala que bom, que bonito. Mas é lógico, com tanta coisa gostosa, miúdo e. É bom mesmo. Aí eu boto cada coisa num prato, assim, essas coisas  ### ### Como é que eu posso fazer () () demora uma ### ### ### () Uma semana () Você não está Grávida. Ah

SPEAKER 0: Que foi () Quando ele, foi o seguinte, sabe () Era assim, ele tinha marcado um período. Ai eu vou fazer um período, vai todo mundo do departamento. Todo mun> <do não. Você ia convidar os seus amigos, eu pensei que eu estivesse incluída. Ah, eh

SPEAKER 1: () aí Indecente. Você sabia que ### ### () Daí Daí você desman> <chou o casamento. Eu não tenho cul> <pa. Deixa eu contar. Aí eu ()

SPEAKER 0: ### Convidado e ele foi. ### Fez do, ele ia fazer dois perus, um para os amigos dele íntimos e outro para os amigos departamentais, condi> <cionados. Então, nesse segundo, ele  Falava assim. Foi quando eu fiz a () de rompimento, de desenlaçamento do lar. Então, era para ir, Evandro e eu. De repente, os dois se separam.

SPEAKER 1: Pois, quando eles se separaram, uma das preocupações do Evandro era (suspiro)

SPEAKER 0: E o peru? Foi um grande drama  Esse peru, marcou época, porque daí o Rena Vai Evandro, não vai Evandro? Evandro estava naquela fase que o  Peru ia ser uma grande ocasião, né? Depois disso, nós fomos visitar Caraguatatuba.  Ele faz um peru e convida os amigos Íntimos e neles  Inclui o Evandro. E os demais  Ficaram excluídos do peru. E nós só conhecemos o peru de nome, agora eu sei até a receita. E da farofa. Da farofa. O peru () Nem pretendo ### ### Mana injetando o tempero. Vai

SPEAKER 1: Ser sexta, por e> <xemplo, o peru.  Começa segunda.

SPEAKER 0: E depois dura quanto esse peru que tu fazia no fim de semana e? () Pois é, aí como ()

SPEAKER 1: Come e eu fico servindo, né, eu faço questão Servir, né. É importante servir um peru. () Deixar o pessoal se servir, daí dois minutos não tem mais peito. Pega aqueles pedações, né? Então eu corto Fatias finas, assim, com cuidado, mas aí quando o último foi servido, às vezes nem o último, já o primeiro voltou. Você Então é complexo. Tem que fazer dois perus, né? Né Daí eu quase não como, mas sempre eu separo () Aí eu pego, pera aí, agora vai começar () () eu pego O meu, (pausa)  porque o resto realmente não tem muita graça de peru. ### Da asa, da coxa, né. (pausa) A carne ### () Muito da carne preta Da galinha. Eu também. Não dá (). Não tem gosto. Mas do peru é o peito ()

SPEAKER 0: () (pausa) De frango não tem graça nenhuma, aquele peito de frango à milanesa, é uma carne dura de engolir, seca ### ###  Lógico () De trigo não, de trigo não, milanesa que eu conheço é farinha de rosca. Você passa no ovo. ()

SPEAKER 1: () Farinha De trigo () É que nem um bife é o, o. Certo. Peru ### () frango ### Está temperado. Certo. A Aí você faz assim na farinha de trigo. Daí passa no ovo. E depois na farinha de Daí na farinha de ros> <ca.  Exato. Na ()

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: Fica bem a  à mila>

SPEAKER 0: <nesa. Eu faço é isso aí, eu não sabia () (riso) ### ### ###

SPEAKER 1: Porque o ovo, se, se você bota o ovo no bife sem a farinha de trigo, ele escorrega e não fica  Bonito. A Corina deve fazer assim, () Porque fica uma  Droga o à milane>

SPEAKER 0: <sa dela fica feio, sabe. () Ficar sequinho, né? Seco, mas homogêneo. Eu sei como é. Então é por isso que precisa de trigo. Então por, não, não precisa do trigo, basta você passar na de rosca primeiro e depois. Também.

