SPEAKER 2: Bom Bruno, eu só queria fazer uma pergunta para você, relativa assim a curiosidade, dentro do esporte que você dedica a maior parte do seu tempo, (), eu gostaria de saber como você iniciou () Aonde você iniciou, eh, os seus progressos, o público que você (), enfim, () que você tiver dentro da sua maneira SPEAKER 1: O () é até bastante curioso, porque eu sempre fui um indivíduo de pouca idade, mas sempre muito grande, e sofri nessa época uma série de complexos, que inclusive me deixavam alheio às condições, alheio à vida social. ### SPEAKER 2: Eu nasci na época de treze, quatorze anos, embora gostasse de uma série de esportes, eu não os praticava porque, realmente, eu tinha até vergonha de aparecer em público devido ao meu ser pouca idade e uma estatura bastante grande para acelerar. Eh () SPEAKER 1: Uns, algum tempo, eu comecei a  SPEAKER 2: Eu cheguei até a fazer algumas competições ímpares no Palmeiras e não cheguei () a brilhar () Posteriormente Como a minha ah, estatura chamava atenção, um dos técnicos da equipe juvenil do Palmeiras, me convidou para iniciar um treinamento () SPEAKER 1: E para você ter uma ideia, antes de () SPEAKER 2: () Eh, com muita  () O fato é de ser convidado para participar aqui, esse é o treinamento feito em um clube. Palmeiras me deixou assim feliz, contente e, paulatinamente, eu fui perdendo aquele complexo, aquela, eh, insegurança de aparecer em público, aquela insegurança de, de praticar alguma coisa e não ser bem-sucedido, porque, eh, realmente, a gente quer tentar tudo, e dar tudo que pode em qualquer atividade para que a gente possa observar se vai ter ou não E foi assim que eu comecei () Tive uma sorte muito grande, porque a minha atenção  Nesse esporte foi muito rápida, eu com poucos meses de treinamento, () titular () ### SPEAKER 1: Também com muito pouco tempo de basquete eu fui incluído na equipe principal do Palmeiras. E num total de dois anos de, da prática do basquetebol, eu já estava na seleção brasileira. () muito () SPEAKER 2: ### () muito bem e () chegar à seleção () idade (). E nessa época, é, é claro, eu, eu () basquete, do esporte () SPEAKER 1: Preparava para o vestibular na faculdade de medicina, na escola () Nessa época, como o basquetebol, eh () Tomava, exatamente. Tomava completamente todas as minhas, as minhas ideias, principalmente. Porque, embora o ideal de ser médico sempre foi a primeira coisa, como essa ascensão foi muito grande, muito rápida, e, e, e chegar a uma seleção brasileira, e ter o orgulho de ser um dos poucos entre muitos que gostariam de estar na seleção brasileira fez com que o pensamento do estudo se derivasse para o pensamento do esporte. Então, eu tive, é claro, devido ao basquete, devido exclusivamente a mu, a muita dedicação e muita viagem que eu fiz com a Seleção Brasileira, eu tive uns, alguns insucessos nos vestibulares. Eu só entrei no terceiro exame. () SPEAKER 2: Eu fiz um exame (), um, um exame no ano seguinte e só entrei no terceiro ano, () SPEAKER 1: Isso porque você, se não me engano, naquela época, parou com, com o basquetebol. Não que você tivesse Abandonado. Exatamente. Mas o basquetebol passou para ser para você uma parte, como estava () naquela época, do basquetebol, de ser para você. () O basquete era o, era () Não que você () a segundo plano, não, não, não quero dizer isso, mas o basquete para você Era, o que () passou a ser () ### Você veja bem, depois dos dois insucessos, eu realmente, no ideal, o, o, e o futuro vem à tona, eu via como é a medicina, naquela oportunidade, eu inclusive deixei de atender a uma convocação () do Comitê Olímpico, () o Brasil nas Olimpíadas de () exatamente porque eu estava fazendo um cursinho, e nessa época eu fazia não só um cursinho, eu fazia dois, e além disso eu tinha aulas particulares com alguns dos professores dos próprios cursinhos. e SPEAKER 2: Então eu deixei, claro, deixei o esporte () SPEAKER 1: Eu quando eu consegui entrar na faculdade, ah, uma das, das minhas grandes preocupações foi Eu estava praticamente garantido Dentro de uma faculdade você já dá para se organizar melhor, mas você não tem que lutar com uma série de, de candidatos, você tem que exclusivamente se dedicar ao estudo, ou ter aquelas notas ou aqueles conselhos que fazem com que você vá ganhando paulatinamente, âh, o os conhecimentos necessários para a medicina. E foi muito mais fácil eu me, eh, foi muito mais fácil relacionando com o vestibular, porque você sabe que medicina