SPEAKER 2: Pode falar, então. SPEAKER 0: Bom, como é que foi, como é que foi tua viagem para Fortaleza? SPEAKER 1: Vai ser formal essa essa viagem para Fortaleza, viu? SPEAKER 3: Como é que é? (tosse) SPEAKER 1: Sei se você conhece esse avião, o novo sete três sete da Vasco. Não, não conheço. O O que tem as turbinas nas asas, o bijato. Não. É bijato? É  Não, não conheço. Isso é só com dois rea> ### ### Mas deu. A maior () foi na hora que o avião levantou o voo, o outro. Todo mundo bateu palmas. Foi ()  gozação com aero com com aeromoça com os comissário. Tudo virou baderna dentro do avião. Até ficou  coisa, uma viagem doce. Só porque foi um negócio diferente, né? Ficou mais bagunça. () O negócio foi que na... Como isso aí aconteceu tudo em um domingo, na segunda-feira... Eu falei na Na segunda-feira, minha esposa, então, tinha... Tinha um exame, tinha uma prova, né? Eu tinha combinado com ela que o bom marido toda vez tem que telefonar quando chegar no lugar, né? Falei que a meia-noite eu telefonava de Fortaleza, que isso que a meia-noite estava no Rio de Janeiro ainda. Tu tem que passar a cantada na na telefonista, falando a ligação é de Fortaleza. Então eu liguei para minha mulher e falei, ó, estou em Fortaleza, tranquilo, está uma bela () No Rio de Janeiro, as duas horas da madrugada. (risos) Essa coisa que acontece. E você, quando foi lá para Salvador, andou passeando, como é que foi tua viagem para lá? SPEAKER 0: Foi foi tranquilo, não tem nenhum desses galho () Levantou, sossegado.  teve problema nenhum. Aterrissou só... Só o problema foi na hora de descer do avião, que eu pensei que estava passando emabixo da turbina. ()  na hora de sair () sair da (tosse) do avião, pensei que estava passando embaixo da turbina. Por causa do calor. Quando olhei, não tinha turbina. Estava saindo pela frente do avião. () E era o calor da cidade. É fogo. SPEAKER 1: Foi por que avião? Latam ### Da () É gostoso. Tem bom aeromoças lá, né? SPEAKER 0: As aero as  aeromoças até que não sei, não eram assim boas, mas boas era a comida que tinha lá. SPEAKER 1: A comida? Comida andante, né? (risos) SPEAKER 0:  (risos) Não, até que não. Na ida não tinha aeromoça legal, na volta tinha uma umas melhorzinhas. SPEAKER 1: Na Bahia como é que é as coisas lá? Vida, sistema, costume? E a Bahia só tem preto rapaz. (risos)  e as baianas que o pessoal tanto fala? Aqui não tem nada disso. SPEAKER 0: Na Bahia não tem nada de especial. Tem nada, nada, nada. Nada? Nem aquilo? Na> Nada, nada, nada, nada. Todas elas de calça cumprida. () SPEAKER 1: Ah, é? () você está perdendo. Eu tive mais sorte do que você. É E a vida lá, como é que é? SPEAKER 0: Ah, deve ser boa, não se faz nada. Uma moleza. SPEAKER 1: Só se come? Só se  Conseguiu comer um daqueles bolinhos, a moda baiana? Depois de dez dias que estava lá, fui comer o primeiro. SPEAKER 0: Não tinha coragem, não. Mas sujeira, faz aqueles acarajé no meio da rua. era as preta, mas até que não é ruim não, é bom. SPEAKER 3: É um dos piores. () SPEAKER 1: E as casas lá, tudo, tem algum estilo, alguma coisa assim? SPEAKER 0: Ah, tem tem umas casas bacanas, aquelas casas antigas, tipo colonial, mas... bacana, bacana de ver, mas para morar acho que não deve ser muito bom não. SPEAKER 1: Para passear serve, mas para para viver deve ser fogo lá. Mas tu vai falar tanto das Baianas, Baia> Não tem nada de especial a baiana não. Uma pergunta, você foi com a tua mulher? Fui. Então é isso. (risos) SPEAKER 2: Não, não tem nada disso não. (risos) SPEAKER 0: O problema está aí. Não é porque está com a mulher que você não vai deixar de ver as baianas. SPEAKER 2:  () em lua de mel em SPEAKER 1: Ah, está em lua de mel? Ah, então está perdido. Então é por isso. Estava no auge, né. (risos) Nada era bom. (tosse) Mas... SPEAKER 0: Melhor melhor em matéria de mulher acho que é Recife. Recife? Recife, pelo menos. Parece mais São Paulo, sim, mas a matéria de de mulher elas são mais mais apresentadas. SPEAKER 1: Lá você anda vestido? Ah. Lá bate aquela brisa gostosa, assim? É, na beira da praia, assim. Ó. Muito bom. Tempo todo? Lá não dizem que faz mais calor em Recife, em Salvador? SPEAKER 0: Devido ao mormaço, o que, o Refice? É. Recife é quente, mas Salvador é mais quente ainda, na parte baixa, na cidade baixa é muito quente, muito abafado. Aquele cheiro de azeite dendê na cidade inteira, abafado. Na cidade alta não, na cidade alta venta bastante, então é mais arejado, não tem esse problema de cheiro, nada. Na cidade baixa é fogo. Mas Recife não, Recife não é. É quente, mas não é abafado, sempre venta. SPEAKER 3: que é de frente para o mar, então não tem problema de vento. E você acha  como é que é  Salvador assim, como cidade? SPEAKER 0: Cidade para quê? Para morar ou cidade para para passear? Não, eu digo assim, é () para passear passear, por onde você passou. Para passear tem bastante lugar para para passear. Tem muita coisa para ver. Igreja, então tem a dar com pau. Qualquer esquina, toda esquina tem uma igreja. Mas, para para passear, então isso é bom, porque tem bastante coisa para ver. As praias, tem muita praia, bacana. Principalmente uns passeios na Bahia de Todos os Santos, passeio Passeios de barco. Uns passeios bacana mesmo. Mas para morar eu acho que não não sei. Pelo menos eh tem uns bairros novos, bacanas, com casas bacanas, modernas. Mas em geral, não sei. Não deve ser muito muito bacana para viver, não. Eu não gostaria de de morar lá. SPEAKER 2: E as ruas, como é que são? As O trânsito, como é que funciona? SPEAKER 0: ### É rua estreita, cheia de ônibus e carro e caminhão. É É muito congestionado, é horrível. Na Cidade Alta já é melhor, tem ruas mais largas, mais modernas, tem umas avenidas novas que eles estão construindo. Então já é melhor de se viver. Apesar que na Cidade Baixa também não vive ninguém, é só comércio mesmo. SPEAKER 1: Mas todo mundo trabalha lá. Eles dizem que Cidade Baixa aproveita mais o nível do mar? Porque lá é assim, o Salvador... SPEAKER 0: ela fica no na encosta de um de um penhasco. Então tem uma parte baixa que fica ao nível do mar. E subindo uma escarpa bem bem elevada, lá no alto fica a Cidade Alta. E Antigamente, na Cidade Alta só viviam os o os ricos, e os pobres é que viviam embaixo, na Cidade Baixa. E  Agora já não. Agora é o con hã.... Ninguém vive na Cidade Baixa, lá é só comércio. SPEAKER 2: comércio SPEAKER 0: Todo tipo de comércio. Comércio roupa, bancos, comércio atacadista, tem o porto. Todo tipo de comércio é na Cidade Baixa. Na Cidade Alta só tem uma ou outra, boutique, coisas desse tipo assim. Mas não tem comércio quase nenhum. Tem hoteis da Cidade Alta. E a não ser no centro mesmo, que tem um um pouco de comércio, onde tem a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Direito. Se não me engano, a primeira Faculdade de Medicina do Brasil, ou Faculdade de Direito, é em Salvador. Eu até se orgulho de ter a primeira Faculdade de Medicina do Brasil. Se não me engano, é Medicina. Mas... Para viver, não sei, acho que não, seria seria muito enjoativo. Diversão tem tem bastante. Fazer à noite, tem boate, tem muitos barzinhos na beira da praia. Em  sal Salvador, ele fica metade de frente para Bahía de Todos Santos, que é onde tem essa escarpa, onde tem cidade alta e cidade baixa. E do outro lado, ele fica mais em uma península. Do outro lado da península,  é é são as praias, que dão de frente para o mar, não é de frente para bahía. E estão lá onde ficam todos as esses barzinhos de praia. Por sinal, é uma exploração desgraçada. Mal servido para chuchu e preço caro para chu É para turista, né? Para gente que está passeando lá. Então, mete a faca. SPEAKER 1: Passou fome lá então? Não, não dá para passar fome porque tem bastante restaurante bom. SPEAKER 0: Principalmente o hotel que é espetáculo. SPEAKER 1: Que hotel você ficou lá na Ba> Hotel da Bahia. Hotel