Inquérito SP_D2_015

SPEAKER 1: : Falaremos sobre agricultura, né?

SPEAKER 2: : É, vamos tentar. Bom, inicialmente vamos falar alguma coisa sobre a cultura do café, que é um aspecto bastante importante na economia nossa, do estado de São Paulo. Você participa um pouco também, não é? ()

SPEAKER 3: : Nós não podemos dar risada e nem falar juntos, senão grito. Então, vamos tentar descrever inicialmente a uma fazenda que é propriedade da família Injaú, né.

SPEAKER 2: : Essa fazenda é uma fazenda bastante antiga, é propriedade nossa da família desde mil oitocentos e não sei quanto, e sofreu uma série de transformações. Inicialmente, o meu meu bisavô, que foi o primeiro dono da fazenda, () derrubou mata, plantou café, e o plantio de café naquele tempo Era feita a custa do humus existente naturalmente no terreno, florestas de boa qualidade, terra muito boa. Então se plantava café e e assim surgiu a grande plantação do estado de São Paulo. Qual era o tipo de terra lá? Lá nós temos uma terra roxa misturada, quer dizer, terra um pouco arenosa, não é roxa pura. Existem vários tipos de terra roxa. A roxa granulada que é a melhor que nós temos. E temos a roxa comum e temos a e roxa misturada com areia. A nossa lá, a predominância principal é a roxa misturada. Ela tem algumas vantagens em relação a roxa granulada, que a arrocha granulada, ela ressente muito a se Quer dizer, o a o pé de café, os pios de seca sofre mais do que a roxa arenosa. Mas em compensação, é um solo de melhor qualidade quanto a manutenção. Mas nós estamos numa zona razoavelmente boa de Jaú, uma zona que tem poucas... Porque há uma uma informação interessante que é que a terra roxa é um produto da decompulsão do basalto. E o basalto é  ele se produziu por derremes geológicos em eras bastante antigas. Então ele ele existe manchas de terra roxa. Então não é um um terreno uniforme. Encontra-se certas áreas com terra roxa, vizinhas de áreas de terra totalmente arenosa. E daí, áreas intermediárias em que existe mistura. Bem, essa terra se prestou muito para a cultura do café. E o café se desenvolveu em todas essas zonas. Agora, com o tempo, a erosão das chuvas e o mau trato dos cafezais, et cetera O governo, de vez em quando, procurava ajudar os cafeicultores, então quase liquidava a cafeicultura. Então, depois de várias crises e vários governos desse tipo, então o café chegou a uma situação de envelhecimento. Quer dizer Nós temos café os a, pés de café produtivos ainda com cerca  de cem anos de idade. Então nesse Esse esse café começou a produzir muito pouco e e entrou em fase deficitaria. Houve necessidade de se modificar um pouco essa situação.

SPEAKER 3: : Você sabe que precisamos, então, arrancar... É, mudar a plantação de café em um programa a mais ou menos um prazo médio, no sentido de uma renovação progressiva dos pestes. Exato. Agora, no estado de São Paulo, quais são os tipos básicos de plantações de café, segundo tipo? É, primeiro... Tem o bourbon amarelo, o bourbon vermelho, Caturra, se não me engano, tem um outro.

SPEAKER 2: : Esses eram os cafés mais antigos. Existem outros de pequenas planta de pequenas áreas plantadas, o Sumatra, o Java. Eram variedades antigas sem grande seleção agri agronômica, vamos dizer assim. E hoje em dia surgiram variedades novas, a... uma uma Uma variedade que o agronômico Campinas desenvolveu foi o mundo novo. Esse mundo novo, hoje já tem uma outra, o Catuaí. São variedades bastante recentes. Então se tentou eh a introdução dessas variedades novas, porque as sementes existentes na fazenda era no tempo do nosso avô que se plantava... Plantava e selecionava por si só, né?

SPEAKER 3: : Quer dizer, ele tinha um sistema de seleção que não sabia bem como é que funcionava.

SPEAKER 2: : Não sabia, plantava o seguinte, colhia grãos de pés bonitos. Era uma seleção que eles tentavam. Mas não se sabia a produtividade desses grãos. Havia certa deficiência. Agora

SPEAKER 1: : E a plantação em terreno plano, o café?

SPEAKER 2: : O problema do terreno plano é o seguinte. Ah É interessante o terreno plano, mas é mais ou menos difícil. Então é Naquele tempo, o café dava tanto dinheiro que se plantava, vamos se dizer, até dentro do quintal. Saia de casa tropeçando um pé de café. havia praticamente uma monocultura total por interesse econômico. Então, o os colonos, que eram os trabalhadores normais, porque o colono tinha um tipo de um tipo de atividade interessante sob o ponto de vista ãh de legislação trabalhista, porque trabalhava a família inteira, quer dizer, o contrato era da fazenda com o chefe da família. E o chefe da família, às vezes, tinha sessenta ou setenta anos e tinha filhos de quarenta, com com nora genro () Naquele conjunto, o senhor ainda trabalhava por contrato com a com a  fazenda. E o contrato é interessante porque a unidade de pagamento era o pé de café. Então, um homem, em média, cuidava de quatro a cinco mil pés de café. Então, um menino cuidava de quinhen Treze anos, quatorze anos, já cuidava de mil, mil e quinhentos. Então a força de trabalho da família era avaliada pelo fazendeiro e pelo pelo pai ao negociar o contrato de trabalho. E o contrato naquele tempo era ah era pago por ano. Então se tu recebia na moeda antiga doze contos por ano por mil pés de café, uma unidade qualquer desse tipo. E ela paga isso em parcelas bimensais. Quer dizer, uma uma unidade que durante muito, até pouco tempo ainda (). E se pagava, apenas a cada dois meses E tinha no fim do ano, porque o o trabalhador... era agrícola, né? É. O trabalhador se se obrigava não só a trabalhar, como se dizia, pelo trato, que era esse processo de pagamento, mas como ele trabalhava por dia para o fazendeiro, sempre que esse o desejasse. Quer dizer, precisava consertar uma cerca, então ele trabalhava por dia, que também tinha um preço fixo. E era separado? Separado. É, fora o do trato Quer dizer, além do trato. Outra coisa que se pagava por fora era a colheita. Que então pagava por saco. E o saco é uma unidade interessante. Porque o saco tem vários vários tamanhos de saco. O saco de colheta é um saco de cento e  dez litro. Quer dizer, esse saco tinha dois alqueires. O alqueire com medida de volume. Que era uma medida com cinquenta e 

SPEAKER 1: : e cinco litros. O alqueire de São Paulo? Qual é o tamanho dele? Não, o alqueire

SPEAKER 3: : é volume. O alqueire é volume.

SPEAKER 2: : Alqueire terra, né? Alqueire, a área de terra. A área de terra são vinte e quatro mil e duzentos metros quadrados. O alqueire, alqueirão, como se chama, o alqueire mineiro, o alqueire goiana, é o dobro. é quarenta e oito. Agora esse não, esse é o alqueire mineiro de volume. Ele tem 55 litros. Então o saco de colheita tinha dois alquilhes, ou seja, cento e dez litros. Então, esse indivíduo, no fim do ano, o ano agrícola começava dia primeiro de setem, primeiro de outubro e terminava dia trinta de setembro. Então, quando terminava o ano, se fazia o que se chamava o pagamento geral. Então, se fazia o levantamento desses extras todos. Então, acertava a conta e fechava. Não existia a legislação trabalhista, então fechava o ano ali daquele indivíduo.

SPEAKER 1: : Então enquanto ele não recebia

SPEAKER 2: : Nesses dois meses, como é que ele vivia? Não, não eh ah, mas o interessante é isso, que a Como a cultura do café nesse período era altamente rentável, a  o lucro do patrão também se transmitia na mão de obra, porque havia deficiência de mão de obra. Tanto que nessa época, ãh no fim do século passado, quando acabou a escravidão, se precisou importar braços. Então havia empresários 

SPEAKER 3: : ### Espanhóis e portugueses, principalmente. ()

SPEAKER 2: : Italianos. Italianos, espanhóis e portugueses. O o o Em Jaú, por exemplo, a predominância é espanhol e italiano, total. Eles vinham vinham sob contrato já, trabalhavam, et cetera e tinham um nível de vida bom, porque como havia falta de braços, caso o patrão pagasse bem, o vizinho tirava o indivíduo, então havia um nível elevado. Havia uma concorrência maior. Não sei se se lembra, mas lá em Jaú, Na fazenda, chegamos a ter três automóveis propriedade de de colónios em mil novecentos e vinte, vinte e cinco, sei lá o que. Quer dizer Hoje o nível caiu violentamente. Então, os indivíduos tinham o seu capitalzinho, () ele ele Ele ele empresava, de certa forma, a família inteira. E, realmente, com essa com essa técnica se formou toda a cultura de café, particularmente no Estado. O plantio de café era empreitado por indivíduos desse tipo, Não eram colonos, eram empeiteiros. Era outra forma de de exploração () do trabalho. Quer dizer Ele ele empreitava, ele plantava, o, derrubava o mato, arava, plantava café e nos () intestícios da cultura de café plantava milho, arroz, enfim, para a subsistência dele. E E colhia o café durante quatro anos ou seis anos. Tinha contrato de quatro

SPEAKER 3: : Quatro, seis e oito. Eram os ()

SPEAKER 2: : () Então, quando o patrão queria quatro anos apenas, ele tinha que pagar um xis. Se fosse seis anos, ele pagava menos e oito ano não pagava nada. O indivíduo era era empreiteiro com recursos próprios. Então, a vantagem, ele colhia o café e o café era dele durante aqueles oito anos. Além das culturas secundárias. Então, ele entregava formado o café. Esse

SPEAKER 3: : Bom, o o café anteriormente era plantado Sobre a forma de quatro grãos formando uma cova, não é isso?

SPEAKER 2: : E qual era o sistema de plantio? Existiam dois sistemas. Que que  O sistema mais simples é o plantio na cova. Quer dizer, ele ele abriu uma cova a a no quadro, como se chamava. Quer dizer () era um quadra Cada quatro pés formavam um quadrado. Esse quadrado era norma unive universal no estado de São Paulo Era um palmo, né? Não  Um pé do outro estava treze palmos. treze a dezoito palmos. () O palmos era uma unidade... eu eu tentei converter isso, eu não lembro mais, mas estava três metros e pouco et cetera Então (). Eu não lembro se era treze palmos ou dezoito palmos. E qualquer pé de café era sempre assim. E ele colocava no buraco uma série de grãos. () De de cinco a quinze grãos. Juntos, né? enterrava e e esperava nascer. Como a terra é muito fértil geralmente na, e chovia na época, evidentemente o período de chuva era importante, nascia o pé. E o pé então se desenvolveu bem, não deu problemas maiores, né. Era na derrubada da mata, de maneira que tinha muito humus e o desenvolvimento era excelente. ()

SPEAKER 3: : Bom, depois começaram a fazer aquele espaçamento entre os quatro pés, mas depois é bem mais recente.