toma um tempo integral. Claro. () teria que estudar à noite, () estudava de manhã e à tarde na faculdade e à noite em casa, e mesmo assim eu consegui associar o esporte junto com a medicina. O problema principal (), ou seja,() milhares de muitos rapazes com a mesma intenção (), não é Então ê esse era o ponto. () essa () O que realmente atrapalhou o, o, o basquete, realmente tomou algum tempo, foi durante as competições internacionais, na qual a gente era obrigado a viajar, a deixar o país por algum tempo, e nessa eventualidade eu fui bastante certificado. Embora eu tenha contado com a colaboração dos professores e do diretor da escola, eh, fazendo provas antes ou depois e tendo uma uma solução das minhas faltas, âh, através do Ministério da Educação, ou mesmo num, num bate-papo verbal com os, com os, os professores e diretor, eu consegui, eh, fazer um curso médico bastante razoável, () nós temos para, para você ter uma ideia. Eu fiz exame do primeiro para o segundo ano, depois eu consegui passar de ano sem fazer exame. () Isso talvez, também, Gilberto, tenha sido um problema psicológico, porque muita gente podia pensar, isso era a minha opinião, esse indivíduo não está pensando em medicina, eu já era, eu era um sujeito conhecido através do esporte. () esse cara só pensa em jogar basquete. Isso era, era a frase exata que eu imaginava que muita gente usava, usasse. ### Se eu pudesse render xis, eu rendia dois. xis. E por isso eu consegui fazer (pausa), ou melhor, consegui obter contexto bastante razoável durante o curso médico, não fazendo exame, sendo sempre por média e, e, e me dedicando a trabalhos extracurriculares sem detrimento para o esporte e sem detrimento para a () E depois me formei, a coisa é realmente agora, é difícil de ser associado, porque você tem uma responsabilidade. Agora eu estou numa fase na qual eu tenho doentes particulares, que eu tenho que ter uma dedicação exclusiva. () Claro, e você prestou juramento para isso, aliás. ### ### ### E você veja bem, se mesmo agora a seleção eu vou praticamente abandonar, não vou mais aceitar nenhuma convocação, porque não há condições mais () ausentar da minha () A mesma coisa dentro do clube. Eu não vou poder mais fazer nenhuma viagem com o clube porque eu tenho essa responsabilidade. E é claro, se eu tenho um doente que necessita de uma ajuda numa hora que eu estou viajando, eu vou mostrar uma negligência, porque, eh, onde é que está o médico? ele foi jogar basquete. Quer dizer, é uma situação bastante delicada e que vai ocasionar o seguinte, eu tenho, como prática esportiva dentro de clubes filiados à federação, eu tenho muito pouco tempo mais de basquete. Agora, como prática recreativa, eu vou fazê-lo até, enquanto eu tiver condições físicas. Se você me permite uma () uma coisa. No clube, ao qual () orgulho e preconceitos (), eu acho que a maioria, a maioria atualmente, está nas mesmas condições que você. Então, âh, o problema basquete, para nós, eu acredito passou a ser, não que nós não vamos nos importar pela camisa (), mas eu acho que o basquete para nós já é o segundo plano. SPEAKER 0: É, não, sempre foi né Gilberto, agora, agora está mais ainda. SPEAKER 1: () Porque como eu disse, não é, eu citei o meu exemplo, mas você e os outros nossos companheiros que já tem uma certa idade, um certo tempo de basquete e que tem uma atividade profissional bastante intensa, já estão sentindo uma dificuldade muito grande, não só pela condição atlética, pela condição física, que vai sendo, eh, difícil de ser mantida pela própria atividade profissional, de preocupações, de dedicação mental exclusiva, principalmente mental. e Então, eh, é claro, o basquete vai sendo, já está para nós, na fase decrescente, decrescente. Então, com isso, o que eu () Dentro de clubes filiados a federações e, e na qual a gente tem a oportunidade de defender o clube em competições dentro do estado, dentro da cidade, essas competições não vão ter mais aquele brilho para nós, porque nós não vamos ter mais aquela condição atlética desejada devido às nossas atividades e é óbvio. Então, eu tenho a impressão de que Dentro do Sport Club (), muitos dos jogadores que estão atualmente em atividade terão, no máximo, um ou dois anos ainda pertencendo a esse clube. Porque eu creio que, eh, tanto você como eu, e os nossos colegas, vão continuar na prática esportiva como recreação por uma necessidade de () mental. Eu acho que o indivíduo que é mantido no estresse constante de, da