da Bahia mesmo? É. Fica na... Ele fica na Cidade Alta. SPEAKER 0: Na Cidade Alta. É e nhã tem muitos hotéis que ficam no nas praias, no lado das praias, na barra e et cetera. E E esse é mais na cidade mesmo. () Na Cidade Alta, perto da Gamboa. SPEAKER 3: Que é um bairro. () SPEAKER 0: Me conta de Fortaleza. Como é que é? Como é que é a cidade? SPEAKER 1: A cidade lá não existe no mapa. Não () nem cidade ainda. As coisas mais incríveis e mais épicas acontecem lá. SPEAKER 0: É uma cidade... Bom, você deve ter percebido essas peculiaridades. É isso aí, né? (risos). Fala de Distante em (risos) SPEAKER 1: Porque você já está contemplado. Estou lá já há quatro meses. () É uma cidade pequena, tem mais aproximadamente um milhão de habitantes. Uma cidade que está começando a se desenvolver. Mas o problema é que está se desenvolvendo assim, arbitrariamente, não é nada programado, nada planejado, vai a outro. Conforme vai nascendo, vai criando o natural, né. Então tem acontecem as maiores barbaridades. No caso, por exemplo, uma cidade de um milhão de habitantes, não tem uma rede de esgoto lá? Não tem água encarada, só em determinados bairros, ou talvez acho que o único bairro, que é o bairro Aldeota, que te tem água encarada. Mas tem água encanafa assim, de vez em quando, né? A água encanada lá tem de terça e quinta-feira, depois segunda, quarta, sexta, sábado e domingo são os bombeiros que levam água no cano, que não tem mais água lá. Quanto à parte de de esgoto, é um negócio de... e se o governo providenciar logo alguma coisa ali, é que a cidade... não sei o que vai acontecer com ela. Os detritos são jogados tudo para o mar, Por exemplo... Sem tratamento? Sem tratamento. Tem alguns prédios só que dão tratamento nos detritos. Mas a maior parte deles não tem tratamento nenhum. são jogados. Os detritos são jogados diretamente ao ao mar. É um caso, por exemplo, onde  que eu estou morando. Eu já estou morando em frente ao mar, na beira-mar, na Avenida Presidente Kennedy. Eu nunca consegui tomar um banho naquela praia lá, porque apesar de ser suja, E tempo, temos o problema dos detritos que são jogados diretamente na água lá. Apesar que No meu prédio já tem um tratamento. Detritos já já receberam esse tratamento e tudo. Porque lá é tudo fossa na frente dos prédios. () Não sei se é cacimba, um negócio assim que eles chamam. Então o detrito do... o prédio manda tudo para aquela caixa lá, deve ficar cheio. Então, de tempos em tempo, tem um... baço de limpa-fossa lá para para recolher os detritos. Mas, limpas fossas não são suficientes pela quantidade de prédios que existe lá para poder limpar todas aquelas... aquelas aquelas caixas. Então, o que que acontece? Muitas vezes, o negócio começa a transbordar. Eu estou na na China Avenida, Presidente Kennedy, com a gente, ali tem prédio, ali tem... tem, tipo, boiando lá no meio da avenida, lá, indo para o mar, Quer dizer, é uma praia que está praticamente condenada, a Praia de Iracema. Porque lá eles dão... tem a Praia do Náutico, que é a Praia do Ideal, a Praia do Iaque. São todos os clubes que existem lá na assim a beira mar, cada clube, cada praia que está em frente ao clube, eles dão um nome lá, né? Tem o clube do á bê bê, clube dos Diários, Praia do Olido, essa praia é boa do Olido. Não dá para tomar banho. Dá só para tomar banho de sol lá. Banho assim de mar não dá para tomar. Mas a vantagem daquela praia é lá que todas as meninas do da alta sociedade vão tudo se bronzear lá. () (risos) SPEAKER 0: () E como é que são as mulheres de Fortaleza? SPEAKER 1: Bom, a mulher a mulher cearense, né? Típicas mulher cearense, é a coisa mais fácil para se distinguir. Elas são de pernas finas, são geralmente altas e de bastante bucho. Todas elas têm normalmente seios grandes. E as pernas geralmente são finas. É um negócio meio desproporcional, né? Não é que nem uma paulista, assim, bem distribuir e tudo, não é? Não tem nada disso daí. Agora, elas têm, que eu reparei, assim, por exemplo, as meninas, os costumes das meninas lá, elas não têm assim esse hábito de cuidar tanto assim, da pele. Por exemplo, assim, o porte de andar, elas andam de qualquer jeito lá, tem aquela pele queimada, porque elas vivem geralmente na praia, toma banho de sol. Então, elas têm aquela pele queimada, uma pele feia, toda enrugada. São poucas as meninas que tomam esses esse cuidado, não é? A maior parte das mulheres ali em Fortaleza são feias mesmo. Não tem jeito mesmo. (risos) Mas tem a parte boa. Tem muita menina também lá, que principalmente meninas assim de dezesseis, dezoito anos, são meninas realmente muito bonitas. Corpos bem bem feitos, inclusive. É a nova  nova geração. A geração antiga, lá geralmente as as mulheres são tudo assim de perna fina e bustos grande Eu acho que agora começou a haver devido ao desenvolvimento, assim, mistura de raça e tudo, então... Então está está saindo material melhor, né? E os refugiados assim, como é? Bom, isso aí é um caso... Se vê muito por lá? Tem. Tem muita gente que que vem do interior. A maior parte do pessoal que mora em Fortaleza, lá vieram tudo do interior, fugiram. Aí foram tentar a vida nova lá na cidade, na capital. (tosse) Mas uma boa parte ainda permanece no sertão mesmo ainda. Lá para eles é tudo. SPEAKER 0: Tem gente que não... Você já foi ver alguma coisa no sertão já? Já foi? transito? Não saiu? () SPEAKER 1: Eu eu passei só assim de passagem. Passei ali que eu nem me lembro mais o nome, mas na hora que eu Foi muito adentro, porque não não deu tempo. É mais afastado da cidade. Mas em época de seca, sim, as árvores ficam completamente secas. Ficam loucas. Terra chega muitas vezes até rachar de tanta seca. Tem lugar, já em Fortaleza, que há três anos não chove. o que mais me deixou assim impressionado é ver um um (tosse) aquele pessoal do sertão tomando conta de um gado, porque eles eles proble eles têm problemas, eles geralmente fazem muito açudes, certo? Da época de seca assim, eles têm  os os açudes, muitas às vezes a seca é muito grande e o açude acaba secando também. Então tem um açude somente às vezes até três, quatro quilômetros de lá da onde da onde o cara tem é criação de gado. Então o cara vai com uma ãh um um é uma cuia, não é não é, () lá no Ceara, no Ceara Ceara tem uma planta, que é típicamente. Tem, que é lá do sertão que é um uma melancia, mas ela é oca por dentro tem uma casca dura, não lembro nem Não lembro qual é o nome assim. Então eles cortam assim no meio, certo?  Faziam faziam parecia assim uma tigela  assim para nós aqui. Então o custo deles é buscar água buscar água em outro açude vizinho para poder pegar e alimen> E a fábrica fica onde? A fábrica já fica retirada assim, no centro da cidade. Então ali a gente esquece qual é o dia da semana, porque está dentro de um sítio grande. Inclusive, esse sítio me serviu ah no tempo da das duas grandes guerras como hm, (tosse) esconderijo da dos rádios de comunicação. Eu sei que tem uma casinha lá, uma casa que chegou a fazer vários bombardeios lá e não conseguiram atingir, lá. Lá que estava o rádio, lá que o pessoal do exército fazia comunicação.                                                                                                                                       E tinha exército brasileiro?  Tinha lá, acho que um outro () acho que é Tem a pessoa brasileira, tem uma outra turma lá que eu não lembro quem é mais . Mas tinha lá um quarto ali com os rádios.                                             dito isso aí depois.                                                                                                                                          