SPEAKER 2: : Quando começou a desenvolver mesmo ãh essa nova técnica de plantio, que era para substituir pés e talhões defeituosos, o talhão, então na unidade, é o quarteirão vamos dizer de café, o talhão e o caminho chama de carreador, que é o nome habitual. Então o talhão de café, a rua de café, porque o o o pessoal plantava alinhado, formando no no retângulo do do do talhã era dividido em ruas e linhas, como uma rua de de A rua () dava para uma pessoa andar, um animal, et cetera., onde se fazia o trato do café. Agora, a a técnica moderna que o agronômio já () desenvolveu, tinha um incômodo de nível para se evitar a erosão, porque a erosão realmente era o o o fator que é maior dano causava a a o plant a plantação () Então, em em terrenos mais planos, se encontrava café com cem anos ainda com bons aspectos. Enquanto que no no... nos terrenos mais inclinados, a raiz ia ficando... ia... Suspensa. florindo, né? E é que ficava suspenso. Ficava no bem alto, então não conseguia se alimentar e e definhava.

SPEAKER 1: : muito bom. Quais são as fases, todas as fases da da cultura do café? O plantio, né? É

SPEAKER 2: : O plantio hoje, a moderna técnica, o plantio é feito em laminado. O laminado, ah, quando eu comecei plantar, o laminado era de lâmina de de de folha de pinho, vinha do Paraná. Era uma.  Um conglomerado, né? Ou, não. É uma simples folha. E essa folha, então, tinha dimensões de uns vinte, vinte e cinco centímetros, ficava uns dez de diâmetro e se fazia um um laminado. Antigamente era o jacazinho de bambu, quer dizer, se cortava o bambu, tirava fatias de bambu e se montava uma espécie de uma... Uma cesta. Uma cestazinha de bambu que enchia de te É, o nome não era Jacazinho. Jacazinho de bambu, né. Agora, porque existia o jacá, que era um jacá grande para escolher milho, para se colher milho no jacá. Quantos litros era o ja O jaca cabe cento e dez espigas. É () o carro  o carro de milho varia conforme a zona. Lá na zona de Jaú é de quarenta e oito jacas.

SPEAKER 3: : A carroça é meio carro. Essas () de de ()

SPEAKER 2: : () negócio complicado. E e realmente o comércio é feito na base do carro ainda hoje. Agora o carro de milho varia conforme a qualidade dá. De de quinze a dezesseis sacos de milho. Aí o saco já é de sessenta quilos e é bem definido, é um saco é, já de exportação. Mas e o o e do jacá vinha o jacazinho, com o com o jacá pequenininho. () Minhiatura, é um mini jacá. E eu E esse jacá eram plantados quatro sementes e criados em viveiros. São molhados e aguados.

SPEAKER 3: : Aguados, por isso que o termo era aguar, né? Regar todo dia. Todo dia, () né?

SPEAKER 2: : Negócio era regar de manhã. A ve Viver de café, né? Viver assombrado com bambu, e e e e de certo fazer um repado de bambus, e uma coisa mais ou menos simples e e e regar. Agora, esse sistema tinha uma desvantagem, que a distância de um pé ao outro era fixa, por causa do tamanho do jacazinho. Então se tentou fazer um jacazinho maior um pouco, mas ele apodrecia o bambu com o com o tempo, o sistema de molhar muito, o bambu apodrecia. Então, na hora de transportar para o cafezal, já perdia uma série de de mudas. Então, surgia esse laminado. O laminado, então, era muda individual. Então, se plantava... e e surgiu uma outra técnica interessante. Em vez de se plantar diretamente no jacazinho, se plantava em um colchão de areia. E a muda era apenas...o o o grãozinho de café era apenas molhado, de diferentemente a planta nova vive à custa do próprio grão. Então não precisava se alimentar na na terra. () sujava  areia. Quando ele nascia e ficava assim, do tamanho de um pirulito, quer dizer, pequenininho assim, então se tirava da areia e ela não, a areia não retinha as raízes. As raízes saiam menos fininhas, saiam inteirinhas. Então saiam todas as raízes bem sem sem rompimento. Se plantasse na na na argila, na na. Terra roxa? Ela retiria as fininhas e e a planta tinha dificuldade de se alimentar. Agora, o plantinho então era feito desses dessas pequenas mudas, é plantado um por um e formando então os canteiros do do do viveiro de café. Agora, o interessante é o seguinte, que com a técnica moderna, o o laminado, continua chamando laminado, mas agora de plástico. Quer dizer, não. É um saquinho de plástico. Um saquinho de plástico com a mesma função, porque o plástico é mais barato, não apodrece, não rebenta. Só que na hora de plantar se corta o plástico, né? Corta com uma gilete.

SPEAKER 3: : Com uma gilete se abre o plástico para que o plástico não não retenha a planta.

SPEAKER 2: : Não, ele ele ele demora, não apodrece. ###

SPEAKER 3: : Ele forma um enquistamento do do próprio pé de café. Bom, mas vamos... eu vou ter que falar alguma coisa, senão eu vou embora. Vamo vamos tentar pegar o ano agrícola, que é atualmente começa em setembro né, () ou setembro, ou outubro, e vai até fim de agosto, né. Bom Fim de setembro. Fim de setembro. Vamos tentar é dividir esse ano agrícola nas várias fases né. Então, ãh, agosto, outubro, novembro e dezembro, O que se faz normalmente no primeiro trimestre? Bom, qual é o trato que café, o trato. Por que esse trato é o que o café vai receber durante o ano

SPEAKER 2: : O o meni. O o interessante é o seguinte, o ano agrícola é uma decorrência, evidentemente, do período de chuvas. O ano agrícola começa com as chuvas. Lá no estado de São Paulo, é, no estado de São Paulo, a a primeira chuva que se espera é em agosto, mas nem sempre ela ocorre. E só aparece em setembro. Mas são chuvas sem confiança. Quer dizer, Ela pode dar uma chuva, duas chuvas, ou pode não dar nenhuma. Agora, Em outubro é que já se espera a chuva. Quando não dá chuva em outubro a coisa já é grave. Então aí já tem prejuízo grande já. Então já não dá uma chuva ou duas em setembro e em outubro já é mês de comércio. Por exemplo, esses dois últimos anos tem atrasado a chuva. Então dá uma ou duas chuvas secas, mas são chuvas sem confiança. Parsas, né? Então, se tem tem as primeiras chuvas, então começa o funcionamento agrícola.

SPEAKER 3: : E começa por onde? Qual é ()

SPEAKER 2: : Primeiro é é a carpa. () tirar a grama A carpa é a remoção do do mato. Então, existem um café bem cuidado, ele deve ser mantido limpo, no limpo, como se diz. Ele não deve de deixar a vegetação rasteira se desenvolver. Agora, o tipo de mato varia também com a qualidade da terra. Uma terra de boa qualidade e com bastante adubo, () ela dá um mato que é um mato benéfico. Quer dizer, ela dá a berduega, eh pé de galinha, et cetera. São matos que não são muito danosos, quer dizer São matos, eh como se diz, matos frescos, que ah eh protegem a terra da da evaporação, et cetera. São matos de boa qualidade. Quando a terra começa a ficar muito ácida, porque a terra roxa tem uma tendência de ter um pê agá  de cinco e meio, seis, quer dizer, um pouco ácida. Então, se ela () começa a usar tratos culturais ruins, muita enxurrada, lavando muito a terra, há uma tendência de baixar o pê agá. E o pê agá acidificante começa a aparecer matos de qualidade pior. E, sobre o ponto de vista de adubação, também piora bem, porque o o adubo combina com  acidez. E há um consumo de de de adubo não não em su em nutrição da planta, mas em em em reações químicas que não interessa. () Falou que

SPEAKER 3: : Esse adubo, inclusive, favorece o próprio crescimento do mato danoso.

SPEAKER 2: : Do mato de pior qualidade, mais difícil de controlar. Muito bom.

SPEAKER 3: : Mas então se faz a primeira capa.

SPEAKER 2: : A primeira capa, quer dizer, um um cafezal bem cuidado, quer dizer que não dá sementeira, quer dizer, não dá muita semente, não se deixa o mato crescer ao ponto dele soltar a semente, quer dizer, um mato, eh, um cafezal bem cuidado.

SPEAKER 3: : Primeira linha, né? Um mato em primeira linha sem sem sem as gerações posteriores, né? É

SPEAKER 2: : Então, esse coisa esse esse esse cafezal precisa... Mas nos três meses que demora para se fazer essa primeira carpa.

SPEAKER 3: : Que é uma carpa meio pesada, né? É  É uma carpa que, inclusive, tem um mês de férias, tem Um tempo que não se carpe durante a colheita, não é isso? É é Então a carpa é um é um mato um pouco maior, mais volumoso, né.

SPEAKER 2: : Mas esse mato, essa carpa, eh, vamos dizer, é feita, mas não pode carpir no dia de chuva. Porque a carpa é feita, normalmente na inchada. E E se carpir no dia de chuva, o que acontece é que o o mato pode renascer. E deixa Com a raiz do lado, ele ele brota novamente, o mesmo mato. Dia de chuva geralmente não se carpe, quer dizer, no dia seguinte ainda deixa o mato to tomar sol no seco, senão ele nasce normalmente. Mas a Então, nos dias de chuva ou de intervalos de chuva, se aproveita para outro serviço. Então, eh, se for setembro ainda no começo, se pode fazer alguma poda, alguma coisa assim, enfim, construção de curvas de nível para retenção de água,

SPEAKER 3: : Essa é a, basicamente nessa época se faz a a preparação da terra para o armazenamento de água durante o período de chuva. E também pode-se preparar o replantio de café, né? ### Mas aí está naquela fase de preparar a muda, preparar o é coisa, fazer o colchão, que isso é uma preocupação sempre é o o permanente

SPEAKER 2: : É, aproveita o pessoal no dia de chuva, que não pode trabalhar, então fazem Enchem as mudas. () Bom, agora Então, os tratos culturais são ãh, sobrepostos. Não há uma separação nítida. Nesse período das primeiras chuvas, inicia-se a adubação. A adubação é uma coisa que evoluiu muito. É Antigamente, a adubação era apenas orgânica. Quer dizer Fazia-se na esterqueira. Quer dizer A esterqueira era um um cercado onde se reprendia o gado durante a noite com a função de aproveitar a matéria orgânica do gado e se colocava capim. Então haviam capineiras, que você todo dia cortava capim. O gado de noite comia o capim e fabricava esterco. () Então aqui E aquele pisoteio do gado, aquela mistura de de esterco, de matéria orgânica, junto com com capim e a urina do gado tem uma função muito importante, de de criava-se uma fermentação, anairobica, que crescia,()  ficava a noventa graus a temperatura. Então aquilo fermentava o gado e ia formando colchões de esterco. () Então depois de de um ano de acumulação de esterco, esse material era levado para a agricultura em carroças. Então a carroça se abriu uma cova, et cetera. E enterrava esse material e realmente isso, de certa forma, devolvia alguma da matéria orgânica retirada pelo cafezal. () palha a palha é palha  A palha é um adubo excelente porque a palha tem tudo o que o café precisa, que foi retirado do cafezal, volta na forma de palha que se transforma em adubo. Então essa adubação, que se chama adubação orgânica, foi usada a vida toda. Então, a unidade de adobação era a carroça. Então você tinha já

SPEAKER 3: : A unidade no pé era o jacá. Era meio jacá por pé, ou um jacá por pé, et cetera.