vida profissional, quer ele faça medicina, economia, ou advocacia ou engenharia, naquilo que for, qualquer atividade profissional, na qual induz o indivíduo a uma rotina, prejudica psicologica e fisicamente esse indivíduo. Então nós temos que ter uma válvula de escape. E uma válvula de escape dentro de um esporte, na qual você sabe que, e o slogan de () é um, é, é muito importante. Então, nesse, nessa eventualidade de a gente continuar praticando um esporte, dando descarga a essas tensões emocionais, nós vamos, é claro, eh, render muito mais na nossa profissão e além disso, nós vamos continuar mantendo a nossa parte física muito bem amparada. Claro, eu também acredito nisso e eu acho mais uma coisa. E nós, que nos formamos desde (), eu acredito que mesmo com qualquer atividade que nós possamos aderir, como você disse, o médico, o advogado, o economista, o engenheiro, eu acredito que mesmo assim Só por um motivo de força maior, () motivo extremo, nós iremos abandonar definitivamente o esporte, porque eu não acredito que isso aconteça, a não ser por um motivo completamente alheio à nossa vontade. () Eu acho que temos mais um ou dois anos, eu acredito () eu acho que cada um vai tomar um, um rumo diferente Você veja bem, eh, não há dúvida, Gilberto, de que a gente deva, eu digo não só a gente como esportista, mas em de uma maneira geral. Mesmo o indivíduo que não pratica esporte, filiado a clube. Veja bem, um, eu assisti, tive a oportunidade de assistir a uma palestra de um médico no qual, na qual ele explanava o seguinte, ele classificava a atividade física como um hábito gênico. O indivíduo lava o dente, o indivíduo toma o banho, ele também deve fazer ginástica. Porque está provado hoje em dia que a prática esportiva, a prática de ginástica, mantendo o indivíduo em constante atividade física, predispõe a, a, ou melhor, evita uma série de processos mórbidos Então é o caso da aterosclerose. Existem uma série de teorias, não vou entrar em detalhes porque não é o (), não é o caso agora, mas assim uma série de teorias para explicar o porquê da aterosclerose (). Ninguém explica realmente o porquê que aparece, mas o que a gente sabe é que o fato do indivíduo praticar um esporte ou fazer ginástica, ele tem a possibilidade de ter a asclerose, aterosclerose Então, eh eu tenho a impressão de que a população em geral deveria ser orientada para a prática de esportes, para a prática de ginástica, não só como um derivativo em, eh, em relação às descargas emocionais, como eu já disse, mas também prevendo uma série de, de processos mórbidos futuros. Mas você não, não acredita em uma coisa que o único problema da população brasileira, por exemplo, ser mal orientada, mas você não acredita que no Brasil as possibilidades são () para as pessoas, porque você veja bem (), ao, o, o, o indivíduo tem que trabalhar de manhã até o pôr do sol quando tem o tratamento. Então () Aonde ele vai encontrar o tempo material para praticar, para fazer a prática de algum, de algum () Gilberto, veja bem. Se o indivíduo encontra tempo para tomar banho, se o indivíduo encontra tempo para escovar os dentes, se ele encontra tempo e é uma necessidade tremendamente fisiológica para evacuar, ele deve encontrar o seu tempinho para fazer ginástica. SPEAKER 0: Sim, mas acontece que a população não é o problema. Eu sou eu, () não é orientada nesse sentido. Eu sei que não é, eu sei o que não é, mas é () () Nós, eu digo nós. SPEAKER 1: que participamos do esporte, eu não digo esporte profissional, que aí já é uma outra, é um outro detalhe, mas eu digo nós em geral, os esportistas amadores, nós somos uma classe privilegiada. Não há dúvida, mas veja bem qual é o meu intuito. Ê, ê, eh Essa é uma ideia que eu não só eu tenho, como muita gente tem, mas o que está faltando é uma (), eh induzir na população essa necessidade, porque você sabe que até existe um ditado bastante que o, o parafuso quanto mais apertado ele mais rende. Não é isso? Hum. () Então a analogia serve muito bem, o indivíduo quanto mais, eh, coisas ele tem que fazer, ele realmente rende mais dentro dessas coisas. É, é claro, isso precisa, nó, nós não vamos entrar em detalhes quanto a, a classe e nível sociocultural, as diferentes classes de nível sociocultural que a gente  Tem, porque, eh. Bom, elas estão se definindo praticamente na questão () Exatamente. Exatamente. Elas estão se definindo praticamente a dez anos. Exatamente. Antes disso só existia duas classes. () ### Agora, veja