A casa tem, né? Rádios foram tudo acho acho que vendido depois da guerra. A gente também foi ver a guerra de... Qual foi a guerra de trinta e trinta e Qual foi a guerra que veio a passar agora? a ter> ### Foi a guerra de trinta e dois também, lá também. Foi como esconderijo também, ()  Aí fica retirado. Faz para ficar retirado da cidade mesmo. Fica no Monte Castelo. Fica mais ou menos uns vinte minutos da cidade, mais ou menos. Sem correr, Ceará fica uns vinte minutos  SPEAKER 0: Então hoje eu pensei que fosse mesmo Fortaleza. SPEAKER 1: Não, é dentro de Fortaleza mesmo, né. ### ### SPEAKER 3: Não, é dentro de Fortaleza assim. E como é que é Fortaleza, assim, como cidade, como (tosse) é o seu  SPEAKER 1:  é como cidade, como eu falei, é gostoso para se viver. Não é que nem, por exemplo, Recife ou Salvador. É uma cidade mais gostosa, dá para se morar lá, dá para se viver. Não é uma cidade só assim para fazer passeio nem na> Tem, está muito atrasado. Todas as verduras que a gente encontra aqui em São Paulo, nós encontramos lá. Isso não tem, né? A maior primeira coisa, primeira vez que eu fui no mercado lá, quase que eu apanho. Fui pedir um alface ali, o cara o cara do mercado falou assim, ó, o alface tá na frente do senhor, doutor. Falei, mas daí não é alface, meu filho. Daí para mim é capim ou qualquer outra coisa, menos alface, né? O cara falou que era alface. Era alface, () Era um alface diferente, eu não sabia. Alface dele, as furas, ao invés de... O o nosso alface, ele abre, né? o () não tem lá não. Só dá aquele () Então o que que acontece? As as folhas () nascem todas assim juntinhas, uma perto da outra. Que nem leque. Seria assim um leque aberto. O problema é que está com raízes e tudo. Daí alface para eles ali. Eu não sei se falam que é alface. Se falam que é alface, a gente come que fosse alface, né. Tem aspecto que é alface, mas... É alface baiano, né? Vamos fazer. Tem que falar, tem que comer isso daí, né? Pô, e eles não se ofendem de chamar de baiano? É. () ### Tem os problemas, tem as guerrinhas deles lá, entre Bahia, Recife, Manaus, tem aqueles atritos entre eles ali. Só que quando tem jogo de futebol então... Você viu algum jogo lá, no Campeonato Nacional? No Campeonato Nacional eu assisti todos os jogos do Campeonato Nacional. SPEAKER 0: Foi no campo? Não. É. Isso é uma guerra, como é o jogo lá? SPEAKER 1: Não, lá assisti jogo de futebol no Ceará, É o negócio mais gozado que pode acontecer viu. O mais divertido em ver as palhaçadas que os caras falam, tanta besteira que falava em campo, fui ter que assistir um  jogo de futebol. E aí o que eu achei interessante foi que (tosse) aquilo que acontece aqui em São Paulo, que a maior parte do público lá era tudo mulher. SPEAKER 0: Faz tempo que você não vai a jogo em São Paulo. É. SPEAKER 1: É, mas dá só mulher lá. É mais mulher. Se faz se você for fazendo o Morumbi, você encontra mulher, mas o Pacaembu normalmente você não encontra. E lá no ()... lá no Ceará, lá em Fortaleza, possivelmente, você... Lá na geral? Você vê na geral, vê no cimento especial. Cimento especial... () no cimento especial não tem nada. Quando tem especial, claro, faz sombra. Então tem o cimento que toma só, o cimento que não toma só. Então o cimento que não toma só, eles cobram mais caro, né? E geralmente os jogos era a tarde. E assim, pegar um só da tarde de cinco horas na Fortaleza. Não só fora. Então tem os cimentos especial que a gente saiu fora da sombra Só por ir, a gente paga cinco vezes mais caro só para assistir o jogo de futebol nas () Mas é um cimento especial igual o outro cimento lá, que seria geral para nós, a mesma coisa. As cadeiras, tem as cadeiras numeradas, que eu não vejo não vi muita diferença entre a cadeira numerada e o cimento. Porque a cadeira é de ferro. E como vocês sabem, elas estão todas enferrujadas. (tosse) SPEAKER 0: Agora...  O time é bom? SPEAKER 1: É um time assim que tem muita garra e tudo, mas não é um time que joga muito futebol, assim. () É um time de muita sorte. Tem um goleiro que além de ser um bom goleiro, é um goleiro que tem um rabo que não tem tamanho, né? não... () tem um rabo cheio, um rabo mesmo. Ele pegava umas bocas que não era para pegar mesmo. O pessoal deixava passar umas que não era para deixar passar. Mas ele tinha mais sorte do que azar. Mas é, muito problema naquele campo de futebol lá, ela fica na geral. SPEAKER 0: Falar em futebol, você viu como voaram o Corinthians aqui, filha da mãe? (risos) Escandalosamente, os cariocas são sem vergonha mesmo viu. SPEAKER 1: Eles não prestam vergonha, não tem nada. Botafogo vai chegar na final do da Taça de Prata, né? Ele não vai chegar até lá, não. Ah A libertadores   Libertadores das Américas, né? Ele não vai chegar até lá, não. SPEAKER 0: ### Mas eles joga. () acho que vai, vai bem. Eles jogam, é só sacanagem, roubaram mesmo. Tu viu o () Não, não cheguei a ver. foi escandaloso. Luiz meteu a mão, mas violentamente. SPEAKER 1: Pênalti no () Não dava. ### O gol, aquilo lá foi gol de mão mesmo não foi? SPEAKER 0: É, aquele foi meio duvidoso, porque parecia... parece que não foi bola na mão, mas não... não deu para ver bem. Mostrou direito. Mas, pô, nos mínimos detalhes, nas faltas que que o juiz dava, ele invertia todas. Toda falta meio duvidosa, assim, caiu os dois e o juiz dava para o Botafogo. SPEAKER 1: Bom, lá no Ceará sempre saía briga, viu? O juiz já apitou errado, apanhava, viu? toda todo jogo tinha briga. Entrava a torcida do meu de campo, era uma palhaçada. Ué, o que é mais chato, ali no Ceará, é quando você vai a um jogo de futebol, você sai cheirando a urina né. Por quê? Porque tem uns caras que tem a paixão de comprar saquinhos de amendoim, né, com aquele plástico, Comiam amendoim. Depois lá em cima, apesar de ter mulher e tudo mais, mas lá é tudo liberdade, eles urinavam dentro do saquinho e depois jogavam lá para baixo. Porque quando caia no chão suja mesmo, dá um banho em umas dez pessoas de urina, né? Então era comum você sair, especialmente na arquibancada, na saída do do estado, você cruzar com o cara da da da geral ali, cheirando a urina. Homem, mulher, () está tudo cheirando de urina. Isso é normal lá no campo. SPEAKER 0: Bom, mas você precisa ver um amigo meu que foi ver o jogo do Corinthians lá no Maracanã. Ele toca pistão. Na hora que o Corinthians fez o primeiro, né? Ele fez () Começou a tocar o hino do Corinthians, né? Salve o... E... pô... Então fez aquele carnaval. Na hora que to marcou o primeiro gol, ele já ficou quieto. Na hora que marcaram o segundo gol do Botafogo, ele começou a gritar fogo fo> () da torcida era fogo viu. Uma brincadeira. SPEAKER 1: Agora, o que mais me decepcionou lá em Fortaleza é que eles falam tanta praia do futuro... O que é essa praia do futuro? Mas fala praia do futuro, aliás, senão talvez seja o futuro da cidade lá, não sei. Porque lá eu saio de frente à praia do mar de frente a praia, e eu saio de frente à minha () então eu deixei. Eu tenho o mar em frente ao... O meu apartamento, né? Não deixa tomar banho. ### E vou na Praia do Futuro e tomo banho de piche, aí já é o fim. Fica na mesma coisa, né? SPEAKER 0: Mas por quê? Por que que tem essa praia? O que que eles falam? Que que que queitem especial? (tosse) SPEAKER 1: Bom, o especial não tem nada. Ela não deixa de ser uma praia bonita, está certo? Mas como eu estive lá em novembro, ela era mais bonita. Agora eles começaram a colocar tanta barraca lá que você não tem nem lugar de ficar. Porque você vai tomar banho de sol, aí você vai deitar na areia, lá você sai com o siri na na nas costas. O pessoal começa a comer siri e joga no meio da praia, lá. Então é vidro quebrado, é casca de siri, é lata de skol ferrujada lá no meio. Aí você não... Falo tanto da Praia do Futuro, porque é muito bem frequentada. Principalmente aos sábados e domingos, feriados. Nessa época de férias também, toda meninada está lá. Aí a praia fica bem fuleira. Várias cores, assim, né? Também sem cores, também tem.