SPEAKER 2: : Vamos dizer, na programação da fazenda se programa va. Por exemplo () mil carroças por ano, et cetera. Então, toda a folga de pessoal era utilizada em levar esse material para  () desubrir, ente Então, a o o Fernandes sempre teve preocupação em em em devolver um pouco do húmus que ele tirava. Mas assim mesmo a terra foi esgotando. Hoje, com o custo da mão de obra, que hoje nós temos uma legislação trabalhista, então temos uma série de problemas de ordem trabalhista, salários mínimos, et cetera. E e uma rentabilidade baixa da coisa. Então procurou-se economizar esse transporte, porque era um transporte ali em carroças, na carroça típica, porque conforme a zona tem um tipo de carroça. La no município de Jaú é uma carroça que cabia meio carro. () Quatro burros. Quer dizer, tinha o o o o O burro do varal é o burro que carrega, o o o que mantém a  mantém a estabilidade da carroça. Estabilidade vertical, né? É São duas hastes, que é horizontais, uma em cada lado o burro, presa por um sistema, uma coalheira. Correntes. Não, presa por uma coalheira no no pescoço do burro e e num cilin É um arreiozinho. É, eu quero lembrar o nome, não lembro agora. É um arreio para para carroça que então veste o burro, de certa forma, por cima. E fica uma barregueira por baixo. É E uma barregueira. Então, o o quando a carroça está muito pesada, ela pressiona o burro, ãh fazendo ele fazer força nas pernas para manter a a hozirontabilidade da carroça. Quando ao contrário, uma subida, por exemplo, tende a levantar o burro, então o burro funciona com peso para impedir que a carroça tombe para trás. Agora, tem... Além desse desse burro, que é o burro-chave, que é o burro do do do () Esse burro inclusive é o que dá a direção da carroça. É, é o burro mais forte, é o burro maior. É o mais tranquilo, né assim. É Ele tem uma série de de de responsabilidades, né. De lado do lado dele tem o o burro da balança. A balança é porque existe um pedaço de pau de onde saem as correntes. Mas é um burro puramente tração. Ele não tem esforço nenhum. não não. Nem direção, inclusive o o sistema de puxado dele é em balanço.

SPEAKER 3: : Quer dizer, ele não tem opção em marcar a direção do negócio. É E esse é o é o burro calouro, né? É é o é o burro. É onde se treina o burro. O burro começa sendo treinado na balança. É

SPEAKER 2: : É o burro mais burro de todos, né. É Agora, na frente, os outros dois burros tem o burro da rédea, que é o burro, esse que é o da direção. Não é não é o da da balança, não é o do varal, é o da da frente, quer dizer, que fica na frente da do do varal, é o burro da rédea, que a rédea é um uma um traçado de de corda de couro, né, em que ele ele é é o o carroceiro carroceiro, não é carroeiro, então, o carroceiro comanda perfeitamente. E à à direita dele tem o burro da contra rédea, quer dizer que só puxa também e é preso nesse outro, de maneira que que O burro da rédea que comanda a direção da carroça. Agora, as carroças, na verdade, todas tem tem breque. Breque é é com a manivela de de coisa meio que pau... É breque de pau, né?

SPEAKER 3: : Breque de de de é a... O burrinho, o sistema de freio é de pau, não é de pneumático, não é

SPEAKER 2: : É de madeira. De madeira. Com roda de de de... com aro de metal, et cetera. Então não tem. E essa E essa carroça é é padronizada na zona, só existe essa. Existe maiores e menores. Mesma a carroça padrão, É aquela de meio carro, correspondente ao meio carro. Porque o carro é o carro de boi, que tem maiores dimensões, o animal mais forte et cetera. Lá na zona não existe carro de boi, nunca houve carro de boi. () é o burro e E e o interessante é que não se o não se a preferência... A gente fala burro, mas não é burro. Se usa a mula. Lá na região não se usa quase o burro. É Usam a mula, que é a fêmea do híbrido. que é é produzido pela égua cruzando com o jumento. Porque a égua cruzando com o jumento, ela dá ou o burro ou a mula. A mula é a fêmea, mas eles são híbridos, mas é que não reproduzem. Então tem a vantagem de ser um animal que não tem o problema de reprodução. Então não não cria, se compra. São os criadores que antigamente vinham de Mato Grosso, traziam tropa de de mula e vendiam então na região. Cada região tem um tipo, o tem aquele Como é que chama? () O que nós usamos é aquela... () () preto. Tem tem aquela como é? Da origem à música. (risos) () Pêlo de rato, que é uma cinza clara et cetera.

SPEAKER 3: : Outros fazendeiros da região usavam esse esse... Cada cada fazenda é de seu (), mas () sua tropa. É a tropa de mulos que eles tinham, né? Então, se tu procurava ter mulas grandes, todas da mesma cor, et cetera., quer dizer, havia uma certa preferência pela cor do do animal, né?

SPEAKER 2: : mesmo do tipo, né? E e e a Antigamente se usava o cincerro, quer dizer, as mulas usavam um um chocalho que a medida que eles iam andando tocava, né? Então, cada mula não, pendurava na coalheira. A coalheira era uma espécie de um colarinho. É, () rígido. que servia para o para tração, ali eram presas as correntes de tração. E nessa calheira se pendurava esse chocalho, é um sininho é de lata de lata, que fazia aquele barulho. E cada uma das mulas, então, levava um sininho desse. Mas acontece que quando entraram na cidade, os os habitantes da cidade são muito ansiosos da sua alto nível de civilização, né. Esquecem que eles vivem da da agricultura. proibido entrar com o si o sino... É a campanha do silêncio, é a mesma coisa que nós temos aqui, todo o tempo. (risos) Então era obrigado, se você tem cheio de capim e não é de entrar na cidade, você tem cheio de... Ou então tirava o sininho e tal.

SPEAKER 3: : () acabou o sininho. Acabou o o costume, né? O costume acabou exatamente pelos problemas de poluição sonora.

SPEAKER 2: : Esse (). Agora me lembrei de uma que é é é essa nossa de de de  vamos dizer de cabo de esquadra, tem uma pior na Bahia, Os barqueiros de São Francisco é tinham o hábito de ter umas cabeças de dragão nos barcos. Então cada um esculpia uma. Bom O governo resolveu taxar o barco pela cabeça do dragão. Quanto maior a cabeça, mais coisa. Eles cortaram então as cabeças dos dragões e desapareceu a tradição, porque passou a ser um processo fiscal de de (risos) de preservar a tradição. E tem hoje só em museu que existem essas cabeças. Então continua falando.

SPEAKER 3: : (risos) Vamos voltar para o nosso trato. Nós estamos bom, nós estamos mais ou menos em uma época aí, essa é a época de grande chuva. Então Então é adubação, mais acarpa nos dias que não chovem. Isso mas adubação () E na época das grandes chuvas, ou das chuvas mais persistentes, que é em torno de janeiro ou fevereiro, começa-se o replantio, levando as mudas Então se muda para o cafezal.

SPEAKER 2: : É, muda por causa desse transplante. Então Mas o o o voltando ainda, a a adubação tem adubação química, que hoje a gente usa praticamente adubação química. E Existem o existem, adubos granulados, que são misturas de de de adubos formando conglomerados. et cetera. Existem uma série de técnicas que acho que não é interessante desenvolver. () São nomes bem modernos, nomes químicos, sulfado de amônia, nitrocálcio e e coisas assim. Bo Agora, o o plantio, então, é feito o seguinte. Existem dois tipos de plantio. O que se chama replantio, quer dizer, se planta no mesmo talhão o pé que morreu. Então, morreu um () definhou é... Então, essa é uma técnica que se desenvolveu durante muitos anos, a substituição da daquele indivíduo. Agora, ah, muitas vezes, então, havia renovação de todo o talhão. ###

SPEAKER 3: : () se plantando mais um talhão.

SPEAKER 2: : Mas nessa zona velha não existia talhão. () () Toda a área era tomada, não tinha.

SPEAKER 3: : E era uma área de monocultura evidente. Já o era monocultura eviden  tinha.

SPEAKER 2: : Então, o que a a a técnica era a seguinte, se se fazia o a marcação das das curvas de nível, então existia profissionais, existia um nível que era um Um ar um ar com pêndulo. Então, aquele ar você tinha dano,  e fazia a curva de nível, né. É um um sistema bem ()

SPEAKER 3: : Depois já evoluiu... Tem aquele negócio dos dois litros, né? Os dois litros ligados por uma mangueira. É é  É, uma mangueira de plástico. Uma mangueira de plástico com dois litros um de cada lado. Se enchia aquilo de água e se punha, e se encostava. Os dois litros na terra e dava a diferença de altura da coluna, né.