SPEAKER 1: () grosso já, grosseiro. É, que nem quando acaba o bife, aí você faz tudo que juntou, mexe Com o ovo e frita. ###  Eu nunca fiz isso na minha vida. Não? () () Como é que é? Mistura toda a farinha que sobrou, todo o ovo que sobrou, faz 

SPEAKER 0: ###

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: () Jura? () Delícia, () adora (). Você joga

SPEAKER 1: Fora?  Que tonta, mistura tudo, você  Não faz isso. (riso) Nunca.  () Nando, só que ele fica mais amareladinho, né? Então você logo vê qual é,  ### Tão tonta que pensa que é o bife e pega  ###

SPEAKER 0: É um bolinho de farinha, pronto. Delícia, eu prefiro comer esse bolinho () Gosto da casquinha. Para mastigar, né? É. Quando eu era criança, eu comia, comia, comia e ficava aquele bolo na boca. () 

SPEAKER 1: Você fala do teu irmão () ###

SPEAKER 0: Muito mais () do que ele. Imagina, você está (). (pausa) () Você devia tomar como uma ofensa profunda, você não liga, né? (riso) Renato toca algum instrumento. (pausa) Ai ele toca, ele pode não falar, mas eu sei que ele toca (riso) ()

SPEAKER 1: Ah, eu toquei ### Passado longínquo Pô (riso) Você não toca mais () O que aconteceu outro dia Eu peguei a minha (), eu abri o armário em cima. Hum. A caixa estava verde. Eu tinha duas, quando eu mudei eu vendi uma. () ### ###

SPEAKER 0: ### (risos) Ai que bobagem. Você não toca. Aí a

SPEAKER 1: Outra, uma eu vendi, a outra era grandona, boa. Estava lá ela () A caixa estava verde de fungo. Aí eu peguei a caixa e joguei no lixo. () E a própria também é ver> <dosa. Você ainda toca? Está na área de serviço Assim, do lado  Da máquina. Ã? Você ainda toca? Ah () Eu tocava (), você pensa, que eu fiz conservatório. No último ano foi o exame e foi  A to> <cata de barro.  E fica muito 

SPEAKER 0: ### Último ano?  Tinha um diploma (). (suspiro) Você pôs no teu currículo? Você é louca. (risos) Mas era 

SPEAKER 1: É bonita por causa da parte teórica, a história da música. Ah, é, eu comecei a fazer isso com piano, mas eu não tinha piano, coitada de

SPEAKER 0: Não tinha piano, tinha que Tocar piano na casa da vizinha. Eu adorava, ficava tocando piano em cima de tudo ### Em casa não cabia o piano e muito menos Meu pai achava que valesse a pena, gastar dinheiro no piano, imagina. E no entanto tem gente fingindo de rico que Tem o piano (). Tem piano e é aquela criança obrigada a estudar o piano e não sai merda nenhuma, né? Eu a> <dorava, ficava Por mim, eu ficava o dia inteiro na casa da vizinha tocando piano. () Mas eu já pensei, hoje mesmo, para () A minha mãe foi estudar   Piano depois de sessenta ### Jura, e toca?

SPEAKER 1: Toca umas três musiquinhas, sempre as mesmas, enche o saco, né? Pode tocar sempre, se não tocar. (riso) Mas Se uma mulher depois de sessenta anos vai  Ficar uma concertista. Então, mas ela 

SPEAKER 0: () Era para acabar mais ou menos com essa idade, né? Não. Tem  Que ter prática diária, (), como diz meu irmão. (pausa) Hum. Mas eu toquei violão um dia. Mas ela vai estudar () ###

SPEAKER 1: Na casa do Alfredo. () 