(risos) Mas... Praia mesmo assim que eu achei bonita que eu gostei muito. Inclusive foi a única praia que eu tomei boa e foi a praia de Iguape. Fica a uns quarenta quilômetros da cidade. Uma praia em que o mar já é assim mais calmo, não tem tanto buraco. A praia é limpa. E o que que é mais interessante é que tem uma duna, mais ou menos uns dez metros de altura. Você sobe assim a duna, desce do outro lado ali, parece que você está no deserto. Você continua um pouquinho, mas lá para a frente () uns duzentos metros assim, então você encontra uma lagoa. com água doce. Então. Água doce? É de água doce mesmo. () Então tem do lado, assim você tem o mar. Você passa a Duna, anda uns duzentos metros, tem uma lagoa de água doce. Inclusive ali tem tem famílias que já existem ali. Essa aqui é uma pobre, não tem onde viver, então eles montam o barraco lá por perto e ficam lá. SPEAKER 3: E o centro de Fortaleza, Paulo, como é que é? SPEAKER 1: Bom, o centro de Fortaleza, eu chamo o centro do pecado. Mas à noite ou de dia? Durante o dia, à noite, não tem jeito. Inclusive, quem estiver ouvindo essa gravação, se for, mulher, por visitar Fortaleza, vá sempre de shorts, debaixo da saia. Nunca vá só de calcinha, porque é um show que não tem tamanho mesmo, viu? Porque Fortaleza venta muito. Então a cidade é cheia de prédios O que que acontece? O vento acaba formando um tipo de redemoinho. Então, quando venta forte, O que que acontece? O vento não tem jeito de escapar, né? Por cima, ele está ele está cercado pelas laterais, pelos prédios. Quando ele () O vento, conforme a posição do vento, a direção do vento, ele desce pega o Vai na calçada assim, depois sobe. Quando ele sobe, geralmente a saia da mulher sempre vai, né?  é comum. Você vê show lá de mulher com a saia levantada, isso é normal lá no centro de Fortaleza. A gente tem uma esquina aqui, isso é uma esquina do pecado. fica geralmente lá uns cinquenta, sessenta homens sentados lá esperando uma dona passar com o vestido levantado. Ele levanta mesmo, não adianta nem segurar porque ele levanta mesmo. Essa mulher é prevenida por lá, assim, com de shorts, assim. Geralmente, as turistas geralmente entram bem na cidade, porque elas não sabem, não estão acostumadas, elas não têm aquela prática de segurar a saia, então quando elas passam naquela esquina lá, levanta a saia ali então é aquele show. Mas tem aquelas que geralmente sempre deixam levantar, né? Então passa duas, três vezes lá só para deixar levantar a saia. Ali em Fortaleza, é para quem assim é solteiro, que é () capaz de ter um negócio de aventura, é uma cidade muito boa. Muito boa porque lá só tem mulheres. O que é normal, por exemplo, assim, se a volta, (tosse) você vê um grupo de seis homens, dez homens, entrar no bar a tomar chopes, isso é a coisa mais natural que existe em Fortaleza entre as mulheres. E lá não é que questão de ser mulher assim solteira só Então mulher casada, noiva, solteira, é comum se ver juntas, assim, sozinhas na praia, ou em bares, sem sem acompanhantes, sem nada. É que a paz já aumenta os () né. Ali, você vê uma coisa que as mulheres, ali você conversa com uma mulher, depois você conversou e tudo mais, você vai sair com a mulher casada, porque lá tu não tem o costume de usar aliança. Você não caçar  Você vê uma mulher dando bola para você sem aliança, então ta bom essa mulher é livre, né? Normalmente ela é casada. E E lá a turma lá não usa alianças. E  ela apoia no marido também? Se a mulher Não, apanha lá porque ela sai fazendo negócio bem escondidinho, bem direitinho, viu? E lá tem, acho que pelo fato de ter assim tantas mulheres assim ter e haver essa liberdade () (tosse) os homens que têm mais uma certa cultura e que querem vencer na vida, Eles vêm tudo para o sul. ### mulher lá. Então, eu deixo as mulheres lá. ### ### ### Às vezes, quando abaixa a polícia, lá vai todo em cana, aquela aquela gritaria. Então, não dá. Então, quando vai gente homem, assim, de fora, assim, de outra cidade ali, para eles aquilo lá é uma coisa do outro mundo, porque... É novidade para elas, né? Homem novo, homem fresco, assim, né? Em forma. Então, é... Não dá brasa mesmo. SPEAKER 0: Você vê que os primeiros meses que você ficou lá, farturou bastante. SPEAKER 1: Isso eu posso entrar em detalhes. SPEAKER 0: (risos) É, censurado. SPEAKER 1: Essa gravação. Censurado, censurado. Censurado. Corta a gravação. (risos) Não, né? Fortaleza, as as mulheres são realmente... Eu não sei se é talvez por causa do do litoral que... Que... sim assim, cativa mais assim, o organismo. Na parte em relação de de ao sexo, a pessoa fica mais ativa, mais... Sei lá, né? () como é que ela fica Ou é porque... (tosse) Ah, mesmo, realmente é a falta de homem na fortaleza. É comum você ver, assim, assim por exemplo, uma opala cheia de mulher dentro, uma vale cheia de mulher dentro, uma perua () cheia de mulher dentro. Você quase não vê homem mesmo, realmente em Fortaleza. Há mesmo isso dessa forma. Não tem mesmo quase homem lá dentro. Tem muito mais mulher do que homem. Mas a mulher lá que é assim, bonita, lá que não consegue cuidar, tem que tomar cuidado. Lá é ao contrário. Aí você pode deixar sua mulher ficar à vontade, porque não tem problema. Agora, sua mulher deixar você sozinho lá é fogo. Tem tem que ter medo de ela ficar sem o marido. (risos) E e SPEAKER 3: parte comercial, Paulo? SPEAKER 1: Bom, a questão de comércio ali é uma () () Não tem nada de estabelecido. Eles inventam os preços lá. () É inventado. Então acontece os maiores absurdos que pode a gente, que nós podemos imaginar. Você vai fazer uma crom compra, por exemplo, uma compra de um milhão e duzentos, você briga com o cara (tosse), com o vendedor e tudo mais, só que acaba levando o negócio por oitocentos () Não, eles chupam assim só. Às vezes não tem uma uma base. O comércio lá é (tosse) () em firmas grandes, que nem na Merba que tem lá, você consegue essas coisas. SPEAKER 3: E são lojas assim ou...? SPEAKER 1: Não lojas mesmo, em lojas grandes mesmo você consegue esse desconto. Porque lá tem um problema. O poder adquisitivo deles é muito pequeno. Então são raras as pessoas que podem pagar um negócio só disso. Então, quando aparece uma pessoa que quer pagar uma coisa à vista, aí consegue o desconto que quiser. No meu caso, por exemplo, eu comprei uma geladeira e um fogão, à vista, na (), o fogão serve pela metade do preço devido aos descontos que eles fizeram. O fogão custava novecentos cruzeiro, saiu quatrocentos e quintenta para mim o fogão. Com o desconto da geladeira e do fogão, mais o colchão que eu comprei, (tosse) serve mais ou menos quatrocentos e cinquenta cruzeiro de desconto. () E aí E aí a coisa mais interessante é o que que acontece no... no mercado grande que tem ali, é aquela maior bagunça que tem  Então, quando você quer falar de engenharia ambiental, a gente recomenda qualquer um. Lá no mercado grande ali, no mercado central, que eles chamam também. (tosse) Então, ali é a maior gozação Teve uma vez um, eu estava com a minha esposa no mercado, estava mais um amigo meu, engenheiro lá da firma, estávamos fazendo compras. Como nós estávamos repartindo as compras, né? Então, E a minha minha esposa estava comprando tomate, ãh, cenoura, laranja, lá em uma banca  em uma bancazinha ali, () não é no caso. Então apareceu um rapaz com um crucifixo de de gesso pintado assim, de situação como se fosse uma madeira mesmo, talhada, né? O cara  (tosse) pediu quinze cruzeiros para o crucifixo. Aí meu colega falou assim, ah não, quinze cruzeiros é muito caro, se tu quiser eu te pago Aí o cara pegou e reduziu o preço para doze. Depois ele reduziu para de> Porque lá não tem a rede de esgoto. Não tem galerias de água. Quer dizer, lá chove e a vai tudo para a terra. Tudo absorvido. Ali não não né, tem um parailepípedo assim, trabalhado, está certo? Lá é tudo tudo pontudo. Quer dizer, pneu lá de carro. Lá você põe a uma no começo da semana, final de semana está tirando e trocando É tudo