SPEAKER 2: : ### E começou que você tinha traçando curvas de nível básicas. E depois, então, você desmarcava o o pé. O pé tem várias técnicas de plantio. Tem a técnica de de plantio em henque, que era... Em fila. Pés individuais fazendo fila acompanhando a curva de nível. Mas isso É usada aqui? É usada. O plantio em renque. Existe um plantio em é que são quatro pés é, formando um quadrado de mais ou menos é, quarenta centímetros. Espaçados mais ou menos de um pau cada pé. trinta a quarenta centímetros um do outro. e formando então também o () Mas eram quatro pés que se entrelaçavam. ### Depois surgiu o triângulo, depois surgiu três alinhados, depois um espaço maior, outros três alinhados, que é a técnica do Banco do Brasil. O Banco do Brasil tem uma influência tremenda, porque ele só financia se fizer assim. Então () Quem paga manda né. Não, não paga, porque só empresta dinheiro Depois ele cobra juros, tudo, correção monetária () Mas se não fizer o que ele quer, ele não  ele não paga. Então, o plantio é feito simultaneamente com os tratos culturais normais. Quer dizer, o o o administrador que é quem comanda a fazenda, todo dia dá ordem para o pessoal. Então, os talhões, no nosso caso, eles são numerados. () usam nomes. Então, uma filha nasce, ele dá o nome do talhão dele. Cláudia. Então, talhão. Em nosso caso, são numerados os talhõ Então, cada indivíduo recebe um uma tarefa de fazer Por exemplo, uma rua, né? Então ele tem uma rua o outro tem. Pula duas ruas, tem outra. E assim há um controle, uma distribuição de gente, né. O

SPEAKER 3: : Bom, Janeiro... Quando é que mata a formiga? Quem é o mata a formiga? Matar a formiga () é

SPEAKER 2: : sempre, né? Matar a formiga... Quer dizer, o o a fomicida, né? () O o camarada que que existe assim é ... O camarada é um indivíduo sem função específi Quer dizer, ele não é colono, colono...  Qualquer coisa. Só cuida do café. O camarada, é o sujeito que que... O cocheiro é um camarada, o carroceiro é um camarada, o senhor que cuida do pomal é um camarada, né.

SPEAKER 3: : O cocheiro, especificamente, é o é o cidadão encarregado da da criação de vacas. De porcos. De animais, de animais no modo geral. De modo geral. Mas, especificamente, mais de vacas e de porcos.

SPEAKER 2: : Sim, mas ele toma conta do do da burrada também et ce A burrada, ele é o médico dos burros.

SPEAKER 3: : Ele é o ser que ajuda com a comida vai Ele é o ser que que prepara os animais, né? Mantém os animais, né.

SPEAKER 2: : Inclusive faz a parte de medicina veterinária, né? ()

SPEAKER 3: : Apertar o bernie, () assim cortar o casco, cortar a crena, ãh, enfim, botar criolina em qualquer ferimento. Enfim, ele tem uma técnica de de de tratamento desses bichos.

SPEAKER 2: : E eles têm uma técnica interessante, quer dizer, eu não sei qual o valor do veterinário, uma ferida de animal, depois que ele trata, limpou, et cetera, ele geralmente cobre com estrumo de vaca, porque aí resolve o problema. Não sei porquê. Parece que funciona da, não não sei a que ponto. Se Hoje nós temos então remédios modernos. Antibióticos e ê é Mas é é normalmente se não tiver ninguém, dois dois remédios muito usados é estrumo de vaca e óleo queimado. Óleo queimado O que não sara com nada, ele põe óleo queimada e e e provavelmente sara.

SPEAKER 1: : Como é que ele cuida do umbigo do piseiro?

SPEAKER 2: : Bom, com estrumo de vaca também. Quer dizer o o O remédio habitual é o estrume de de de Agora, é evidente, hoje tem o él píi cí , que é um um spray, fica roxo, então ele passa o spray, aquilo é cicatrizante e tal, a coisa melhora. E como o spray, se existisse spray que custava trinta e cinco contos no tubo daquele, de vez em quando a gente vê criança com ferida pintada de roxo que aproveita o spray, que já que é bom, também é usado nas crianças.

SPEAKER 3: : Talvez tenha alguma influência.

SPEAKER 2: : Não, é antibió

SPEAKER 3: : É antibiótico top, né. Então funciona bem. Bom, mas então nós estamos no cocheiro, depois tinha o camarada. O administrador que é o, e tem o ajudante ().  O administrador é aquele que se encarrega de administrar o pessoal, distribuir as tarefas e se encarrega de ficalizar, de fiscalização. O ajudante, é o o  administrador, em geral, na na tarefa de fiscalização, ele tem um ajudante que é a pessoa que acompanha os colonos na roça e distribui as tarefas e verifica o andamento.

SPEAKER 2: : Não, o ajudante fica permanentemente com o pessoal. Quer dizer Na roça.  ()

SPEAKER 3: : Na roça, quer dizer, lá na plantação de café.

SPEAKER 2: : É ele ele. o o porque o administrador tem que ir a cidade cuidar de de pagamentos, de recebimentos, de venda de produtos. E o ajudante não. O ajudante fica permanentemente na fazenda acompanhando o pessoal. E hoje tem

SPEAKER 1: : O administrador é um antigo eh, colôno?

SPEAKER 2: : Há muitas vezes. Geralmente é um. É um

SPEAKER 3: :  o habitual é esse. É um colônio que ganha confiança e tem uma tarimba. Eu sei que tarimbado, eu sei que conhece a mecânica da coisa.

SPEAKER 2: : Mas vamos acelerar um pouco, a colheita é um aspecto mais importante. Esses tratos culturais vão indo, então, o café tem o seguinte, ele dá, a flor, é, ele dá várias floradas. As floradas ocorrem quando há uma chuva razoavelmente prolongada, quer dizer, uma quantidade de água razoável, e sol em seguida. Então, a flor forma um botão e ela abre Então, mais ou menos de três a cinco dias depois da chuva. Então, ela abrindo é é aquela flor branca, o café fica todinho branco. Então, é o o fazendeiro fica muito satisfeito, leva os amigos para ver a florada. Então, tem a florada de agosto, se chover em agosto. Se não, a florada é em setembro. E uma terceira florada em outubro, que são os três, as três, o máximo três floradas. Dificilmente terá uma quarta florada. E o interessante para o fazendeiro é que ocorra A maior florada possível ao mesmo tempo, então todo o café amadurece simultaneamente, o que vai facilitar

SPEAKER 3: : Qualidade melhor, né?

SPEAKER 2: : É, porque se tiver em um pé, no mesmo pé café verde, café maduro, café já seco, dificulta muita colheta. Então a florada, é um aspe, vamos dizer, é a época setembro et cetera, é a época básica da produção do café. Quer dizer É o suspense geral, né? Se choveu, choveu certo na hora certa, dará uma boa colheta com grande probabilidade. Bem, agora nessa época existe o problema da chuva de pedras. No ano passado nasceu uma chuva de pedras lá que derrubou ah, setenta por cento da colheita e destrói, então é um prejuízo danado. Agora, ah, depois que a que o café se transforma então em chumbinho, chumbinho é o primeiro grãozinho pequenininho, e ele precisa de sol, mas chuva também. Então é perigosa a época de setembro, porque se der uma chuva muito intensa, dá aquela florada bonita et cetera, e se ficar vinte dias sem chover, o chumbinho cai. O chumbinho caindo quer dizer que perdeu o grão, então há um prejuízo danado. E o fazendeiro então se preocupa nessa época, é a época que ele vai na fazenda ver se choveu, fica olhando para o teto do céu para ver se chove et cetera. Mas chovendo razoavelmente o chumbinho então firma e começa a formação de um novo grão. Então, aí o café se desenvolve, ele primeiro fica verde, cresce verde, fica adulto também, completo, verde. E depois, então, aí cria um nome, bourbon vermelho, bourbon amarelo, que amadurece... Começa a amadurecer O bourbon vermelho fica vermelho, o bourbon amarelo fica amarelo, mas são parentes, ah, mesmo tipo. São variedades diferentes, né? () E o bourbon o o... Então, depois dessa fase que é chamada de cereja, quer dizer... O vermelho deu o nome cereja, surgiu o nome cereja, porque realmente parece é uma cereja pequena, né. Aí ele começa a ficar preto, ele começa a secar. Ele seca, depois que secar completamente, então ele cai. Então, a aí é a é a fase do tipo de colheta, quer dizer A colheta mais evoluída que é que eles usam na Colômbia, porque a Colômbia eles não podem plantar sem ser sombrado. Então, no meio da floresta, eles limpam o mato pequeno, deixam as árvores dentro e plantam café embaixo. Eles plantam

SPEAKER 3: : (). Eles planta? Eles plantam em renque e plantam árvores sombradoras também em renque. Então, é aquele negócio, sobe montanha, desce montanha. É

SPEAKER 2: : Então, é outro tipo. Aqui não. É, na época da colheita, se faz o que se chama da rodação. Quer dizer, se raspa a terra toda debaixo do café e se faz A meia-lua, quer dizer, é do lado de baixo, para que o café que cair não role, levado pela chuva, se faz uma meia-lua, quer dizer, um pequeno morrinho é, em volta do pé de café, limpando o chão. Quer dizer, o chão fica bem liso, sem mato, sem... É o que se chama de rodação, por causa dessa meia meia-roda, meia-lua. Então, quando o café começa a ficar vermelho, o fazendeiro começa a fazer a meia a a rodação. Entende? Preparando para. Preparando A colheta, vamos dizer, mais evoluída seria forrar com uma lona, embaixo do pé de café, e derrubar o café em cereja. Quer dizer, se derrubar a cereja, não deixar ele ficar preto. Então, se cataria, aí não seria bem derrubado, né. Mas, não, não, não. Porque se você bater, não cai. Não, não, tem que se tirar com a mão, é, mas eles derrubam nesse nessa lona. Depois dessa lona, eles passam... para um para um saco de café.

SPEAKER 3: : O sistema colombiano é com aquele saco, cesta. Ou cesta ou saco de pendurado nas costas, é, que o cesta apanha e vai jogando dentro do saco. É

SPEAKER 2: : Aqui não, aqui eles derrubam e  depois da lona passam ele Mas isso, isso vai muita mão de obra, é muito caro esse processo. O que se usa normalmente é se faz a derriça do café, quer dizer... Deixa secar. Deixa secar bem e depois... E bate. Não, colhe-se puxando com a mão o galho ou então Quando está bem seco, porque  é é em dezembro, de manhã cedo o café está meio úmido, então ele não cai bem com varinha, então tem que puxar com a mão mesmo. Então as mulheres até usam o o vestido até o pé, vestido longo, mangas compridas e fecham completamente, porque elas entram dentro do pé de café para puxar com a mão, então, para não machucar o galho. Então elas derrubam no chão mesmo. Depois de derrubar Quando está mais seca quer dizer, depois de uma hora da tarde, que está mais () usam uma varinha, eles vão batendo no café e vai caindo, aquele grão preto já vai caindo. Depois de de de fazer a derriça, então, do café, eles fazem a abanação. () pedaço, não, abanação. Então eles recolhem com um rastelo, que é uma espécie de um de um desse de de puxar água em casa, quer dizer, um rastelo só que maior... Rodação, não é rodação, que é o processo de juntar o... Não, () não, não. É é É é a abanação. Então ele recorre aqui, vem vem muita folha e muito café. Graveto, é, um pouco de terra. Então ele põe numa peneira, uma peneira grande, uma peneira de oitenta centímetros de diâmetro, puxa aquilo e a terra sai facilmente. Então ele joga o café a dois metros de altura e a folha vai saindo e fica só o grão. Ele fica grão e e pe pe pedregulho pequeno, o tamanho de grão, que é difícil de sair. É difícil de sair.