bem, se, se você... induzir a população à prática do ginástico e do esporte, mostrando exatamente a necessidade do indivíduo ter isso como uma fuga aos seus afazeres profissionais e como uma (), e como uma prevenção de qualquer processo mórbido, exato Ou seja, a gente poderá conseguir no futuro alguma, algum sucesso. Então eu vou te fazer mais uma pergunta para você ver onde nós estamos. Existem aqui diversos torneios internacionais de basquetebol. Tanto masculino como feminino. O Ibirapuera lotou. Mais no feminino do que no masculino. Até. ### O Ibirapuera basicamente lotou. Muito bem. Qual foi o sucesso, na parte, na parte viva. Arregimentação, não digo de atletas, não vou dizer atletas, () na parte de arregimentação do esporte, o que o esporte obteve dessas pessoas? Praticamente é nulo. É Olha, Gilberto, eu tive a oportunidade. Porque, não eu só vou te, eu só vou tentar definir o meu ponto de vista para você dizendo o seguinte. Então, eu acredito que o Brasil é um país que vive Vamos dizer assim, a parte do futebol. Ainda. Então, o brasileiro adora o futebol. Vocês sabem bem disso. O brasileiro adora o futebol. O Brasil () campeão do mundo, muito bem, com mérito e louvores. O Brasil é tricampeão. SPEAKER 0: Mas não se deve esquecer que o Brasil é o bicampeão mundial de basquetebol. SPEAKER 1: Não se deve esquecer que o Brasil tem o Ademar Ferreira da Silva. Teve, claro, tem ### SPEAKER 0: Tem o Nelson Prudence, atualmente. Certo? SPEAKER 1: Então, o Brasil tem uma série de valores. ### Mas é, é isso que eu estou te dizendo, Gilberto. SPEAKER 0: Mas o brasileiro () não é  Ê esses, esses indivíduos são tão esporádicos, são tão... É () SPEAKER 1: Pois é, mas eles são tão, eh, por isso que a gente cita com facilidade esses nomes, porque eles são tão poucos. Você citou todos eles que realmente projetaram o, o, o nosso país no exterior e agora é o Emerson, que está na crista da onda. Quer dizer Então, veja bem, por isso que eu estou dizendo, se e, existisse um trabalho feito de bases induzindo, não a população, a, a que o indivíduo deva praticar esporte por aqueles motivos já citados, nós no futuro poderemos ter grandes êxitos. Então, veja bem, Eu, sábado passado, tive a oportunidade de participar de um torneio realizado pela Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo, através do professor Monsilio Bruno da Ilha, que é responsável pela parte de basquete. Torneio esse de mini basquetebol. Minibasquetebol, você sabe, é aquele pessoal que pratica para, a, a basquete a entre uma idade de seis a nove anos Nesse sábado, na, no Departamento de Esporte da Uspe, existiam de oitocentas a mil crianças entre meninos e meninas, exclusivamente praticando basquete. Oitocentas a mil crianças entre os diversos clubes da cidade, entre os diversos eh, entre os diver, eh, colégios. Exatamente Então, isso que vem demonstrar e está se trabalhando, pelo menos dentro do basquete, com visão (pausa), aprimoramento, induzir a essa criançada à necessidade de uma prática esportiva e dando a eles a oportunidade de serem alguém e quem sabe daquelas oitocentos ou, daquelas oitocentas ou mil crianças não sairão os grandes astros do basquete daqui a alguns anos. SPEAKER 0: É bem po, é bem possível que sim, se nós continuarmos dentro, dentro desse trabalho. Agora SPEAKER 1: A minha, a minha opinião é que a gente não deva exclusivamente pensar em basquete, a gente deve pensar em todos os esportes. Veja bem, dentro de uma Olimpíada ou dentro de uma com, de um Jogos Pan-Americanos, Eh, se mede o conhecimento, se mede a capacidade de um povo. () SPEAKER 0: Não é só através do esporte. SPEAKER 1: Isso é justamente () o que eu já disse a você, isso é exatamente o que eu disse a você que o índice é mínimo. O índice é bastante pequeno. Não é só através das qualidades... mentais de um indivíduo que se projeta o país. As qualidades políticas, as qualidades, eh, de ciências artísticas, etecetera. Através do esporte também nós podemos projetar. Já visto que Pelé, Edson Arantes do Nascimento, é conhecido mundialmente. Mundialmente Esse homem projetou o, o nosso país em, em todas as partes do mundo. Então, se o Brasil tiver um preparo, como está tendo agora através da educação física da Uspe, dentro do basquete. Se nós tivermos um preparo em todos os esportes, eu tenho a impressão de que um, num futuro que não está muito longe, nós podemos ter um êxito melhor, maior dentro de uma competição internacional, dentro de uma olimpíada, do