SPEAKER 0: ### Uma vez eu vi uma coisa Tinha uma história de uma viola de cinco bocas, um filme, sei lá. Então eu falei, puxa, um violão acho que é mais fácil, vai caber, né? Daí Eu pedi um violão para o meu pai, me deu um violão de Natal, escondeu em cima do guarda-roupa, mas eu achei antes do Natal. (tosse) Daí eu aprendi tocar violão, assim, muito (pausa) Mas também passou. Gosta de nenhum outro instrumento? De ouvir ou de tocar? De ouvir Ah, ouvir eu a> <doro Música, todo, tudo quanto é instrumento bem tocado. Menos harmônica e violino. (pausa) () Gosto De Piano, violão. ()

SPEAKER 1: ### Flau>

SPEAKER 0: <ta doce, né?  () não tem nada a ver com falta doce.  Não, mas, em geral, aquele música antiga tem aquele () () Tem o cravo. E a  ### ### ### Daí fica joia. Aquele tipo de música, de câmara, câmera, câmara, sei lá. Aquela coisa eu gosto. (pausa) Século dezoito? É, aqueles séculos, bem antigos. (pausa) Mas eu gosto mesmo é de música assim

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: Claro, o que que faz? () Vamos dançar. () Não, não tem mais isso, mas () ###

SPEAKER 1: () ainda, acho.

SPEAKER 0: ### É muito gosto> <so dan> <çar Tem. Claro, tem. () Tem. Mas é muito ()

SPEAKER 1: Nos tempos tinha muito. Toda hora tinha bailinho bailinho, ba

SPEAKER 0: Por aí você vê aqueles monte de, aquela idade assim, quatorze, quinze anos, pessoal ()  () É, mas o pessoal mais velho é que costuma ir a um lugar para dançar, um lugar muito mais fechado, que só vai gente muito mais, eh, velha, mais adulta. () Tem o baile da sauda> <de também, né. Não é um baile () Não é um bai> <le. () Seria, né

SPEAKER 1: ### ### Boatinha, num barzinho.

SPEAKER 0: Assim, é mais aquelas música pop, aquela () Dançar () Não Não é aquela Coisa, assim, né, não tem mais. Nem lugar para se dançar, assim. De vez em quando você acha um restaurante que tem uma (), né, de dança, um fulano tocando um órgão,  Mas é uma coisa besta, não tem gra> <ça. Sim, vários, eu sei. Muito fofo, a  Muito tímida, muito besta.  E você, Rena> <to, ia? Eu ia. Que que você dançava?

SPEAKER 1: Ah, todas as coisas da época, mas que hoje são, assim, uma antiguidade abso>

SPEAKER 0: <luta, né. E o que que era da época? Eu não sei. Ah, era

SPEAKER 1: () Eh () era

SPEAKER 2: () Tango

SPEAKER 1: ### Valsa. Sempre tinha, de vez em quando. () Foram as últimas valsas da pa> <róquia. ### () E tinha... Daí  tinha umas coisa Mais samba. Tinha sempre samba, lógico. () E tchá-tchá-tchá. ### ###

SPEAKER 0: () O Tchá, tchá, tchá, o  rock, o rally -gully, Aquelas boba> <gens. Não, o rock  Eu já não estava mais. Twist, mas eu não dançava. Nessa época eu era muito (tosse) bicho do mato. Eu me escondia e tinha horror dessas coisas, mas eu adorava. Ai, eu queria ser bailarina na vida (riso) verd> <ade. Eu aprendi ballet na ### Nunca tive resistência, eu sou uma frustrada ### Tudo faz O meu, o meu campo artístico sou  Olha, que quando eu tinha uns, sei lá, uns seis, sete anos, tinha loucura por ballet. e Eu entrei num, num monte de escola, eu ia toda vestida de macacãozinho preto, que nem um espeto, porque, imagina, era magra de preto, saía que nem um vulto E eu ia, fazia tal, dançava com toda a minha alma, tanto que to> <Das as festas era convocada. Acontece que eu frequentava um, dois meses e ficava doente, porque eu tinha amida> <lite e não tinha resistência nenhuma. Então, pum, aí lá ia eu para a cama, desvin> <culava, etecetera. Aí  () Nas épocas de festa, né? Quando estava tudo preparado, ensaiado para participar, cama. Eu também desisti dessa ca, da carreira artística, né? (riso) Mas que eu adoro ballet Eu vibro com o ba>

SPEAKER 1: <llet. E você vai ver como passa?