SPEAKER 3: : Isso então depois é catar na mão, né? É

SPEAKER 2: : É. Então aquele aquela rodação aquela abanação são geralmente os homens mais fortes ou as mulheres mais fortes

SPEAKER 3: : É a parte mais pesada do do do coisa. É É o o o ato de abanar, né?  E precisa de uma técnica. Todas ()

SPEAKER 1: : É. Quais são as primeiras? Do que que elas s

SPEAKER 2: : São peneiras tem uma área de madeira e uma tela metálica de vão evidentemente menor que o grão de café, mas vão mais ou menos grande. Então ele ele montou aquele aquele aquele monte de café que tá no chão, que você quer mistura de café, terra, graveta, pedra, et cetera. Mas eles limpam totalmente, inclusive tem umas vassouras de bambu, de de coisa que eles varrem tudo para juntar e não perder grão nenhum, porque o fazendeiro tem o direito de de exigir que ele cate tudo. Então chama, ah, como se diz, catação. Depois da colheita, o fazendeiro tem, por contrato, ele tem que exigir que ele volte e faça o repasse de toda a fazenda. Então, porque às vezes ficam dez grãos et cetera, e aí podem se desenvolver certas pragas. a broca () nesse nesse grão que fica no pé. Então mantém o reservatório de broca para o ano seguinte. Então, há interesse. Isso, então, é catado, se coloca naquele saco de colheta. O saco de colheta que é o que? Dos alqueires

SPEAKER 3: : cento e dez litros, né? Isso.

SPEAKER 2: : Agora para o terreiro. O terreiro, então? Que que

SPEAKER 3: : O terreiro, então, é que é um local, em geral, feito de pixe e ou de de cimento. Embaixo tem tijolo, em geral, ou pedra. É  ê esse terreiro é construído no local mais quente da fazenda, mais, que tem a maior quantidade de sol no ambiente, não pode de árvore em volta. Então o café é levado para lá para secar. Secar e uniformizar. De aqueles grãos que estão mais verdes vão secando e vão desidratando e vão nivelando em um em um grau de umidade adequado para a conservação. Se o café não tiver bem seco e for guardado na tulha, tulha é o o depósito de café, Se ele for guardar na tulha não seco, ele pode embolorar, apodrecer e perder o seu valor. Então ele tem que ser seco ao sol. Então todos os dias o café vai para o terreiro e fica durante  quatro, trêsm dois dias dependendo do grau de umidade até atingir um grau de de secamento uniforme e adequado. Inclusive o café seco torna-se mais fácil a sua industrialização, A primeira faixa, a primeira etapa da industrialização que é tirar a casca, que é feita por, até, em geral é feita por máquina. ### Máquina. Bom então, Máquina de benefício de café. Então o café bem seco é muito fácil de de de passar na máquina. O café úmido é, cria uma série de problemas nessa máquina de benefício.

SPEAKER 1: : E essa máquina costuma ser da própria fazenda ou não? Existem...

SPEAKER 3: : Existem cooperativas que têm a máquina. Existem determinadas fazendas que têm a máquina. Há vantagem na fazenda ter a máquina. Porque é a fazenda tendo a máquina, evidentemente é um capital razoável que é investido e que é utilizado uma vez por ano. Mas a vantagem maior da máquina é que o fazendeiro fica com a a a palha do café. E essa palha de café é um adubo ah, de excelentes qualidades. Mas quando o café seca, ele fica inteiro? Fica inteiro. Ele fica um grão preto.

SPEAKER 2: : Um grão único.  () O café tem. Ele tem, é () São duas sementes formando um grão. Quando ele seca, a pelinha, ele tem duas cascas. Uma primeira que é preta e uma segunda que é fininha.

SPEAKER 3: : A externa, a preta, é mais consistente. Ela é fibrótica, né? É uma fibra um pouco maior. E ele tem uma segunda que é uma película. É uma película... Que é branca, é cinzenta. É acinzentada, meia transparente. Muito fininha, é...

SPEAKER 2: : Mas é quebradiça, é? Quebradiça.

SPEAKER 3: : Essa é fácil. É difícil para tirar é a primeira casca.

SPEAKER 1: : Ele vai para a máquina inteiro?

SPEAKER 3: : Vai inteiro.Ele vai Ele vai inteiro. E entra num depósito chamado túlia. Esse depósito, em geral, funciona por uma correia transportadora ou por gravidade. ele cai na máquina, que são uma série de peneiras.

SPEAKER 2: : Na, na máquina existe um descascador. Que é uma pedra, né? Por atrito, ele rompe essas, essas  palhas. Com o vento, ele assopra a palha para fora da máquina. Então faz um monte de palha, que a criançada costuma brincar num monte de palha. Porque o monte às vezes tem três, quatro metros de altura. Coça para burro também, né? ### Aí o café aqui, então já está separado, quer dizer, está o grão de café. Os dois grãos, né? Porque aí passa a ser dois grãos. Dois grãos. Então ele vai para a peneira e os classificadores. Qual tamanho? Divide por tamanho. Então tem o moca, que é o café redondinho, que é o café que dá na ponta do galho. Os últimos Os últimos grãos, eles são menorzinhos, são redondinhos. Rendondinhos () Depois tem o o o os os o chato... O chato grosso, que é o tipo maior. É o chato miúdo, o chato médio e o chato grosso. Você está falando de baixo para cima? Então, do Moca até o Chato grosso.

SPEAKER 3: : E o o. Depois tem é o o o Repasse. O repasse repasse é aquele que não não não se rompeu a casca. Então, a própria máquina separa e o resto tem que passar de novo na máquina. E tem o o escolha.

SPEAKER 2: : O Escolha é o o que sobrou de tudo. Que é o Quebrado. O defeito o... Existe uma uma série de defeitos. Então a classificação comercial dos defeitos. Então tem o o marinheiro, o meia meia concha, o ardido. O ardido é o preto. O meia concha é aquele que é é metade do grão, um pedacinho do grão, é brocado, enfim, defeitos que vão... Então, por exemplo, a classificação de centro da da comercial é o seguinte. O ardido é vale cinco defeitos. O concha vale um defeito. Então aquilo soma e dá uma classificação, então dá tipo tal. Tipo tal é então, tipo quatro () É um um  um uma certa categoria de café. Agora, e e comercialmente é interessante. Hoje já se fala, em vez de falar tipo ah, Chato Grosso, Chato Médio, () se fala Peneira. Peneiras Então o o tamanho da peneira que separou aquilo. O O espaço da malha, né. (tosse)

SPEAKER 3: : O espaço da malha entre as peneiras.

SPEAKER 2: : Agora, então conforme, por exemplo, se vai se exportar o café para a Alemanha, o alemão, a a dona de casa alemã compra o grão inteiro torrado. E ela mora em casa, ela tem um moedor em casa. Então quando se manda para a Alemanha, só se manda o chato grosso, só as peneiras altas. Porque volumoso, vale mais do que a peneira baixa.

SPEAKER 1: : Qual é o café que nós tomamos aqui?

SPEAKER 2: : Aí nós tomamos qualquer um. (risos) Quer dizer O o. A palha se for bem tratada, então nós tomamos também. É o pior.

SPEAKER 3: : O pior café, é isso é normal, né o O país produtor é aquele que fica com a a pior que não pode ser exportada, né?

SPEAKER 2: : Agora, para os Estados Unidos já não interessa, porque a dona em casa americana compra o café moído. Então, para ela, tudo fácil. Remoca, porque o gosto... Porque existem duas coisas na classificação. O tipo... O tamanho... Não, o tipo. Quer dizer, o aspecto. Então, o cheiro, a cor. Porque se ele for manchado, então, se ele tomou chuva, então ele fica meio manchado.

SPEAKER 3: : Tem algum detalhe que não falamos aqui na colheita e na na fase de secamento, é que nós não mencionamos a possibilidade de lavar ou não o café. Existem é locais onde o o grão que vem da roça, ele é lavado antes de ser levado para o  para o terreiro, né?

SPEAKER 2: : Lavado para tirar. a terra e para é é uniformi, porque a lavagem serve para duas coisas. Ela faz uma decantação das pedras e faz uma uniformização, porque o café tal, o café verde afunda e o café maduro ele boia. Então separa-se. O boia do do do decantado. Então já se tira duas fatias que facilita A secagem.

SPEAKER 3: : Secagem mais fácil. Então aquele que fica em cima ele vai entrar em um processo de secagem mais rápido e o outro é um processo mais demorado. Mas tudo isso beneficia a a uniformização do do do produto, né?

SPEAKER 2: : Porque a qualidade do café depende de principalmente do microclima. Isso já foi feito experiência de pe é se tomar () pés de café inteiros, adultos, se colocar em grandes tambores, et cetera, e levar para outro local. Então, se verificou que o café que era de boa qualidade, no outro local, dá café de má qualidade. É que existe um açúcar no café, nessa fase de cereja, ele se () ele realmente é adocicado. Ele tem um açúcar. Então, conforme o tipo de bactéria que vai fermentar esse açúcar, dá qualidade boa ou não.

SPEAKER 3: : Essa qualidade é é aquele tipo amargo ou é o tipo mais... Não, o o tipo é é o seguinte... É é o ()

SPEAKER 2: : Mole... Não, porque existe as várias classificações de de  Por bebida ou por tipo. A bebida é aquela da xícara. Então é é preparado, existe uma tela com tantas gramas de pó,  com é é assim () com tantos litros de água, et cetera. O o o o bebedor de café, quer dizer, o indivíduo que bebe... O provador, né? É, mas é o bebedor o nome dele. O o O provador é o nome do i bê cê , o pessoal é o bebedor de café. ele ele ele prova, ele tem uma concha, uma espécie de uma concha de tirar açúcar da açucareira, e ele ele suga o café misturado com água, porque aquilo é fervendo, eu não sei como é que ele consegue tomar. E ele cospe o café, ele não bebe, porque senão ele morre do estômago em quinze E é uma mesa circular que tem, assim, xícaras, cada um com um número. Então ele vai bebendo e vai dando a a a tme que ser né, a bebida. Então a bebida tem bebida amole, que é o melhor, é  de boa qualidade. Depois tem a dura, riada, rio e rio macaco. O rio macaco dá vitória naquela zona, quer dizer, nem eles conseguem beber o café, tem gosto de iodoforme, né.  O rio é é uma qualidade dá um gosto desagradável de café do Rio de Janeiro, que a gente conhece, Vale-Paraíba et cetera. O riado é o café que tem alguma coisa do Rio, quer dizer. Lembra o Rio? Lembra o Rio. O duro... Riado, né? Riado. É O duro é o café que, por exemplo, o café de zona boa que tomou chuva. Aquele ano choveu na época da colheita, então piora a bebida e ele passa a ser duro. Depois tem o o mole, meio mole, et cetera. Extra mole. Por exemplo, no Ribeirão Preto, na zona do do do de Minas, ali próximo de de Franca, é café mole de bebida muito boa, né. Então Essas zonas são zonas ecológicas. Naquela região, dá café bom. Agora Em Jaú, por exemplo, é uma zona de café bom. Quer dizer a gen Normalmente, colhe o mole, o meio mole, o o duro. ### Porque é muito úmido, então o tipo de bactéria é outro. Mesmo no mesmo município, mas é uma zona de café ruim.