contudo, devido a... eles não têm galerias de de água, então é é tudo contudo para facilitar a infiltração da da água na época de chuva. E quando chove forte lá, inunda tudo, porque água não tem para onde ir. Ou já é muito tempo, ou se chove um dia inteiro, é comum, a água fica toda... a cidade fica toda alagada. Uhum. SPEAKER 3: Pô, falar em alagar, você viu o negócio lá de manágua? () SPEAKER 1: foi triste. Só que é o mar que está invadindo. Nós já  já já ocupou o quarteirão e meio de Fortaleza. As praias lá na Avenida Beira Mar, na Avenida Presidente Kennedy quase nem existe mais praia lá. O mar está tomando conta de tu> Inclusive, antes de voltar aqui apra São Paulo, o mar tinha chegado até a porta do meu prédio. Se você voltar, não tem mais. Mas eu não tinha, e se eu sabia... É, tudo ia acontecer isso mesmo. (risos) Ali, eles não sabiam se pintava a calçada né, se pintava o a Avenida, porque lá ficou tudo cheio de areia. Inclusive tem casa que caíram, porque eh né em Fortaleza, como eu falei, se quebra a mar, tem algumas com duzentos, até trezentos metros de comprimento, que avança assim na barreira do mar, para quebrar um pouco as ondas. Mas, ultimamente, agora a onda a onda passa por cima e vai quebrar na na no muro da casa. Mas é É então não aguenta, então não tem casa que aguenta. Cai parede cara viu, é como um desabar uma casa. É por causa disso. Mas não é devido à chuva, é por causa do mar que está invadindo a cidade. E a eliminação? Agora estou começando a ver com a iluminação de Mercúrio lá. Tem algumas ruas, mas as avenidas em si, todas elas  já estão bem iluminadas. As travessas, assim, é escuro lá. Então, enquanto eles não iluminarem a Praia do Futuro, está tudo bem. SPEAKER 3: E onde é que vem a luz? SPEAKER 1: A luz, ela vem... Ela só vem pela Pola Afonso. Antes de Paulo Alfonso vai até Fortaleza? Você vai pelo Paulo Alfonso, não vai, porque não tem outro lugar para ir. Ele é feito, vai para... não sei como é que é ali, se chama Sumor, não, Sumor que é a prefeitura, tem uns nomes diferentes ali, que agora eu não lembro como é que é. Eu não lembro mais o nome da... oportunidade de Fortaleza lá, qual que é o nome, que é a costa distribuidora, faz a distribuição da luz. Mas que não é, não há falta de força em Fortaleza, não. Só garoar faltou força. () A minha ação de chover já faltou força. Por quê? Não sei o que acontece com o mar. Normalmente falta força. Você vai voltar quando para lá? Eu devo voltar dia três de janeiro. () velha, né? ### São Paulo é uma beleza, viu?! () É uma beleza aqui, viu? Nicole Tem clubes como tem aqui, que você não vai encontrar em lugar  nenhum. Facilidade. Se você quer comprar alguma coisa, fácil de ser comprada. Se você fica doente, tem alguém que te atenda. Lá eu fiquei doente, eu conheço que eu morro. Porque lá meto só trabalho das três às sete da noite. Porque de manhã tá no i ene pê esse ou tá no... Está dando aula na faculdade, e à noite o desgraçado desaparece porque vai para o sítio. Então ele só faz marcas... As consultas é tudo das três às sete da tarde. Mas gozar que nem isso é organizado ainda lá. Por exemplo, eu cheguei lá, o médico marcou para mim às três horas da tarde. Quando eu cheguei lá, tinha vinte pessoas. Então tudo é consulta às três horas da tarde. Quem chegar antes, entra. Então eu saí de lá às sete horas da noite. Eu falei, "bom, a consulta é às três horas." Quando chegou às três horas, você pode estar chegando no consultório. A questão é que eles marca para todo mundo no mesmo horário. Quando o cara vai chegando, não vai sendo medicado. E aqui em São Paulo, não Se precisar de um médico. Lá o médico não vai em casa. Tá com trinta e nove de febre, não tinha que ir. Porque lá no consultório, o médico não vai em casa. Se você tiver que resolver morrer lá, assim, ou ficar doente, fica do período das três as sete  Porque no outro horário, você morre mesmo. Se for de sábado, domingo e feriado, você tá desgraçado. Você não encontra médico numa cidade. Mas em São Paulo é a desgraça. SPEAKER 3: Sem trabalhar () SPEAKER 1: Vocês falam do trânsito aqui, todo lugar trânsito é ruim. Tá todo mundo alucinado. Todo cara que entra aqui dentro de um carro, pega numa direção e se transforma dentro de um carro. E é tudo assassino. () Fica todo mundo, aí todo mundo fica assim () Aí Fortaleza também não dá motivo nenhum todo mundo é louco Estão mais loucos aqui em São Paulo. Aqui em São Paulo, quando tem uma batida, ainda sai um vivo. Lá em Fortaleza, quando tem uma batida, não sai nenhum vivo. SPEAKER 2: É, não tem tanta batida. SPEAKER 1: Tem. Pelo índice de batida, tem mais do que em São Paulo. Pelo número de carros que tem lá em Fortaleza, o número de carros que tem aqui, em São Paulo, o índice em Fortaleza é maior do que aqui em São Paulo, quase. Devido a tantas batidas que tem ali. Mas batidas feias, muito de morrer duas, três pessoas, é comum lá isso. SPEAKER 3: Aqui é uma desgraça. SPEAKER 0: Porque lá... () Para trabalhar é uma desgraça. Você tem que acordar de madrugada e pegar trânsito, e logo de manhã você pega um cara te fechando e te xingando. E se você não xinga também, você chega já para trabalhar, já chega esbolegado. Não dá graça assim. SPEAKER 1: Não dá. Fortaleza xingar (), xinga A história já para vocês verem Os caras fecham. Batem () Porque lá todo mundo é conhecido, todo mundo é amigo, né? Um colega meu, como diz um colega meu lá. "Ali, se não é parente, é amigo." "Se não é amigo, é vizinho." "Se não é vizinho, é amigo do vizinho." Então, para se fazer um negócio, só tem que saber fazer. Porque se alguém pegar você fazendo um negócio errado lá, meu filho, tem problema que a tua mulher tá sabendo na hora, viu? Porque lá é uma fofoca desgraçada. Uma fofocagem, mas as mulheres não tem nada o que fazer lá. Então, tem que ficar fofocando mesmo, né? É, você da risada é fogo, meu filho. SPEAKER 3: E o João Vires, Sérgio? SPEAKER 0: lá é bacana. Não, o João Vires, João vires é mais ou menos. SPEAKER 1: Bacana é Blumenau. Conhece ()? Não  Blumenau? Não, não conheço  ### Lá é bacana. Como é que é Blumenau? Tem mulheres boas lá? Tem, mais ou menos, não é? SPEAKER 3: ### SPEAKER 1: Sim, meu primo, depois que casou, não sei não, viu, o que aconteceu com ele. Estou me distraindo, viu? Sem falar que isso é foda, filho. Você não vai encontrar em outra cidade, como as meninas que tem programa no Augusto, em São Paulo. Tá longe () encontrar. Que mais você quer Mais de bom? Que mais você quer de bom? Você só vai encontrar em Copacabana. A nossa senhora... Em Copacabana já não sabe nem falar porque lá... É lá que você vai encontrar. SPEAKER 0: Acabou? Mas, Blumenau, é bacana, viu? É uma cidade diferente, completamente diferente. SPEAKER 2: Como é que ela é, assim, fisicamente, você acha? SPEAKER 0: Fisicamente, bom... Tem um rio que passa no meio. SPEAKER 3: e um rio mais ou menos largo. E as casas todas na beira do rio à noite fica bacana por causa das luzes que o rio mais ou menos calma e reflete todas as luzes das casas. Então fica um aspecto bacana à noite. SPEAKER 0: E é diferente. SPEAKER 3: A gente que mora aqui vê aquelas casas tipo, tipo alemã, construção tipo SPEAKER 0: Praticamente todas as casas antigas são construídas nesse estilo. Então é um aspecto bem diferente da cidade. SPEAKER 2: Tá comendo a batatinha aí? (Risadas) SPEAKER 1: Até pareceu um bairro diferente. Será que vocês estão pensando. É batata mesmo, viu?! (risadas) Tem efeito da batata, né? É ffeito da batata. SPEAKER 0: Mas já tem uma porção de casas modernas, já. Mas o bacana é esse contraste das casas novas com as casas modernas. Tem uma série de ruas já mais largas, mas o comércio todo é numa rua estreita. Tem uma porção de boyzinhos já, escapamento aberto e tal. SPEAKER 3: Os loiros lá, tudo loiro. SPEAKER 1: Na Fortaleza, o degran lá não é Detran  Lá até isso é diferente, é