SPEAKER 0: ### Passou o ballet

SPEAKER 1: De Londres. Eu sei, () já me prometeu que vai me levar. ()  Eu acho o balé muito Chato. É bom de vez em 

SPEAKER 0: Quando. Eu adoro. () Acho 

SPEAKER 1: Muito repetitivo O balé é uma coisa muito repetitiva, é muito monótona. () O balé de Londres, por exemplo, tem o, a, o, apresentou umas coisas muito bonitas que eram historinhas  Montadas. Então, por exemplo, o, o fim do, do (pausa) Quem era aquele () Do Shakespeare. Preto. ()

SPEAKER 2: ###

SPEAKER 1: Otelo Então O, o, o, fizeram um resumo da história. Principalmente o fim, a parte De trás. Então ### Ou três cenas, foi muito bonito. Aí de repente, Tem aquela pirueta eterna que fica rodando o filme. Não, 

SPEAKER 0: Sei lá, eu acho lindo aquele leveza, os movimentos, e depois eu gosto muito de música, então associo as duas coisas. () Mas () Mais tradicional e existe um outro que. Eu gosto de todos. Ah, o balé do Canadá é () dos Estados Unidos

SPEAKER 1: () Pouco tempo, e eles fizeram o balé clássico, o balé moderno e o balé ultramoderno, () () Dos três, o moderno foi o mais bonito, porque o outro é muito avantajado demais, porque a música eletrônica é  () Pelo chão, então é um negócio mais assim. (pausa) Inclusive é muito sexual, eu acho, mas. Muito erótico, né. Erótico. Mas é muito () ### () pesado. Não gosto daquele mais. Agora, o clássico, clássico, Clássico () Piruetas. () Fazer Pirueta, né? Fazia a ponta. A  Ponta,  Mas tem outro, outro no> <me. () Quem acha que não deixa de ser música. (riso) ()

SPEAKER 0: ### () Agora eu vou  ### ### Fazer porque Não para dançar por aí, mas só para () né Ah, é um tipo de ginástica. ()  ###

SPEAKER 1: ### ### Com trinta e quatro anos, mui> <to mais () () Como você estraga tudo. Que interessa () a asma com isso? () Ela veio fazer um troço chamado balé moderno. Daí uns dois meses. A Ela chegou no laboratório e falou, amanhã vamos ter uma audição na igreja tal. () Audição de balé? Então era uma, um re> <cital. Humm. Uma coisa qualquer. Então, eu estava lá no salão da igreja e era música moderna. Eu botava um disco, que já eram seis ou sete elementos. Cada um entrava e fazia o que queria. Eu nunca vi nada tão ridículo Da minha vida. Aquela mulher era uma monstra horrorosa. Ela tinha os dentes de cima todos virados para cá. (riso) Os dentes de baixo todos virados para cá. E, de repente, ela ia pôr o aparelho (pausa) Diz ela na última carta, que me escreveu, que amanhã da (pausa), amanhã eu vou tirar o aparelho. Aí eu escrevi. Como é que () De fato, ela é muito feia, ela tem uma cicatriz. Horrorosa e usava biquíni, então. ()

SPEAKER 0: Explicou, né? Que ela usava bi>

SPEAKER 1: <quíni, senão. Sabe daquelas cicatrizes que  ### Vizinhas, mas que fa> <zem o nome aqui (). Dá um cor> <dão, né? É. Grosseira, né. Grosseira. E foi dançar e estava 

SPEAKER 0: Realizado. É, mas ridícula também não, né, Renato? Eu iria fazer assim como (). Eu acho.