SPEAKER 1: : Tipo moca, isso tem algum... Não, moca não não tem nada com gosto.

SPEAKER 2: : não (). É só o tamanho, né? É só o tamanho. Acontece que na peneira, o café maior, ele geralmente não tem os defeitos. Porque aquele ardido, por exemplo, é um café que por qualquer motivo ele fica preto, totalmente preto. Então ele é chamado de ardido. E ele, se tiver muito daquilo, ele vai dar... café rio. Então, muitas vezes, se faz o que se é a catação à mão. Então, se contrata mulheres e elas catam, a mão, catando esses ardidos, esses (), para melhorar o tipo. Porque a máquina não  não consegue ah, selecionar, selecionar. Hoje já existe umas máquinas eletrônicas que selecionam por cor. É. Então, ela tira esses adidos e melhora o tipo. Mas, em geral, é cooperativa que tem essas máquinas, é né. É ### Isso é uma máquina já de alta tecnologia, então ele não consegue tirar por corpo, porque ela incide um raio luminoso e tem foto, uma célula fotelétrica que ela suga aquele grãozinho.

SPEAKER 1: : Olha, vocês não falaram sobre o pé em si, como é que ele fica? O tamanho que ele é, as cores que ele tem, como é que ele é?

SPEAKER 2: : o o pé de café, é ele tem, vamos dizer, é o sumato, o adulto, é muito grande, é o defeito do sumato. Mas esse café, o Burbon, o Mundo Novo, et cetera, são cafés mais ou menos uns de dois metros e meio a três metros de altura. Agora O Catura já é um café menor. Ele tem mais fácil, dois dois metros no máximo. O Sumatra chega a cinco metros de altura. A desvantagem do café muito alto é que precisa de escada para colher. Então, é complica. Então, a tendência de utilização desses cafés que não precisam... Mais rasteiro, né? É e ele  E ele entra em um um pé e outro, a a a tendência é ficar mais ou menos cada mais ou menos quatro metros na na na rua, de um pé e outro, e na linha a distância de três metros três metros, mais ou menos, para dar um intervalo entre um pé e outro.

SPEAKER 3: : Intervalo melhor é na rua, entre um pé e outro, se não tiver intervalo, a vantagem é que não cresce mato, né? ### Mais ou menos o o o tamanho de um pé, o diâmetro de um pé adulto é em torno de quatro metros.

SPEAKER 2: : Não, três né. Três metros, dois metros e meio, não passa disso. O que acontece é que o café não forma galhos muito longos. Depois de de um metro e meio, o galho não tem condição de crescer porque ele ele cai não é muito grosso. E para o fazendeiro não interessa galho grosso porque o café dá nos nos galhos novos. No trecho novo do galho é que que nasce aquele aquela roseta de grãos, né.

SPEAKER 3: : E a cor do café é difícil. Agora tem tanto padrão de cor. () Eu não sei mais nem a cor.

SPEAKER 2: : Que folha? É O verde escuro. Por que O verde escuro.

SPEAKER 3: : Quanto mais escuro... Melhor Melhora a qualidade do café e mais sadio o pé.

SPEAKER 2: : É, se diz que a folha está preta. Quando a folha está preta é aquele verde escuro.

SPEAKER 3: : O café ah que tem uma folha meio amarelada, ele diz que é o café que está com fome. É o café que está faltando adubo. Então, a ele muda a tonalidade da cor. Então, é, o talhão que está com as pontas amareladas né, é, se torna bom.  Isso aqui está faltando comida. É

SPEAKER 2: : Agora, quanto mais preta, então, melhor. Agora, a folha nova é verde clara. Então, quando começam as chuvas em em setembro, as chuvas as primeiras chuvas, ele ele dá aquele broto. Então, o café fica todo um verde claro. Mas logo depois essas folhas ficam bem carregadas, bem escuras, bem pigmentadas, né.

SPEAKER 3: : E mais ou menos ãh o café fica pelado, né. O pé de café fica pelado durante a colheita. Durante o meses de julho.

SPEAKER 2: : Colheita judia.

SPEAKER 3: : E caem as folhas do pé de café. Não não Então fica a vara. E o próprio processo de catação, né. Então é é o café fica o café pelado. O café cheio de varas é um café feio.

SPEAKER 2: : Então o fazendeiro gosta de mostrar a florada, gosta de esconder a... Não, ele gosta de mostrar o seguinte, o café é bem vestido. Bem vestido quer dizer que está com bastante folha e a folha está bem escura, que é a folha sadia. Agora, justamente o o período no café está feio, é quando termina a colheita, que a colheita termina em junho, julho, às vezes até agosto, por dificuldade de mão de obra, vai até agosto. Então, quando termina a colheita, Ele está na seca, em plena seca. Então não nascem folhas novas. Então o café está muito feio. É a época que o fazendeiro não gosta de mostrar o café para ninguém, porque está está realmente sentido isso. Sentiu muito a colheita.

SPEAKER 1: : E os tipos de de doenças que dão nas árvores?

SPEAKER 3: : nos cafeeiros. Bom, agora tem essa nova aí, que é a ferrugem, que vem vindo, né. E que deve cobrir o estado inteiro, né? É Já está sendo localizado em... nos estrados ao Norte de São Paulo, já pegaram também no Paraná, quer dizer, já estão pegando em zonas. A ferrugem está aí. Eu não sei qual é o tipo de ferrugem.

SPEAKER 2: : A ferrugem é uma o que que ela faz? É uma doença, é um vírus... que dá na parte inferior da folha. E ela se propaga na roupa do pessoal, no caminhão de transporte, no próprio ar. Passarinho passarinho Então, não tem jeito de segurar. E já Não existia na América e já e agora já entrou. Dizem que trazida propositalmente, mas em toda parte a gente não sabe. E ela destrói o pé de café. Quer dizer Então, o o fazendeiro tem muito mais medo, porque a boca, por exemplo, é uma doença. Do grão né? Mas é uma doença do grão. O pé não não tem nada. Essa não, essa destrói o pé. E a pulverização tem que ser de baixo para cima. Então, é mais difícil ainda com sulfato de cobre. O o Sulfato de cobre, né? É caríssimo, então, é proibitivo. Cada chuva lava a folha. Parece que economicamente não tem solução, só se a gente descobrir alguma variedade resistente, né. A broca é outra doença muito perigosa, porque ela destrói a colheta do indivíduo. Então, a broca é uma coisa impressionante. Quando vemos que dá a broca, hoje nós temos inseticidas que realmente resolvem o problema. Mas ela se multiplica muito e cada quinze dias aumenta, sei lá, é um potencial. () Então, a pulverização tem que ser feita rapidíssimamente com o avião, O processo desse tipo é destruir o o a barra. E realmente O pulgão, né? O pulgão destrói a folha. O pulgão destrói. Tem o bicho mineiro. O bicho mineiro é interessante porque é uma formiguinha. A formiguinha não não é não é a praga. A praga é um é é se desenvolve na folha. Parece que é um fungo. E ela fura a folha e sai um açucarzinho do do do da seiva, vamos dizer, da folha. E a formiguinha, então, essa prófita, ela ela sobe no pé para chupar o tal açucarzinho. Essa é a formiguinha de açúcar mesmo. E o pessoal até fica combatendo a formiga, em vez de combater a a praga que está na folha. Mas são pragas que existem inseticidas específicos que podem resolver facilmente. A única que não tem ainda é essa do... Ferrugem. Ferrugem, que é nova.

SPEAKER 1: : Nós podemos falar um pouquinho também sobre o milho. assim, vocês cultivam milho lá no na fazenda?

SPEAKER 2: : Cultivamos milho.

SPEAKER 3: : O milho é é é de cultivo efêmero, né? Que é é É () É cultura (), mas efêmero no sentido, ela não é douradora, né? Ele ele tem a opção de plantar ou não plantar milho e feijão. Em geral, são milho e feijão, essas duas culturas que podem subsistir, inclusive, às vezes, no meio do do carreador de café, né? No (), na rua. Na rua de café.

SPEAKER 1: : Deveríamos falar mais alguma coisa sobre o café ou não? Estou () uma uma agora Vamos falar um pouquinho então sobre o milho, né? É

SPEAKER 2: : O milho é é uma cultura anual, é é feita a aração do terreno, prepara o terreno mais ou menos com as primeiras chuvas, um pouco antes.

SPEAKER 1: : e depois. Como é feita essa aração?

SPEAKER 2: : Atualmente é praticamente com trator, na  na região lá não se usa mais. Aração com burro, porque boi não nunca existiu. Existia aração com burro, mas o terreno é muito duro, o burro não não consegue arar bem. Então a aração hoje é com trator com arado de aiveca ou arado de reversível, com geralmente com discos, trator de pneu, né. Então é feita aração, a gradeação.

SPEAKER 1: : O que é ()

SPEAKER 2: : A gradeação é é passar a grade. O sistema é uma série de discos, geralmente vinte e quatro ou trinta e seis discos, que rompem os torrões, porque a o terreno lá é é muito compacto e ficam torrões. A aração toca, quer dizer, o tombamento da da da da da terra. Quer dizer, é...

SPEAKER 3: : Ela uniformiza a terra, né? Si Tirando o torrão e tornando tudo isso o um grau.