degran lá  Fechou tudo que é escapamento. SPEAKER 0: É, mas lá ainda não fecharam. Então  Mas quem faz sucesso lá são os morenos, porque só tem loiro. SPEAKER 1: Ah, porque você gosta de lar, né, desgraçado? SPEAKER 0: Só tem loiro, então os morenos... Tem umas meninas bacanas. Nós fomos ver um desfile de moda lá. SPEAKER 1: Você viu um desfile de moda? SPEAKER 0: As menininhas bacanas. Também tinha uns rapazinhos meio ajeitados. Curso virado, sabe? Bracinho virado. SPEAKER 1: Tipo garçom. É. Carregando a bandeja. É. Mas... bacana. SPEAKER 0: Mas mais bacana de tudo não é Blumenau em si. São as praias no caminho para Blumenau. SPEAKER 3: Santa Catarina, o litoral de Santa Catarina. Umas praias espetaculares, em um pedaço de Paraná. SPEAKER 0: Quando nós voltamos, nós voltamos pelas praias. Uma praia mais bacana que a outra. Bacana mesmo, viu SPEAKER 3: Lugares bem diferentes. Vale a pena voltar para lá. Pretendo voltar mais tarde. SPEAKER 0: Florianópolis, que é a capital, tem um negócio que... bacana, espetacular, completamente diferente. São as dunas. É uma lagoa, Floral fica numa ilha e no centro da ilha tem uma lagoa formada pelo mar, uma lagoa de água salgada. E nessa lagoa existem umas dunas de areia, mas bem grandes, numa extensão bem grande. Você entra, anda naquelas dunas e tem a impressão de estar no deserto. Você não vê nada para nenhum lado. Fica enfiado no meio das dunas lá, só areia para todo lado. É aquele vento cortante jogando areia para tudo que é lado. Bacana, bem diferente, bacana. Bacana é rolar lá de cima, aqueles montos de areia assim, vai rolando até lá embaixo. Aí não perde a infância, não. Aqui é uma delícia. Rolar, chegar lá embaixo, sai meio zonzo assim, não sabe nem onde é que tá. Nessa ilha também tem umas praias. Não te deu sede lá não? SPEAKER 3: Não, porque eu fui numa época não muito quente no inverno, não deu muita sede. Mas é quente. É bem  E Florianópolis você disse que fica numa ilha, como é que liga? Florianópolis é ligada ao continente através de uma ponte. É a moda ponte e cínio-luz que os barriga-verde, barriga-verde são os caras que nascem catarinos também. SPEAKER 1: Não conheço os barriga-branca. SPEAKER 0: Os catarinenses são muito orgulhosos da ponte que liga Florianópolis ao continente. É um cara que passa um carro de cada vez. Passa um carro de cada vez, é um congestionamento na hora do trânsito, porque tem muita gente que mora já no continente ou trabalha na ilha ou vice-versa. SPEAKER 3: Então, às sete horas da noite é o congestionamento. SPEAKER 1: Por que é ponte antiga, estreita  SPEAKER 0: ponte estreita. Não sei, não me lembro se passa um por vez, mas de qualquer maneira é bem estreita. Tem um farol na entrada da ponte, eu acho que passa um por vez. SPEAKER 1: Da ponte Benço É, tipo da ponte Benção. SPEAKER 3: É, uma hora vai, depois fecha farol () e vem de cá  SPEAKER 1: Você quer dizer lá no norte, barriga branca? () Hã? O homem de barriga branca lá? O que quer dizer? Aquele que a mulher monta nele. Eu só conhecia lá também, não. SPEAKER 3: E agora eles vão construir uma ponte nova, tá? Ligando o continente. SPEAKER 0: Mas é bacana. Bem diferente. Uma cidade também bem diferente. Mas completamente diferente das outras cidades do interior. SPEAKER 3: Que tem influência alemã. Lá não tem nada de alemão. SPEAKER 1: Então a comida lá é só alemã, né? SPEAKER 0: Ah, em Blumenal a comida é típica alemã. Tem os chucrutes, aisbein. Aisbein. Aisbein, como é que chama uma outra? SPEAKER 3: Aisbein de velho de couro, né? Tem uma outra. Eu já esqueci o nome das comidas lá. SPEAKER 0: Passamos três dias lá só comendo comida alemã. No fim do terceiro dia deu, mas eu não diria. SPEAKER 3: É uma comida forte, puxu. E tem bastante barzinho típico, bacana. Mas o santa  Mas em Florianópolis, a comida típica é peixe, camarão. Tem umas peixadas gostosas. Tem SPEAKER 1: Bacana. Não é fortaleza. Tem muita lagosta lá, né? Ah, você come lagosta que nem... Você chega num restaurante ali e tem lá... Como... Aperitivo, assim... Lagosta, caju, caju... Então é... Dá que nem mato, né? É. Caju, armáquia... O que é gostoso lá em Fortaleza são geralmente as peixadas que eles fazem ali. Geralmente da garopa ou senão do peixe da cavala. E é muito gostoso a peixada. SPEAKER 3: E fazendo de conta assim, se você fosse me levar para Fortaleza, o que você ia me mostrar da cidade, Paulo? SPEAKER 1: ### ### não dá. Não, mas isso  Não. De de histórico? Brincadeira. () Bom, de histórico, lá tem aquela antiga, tem o quartel lá general deles ali. Não sei se é a décima região, não sei o que que é lá, não lembro direito. Ali era a antiga fortaleza. Inclusive tem aqueles canhões antigos que era para defender a cidade. Nem existe isso daí. Lá tem... assim, por exemplo, na parte de praia, assim, eu levaria você. () A beira Que é, você vai conhecer, porque ali é... À noite, lá, vai todo mundo para beirar ()  vai todo mundo para beira Então é um trânsito, ninguém anda naquela avenida lá. Porque lá estão todos os restaurantes. Restaurantes, boates, estão tudo naquela avenida mesmo, né? De noite, assim, levar você naquela avenida, conhecer os restaurantes, lá comer uma peixada, comer um peixe assim, grelhado, certo? Mas eu, de fato, não vou poder te mandar você comer pizza lá, né? É coisa que eu sinto saudade. Mas, Nath, que pizza, viu? A vez eu pedi uma pizza lá, demorou uma hora para chegar. Quando eu vejo a pizza, ela é menor que o meu prato. Eu comi um pedaço só, pensei que tinha o chumbo no meu estômago. Eu não comi nem o resto. Normalmente tem uma pizza grande aqui em São Paulo, não é? E lá eu consegui comer um quarto lá de uma pizza. Aí não deu mais. Eles não sabem fazer pizza ali. Esse é o problema da farinha, né? SPEAKER 0: Pô, em Recife, quando eu estive lá, no restaurante estava escrito, tinha um cartaz assim, "novidade, pizza Brotinho." SPEAKER 1: É, tá Brotinho, porque normalmente é pequena, só dá para uma garfada só. Só presta para dar uma garfada aquilo lá  Agora, de noite ia assim, de lá para Avenida, na Pela Mar, que lá tem essa movimenta, lá que tem o desfila A Avenida Beira Mar, de noite, é um tipo da Augusta, certo? Só que às vezes o pessoal vai lá para com Na rua você vai para comprar. Aí lá vão para comer, vão lá para desfilar. Lá que as meninas ficam passeando e tudo. É uma avenida... É a paquera. A avenida que é a paquera mesmo é mais forte ali naquela parte. Depois, tem assim lá um... em direção a Praia do Futuro, que é um caminho meio escondido assim, então que você sobe, você vai lá em cima de um morro ali, então você vê quase toda a fortaleza, né? É perto da, da, das indústrias. Por que que chama fortaleza? Não tenho, não tenho. Talvez seja desse quartel que tinha lá, que era uma fortaleza. Não sei. Nunca me preocupei em saber o motivo do nome fortaleza. Acho que é um negócio que eu vou ver a próxima vez que eu voltar para lá. Não sei porque deram a ()  de fortaleza para a cidade. Histórica, além do passeio? Não () Mas falando em passeio, depois poderia ir para a praia mesmo para mostrar a praia do futuro. Porque ficar na Praia do Futuro, tomar banho de sol, ainda dá para tomar um banho de sol. Mas você tem que escolher um lugar, porque cê dê, você sabe que está cheio de bicho. Você pensa que a praia que você tá, tá limpa, mas na hora que você deita, ou tem caco de vidro, ou tá sujo, ou tem piche embaixo. Para tomar banho, assim, de mar mesmo, levaria assim, na Praia de Iguape, lá em Calcaia. Aí tudo são praias boas, aí tu pode tomar banho, se é vontade, tudo. Não tem problema nenhum. Não tem problema de contaminação também, né? Eu não cheguei a conhecer. Dizem que tem mais de dois museus ali, mais ou menos. Eu não cheguei a conhecer os museus. Um só que eu vi que era a exposição de quadros, que era da Faculdade Federal de Fortaleza. Mas só tinha, assim, alguns... () Muito