que temos feito até agora com nomes esporádicos. Manoel dos Santos, que você () não citou, mas é conhecido. Ehh O Nelson Prudêncio, o Bruder, o Nelson Pessoa, na inquitação. Ou seja, são indivíduos que a gente conta nos dedos e que projetaram o nosso país. () A equipe de basquete e a equipe de futebol. Não, eu não, não é um problema o aspecto de ser pessimista. ### Longe disso, mas você sabe, você sabe muito bem, porque você é da mesma época que eu, praticamente. Nós () no, no esporte praticamente juntos. Então, você sabe muito bem que como nós atualmente ainda jogamos, ou existia uma série de outros capazes, que por um motivo ou outro, não sei, abandonaram a prática do esporte. Então, eu acho que o problema básico é muito, é muito relativo, sabe. Pelo seguinte, o problema incentivo é maior, mas é isso. Mas o problema base, ele é importante. Claro, tem que se ter um, um, um, um preparo, uma base para sustentar tudo. Um sustentáculo Mas acontece que o incentivo é muito grande também. Porque se você pega um rapaz e dá a ele condições dele se aprimorar, ou seja, incentivar o rapaz na prática, na verdade, promover, âh, torneios e, e levar esse rapaz numa seleção ou, ou alguma coisa assim, então esse rapaz vai se sentir incentivado. Mas você sabe (), muito bem, e você inclusive participa da seleção brasileira, eh há muito tempo, não é verdade? Então você sabe muito bem disso, que no Brasil não existe esse aspecto incentivo. Você, você. Não, eu, eu sei o que você quer dizer. Eu sei o que você quer dizer. Então, eu vou fazer um paralelo com as, as equipes da Europa, não () esporte em geral Com as equipes da Europa e dos Estados Unidos. O esporte lá é praticado por uma, por um grande número de pessoas. Mas um grande número mesmo. Além disso, Dentro dos, do, do colegial, dentro das primeiras (pausa) eh das primeiras classes estudantis, já existe a possibilidade de prática esportiva. SPEAKER 0: Esporte em geral, que continua dentro das universidades, mas continua num nível elevadíssimo. SPEAKER 1: A criança já com poucos anos começa a praticar esportes. () que seja. Qualquer que seja o esporte, a criança começa a praticar desde cedo. Entra na escola, continua praticando e continua competindo em competições na qual a população, não só os pais dos atletas, mas a população americana apoia, a televisão apoia, E esses, essas crianças vão se projetando dia a dia, chegam às universidades já com o nome feito, e a história se repete, porque as competições universitárias nos Estados Unidos e na Europa têm uma popularidade muito grande. Não é como aqui em São Paulo, que a gente pode responder, eh, através de (), através de Pauli-Poli, através de, eh competições universitárias, na quais, nas quais eh. Torneios praticamente banais. São tão banais que ninguém assiste, ninguém sabe, não tem repercussão nenhuma. Ao contrário, lá que existe. E esses () talvez sejam mais importantes do que os outros torneios de basquete que tiverem pela Europa e pelos Estados Unidos, certo? E esses atletas vão se projetando e são, sem dúvida nenhuma, os esteios dos seus países nas competições internacionais. Haja visto que a, a equipe de () A equipe de natação americana era composta de atletas que tinham uma média de idade em torno de Quinze anos. Quer dizer, nós temos uma minoria, mas uma minoria mesmo de atletas que praticam a natação. Não temos atletas que pra praticam ginástica. SPEAKER 0: Você deve ter oportuni, deve ter tido oportunidade de ver pela televisão o que os japoneses demonstraram em ginástica na última Olimpíada. Você acha que eles têm um (). Exatamente. Você acha que eles têm qualidades físicas melhores que nós? SPEAKER 1: Eu acho que não. Eu acho que o homem é igual em todo o mundo porque ele precisa ser lapidado. Lapidado de que maneira? Através de indução da prática esportiva e principalmente e que aí recai no nosso problema. É uma alimentação adequada. E outra também, disciplina. Você, você sabe bem que o brasileiro não tem a disciplina que o, que o, que o próprio povo  Europeu tem. O brasileiro  () Esse também é um outro assunto. Ou seja, a disciplina que eu digo é dedicação. Certo, exatamente isso. Você sabe que o brasileiro não se dedica. Pois  é. A ir () Engloba uma série de coisas. () Você não sei se sabe, mas, âh, todos os esportistas europeus são, na maioria deles, Ou melhor, todos eles são empregados do Estado. Ou seja, eles dedicam as suas atividades profissionais ao Estado ou ao seu país. Quando che>