SPEAKER 2: : Ela destrói, é ela destrói o torrão. Então fica um material bem granuloso. E permite uma boa aração e fica bem fácil de plantar. Depois o plantio é feito com máquinas de de plantio ou puxadas a boca, quer dizer, que vão adubando e plantando, quer dizer, adubadeiras, plantadeiras, porque o milho milho precisa de adubo nessas terras lá. () que agrada a terra, né. Que tipo de adubo? O adubo geralmente é químico, porque ela tem uma uma avidez por é é () superfosfato e nitrogênio, que é o elemento básico. fosfato. O o potássio é menos necessário. O superfosfato, porque o milho cresce em em quatro, cinco meses, então tem que ser de absorção rápida. Não pode ser fosfato eh não não solúvel. Então o superfosfato, que é um adubo existente aí, a altamente solúvel, facilmente solúvel em pouco tempo, então dá tempo do da planta absorver. Então o milho é plantado em linhas, isso em decorrência do tipo de plantio, antigamente se plantava por cova. Eles vinham abrindo covas, uma cova da outra a mais ou menos meio metro e o outro vinha plantando jogando grãos,  dois ou três grãos em cada cova e fechando com o pé. Isso no tempo que a mão de obra era barata et cetera. Hoje a máquina planta cada dez centímetros, ela deixa cair um grãozinho, ela semeia primeiro, ah, quer dizer, primeiro coloca o adubo, depois ela cobre um pouquinho de terra, depois cai a semente, depois ela fecha de novo. Então,  ah é, em linha o plantio de de de milho. Seguindo a curva de nível, mais ou menos, para evitar erosão. Agora, o milho, depois de de quarenta dias, mais ou menos, () uns vinte cinco, trinta dias, é feito o desbaste, quer dizer, é tirado os pés mais defeituosos, variando o milho, quer dizer, deixando menor o número de pés. É, aumentando o espaçamento é entre as peças.  Então, o senhor que tira cada cada cinco, ele tira uma ou duas, depende do do do da qualidade do milho. Depois, então, a o milho com quarenta dias recebe um novo uma nova adubação em cobertura, quer dizer, que o indivíduo coloca aí, geralmente, nitrogênio, elemento básico nitrogênio para fazer a cobertura, para desenvolver a cana do milho, E o milho crescer bem sólido, quer dizer, dá um aquele tom verde escuro, de de dá um papel () né, da folha Então o milho cresce bem, não há problema. É dado algumas carpas. A mão tem que ser mantida no limpo, né? Mais mais ou menos limpo. Até quarenta centímetros, dá o plano. É, então ele ele ele cresce. Depois que ele se desenvolveu, aí não precisa mais carpa, deixa o o milho, o mato crescendo. Geralmente são feitas duas carpas. Logo depois que ele for pequenininho, que é o mais importante.

SPEAKER 3: : depois (). A época de plantio normal é dezembro, não é?

SPEAKER 2: : No meio para para () De setembro até dezembro não há problema. Mas o básico é a chuva, né? É Você precisa enfrentar na época da chuva, né.

SPEAKER 1: : E as plantas cardías têm alguma re a influência né, no plantio de qualquer coisa? Não no

SPEAKER 2: : No café tem. Ah a O café precisa ser ventilado. Esse café Mundo Novo, por exemplo, deu um problema que o agronômico campeão mandou plantar muito próximo um do outro. Então o que acontece? Um pé começa a lutar com o outro por insolação e ventilação. Então o pé começa a crescer muito e fica vazio embaixo. Às vezes fica às vezes sessenta setenta centímetros sem nada, sem galho, sem nada. com um tronco. Que ele está lutando com o vizinho para cada um receber mais sol. Então há uma elevação de altura, mas uma queda de produção. Então é importante a ventilação e a insolação. Agora o milho já não é tanto problema. Quer dizer é Existem já os espaçamentos que dão essa insolação. A a direção para o pamento do milho não é importante. É mais o problema de curva de nível para evitar a erosão e não levar embora o o o adubo. Agora o milho, é depois que ele chega em um ponto, ele solta a bandeira. quer dizer quando mais (), até a bandeira. E aí ele embuneca. Aquele aquele cabelo do milho. Essa é a bandeira? Não, a bandeira é a flor do milho. Na parte de cima É o top do do Ele ele tem uma flor onde há reprodução. () quer dizer. O que se usa muito é a semente de milho híbrido. Essa essa esse milho essa folha é fechada. Então o o. A bandeira é a flor? A bandeira é a flor onde está a reprodução, o ah, elementos positivos e negativos. A boneca é a própria espiga. () Não é a espiga  Quando solta aquele cabelo. Então, o cabelo da espiga é é está embunecando o milho, né. Então esse esse  Depois disso, então o milho começa a secar o pé. Ele seca, fica amarelo, et cetera, e seca completamente. E o e fica em pé ainda, porque ele tem uma cana que o sustenta em pé. Então aí começa a chegar a época da colheta. Quer dizer, o nivel pode retardar se quiser a colheita. A colheta pode ser feita à máquina ou à mão. () Aí aí que eles usam o jaca. O jaca de milho, ele vai arrastando o jaca e ele quebra o milho, que chama quebrar o milho, quer dizer ele ele quebra a espiga  da uma torção e e ele e joga as espigas dentro do jaca. E depois ele ele quebra a cana do milho também, para facilitar depois os tratos culturais seguintes. E vai arrastando o o jaca. E aquilo, então, vai passando para o jaca de milho, é despejado manualmente na carroça que acompanha o trator, na carreta do trator, e e é transportado, então, ou para uma debulhadeira mecânica, ou é guardado em palha, como se diz, no no paiol. O paiol é uma unidade, uma casa de madeira, geralmente todinha de madeira, que existem frestas para ventilação. No milho é existe um... caruncho? O caruncho. O caruncho come o milho. Então é uma praga do milho já colhido, né. É Mas ainda dentro da espiga? Dentro da espiga. E fora da espiga é pior ainda. Quer dizer, o milho em palha, ele ainda se é se defende um pouco do caruncho. A palha atrapalha um pouco o bicho para sair de uma espiga para  Agora, se debulhar o milho, então o caruncho ataca mais violentamente. Então, hoje existe inseticidas que não causam dano a aos animais de sangue quente, quer dizer, vaca, cavalo, et cetera. () por exemplo era um. Então, se aplica no milho em palha ou no milho debulhado esse inseticida para matar, evitar o caruncho. Porque o caruncho pode comer vinte por cento do do da produção do milho se não tomar cuidado. Então, o há há uma grande preocupação e precisa ser bem seca a espiga para ser armazenada em espiga. Agora, se for armazenada em grão, já é tecnologia de outro tipo, completamente diferente. Não existe produção de de gás carbônico que mata os insetos, enfim. () Mas a armazenagem na fazenda é feita nesses paióis de de de de tábua ventilada, que é a ventilação com com o vão embaixo, né. Longe do chão, pelo menos uns sessenta centímetros, setenta, para evitar o acesso dos roedores, dos ratos. Porque o rato, é a () deles, então,  se coloca, então, aqueles aquelas abas de chapa para dificultar o acesso do rato. Porque o rato também é outro que dá um prejuízo danado, porque ele come, fura saco e e danifica bastante, né. É

SPEAKER 1: : Então, quais são as outras partes do milho? Ah

SPEAKER 2: : Bom, a espiga, quer dizer, o o o milho em espiga, as máquinas geralmente é jogam a palha fora, separam os grãos, quer dizer, então o grão é... Só separa ou classifica, né? não, normalmente não  classifica, só separa. Grão de um lado. E o sabugo, então, vai para o outro lado. E esse sabugo, E essa palha, o o gado come bem, quer dizer principalmente a a palha. Então O gado vaca, o gado vacu, então o o cavalo já não come. Então o gado é é é  E o que não... então é jogado geralmente na esterqueira, se joga essa palha na esterqueira. Quer dizer O que não comer vira adubo, vira es terco na vira, Esterco de curral. Uma mangueira. A mangueira é o lugar onde o gado fica preso. A esterqueira, na mangueira, ele fica preso para produzir adubo, então quem interessar fazer.

SPEAKER 1: : Eu não sabia que mangueira e esterqueira eram a mesma coisa.

SPEAKER 2: : Não é bem. A mangueira é mais só para manuseio do gado. A esterqueira é é é que a função de produzir esterco. Mas eles chamam, misturam um pouco. Pelo menos lá em Jaú misturam mangueira com com esterqueira. Não é bem a mesma coisa, mas lá confunde um pouco.

SPEAKER 1: : E tem, ah o que mais que há lá na fazenda? Tem plantação de café, milho. Tem um pouco de gado.

SPEAKER 3: : Tem o o lá em cima tem o pomar pomar. (tosse) O que é o pomar? O pomar é uma área onde se cultiva, em geral, frutas. Eh

SPEAKER 2: : e gerar frutar. () Existem pomais com finalidade comercial. Lá o pomar não não tem finalidade comercial, é apenas para uso da própria fazenda. E Em outras fazendas o pomar é a é a finalidade comercial, né. Então é um pouco diferente, porque é um pomar misto, quer dizer, tem todas as frutas misturadas. É

SPEAKER 3: : Não há uma seleção de frutas, né?

SPEAKER 1: : É. Tem um pouco de tudo.

SPEAKER 3: : Tem um pouco de tudo, né.

SPEAKER 1: : E como é o pomar lá? O que vocês gostam mais?

SPEAKER 3: : Mas fácil dizer o que tem, né? Quer dizer, na época de de férias de fim de ano, então o básico é a mangue é a manga, né? E agora morreram naquela região, morreram todas as mangas bourbon. Então é a praga que devastou tudo, né? Então não tem mais manga bourbon, que era a melhor das mangas. Depois tem a manga rosa, tem a manga espada, tem a manga coração de boi, tem vários. Tem a manga manteiga, né? Sabina. Tem a sabina, tem a... A sabina é aquela redonda, né? Eu acho que a melhor de todas para mim é a manteiga. () Depois tem o que? laranja, laranja, tem laranja lima, laranja bahia, laranja seleta, limão limão, jabuticaba, tem abio acabate, tem abio, abacate, fruta do conde, né, não sei.

SPEAKER 2: : São todos sem exploração comercial, né.

SPEAKER 1: : () E aquela parecidinha com a laranja?

SPEAKER 2: : Lima? Tem a lima da peste, tem a tangerina, tem a mexerica. () Mexerica Mexerica. Mexerica. É é amora Mexerica é do rio e é muito boa, mas a nossa lá é muito azeda, né.

SPEAKER 1: : É diferente da tangerina?

SPEAKER 2: : É outra coisa? É outra coisa. Mexerica é aquela do rio. É é No rio ela é muito É chamada mexerica do rio, porque ela é no rio é boa. Aqui em São Paulo ela é muito azeda. Agora a tangerina é diferente, é é mais é mais vermelha. casca solta, né? É. A tangerina é mais... Mais cor de laranja. E a a do Rio é mais amarela. A mexerica do Rio. E mamão? Mamão? Mamão mamão tem em tudo que é canto né. Porque o mamão parece meio inativo. Não sei se o mamão é inativo, tem goiaba, né, mas no Paraná a gente encontra mamão no meio do cafezal. Aparece o pé de mamão. Muito bom. Quer dizer É meio espantâneo.

SPEAKER 3: : Tem o goiaba, que também é praga goiaba, praste né Goiaba se transforma em um em um sistema de praga de pasto, né. Se bem que é goiaba nativa, não é essa goiaba que a gente vê nos cerrados em caixa e tal.