museu colonial? Eu não vi muito assim, viu, Sérgio? Eu quase não tive tempo de olhar mais para essa parte. Quando chegar a sessão de domingo eu vou normalmente assim para um clube, lá para o norte jogar um tênis. Se não depois de domingo eu resto para uma praia, porque eu nunca tive essa preocupação de visitar esse lugar. Eu gosto muito  Porque é um clube simples. Você precisou ficar sócio ou é convênio consigo? Não, eu... Esse dai eu não tenho. Se eu fosse sócio aqui em São Paulo, do Pinheiros, eu entraria de sócio diretamente para o Aronaldo. Ele tem convênio. Por exemplo, agora eu estou aqui em São Paulo, eu posso frequentar o Pinheiros, fazer qualquer coisa, ele tem um convênio com o Pinheiros. Então você entrou de sócio desse clube? É, eu entrei como sócio contribuindo. Para eu comprar ação, porque lá eles chamam de ação, né? Comprar ação num clube é... Se sócio contribui, você tem as mesmas regalias que um outro sócio. Temporário, então? Não, não é. Temporário é outra classe. Sócio contribui. ### Mensalidade se só contribui com a mensalidade, só  ### SPEAKER 3: E, não tem que pagar nada para entrar? Não, eu paguei só um milhão de entrada, né? SPEAKER 1: Depois você paga só Mas a ação mesmo, a ação lá tá quase, acho que uns cinco mil cruzeiros, mais ou menos. Pô, como tá caro, rapaz? É um negócio assim. Então não... Que barbaridade, né? Teria as mesmas vantagens que um sócio. que tem ação, então eu entro com sócio contribuinte e eu pago. ### ### Por exemplo como eu saí do clube, eles tinham. Eu gastei lá, eu perco, né? E o cara, talvez, quando eu saí, pega e venda aquilo lá () Quatros milhões de volta  Conseguir vender. Não é vantagem nenhuma? Não é vantagem nenhuma, não. Porque você paga de contribuição após vinte cruzeiros, ou quarenta cruzeiros, ou de contribuição só por mês, aí não tem... não pesa nada, né? SPEAKER 0: ### ### ### Agora sabe por SPEAKER 3: ### Não, que quê é, como é que é a cidade. Fisicamente eu acho que é a que mais tem. SPEAKER 1: tem barulho. São Paulo é a coisa que eu sinto saudade de São Paulo. ### Minhas primas, E () brincar () Viver lá sozinho é fogo, né? ### SPEAKER 3: ### SPEAKER 1: Não é Bordalasso. Vocês sabem que é ver SPEAKER 3: São Paulo, São Paulo, o que tem para fazer? Não tem nada para fazer. A Rua Augusta que você estava falando, o que tem na Rua Augusta? SPEAKER 1: Na Rua Augusta? E, () Como é que é a Rua Augusta? Pundinzinho  A Rua Augusta é... Tipo, ali é... Ali as mulheres mais bonitas estão todas lá, viu? Aquele desfile, principalmente aquela subidinha com aquela micro saia. Muito bonita. É digno de ser visto, né? SPEAKER 2: Além das mulheres, () SPEAKER 1: Aqui () artigo para homens, para mulheres  Mas, por exemplo, o Fortaleza... Comparando assim, se quiser, né? Começo daqui, o Fortaleza, ali... É como você ver, por exemplo, uma mulher com duas mulheres com o mesmo vestido. Eles não têm muita variedade. Não se preocupem em comprar um vestido de cada cor ou uma variedade de vestido. Aí você vai numa loja, você tá escolhendo e você tem dois, três tipos de vestido junto no mesmo lugar. SPEAKER 0: São Paulo, são Paulo é bom só para trabalhar. Para mais nada. Divertir, muito pouco, viu? SPEAKER 1: Não tem o que fazer. Apesar disso aqui em São Paulo, talvez você encontre mais divertimento em outros lugares. SPEAKER 3: ### SPEAKER 0: Que divertimento você encontra  SPEAKER 1: Em São Paulo você tem pelo menos um cineminha, tá certo. Tem o jogo de futebol, tá certo. Você pode ir, por exemplo, no safári. Você pode ir, por exemplo, no... No safári você vai uma vez e não vai mais. No zoológico você pode ir. Você pode ir vai lá no Morumbi, lá na subidinha. Não tem lugar para você passar. Outro lugar você não encontra nada. Para começar não tem nem cinema. O maior sarro é ir em cinema. Lá em Fortaleza Primeiro dia que eu fui no cinema, eu também quase que apanho. Era novato. Todas as coisas que aconteciam fora do clube, eu comecei a dar risada, né? Aí comecei a perguntar o que tinha acontecido. Para o que você vai no cinema? Acabou a sessão? Tá quase acabando a fita? Não tem problema. Quando acaba a sessão, você espera a pessoa sair de fita lá dentro e depois entrar. Lá não, acabou a sessão, então nem entra nem sai. Quem tá fora quer entrar, quem tá dentro quer sair, então fica aquele bolo lá. Muito custo consegue sentar. Aí quando começa a sessão, Faça aquelas... eu não sei como é que... admite, né? Você paga uma entrada para assistir propaganda. Já não chega na televisão, você vai ter que assistir propaganda também agora. Então você assiste a propaganda, passa aqui os trailers, os filmes e tudo mais. Você vai pensar que vai começar o filme, fecha a cortina, sai da luz. Para entrar os atrasados. São coisas que para eles era quase incomuns, ()  nunca tinha visto isso. Daí eu comecei a analisar, vai ganhar quando se acabou a sessão? É, o pessoal quase acabou, quase que acaba a comida do cinema, né? Então, quando vai começar mesmo o filme, fecham-se as cortinas, acendem as luzes outra vez para entrar o pessoal atrasado. É, só nessas () que acontece isso, né? SPEAKER 0: É, mas cinema, futebol... você pode variar. Agora, zoológico, safári, você vai uma vez e não... Não tem mais graça. SPEAKER 1: Tem. E tem lugar para você passear, dormir, sair. Tem! Não tem. ### Muito difícil. Você vai no clube, tá certo. Mas em outro lugar também. Ali, agora é um divertimento, é domingo. Sabe qual é o divertimento () que o pessoal faz ali? ### Por exemplo, em Fortaleza. Fim de semana, quem tem sítio, fica enfornado no sítio. Ficar sábado e domingo dentro de um sítio. O que você pode fazer dentro de um sítio? Fala. Pô, no sítio não tem mais nada a ver o que fazer. Você vai trabalhar? Depende do sítio também, né? Depende do sítio. Mas o sítio tem uma lagoa, tá certo? O cavalo vai cuidar da plantação dele, da criação dele, sábado e domingo. No mês tem uma engenho mental. Aí trabalha na última semana, depois vai fazer o () né? não é engenho mental. Mas, pronto, sábado de manhã, a turma vai à praia. Sábado à tarde, os homens só  Porque as mulheres não... Lá que é que são pobres, você vai jogar um tênis e leva a sua esposa, teu colega só leva a sua esposa. Então tem aquela amizade. ### Ali eles não levam as mulheres não levam as mulheres no clube dos homens. Não, não, não é como você vai praticar um esporte, a esposa vai junto, vai ficar numa piscina, vai jogar algum outro esporte qualquer. Ou mesmo jogar tênis. SPEAKER 0: Mas então não tem divertimento porque eles não querem. SPEAKER 1: ### De sábado à tarde eles vão ao clube. Não tem praia. Domingo  Domingo de manhã eles vão à praia. Certo. Domingo à tarde agora tem divertimento porque tinha futebol, acabou. O que mais sabe fazer numa cidade daquela? Você vai em sítio. Você vai todo fim de semana, você vai em sítio. Você acaba se cansando também. () você acaba caindo na rotina. Que nem aqui em São Chega e fala, "poxa, não tenho problema para fazer." É a mesma coisa Diga, o que que acontece entrando na praia lá? A única vantagem que eles têm a mais em São Paulo é que tem a praia. O único divertimento a mais é que eles têm a praia. Tá certo? Mas na praia você vai domingo de manhã, você vai dormir uma tarde também numa praia? Vai ficar o tempo todo uma manhã de sol? Você vai lá deitar, passar o domingo numa praia? Não vai. Por exemplo, agora em Fortaleza, domingo à tarde não se faz mais nada lá. Ele vai para dentro de um apartamento, ouvindo uma música, alguma outra coisa, vai atrás do outro amigo, como se fosse aqui em São Paulo. Não tem jogo de futebol mais lá. Então ninguém mais sai. Cidade fica morta, completamente morta, no final do domingo à tarde. Domingo à noite, de fato, aumenta o movimento. Vai todo mundo, vai para Beira Mar. Vai todo mundo desfilar, vai fazer aquelas paquetas, aquele negócio lá, domingo à noite. Agora que