SPEAKER 1: Ridícula. Agora, ela saiu () E que eu acho não interessa para você. É lógico que não. Depende, certas coisas do trabalho não interessa muito

SPEAKER 0: Mas, mas eu faria qualquer coisa desse tipo, se eu não fosse adulta. Eu acho ()

SPEAKER 1: ### Por isso que eu faço tapete, faço (), eu acho que  Esse troço é muito bacana.

SPEAKER 0:  Eu faço crochê () também. Criativo também. (som de carro) () Até acertar.

SPEAKER 1: ###

SPEAKER 0: Acerta. () Viu aquela toalha que linda que eu fiz? Ah, é

SPEAKER 1: ### ### ### ### ### ### É um ponto português, feito uma

SPEAKER 0: Tela e. () Faz um xis para cá, depois volta para trás. Ponto cruz. Não.

SPEAKER 1: ### ### Sim. () ###

SPEAKER 0: ### E cobre a cruz, né? Só para dar um () tapete

SPEAKER 1: Faço (), almofada, mas o que eu faço mais ultimamente é... () são os quadrinhos em que Que eu, eu te>

SPEAKER 0: <ço a coisa. Você tece até o, a tela? Ah, você não quer fazer essa  Pergunta se você conhece os meus quadrinhos. Eu sei que você tece a coisa, mas está falando desde o começo o que a Aquela tela ()

SPEAKER 1: () Assim, substancial de madeira? Certo ### Eu passo as linhas verticais. Ah, é isso que eu queria saber, porque costuma prender aquela tela. Que tela, não tem tela, eu faço o pano.

SPEAKER 0: Como nun> <ca viu? Tanta gen> <te compra e Faz, manda fazer o risco, pensei que fosse assim, não sabia que o teu artesanato era tão mais básico. ()

SPEAKER 1: Não vendo meus quadros, que aí ###

SPEAKER 0: Tão caro. Ah, não compensa. A arte não tem preço. E visitas vocês não fazem?

SPEAKER 1: Fazem () ### () Cada vez menos, porque família não te encheu o  Saco. Mas para amigos, sim, muito.

SPEAKER 0: Pais se encarregaram com. (riso) É aquela história, né, eh, onde não existe muita concordância de, na casa O pessoal não se entende, as visitas também se sentem, né Então em casa foi assim, o mecanismo foi esse, né. (pausa) Todo mundo se afastou porque Chegava lá era Ah, um aproveita para pedir o outro por () assim, eh, conversa Dos visitantes, né. Então, um indivíduo fala uma coisa, O outro pega aquilo e. E ofende o terceiro que está do  Lado de lá e então, a partir disso, o pessoal fug> <iu e  E, e eu fiquei Aliviada também não sei visitar mais ninguém, mas os amigos eu gosto. São poucos, mas. Mas você não vai em nenhuma época? Família jamais. Nenhuma? Não. 

SPEAKER 1: ### ###

SPEAKER 0: () Em festas. Não. Não, festa não. E eu nem sei quando é que o pessoal faz

SPEAKER 1: Mas Natal foi a coisa que ainda não consegui me liberar de aquela mesa romana de Natal. () (risos) Mas é um saco, não tem papo, está entendendo, e eu acho que pode comer feijão com arroz ()

SPEAKER 0: Eh, tem um parente que, essa história, agora eu estava lembrando. Tem parente Que eu visito, mas já deixou de ser pelo grau do parentesco, é grau de amizade então eu nem incluo mais em parente, né Esse sim. Mas eu não considero visita de cordialidade de parente assim ### Assim, você não vai ficar  Feio, né? Familiares, não, os que eu ()  Relacionamento são por outros laços de amizade, né? Mas, assim, obrigação, eu estou. Também o pessoal fugiu, né? Né, ficou assustado e ()