SPEAKER 2: : É goiaba. Goiaba com coroa dentro, né? É, goiaba com bicho. Coro, o bichinho, né? Bichinho branco. Porque a a goiaba tem duas espécies lá, a branca e a vermelha, né? A vermelha é mais fácil a gente ver o coro, a branca é a vermelha, né. (risos) ###

SPEAKER 1: : A goiaba é isso. (risos) É goiaba. E como como é o mamão? Podemos descrever o mamão?

SPEAKER 2: : A gente escreve mamão. Escrever mamão?

SPEAKER 3: : Tipos de mamão, variedades de mamão? Não, o que você quiser. fruta? Bom, por fora é amarelo. Ela tem uma um formato difícil de dizer qual é o. Tem dois mamãos, o amarelo e o vermelho. Tem o amarelo e o vermelho, tem o macho e a fêmea. É Tem o mamão macho, é aquele que dá um cabo. Então ele dá um cabo no pé e dá um fruto menor. O mamão fêmea é maior e mais gostoso, né? Ele tem mais açúcar. O mamão macho quase não se come, né? Uhum É mais duro, mais rígido. Bom, o mamão, é ele é verde no começo. Se a gente picar ou furar ele, escorre um um leite bastante espesso e gosmento. Que queima. Que queima. A molecada usa para visgo, né? Para pegar a passarinha, faz uma cola com aquele leite. para pegar passarinho, então passa aquela cola em um em um ramo de árvore onde os passarinhos têm ninho, qualquer coisa e coisa, então gruda o pé do passarinho, depois vai lá e pega o passarinho. Bom, o formato de mamão, o mamão varia, tem variedades enormes, eu não sei nomes e tipos, mas o... Não, assim, bem geral.

SPEAKER 2: : E mamão dá em tudo que é canto, né? Aqui em São Paulo, se semente.

SPEAKER 3: : Aqui em São Paulo, semente pretinha, redondinha e abundante, né? E o que é que se come no mamão? Depende. A dona Tecla, a Hartmann, come com semente antes do café da manhã. Nós comemos sem semente fora do café da manhã. Tem gente que come com açúcar. Tem gente que come com açúcar mais limão. E come-se a casca? Não. Casca não. Eu não conheço ninguém que coma casca de mamão.

SPEAKER 2: : Se ele for bem maduro, é então não ele não sai leite. Mas se ele for meio verdolengo, Precisa abrir a casca, riscar riscar, a casca para não escorrer aquele... E para ajudar o amadurecimento, apressar o amadurecimento, né?

SPEAKER 3: : O o mamão já se colhe verde, né? Se colhe verde porque se deixar amadurecer, os passarinhos comem antes, né?

SPEAKER 2: : Se come bicado... Bicado é que é é já está bom, né? Já está bom, porque o passarinho já experimentou aquele sanhaço até. Ele já experimenta, vê se está bom. Só come o bom, né? Então é procurado o mamão já já meio é, picado de passarinho.

SPEAKER 1: : Que outras frutas ()

SPEAKER 3: : Abóbora Eu não sei se abóbora é fruta não, mas... É fruta. É fruta, maracujá nasceu

SPEAKER 2: : Abóbora é interessante porque ela ela é comida em todas as fases, né. Eles comem a flor, abobrinha e abóbora adulta, né. A flor é Cambuquilha. Cambuquilha chama

SPEAKER 3: : Cambuquia. A flor para fazer sopa de milho verde. É aquela sopa que o pessoal come. Milho verde, em geral, em dezembro, né, faz quarenta graus na sombra, você toma uma sopa bem quente com um cambuquê dentro e sua que nem um cavalo. É uma barbaridade aliás.

SPEAKER 2: : O milho o milho verde, todo o interior adora milho verde. Faz sorvete de milho verde, tem curau, tem pamonha.

SPEAKER 1: : O que é curau? O que é pamonha?

SPEAKER 2: : Bom, isso eu já não sei. Por que ontem eu Eu sei comer, sei identificar, mas não sei como é que é feito. É cozido, ralado o milho, não sei como é que é. Então tem a polenta, tudo aqui feito com milho verde, sopa de milho verde, o milho verde cozido assim, comido na na espiga mesmo. ###  enfim, umas utilização muito grande. De

SPEAKER 1: : Então, além do pomar e essas áreas que já determinaram, quais são as outras as outras áreas que existem na fazendo assim? Lugar onde fica?

SPEAKER 3: : Bom, toda parte de cima onde se tem o... () reserva florestal, né. () () Aqui não é reserva florestal. Aqui é onde se planta eucalipto para utilização na própria fazenda. né. Depois tem a parte de bambual, né. () () Locais onde se planta o bambu que é uma coisa de larga utilidade. É Então tem várias tolceiras de bambu plantadas. Tem o bambu gigante e tem o bambu fino.

SPEAKER 1: : Que lugar assim de que não tem sido mexido? Seja com a natureza mesmo. Lá não existe.

SPEAKER 3: : Lá não tem nenhuma área de reserva.

SPEAKER 2: : () A mata. Lá não tem mata há muitos anos, né. Quer né um um Eu não conheci mata lá. Já foi derrubada, já.

SPEAKER 1: : E o lugar onde fica o gado?

SPEAKER 2: : Ah, o pasto, né. Tem

SPEAKER 3: : O pasto, pasto é onde ele onde ele vai comer durante o dia e andar. E tem a noite, ele é recolhido ãh Não é bem curral. Nós não usamos bem o termo curral lá.

SPEAKER 2: : Nós usamos uma mangueira. Magueira, mangueira Mangueiral, né. Mangueira. Mangueiro e o de porco. Ah Man mangueirão.

SPEAKER 1: : Mangueirão é de porco. Não é o O que é mangueirão?

SPEAKER 2: : Mangueirão é o  se é o que lá se cria porco ah, solto. Solto, mas dentro de um cercado. De tábuas juntas.

SPEAKER 3: : ### ### Uma justa aposta nas outras, formando um ambiente para o porco.

SPEAKER 2: : É fica só dentro do mangueirão. O mangueirão, então, é o é o cercado de porco. É o pasto, vamos dizer, de porco.

SPEAKER 1: : E lá, então... E e como como é que é a vida dos porcos? Há um ciclo da vida, assim, dos porcos?

SPEAKER 2: : Lá, a criação de porcos é meio empírica. Quer dizer, não há um maior interesse. É mais no sentido de consumo interno. Quer dizer, não há um grande... Então, nós não temos uma rotina muito... Certo, mas o o o leitãozinho,  é quer dizer, a porca da cria na maternidade, se chama maternidade mesmo, é um local reservado um local limpo et cetera, ali a porca um pouco antes de criar é presa dentro do do... Senão os outros comem o o o porquinho, né?

SPEAKER 3: : Então ela lida (). Não é leitão, né.

SPEAKER 2: : Leitãozinho, né? Então nasce  seis, sete, dez leitões et cetera, e a porca se for bem alimentada, alimenta os leitões, eles se desenvolvem rapidamente, Mas se for, conforme a época, que se vê muita gente lá, o pessoal gosta de comer o leitão mais ou menos novo, né? Porque ele não é  ele enxuto, não tem muita gordura. Tempo né E lá ainda se cria o o porco de gordura, quer dizer, o porco é o símbolo da gordura que era usada para cozinhar. Então você matava o porco, fazia a banha, derretia a banha e guardava. Hoje já, comercialmente, há uma procura do do porco carne, quer dizer, o porco com pouca gordura e muita carne. Faz negócio de colesterol. O pessoal está aprendendo a cozinhar com com óleo vegetal, óleo de de de algodão, de de amendoim. Bom, e o porquinho, então, cresce. Ele cresce rapidamente. Ele não é, come muito, mama na mãe et cetera. Depois ele é solto no lugar na na no no no mangueirão. E aí ele começa a conviver com os outros. E, geralmente, é é, se dá milho como alimentação supletiva. E ele pasto, come alguma coisa, o capim durante o dia. E gosta de tomar banho. Ele gosta de água, né? De água () Soja ou limpa, tanto faz. É. Agora, quando o porco chega a uma certa idade, então, ele é capado. Tanto os machos como as fêmeas, eles são capados, mesmo, é. Só que o É, o o o porco, o porco fêmea, quer dizer eles tiram, o o acho que esqueci eu acho que é o () do porco, mas aí já precisa ser de nível mais alto. O porco macho, qualquer tabuco sabe capar normalmente. E no uso, não tomam cuidado nenhum. Simplesmente nada, cortam e acabou. Agora a porca, como eles têm que abrir o ventre da porca, então eles passam, dão uma um uma laçada de de  barbante ou de linha et cetera, e soltam. Normalmente não dá tetano, é que é imundo, né? Mas não dá. Eles têm uma certa resistência. E e Agora depois, então, eles põem na na ceva para engordar. Então se prende o porco, em um em um não anda né, para ele não andar, e se dá milho à vontade. Calcula-se que um porco, para engordar, usa pelo menos um carro, uma carroça de milho, né.  Ele come durante dois meses et cetera, então engorda. Mas ainda é um processo empírico.

SPEAKER 1: : evidentemente que é. E a porca que não que é para reprodução, como é que...?

SPEAKER 2: : A porca () reprodução, então, é mantida, evidentemente, sem capar. E e E tem o cachaço, então, que é o macho. Geralmente tem um ou dois cachaços, só que eles brigam muito. Então é é são mantidos em comum. () É claro que não não, coisas mais tecnológicas já existe separação, é criada a solta, como se diz, né. E eles então se reproduzem ali sem controle nenhum à à à  vontade da natureza. E e a porca então volta da cria novamente. Porcas geralmente são poucas, porque ela produz muitos leitões, então não há necessidade de muitas porcas. as porcas de tamanho bom et cetera, boas, produtoras, et cetera. Então elas dão cinco, seis crias e depois então são mandadas para engorda.

SPEAKER 1: : e a porca. E a porca quando está esperando os leitõeszinhos, como é que ela é chamada?

SPEAKER 2: : Ela está prenha né. Porca prenha Está chegada, quando está chegando a hora de de de dar cria aos bezerros, então a porca está chegada. Elanão cria bizerro.

SPEAKER 1: : Fala um um um pouquinho sobre é o o gado, o vacum, então.

SPEAKER 2: : () Bom a vaca, normalmente dá a criar um bezerro. Uma vaca boa é uma que dá uma uma cria por ano. Ela alimenta o bezerro com leite. () registra (). Nove meses. () Agora tu disse uma coisa interessante. A égua, quando o o o o filhote é filho de jumento, Leva onze meses. Quando é filho de cavalo era de z. Hm. () Então é quando o filhote é filho de cavalo é mais curto.