ali o movimento à noite, essa vinha, começa a partir da terça-feira. terça- feira já começa eh, os primeiros carros, na quarta-feira aumenta, na quinta-feira é forte, na sexta-feira você já não anda mais. Sexta, sábado e domingo você não anda naquela na menina lá. Eu deveria ter recebido sempre as mesmas pessoas naquela avenida. Eu chego assim no barzinho assim, sei qual é a mulher que vai sentar naquela ca naquela mesa, porque são sempre as mesmas que sentam naquela cadeira, naquela mesma mesa. (), cai na mesma rotina. () fim semana, não tem problema para fazer na> Você vai para uma cidade dessa aí também, ()  você não tem mais programa para fazer. Você conheceu todas as praias, está certo? Conheci a nossa cidade Então o que você vai fazer no fim de semana? Liga. SPEAKER 0: Pô, leva um... junta um... Bom, aqui você ainda está pouco tempo lá, mas junta um punhado de amigo, vai. Fazer um piquenique, fazer uma farra em uma praia qualquer lá. Vai em uma vai em outra. SPEAKER 1: Vai em uma ou vai em outra, tudo certo. SPEAKER 0: Vai no sítio, vai pescar. SPEAKER 1: Mas cara, eu não sei () foi a mesma coisa () Você cai na rotina. () Você cai em qualquer lugar, você acaba caindo para trás. É que uma forma () Mas você vai em um lugar, mas está caro. Não é? Tem mais motivo para variar agora, porque eu sou novo. Lá. Mas daqui a dois anos que eu estiver lá, eu estou cansado de ir na praia, de pescar, de ir em tal lugar, de tal coisa. Conheci tudo. Então acabou a graça. Então é interessante eu fazer isso. Por exemplo, depois de dois anos, vai pegar e ir para Goiás. Não diz isso para minha mulher, hein. Está certo? (risos) O que você vai fazer em Goiás? Lá em Anápolis  (risos) Fazer outra montagem lá para o () , Inclusive vou acabar virando montador.  Montador de  de. Não, em fiação né. Monta aqui uma, monta outra lá. () E é mais gostoso, porque é o momento de você conhecer o Brasil todo. Tem muita coisa para conhecer no Brasil. Por exemplo, se eu não tivesse feito ah, esse negócio, essa montagem no norte, eu nunca ia conhecer a Fortaleza, conhecer o Ceará. Ou seja, se eu estou lá no Ceará, eu só tenho possibilidade de conhecer a Recife. Depois é um pulinho até lá, você vai até de ônibus. Certo? Quanto tempo de () Um avião, () acho que mais ou menos meio-dia, mais ou menos, de ônibus. Assim, no começo, a cidade. SPEAKER 3: E o Sérgio não contou como é que era Recife? Recife? Recife Contou sim. Não, Recife ainda vai. () Recife é muito parecido com São Paulo. SPEAKER 1: É, você falou isso. Cidade. O meu traba> SPEAKER 3: pacata. Grande... Muito movimento no centro, bem parecido com São Paulo. Não tem uma avenida larga, tipo avenida São João. tem, a maior parte do comércio fica nessa aveni> SPEAKER 0: E o que é diferente que é toda, o centro é todo cortado por rios. () SPEAKER 3: São dois ou três rios que desembocam juntos ali. Formam um maranhado de braços de rio, cheio de pontes. Isso que é bacana. SPEAKER 0: Mas, no mais, é bem parecido com São Paulo. O bacana é que tem os Recife e os Arrecife. Os Recife são os, é uma fileira de pedra natural que tem no mar bem bem longe da praia. E os Arrecife são as fileiras de pedra natural que foram formadas bem na praia. (risos) SPEAKER 3: Então, tem uma praia lá, a Praia da Boa Viagem, que é a praia mais chique de de Recife. SPEAKER 0: E ela é toda cortada, ela, em toda extensão da praia tem recifes na praia. SPEAKER 3: Quando a maré está cheia, não não não aparecem os os arrecifes. E só quando a maré baixa que se a se vê as pe> SPEAKER 0: Tem o famoso Monte Monte dos Guararapes, onde teve a batalha que os perambucanos expulsaram os holandeses. Tem uma igreja tal, fizeram um parque nacional agora lá. E você viu? Tem Olinda, que é a cidade típica, colonial típica, com influência dos holandeses. SPEAKER 3: É uma porção de casinhas e igrejas daquele tempo. SPEAKER 0: Também em Recife mesmo tem muitas igrejas, tempo dos portugueses, holandeses. E é isso. O turista só fica baseado no na no tempo da  da colônia, quando estavam os holandeses lá. SPEAKER 3: Além das praias, só. Não tem mais nada de especial para turista lá. Bom, também com isso tudo já dá para distrair o cara bastante tempo. (risos) Dá, dá. Só o que tem de de igreja e de... coisas, casas coloniais. SPEAKER 1: Se morrer vinte, seca a garganta, né? Praia Dentro para sair bastan> Bom, acho que ninguém que está, que vai vir, vai tomar guaraná né? Eu posso tomar a minha agora. Pode. SPEAKER 3: () Tem alguma coisa que se parece com Santos ou com qualquer praia aqui de São Paulo? Não, não, é completamente diferente. SPEAKER 1: Não As praias de lá... As praias são diferentes. Vai ver se a areia é terra. SPEAKER 0: Não, as praias de Recife são brancas, não são não são marrons. Marrons são as da Bahia. Na Bahia a terra, a areia é escura. É porque a areia é escura, né? É É, parece terra. Mas no Recife, não. As praias são todas brancas. Mas não parece Santos () nem nenhuma praia Não tem aquele mato. Assim Nas praias de São Paulo, na beira da praia assim, no norte, no sul, tem mato. E lá não, não tem mato. É palmeira, coqueiro. Coqueiro () Só tem coqueiro e aquela graminha baixi> Por isso não lembra nada. SPEAKER 1: Você nunca nunca caiu um coco na tua cabeça lá na praia, não? Não, não ### SPEAKER 3: É estão todas exploradas e não tem coco na na beira da praia. Não chega a cair na cabeça Mas não lembra nada, nada por causa disso. Até bem bacana. SPEAKER 1: Não, porque identica né... Porque você falando em coqueiro, lá em Fortaleza se lembra um caso muito gozado que aconteceu lá que tinha um casal de namorada embaixo de um coqueiro e na hora agá caiu um coco na cabeça do cara, né? (risos) O que aconteceu? Sabe o que acontece> (risos) Na hora que Ainda tem, né, lá nas praias, você encontra os coqueiros com coco, né? Bem carregado, de vez em quando cai lá de cima, né? né. Porque aqui está bem baixo o tamanho do sol, assim... Está em umas cocadas. SPEAKER 3: Mas comparando Salvador com Recife, Salvador tem muito mais coisa para ver do que Recife. E Glácio, você que viaja sempre de avião, quando você está saindo para cá, quando você chega em São Paulo, o que você vê do avião? () SPEAKER 1: O que eu vejo do avião? Uhum. Vejo uma  Que que eu vejo do avião? SPEAKER 3: É, do  SPEAKER 1: Desce em São Paulo. Hoje São Paulo. () não dá para se ver nada, né? Porque está sempre nublado. Mas o avião sempre aterriza nas escuras. Você sabe que ele vai aterrissar agora, onde não sei, né? Quando você vê que está a pista lá embaixo. Eu pego o leme, está está na pista né. Espero que sempre encontre a pista, né? Mas um dia os  né, negocinho lá em cima lá, pensar que é pista e não é pista, confunde com outra coisa. Mas... (tosse) Mas não, uma vez que eu aterrissei aqui em São Paulo estava... o tempo estava bem aberto. Não dá para gente Vê esses prédios, essas coisas lindas. Ver São Paulo de cima, é um negócio espetacular, é bacana. Muito bonito. Dá para ver a sua casa, a minha casa, na Avenida nove () SPEAKER 3: O que mais você vê? Hm. O que que você  vê assim? Não precisa () SPEAKER 1: visão geral? ### Há, dá para ver assim, os prédios, as casas. Dá para reconhecer muitas casas assim, de amigos. Tem certos clubes, assim que são Dá para reconhecer bem, quando o tempo está assim, aberto, né? Uhum. SPEAKER 3: Que sensação você tem SPEAKER 1: Aí, é uma sensação agradável estar em casa. Está louco. Principalmente estar dentro do meu quarto, tranquilo. né. Já passou nove e vinte? SPEAKER 2: Lá em Nova Iorque já passou ainda, hein? () SPEAKER 1: ### SPEAKER 2: Uma hora e vinte que eles tinham? Não, pode ser mais, quer continuar falan> SPEAKER 1: () Ele gostou de falar, né. Eu estava olhando (risos) Vou dar uma aula de aviação aqui, mas vocês não deixaram eu dar, não pode dar aula de avia> <ção. Não pode. SPEAKER 3: ãh. Bom, já foi uma hora e vinte né. (tosse)